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Belo Horizonte, 21 de agosto de 2023

A/C Convênio médico de saúde: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA MUNICIPAL DE GOV.


VALADARES - IPREM
Assunto: Autorização para realizar procedimento médico.
Nome do Paciente: Edson de Oliveira Azevedo
Diagnóstico Atual: Neuralgia pós herpética / Dor crônica refratária e intratável - CID10: G53.0
+ R52.1 + F31.4 + F54
Hospital: Hospital Felício Rocho

RELATÓRIO PARA SOLICITAÇÃO DE


PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

 Histórico da evolução da doença atual:

Trata-se do Sr. Edson de Oliveira Azevedo, paciente de 66 anos, portador de


NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA com episódios frequentes de agudização, de difcil controle, com
intensidade progressiva, localizada em região torácica esquerda, com componente de DOR
NEUROPÁTICA e DOR NOCICEPTIVA e refratária ao tratamento conservador com fármacos
opioides e adjuvantes.
Foi submetdo a diversos procedimentos de intervenção em dor em nível ambulatorial,
como aplicação de botox, bloqueio do plano eretor da espinha, bloqueios foraminais guiados
por ultrassonografa. De forma isolada, esses procedimentos promoveram apenas melhora
fugaz do quadro doloroso. Em últma consulta foi realizado novo bloqueio foraminal em
consultório, bem como termografa que evidenciou redução importante da temperatura em
território da dor, fato condizente com o quadro de dor neuropátca. Evoluiu com melhora do
quadro e retorna hoje com queixa de retorno dos sintomas, a cada dia de forma mais aguda,
com intervalo de recorrência cada vez menor e sem controle medicamentoso.
É portador de Transtorno afetvo bipolar tpo II, últmo episódio depressivo; doença
arterial coronariana, já revascularizado; DM tpo II, não insulino-dependente; doença vascular
periférica avançada com ausência de pulsos em MMII abaixo dos joelhos, rarefação de pelos e
polineuropata de MMII; DPOC presumido, pelos longos anos de tabagismo atvo, que
recrudesceu nos últmos anos, especialmente nos últmos 6 meses, após o agravamento do
quadro doloroso.
Atualmente, apresenta quadro de crises de dor intensas e frequentes associadas a
elevação pressórica, taquicardia e crises de pânico, com dor precordial durante as crises. Vem
mantendo a necessidade do uso de opioides (tramadol e oxicodona) com adjuvantes
(antdepressivos, gabapentnoides, bloqueador NMDA, neuroléptcos, analgésicos comuns e
relaxantes musculares) e ainda evoluindo com pouca tolerância às tarefas cotdianas devido à
intensidade da dor, com sérios prejuízos à sua funcionalidade e ao seu desempenho
profssional. Nos últmos meses, Edson vem apresentando anedonia, hipobulia, desesperança,
humor rebaixado, embotamento afetvo e, pela primeira vez em anos de tratamento,
pensamento de morte e ideação suicida. Afrma que prefere morrer a conviver com tal dor.
Apesar de todos os esforços de menor complexidade, mantém dor importante caracterizada
como EVA 8 a 10 e sem qualquer melhora com a terapia durante as crises de dor neuropátca.
Vale ressaltar que outras medicações também já foram empregadas sem sucesso algum.

 Comorbidades associadas / Doenças preexistentes:

1. Hipertensão Arterial Sistêmica


2. Doença arterial coronariana
3. Doença vascular periférica
4. Diabetes Mellitus tpo 2.
5. Obesidade / transtorno afetvo bipolar /

 Medicação prescrita:

1. Pregabalina 300mg 12/12h


2. Dipirona 1g 6/6h
3. Tramadol 100mg 8/8h
4. Clomipramina 100mg
5. Oxicodona 10mg 12/12h
6. Magnésio 750mg 12/12h
7. Ciclobenzaprina 5mg 12/12h
8. Divalcon 1000mg 12/12h
9. Trazodona 150mg noite
10. Óleo de cannabis rico em THC – 5mg de THC de 12/12h.

 Em exames(s) de Imagem realizado(s) evidenciou-se:

 Laudos em anexo
 Termografa

 Diagnósticos:
1. Dor crônica refratária
2. Neuralgia pós herpética
3. Espasticidade paravertebral associada a dor
4. Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave sem sintomas psicóticos

Para melhor esclarecimento, segue anexo a este, cópias dos laudos dos exames de
imagem e laboratoriais. O paciente foi submetdo a investgação com propedêutca exaustva e
dispendiosa. Está sendo tratado sob inúmeras modalidades de tratamento conservador; fez e
faz uso de várias medicações com melhora parcial, porém sem manutenção prolongada de
alívio do quadro álgico exacerbado.
Diante do quadro, após discussão com a oncologia, com o paciente e seus familiares
sobre os riscos e benefcios esperados, optamos pela realização de Infltração foraminal de T8
a T12 + Bloqueio com toxina botulínica (400 UI – 5UI por ponto em território de T8 a T12) +
Simpatectomia cérvicotorácica + Bloqueio de gânglio estrelado esquerdo + Bloqueio
simpático venoso + Bloqueio do sistema nervoso autônomo + Rizotomia de gânglios dorsais
de T8 a T12 a esquerda + Bloqueio de ponto gatilho de musculatura paravertebral +
Radioscopia para controle e segurança.
Solicito assim autorização para realização dos procedimentos relacionados, bem como
dos materiais necessários para plena execução com total segurança, visto a importância do uso
de cânulas para bloqueio e radiofrequência e também para garantr a segurança do cirurgião a
exposição prolongada a energia ionizante (escopia), usada durante todo o procedimento.
Durante o procedimento será utlizado contraste não iônico.

