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Apresentação em tema: "O ESTUDO SOCIAL EM PERÍCIAS, LAUDOS E PARECERES
TÉCNICOS"— Transcrição da apresentação:
2 INTRODUÇÃOEstudo Social - como podemos concebê-lo? Por que, para quê e como
construí-lo? Em que campos e situações podem ser explicados, desenvolvido ou
problematizado? Que implicações ética-política se fazem presentes na sua construção?
O que a perícia social, laudo social e o parecer social têm a ver com este estudo? Em
que consiste, afinal, este meio de trabalho, enquanto especificidade do Serviço Social?
3 O Estudo Social é proposição essencial da ação, intervenção e do parecer
profissional do Assistente Social, fazendo parte de seu cotidiano profissional.É no fazer
do Estudo Social que se enfrentam desafios e provocações.Para realizá-lo utilizam-se
instrumentais técnico-metodológicos, dentre os quais foram selecionados os mais
freqüentes: a Entrevista, a Visita Domiciliar e a Observação.Consideramos que o
assistente social está investido de um saber/poder que pode ser convertido em
verdade e servir como prova nos autos e que, de uma maneira ou de outra, exerce o
poder simbólico e a ele está submetido.
4 A competência do assistente social não é a de defender uma parte ou outra, mas
subsidiar a decisão do magistrado para a aplicação do direito, apresentando o melhor
para aquela situação. Além do que, por ser uma profissão de caráter interventivo,
procura limitar conflitos e incertezas resultantes de um sistema sócio-econômico em
profunda crise que se reflete nas relações interpessoais e sociais.
5 Entende-se que a escolha dos instrumentais que compõem o Estudo Social é de
exclusiva competência do profissional, assim como constitui desafio o uso adequado
desses instrumentos conforme as características específicas da ação.É imprescindível
nortear-se pelo Código de Ética, pelas leis de Regulamentação da Profissão e textos
especializados que compõem seu referencial teórico e prático.
6 A PERÍCIA SOCIAL - A perícia, no âmbito do judiciário, diz respeito a uma avaliação,
exame ou vistoria, solicitada ou determinada sempre que a situação exigir um parecer
técnico ou científico de uma determinada área do conhecimento, que contribua para o
juiz formar a sua convicção para a tomada de decisão.
7 A perícia, quando solicitada a um profissional de Serviço Social, é chamada de perícia
social, recebendo esta denominação por se tratar de estudo e parecer cuja finalidade é
subsidiar uma decisão, via de regra, judicial. Ela é realizada por meio do estudo social e
implica na elaboração de um laudo e emissão de um parecer. Para sua construção, o
profissional faz uso dos instrumentos e técnicas pertinentes ao exercício profissional,
sendo facultado a ele a realização de entrevistas, contatos, visitas, pesquisa documental
e bibliográfica que considerar necessárias para a análise e a interpretação da situação
em questão e a elaboração de parecer.
8 Assim, a perícia é o estudo social, realizado com base nos fundamentos teórico-
metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos, próprios do Serviço Social e com
finalidades relacionadas a avaliações e julgamentos. No sistema judiciário, a perícia
pode ser realizada por assistente social funcionário da instituição judiciária, por
assistente social nomeado como perito, pelo juiz responsável pela ação judicial –
comumente inscritos em listagem local e remunerados por perícia realizada e laudo
apresentado, bem como por assistente técnico, que é um profissional de confiança,
indicado e remunerado por uma das partes envolvidas na ação judicial (em especial nas
Varas da Família e das Sucessões) para emitir parecer, após a apresentação do laudo
por um perito nomeado pelo Juiz.
9 Dependendo da solicitação e/ou determinação, o perito poderá responder a quesitos,
geralmente formulados pelas partes envolvidas na ação ou pelos
advogados/defensores que as representam, devendo faze-lo sempre em consonância
com as prerrogativas, princípios e especificidades da profissão.
10 ESTUDO SOCIAL - O estudo social é um processo metodológico específico do
Serviço Social, que tem por finalidade conhecer com profundidade e de forma crítica,
uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção
profissional – especialmente e especificamente nos seus aspectos sócio-econômicos e
culturais.
11 Tem sido utilizado nas mais diversas áreas da intervenção do Serviço Social, sendo
instrumento fundamental no trabalho do assistente social que atua no sistema
judiciário – seja enquanto funcionário, seja como perito ou como assistente técnico –
em especial junto à Justiça da Infância e da Juventude, Justiça de família, justiça
criminal e ações judiciárias relacionadas à seguridade e previdência social.
12 Vale reafirmar, contudo, que de sua fundamentação rigorosa, teórica, ética e técnica,
com base no projeto da profissão, depende a sua devida utilização para a garantia e
ampliação de direitos dos sujeitos usuários dos serviços sociais e do sistema de justiça.
13 O assistente social vem utilizando o estudo social, nas mais diversas áreas e
modalidades, orientando o seu trabalho, tanto na fase de planejamento de certas
intervenções, assim como para demonstrar a situação sobre uma realidade investigada
ou trabalhada.Na prática processual, porém, observa-se que juizes, assistentes sociais,
advogados e promotores de justiça, com raras exceções, usam o mesmo termo, estudo
social para qualquer atividade do profissional de serviço social requerido ou
determinado nos processos judiciais.
14 O assistente social judiciário vem estudando para qualificar cada vez mais a sua
prática, buscando compreender melhor a sua atuação quando é chamado a participar
nos mais diferentes processos. Não compreender tal necessidade, é o mesmo que
conceber que o juiz possa aplicar o mesmo rito ou o mesmo procedimento em todo
tipo de processo que venha a instruir e decidir.
