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Em face de a Autor a ser portador de doença grave, vem requerer a Vossa Excelência, que
se digne de conceder prioridade na tramitação de todos os atos processuais e diligências, em
consonância com a redação do Art. 1.048, I do NCPC, in verbis:
“ Art. 1.048 – Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou
tribunal, os procedimentos judiciais:
Em face da idade avançada, a Autora com 77 (setenta e um) anos requer a Vossa
Excelência, que se digne conceder prioridade na tramitação de todos os atos processuais e
diligências, em consonância com a redação do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), em seu Art.
71, §1º e com a redação do Art. 1.048, I do NCPC.
DOS FATOS
Vale ressaltar que, por se tratar de típico contrato de adesão, suas cláusulas foram
elaboradas unilateralmente pela Operadora Ré, sem que fosse dado a Autora o direito de discuti-las
previamente, como de praxe o são os contratos desta natureza.
Não se pode olvidar que desde o início da vigência do presente contrato em nenhum
momento deixou o Autor de cumprir com a sua parte na avença, pagando os valores cobrados a
título de mensalidade, que alcançam atualmente o valor de R$ _______________, como provam os
últimos boletos anexados (docs. 05/07).
Explica-se que a Autora sofreu vários AVC’s, estando em atendimento de home care, e
vem sofrendo relativa piora no quadro respiratório. A autora faz uso de aparelho BIPAP com
máscara oronasal . Porém desde março tem obsevado quedas da saturação, e dificuldade em respirar
voluntariamente, necessitando de ajuda de aparelhos, conforme relatado pelos médicos assistentes
nos laudo anexo (doc. 08), e transcrito a seguir:
(doc. 08)
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LAUDO MÉDICO
Dr. _______________
(doc. 09)
Justificativa:
À disposição
Ou seja, resta claro que a autora é sequelada de AVC, faz uso de marcapasso cardíaco há
cerca de cinco anos (doc. 10), atualmente está em uso de BIPAP + Oxigênio sem melhora. Em
decorrência da dessaturação, no período da noite, a médica assistente, Dra.
_______________solicitou a realização do exame de POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-
ENCEFALOGRAMA + OXIMETRIA NOTURNA, devido ao quadro de APNEIA GRAVE
que a autora vem apresentando (doc.11).
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Foi requerido a empresa Ré autorização do exame solicitado pela médica assistente de
forma administrativa, porém a ré não atendeu o pedido, em um desrespeito a autora e seus
familiares. O caso da paciente é gravíssimo, e não se pode permitir que seja tratada de forma tão
desrespeitosa a condição de ser humano. O tratamento dado a autora afronta o Estatuto do Idoso e a
relação de consumo.
Importante destacar que a Operadora Ré está agindo em total descaso com esse paciente e
seus familiares, haja vista que, mesmo diante de tal situação, extremamente delicada, a mesma não
autoriza o exame de POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-ENCEFALOGRAMA +
OXIMETRIA NOTURNA. Ressaltando-se que já foi enviado ofício explicando a situação da
paciente e requerendo a solução do impasse na esfera administrativa, e a ré sequer respondeu,
restando à autora como opção apenas o socorro jurisdicional ora pleiteado.
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despesas e nesse momento crucial da vida da autora, a situação é vexatória, constrangedora e
humilhante, vendo a autora todo seu direito negado pela Empresa Ré, porquanto a VIDA tem que
ser preservada com dignidade até o último momento, além de ser um direito inconteste e
constitucional de qualquer ser humano.
Ressalta-se que, a saúde, como premissa básica no exercício da cidadania do ser humano,
constitui-se de extrema relevância para a sociedade, pois a saúde diz respeito à qualidade de vida,
escopo de todo cidadão, no exercício de seus direitos. Na esfera jurídica, o direito à saúde se
consubstancia como forma indispensável no âmbito dos direitos fundamentais sociais.
Ademais muito menos justo, ainda, é que a Ré, ao seu talante, possa decidir,
unilateralmente, pelo não custeamento das despesas médico-hospitalares da Autora sem
justificativas plausíveis, sem ao menos se embasar em opiniões médicas competentes, no momento
em que mais precisa, encontrando-se em verdadeira situação de emergência, deixando-a ao
desamparo total, uma vez que o Código de Defesa do Consumidor obriga essa cobertura, sendo, de
resto abusiva a conduta da operadora ré que veste-se de inverdades para fundamentar tal negativa,
como adiante melhor se esclarecerá, em conformidade com todo o arcabouço jurídico de que
dispõe.
DO DIREITO
A Lei 8.078, de 1990 que dispõe sobre a proteção do Consumidor, no art. 83, assegura o
ajuizamento de qualquer tipo de ação, sempre que tiver em jogo e em risco o direito de um
consumidor.
No caso dos autos, que refere-se a uma RELAÇÃO DE CONSUMO, fica a empresa
contratada obrigada a prestar os serviços médicos suficiente à eliminação dos riscos à saúde, ao
passo que o contratante, associado, tem o dever de arcar com pagamento da contraprestação de tais
serviços.