 Tratamentos Propostos:
Codifcação segundo manual SBOT/SBC/SBN

40813363 x5 - Coluna Vertebral: infltração foraminal de T8 a T12


31403336 x5 - Rizotomia de GRD de T8 a T12
31602100 x1 - Bloqueio de gânglio estrelado a esquerda
31602134 x2 - Bloqueio neurolítco de plexo torácico bilateral
31403026 x1 - Bloqueio do sistema nervoso autônomo
20103140 x6 - Bloqueio com toxina botulínica por segmento
40811026 x1 - Radioscopia
40902005 x1 - USG intraoperatória

 Materiais necessários à realização do tratamento proposto:


02 cânulas para Bloqueio
02 frascos de toxina botulínica de 200ui

A Resolução do CFM 2.328/2022 de 11 de agosto de 2022 disciplina a prescrição de


materiais implantáveis, órteses e próteses determina arbitragem de especialista quando
houver confito e estabelece normas para a utlização de materiais de implante e revoga as
Resoluções CFM no 1.804/2006 e no 1.956/2010. Assim, em seus artigos:
Art. 2o Cabe ao médico assistente determinar as característcas das órteses, próteses e
materiais especiais implantáveis bem como o instrumental compatvel com seu treinamento
necessário e adequado à execução do procedimento.
Art.6o As autorizações ou negatvas do médico auditor devem ser acompanhadas de parecer
identfcado com seu nome e número de inscrição no Conselho Regional de Medicina do
médico responsável por elas.

 Empresas que fornecem os materiais para o procedimento proposto.


Sugestão:

Desde já agradeço a atenção dispensada a esta solicitação e coloco-me a inteira


disposição para esclarecimento de qualquer dúvida.

Assinado digitalmente por FELIPE MILLEN


FELIPE AZEVEDO:06004341681

Dr. Felipe Millen Azevedo


ND: C=BR, O=ICP-Brasil, OU=Secretaria
da Receita Federal do Brasil - RFB, OU=
MILLEN RFB e-CPF A3, OU=AC VALID RFB V5,

Anestesiologia/ Dor
OU=AR CFM, OU=Presencial, OU=
33583550000130, CN=FELIPE MILLEN
AZEVEDO:06 AZEVEDO:06004341681

CRM-MG 52615
Razão: Eu sou o autor deste documento
Localização:
004341681 Data: 2023.08.21 18:55:54-03'00'
Foxit PDF Reader Versão: 12.1.3

Dr. Alexandre Mio Pos


Medicina Intervencionista da Dor
CRM-MG 29907

Observações ao auditor/plano de saúde:


O presente pedido de cirurgia foi elaborado em atenção as prerrogativas do medico assistente signatário,
para o livre exercício responsável da profissão (Art. 7o do Cap. I do Código de Ética Medica), respeitando o seu
poder-dever de usar o melhor do progresso cientifico em beneficio do paciente, sem ingerências de terceiros que
limitem a escolha dos meios cientificamente reconhecidos para a execução do tratamento (Art. 5o do Cap. I e Art.
32o Cap. V do Código de Ética Medica). A auditoria médica por se caracterizar como ato médico (Cap. VII e XI do
Código de Ética Médica), sujeita auditores ou suas empresas de auditoria à inscrição no CRM na jurisdição onde será
prestado a auditoria médica (Art.1 o, Resolução CFM no 1.614/2001) e, em caso de negativa pelo auditor, os pedidos
de cirurgia negados devem vir com nome e CRM do médico auditor (Art.4 o, Resolução CFM No 1.956/2010).
Sabidamente, é atribuição do médico auditor solicitar esclarecimentos ao médico assistente sobre o procedimento
solicitado quando necessário (Parágrafo 3 o, Art.6o, Resolução CFM no 1.614/2001), e para esta finalidade, encontro-
me à disposição. Entretanto, o auditor não pode vetar ou modificar procedimentos solicitados pelo médico assistente,
salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo, neste caso, o auditor fundamentar e
comunicar por escrito o fato ao médico assistente (Art.8o, Resolução CFM no 1.614/2001; Art.52o, Cap. XI, Código
de Ética Médica; Art.94o, Cap. XI, Código de Ética Médica; Art.97 o, Cap. XI, Código de Ética Médica). Da mesma
forma, as operadoras de saúde devem respeitar a autonomia do médico assistente e paciente com relação ao
tratamento ou exame pedidos (Item “a”, Art.1 o, Resolução CFM No 1.642/2002) e configura infração ética o desvio
de pacientes por parte da operadora de saúde (Art.53o, Cap. VII, Código de Ética Médica). Sobre a indicação do
material/OPME, é o médico assistente quem determina as características do material necessário para sua cirurgia
(Art.1o, Resolução CFM No 1.956/2010). Caso a operadora de saúde recuse o OPME solicitado, esta deverá vir
documentada (Art.5o, parágrafo único, Resolução CFM N o 1.956/2010) cabendo-me ainda o direito de solicitar 3 a
Opinião, que deverá ser de um especialista na área em até 5 dias (Parágrafo V, Art.4 o CONSU No 8; Art.6o, Resolução
CFM No 1.956/2010). O descumprimento das Resoluções do CFM e dos artigos do Código de Ética Médica
caracterizam infração ética conforme o Art. 18 do CEM.

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