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ASPECTOS CONSIDERADOS NA ELABORAÇÃO DO ESTUDO SOCIAL
O conteúdo do estudo social deve prever a singularidade da pessoa, envolvendo um
conjunto de informações obtidas por meio de entrevistas, visitas domiciliares e
institucionais, de contatos com recursos sociais. Com esse instrumental é possível traçar
o conhecimento do real do sujeito e seu percurso de vida, inserido numa dinâmica
social, econômica e cultural. Inclui-se também, ao conteúdo do estudo social, a análise
interpretativa das informações obtidas, a intervenção proposta na situação e o parecer.
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Elementos de sustentação do estudo social requerem os seguintes procedimentos
Competência técnica – refere-se à habilidade do profissional na utilização dos
instrumentos de trabalho, dentre eles: entrevista, observação, visita domiciliar e
documentação.
Compromisso ético-profissional
Compromisso ético-profissional – é preciso respeitar as individualidades dos sujeitos,
com base nos valores ético-profissionais, levando-se em conta os parâmetros culturais
e universais.
Afinal, estudo social ou perícia social?
O juiz necessita de que os fatos articulados pelas partes, sejam demonstrados por elas
através de provas documentais, testemunhais ou periciais. Estas últimas, embora
podendo ser requeridas pelas partes ou então pelo promotor de justiça, geralmente
são produzidas por perito de confiança do juízo, que deverá efetuar um trabalho com
absoluta imparcialidade, atendendo tão somente aos interesses da causa e a serviço da
justiça. Quanto maior ou mais complexo o conflito, mais diligente e importante se faz a
produção da prova pericial.
30 Nos processos de rito ordinário previsto no Código de Processo Civil (campo largo
para produção de provas por se tratar de questões conflitantes/litigiosas) e naqueles
em que é previsto o procedimento contraditório em Leis Especiais, o entendimento
generalizado vem sendo de que o trabalho do assistente social deva ser feito através
de perícia social. Por exemplo: separação judicial, divórcio, modificação de guarda,
processo de interdição, mudança de curador, regulamentação de visitas, destituição de
pátrio poder (extinção do poder familiar, nos termos do NCC), reintegração de posse,
alimentos entre parentes e outros de não menos importância.
31 Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será
assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.Em regra, são processos em que o
juiz necessita respaldar-se em provas convincentes, a fim de proferir sua decisão de
maneira mais acertada; por vezes, com o objetivo de certificar-se sobre as provas já
produzidas pelas partes; em outras circunstâncias, para verificar in loco questões de
que deva saber. Quando não, como é o caso da maioria das vezes, para que o
especialista em serviço social verifique, observe e emita sugestão técnica para melhor
solução da situação sócio-jurídica apresentada.
32 Quando se trata de questões em que o juiz necessita de um parecer profissional, em
que não está em evidência o contraditório, em que não há conflitos e sim interesse
somente da parte autora, não faz sentido realizar perícia social. Pode ser o caso de um
estudo social em pedido de liberação de valores em nome de crianças ou adolescentes
por meio de alvará judicial. Pode ser o caso também em que o magistrado necessite de
informações sobre a convivência que está tendo uma criança com seus avós, em cujo
processo foi-lhe deferido o direito de visitas. Aliás, considera-se que o estudo social é
totalmente adequado para demonstrar toda situação que demande acompanhamento
e cujas informações sejam importantes em qualquer tipo de processo.
33 A rigor, considera-se que todo o trabalho de estudo social, realizado em processos
judiciais, funciona como documento a ser apreciado pelas partes, pelo promotor de
justiça e, principalmente, pela autoridade judiciária.Nestes casos o técnico se manifesta
através do documento chamado estudo social e, ao final, emite parecer ou então
sugestão. Como vem acontecendo desde 1972, principalmente em processos litigiosos,
o trabalho funciona como meio de prova, com importância equivalente a qualquer
outra contida nos autos .
Tipos de relatório:
Relatório Informativo – Tem como objetivo de informar dados ou fatos importantes.
Pode ser utilizado no decorrer de um processo de acompanhamentos, atividades de
triagem e nas atividades de plantão.
Relatório Circunstanciado – É o relatório informativo feito em situação de
emergência; contém parecer após breve relato, é apresentado imediatamente ao
Juiz;Relatório de Visita Domiciliar – Resulta das visitas dos profissionais à casa das
pessoas, bem como à escolas, creches, abrigos, enfim aos locais onde os usuários
interagem. O relatório de visita pode conter apenas informações e descrições do
domicílio ou também aspectos analíticos. A descrição deve ser objetiva e apresentar
dados significativos para a formação do juízo da situação;
Relatório de Acompanhamento – Pode trazer informações, mas envolve a intervenção
profissional direta e o contato mais regular e assíduo com o usuário.Sua principal
característica é a de ser instrumento de comunicação voltado ao próprio profissional
que realiza os atendimentos. Em alguns espaços institucionais esse relatório nem é
elaborado, pois os registros do acompanhamento são feitos em fichários/prontuários.
Todavia, o profissional que atua no cotidiano forense precisa registrar seu
acompanhamento sob forma de relatório. Ao avaliar que a intervenção deve ser
encerrada, ele a comunica ao Juiz, por meio de um relatório final.
Relatório de Inspeção – Constitui a exposição e a descrição do que foi observado no
decorrer da visita. Deve incluir um parecer profissional sobre a questão avaliada, como,
por exemplo, as providências a serem tomadas, as possibilidades de ação para dirimir
possíveis falhas e a consonância ou não do trabalho desenvolvido com os objetivos
que se pretendem alcançar.