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Consumo, contudo, em contrapartida, nas entrelinhas possibilitam abusos da parte hipersuficiente
da relação.
Deve, portanto, serem analisados com extremo rigor, de modo a coibir práticas abusivas e
cláusulas iníquas, marginalizadas pela Lei.
Posto isso, não é cabível à Ré limitar o direito quanto à prestação do serviço de saúde, a
Autora. Ou seja, não lhe cabe agir ARBITRARIAMENTE contra a parte mais frágil que é o
consumidor!!!
A Carta Magna estabelece ser a saúde essencial a pessoa humana, cabendo ao Estado ou a
quem lhe substitua a prestação adequada e suficiente à eliminação do risco. Dessa forma, é límpida
a inconstitucionalidade da norma que exclui direitos garantidos constitucionalmente, como in casu
A NEGATIVA DO O EXAME O DE POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-
ENCEFALOGRAMA + OXIMETRIA NOTURNA, atingindo diretamente a proteção a sua
vida.
Portanto, é público e notório que a negativa da Ré, está em confronto com o determinam as
normas fundamentais – Constituição – uma vez que NEGOU DE FORMA ABSURDA O
EXAME O DE DE POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-ENCEFALOGRAMA +
OXIMETRIA NOTURNA SEM QUALQUER ALEGAÇÃO PLAUSÍVEL. SALIENTANDO
QUE O DIREITO À VIDA É O MAIS FUNDAMENTAL DE TODOS OS DIREITOS, JÁ QUE
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SE CONSTITUIU UM PRÉ-REQUISITO À EXISTÊNCIA E EXERCÍCIO DE TODOS OS
DEMAIS DIREITO.
Conforme disposto no art. 6º, do CDC (Lei 8.078/90), são direitos básicos do consumidor à
proteção contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos ou serviços,
e a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
O que se quer afirmar é que, ao prestar serviço de natureza contínua e essencial, na área da
saúde, originalmente de competência do Estado, a empresa deve fazê-lo INTEGRALMENTE, sem
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exclusões ou limitações injustificadas, inclusive temporais, sem que possa submeter ao consumidor
restrições que não encontram fundamento legal, quiçá, de cunho moral ou ético.
Logo, por conclusão óbvia, não pode ficar o consumidor à mercê da Ré para que esta a seu
bel-prazer decida quais eventos cobrir, negando autorização do O EXAME DO
POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-ENCEFALOGRAMA + OXIMETRIA
NOTURNA, PARA QUE O AUTOR POSSA REALIZAR A INTERVENÇÃO , SEM
ATENÇÃO AO SEU ESTADO DE SAÚDE, deixando o consumidor sujeito a álea de seu próprio
destino.
Não pode a empresa Ré ignorar o art. 46 da Lei n.º: 8078/90, o qual impõe que “Os
contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhe for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos
forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance”.
Logo, por conclusão óbvia, não pode ficar o consumidor à mercê da Ré para que esta a seu
bel-prazer possa se eximir da obrigação de prestar serviços de saúde usuário, deixando-o sujeito a
álea de seu próprio destino.
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As cláusulas exclusórias contrariam os dispositivos do CDC, porquanto estão em completa
dissonância com as normas constitucionais e estatutárias, e sua regulamentação. Não podendo o
Poder Judiciário se coadunar com este tipo de prática abusiva e contrária ao direito.
Desta feita, é direito da Autora ter o tratamento adequado ao seu estado de saúde. Todo o
sistema de normas existe para proteger o consumidor, porque este é pequenino diante da força que
tem as companhias, cujo interesse primordial, não é oferecer um serviço de saúde. Mas sim, obter
lucro. Aqui não queremos dizer que somos contra a figura do lucro. Somos contra a forma como ele
é obtido. Não se admite que para benefício de alguns poucos, sejamos nós lesados constantemente e
de forma abusiva.
Assim, conforme a análise fática narrada está sofrendo a Autora de danos psicológicos
decorrentes dos aborrecimentos enfrentados. Haja vista que está correndo risco de mais dano a sua
saúde e consequentemente a sua vida. A má-fé da Operadora Ré e a ilegalidade de seu ATO
ARBITRÁRIO só podem AGRAVAR ainda mais o estado de saúde da Usuária, ocasionando-lhe
DANOS IRREPARÁVEIS.
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“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.” (g.n.).
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.” (g.n.).
“Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.” (g.n.).
Logo, tem-se que o DANO MORAL, no caso em tela, possui CARÁTER PUNITIVO,
ou seja, deve ser imposto como forma de coibir ou limitar qualquer tipo de abuso de direito, apta a
prestar serviços essenciais como são os de saúde, diminuindo com isso, inclusive, a demanda tanto
na esfera administrativa quanto na judicial. Dessa forma, terão que agir com mais decoro e respeito
à Legislação aplicada.
O cerne da questão é a “obrigação do Estado ou de terceiro que suas vezes fizer, de proteger
a saúde do cidadão” por ser um direito constitucional essencial. Vê-se logo que a demanda não
versa sobre valores, dinheiro e interesses financeiros, mas sobre os direitos essenciais “garantidos”
constitucionalmente, ou seja, versa sobre direitos básicos, como a vida, a saúde, a moradia, a
comida, para com isso ter o cidadão direito a uma vida digna.
Assim, aquele que contra tal direito se insurgir deve sofrer consequências no mínimo
gravosas, com punições em forma de sanção, para que se possa coibir atos ilegais e arbitrários
decorrentes de abuso de direito. Talvez, assim, consiga o Judiciário, com todo seu Poder, acabar,
limitar ou diminuir o descaso e abuso sofridos por tantos cidadãos em situações semelhantes.
Ademais, a reparação por dano moral não decorre do simples cancelamento da assistência,
mas da situação de abalo psicológico em que se encontra o paciente, ora Autora, pois conforme
relatório médico o mesmo corre o risco de morte súbita.
Neste teor, pode-se afirmar que a responsabilidade civil adotada pelo Direito pátrio baseia-
se na existência do ato ofensivo, do dano experimentado e do nexo causal entre ato e dano.
Como já foi explicitado anteriormente, não resta dúvida que a mera exposição da AUTORA basta
para explicitar seu tormento psíquico, visto que sua saúde e sua vida dependem, tão somente,
de realizar os exames solicitados pelo médico assistente.
Desta feita, está mais do que caracterizado o ato ofensivo com danos psicológicos, cuja
indenização ora se reclama.
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O dano moral, que a doutrina e a jurisprudência já pacificaram independer de prova (prova
in re ipsa, depende apenas da prova do fato) foi bastante claro. Foi o menoscabo ao bem-estar
emocional e à dignidade, gerando angústia, humilhação, verdadeira lesão ao equilíbrio natural do
psiquismo da Autora.
O nexo de causalidade entre o fato e dano moral se comprova a partir do instante em que
toda aflição e humilhação (que se seguiram às negações de direito à assistência, busca da Autora
por esclarecimentos e contratação de advogados) sofridas pelo Autor decorreram única e
exclusivamente por culpa da Operadora Ré que, de forma ilegal e arbitrária, não promove a
AUTORIZAÇÃO DO EXAME DE POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-
ENCEFALOGRAMA + OXIMETRIA NOTURNA
O art. 300, do NCPC, autoriza a concessão da antecipação de tutela, quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o PERIGO DE DANO OU O RISCO AO RESULTADO ÚTIL
DO PROCESSO.. Dispõe, ainda, o CDC, em seu art. 84, parágrafo 3º, que: o juiz concederá a tutela
específica da obrigação LIMINARMENTE, desde que sendo relevante o fundamento da demanda e
haja justificado receio de ineficácia do provimento final.
Idêntica disposição encontra-se no Código de Processo Civil, Art. 461, parágrafo 3º, que
disciplina de forma idêntica à questão, exigindo apenas, para a concessão da tutela antecipada, a
presença da relevância do fundamento, além de justificado receio de ineficácia do provimento final.
Desta forma, não há dúvidas de que presentes, no caso em tela, a fumaça do bom e
cristalino direito e o PERICULUM IN MORA, haja vista a farta documentação comprobatória
anexada pelo Autor que demonstram a existência da NECESSIDADE DE PROCEDER COM O
EXAME O EXAME DO POLISSONOGRAFIA COM ELETRO-ENCEFALOGRAMA +
OXIMETRIA NOTURNA.
Por tudo o exposto, faz-se necessário compelir a RÉ a arcar com todas as despesas
inerentes à AUTORIZAÇÃO O EXAME DE Polissonografia com EEG + Oximetria não
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invasiva + Polissonografia com EEG + uso de equipamento de pressão positiva para titul ação
da pressão ideal e aparelho (Bipap OU Cpap), na forma prescrita pelo médico assistente e de
que A AUTORA necessita em caráter URGENTE, tendo em vista o risco de morte súbita que
a acomete.
DOS PEDIDOS
c) Determinar multa diária no valor de R$ 10.000,00 (cinco mil reais) para o caso de não
cumprimento da decisão judicial por parte da Ré;
d) Após a concessão da medida liminar pleiteada, requer a Autora a citação da empresa Ré,
para que, querendo conteste a presente no prazo legal, sob as penas da lei.
f) E, ainda, seja a Empresa Ré condenada a indenizar a Autora por danos morais, decorrentes
do ato ilícito perpetrado, de acordo com o Art. 6º, VI e 14 do CDC, e/ou nos termos do art. 186 do
CC, cujo quantum deverá ser arbitrado por V.Exa., e por fim condenando-a, também, nas custas
judiciais e honorários advocatícios, estes a base de 20% (vinte por cento), sobre o valor da
condenação ou causa.
g) Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e
seguintes do NCPC, em especial as provas: documental, pericial, testemunhal e depoimento
pessoal da parte ré.
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Medidas estas que pleiteia a Autor a junto ao Poder Judiciário como única via restante para
garantir a dignidade e integridade do bem maior que é a sua saúde e, consequentemente sua vida !!!
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