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Ética Médica e Bioética.

Responsabilidade Profissional do
Anestesiologista

ÉTICA MÉDICA (EM)

DEFINIÇÃO: é um conjunto de qualidades morais e intelectuais que norteiam as atitudes e


habilidades do médico, na busca da resolução das vulnerabilidades e necessidades do
paciente.

CONSEQUENCIAS GERAIS: anestesiologista, deve incorporar uma prática amparada nos


princípios da autonomia, da beneficência, da não maleficência, da justiça, da dignidade, da
veracidade e da honestidade é garantia de sucesso e segurança profissional.

2- CONSEQUENCIAS PAUTADAS NO CODIGO DE ETICA MEDICA

 -Deve o médico usar o melhor do progresso científico e todos os meios a seu alcance
em benefício do paciente
 -Obter sempre o Consentimento Livre e Esclarecido do paciente ou de seu
representante legal após minucioso esclarecimento Dos procedimentos médicos
propostos
 -O médico nunca deve se afastar de suas atividades profissionais sem deixar um
substituto ou praticar dois atos anestésicos simultâneos
 -Recusar trabalhar em instituições públicas ou privadas sem condições dignas para o
exercício profissional ou por não remunerar digna e justamente – sempre diante de
situação dessa natureza, o profissional deve comunicar ao diretor técnico da
instituição tal situação e, se necessário, informar também o conselho regional de
medicina de sua jurisdição
 -Elaborar prontuário legível E IDENTIFICAVEL para todos os pacientes,
 -o abandono de paciente (artigo 36), no caso da anestesia, o cidadão incapaz de se
defender, é também ato atentatório à ética profissional
 -Na apresentação de trabalhos, conferências, pesquisas e afins, o médico é obrigado a
declarar os conflitos de interesse (artigos 109 e 69), garantindo-se o direito à
informação
 - RESPEITAR O sigilo profissional (inciso XI; artigo 73), ainda que os fatos sejam de
conhecimento público, EXCETO SE por motivo justo (DCAS TRANSMISSIVEIS GRAVES),
dever legal (DÇA DE NOTIF COMPULS.) ou consentimento do paciente

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL DO ANESTESIOLOGISTA

DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE: E a forma de agir do profissional

TIPOS DE DANO:

 Responsabilidade penal: agir sem ferir o código penal


 Responsabilidade cível: agir sem ferir o código cível, o código de defesa do
consumidor
 Responsabilidade ética: agir sem ferir o código de ética medica, ou resoluções do
cfm/crm ou as regras dos outros sociedades de classe medica a qual pertence
 Responsabilidade administrativa: agir sem ferir os normas administrativas dos
locais/hospitais onde trabalha
a) As fichas anestésicas são de vital importância para o registro de todos os atos praticados
pelo anestesiologista, bem como para produzir prova documental a ser juntada em eventual
processo ajuizado contra o profissional médico. A existência de documentação completa, que
comprove o passo a passo procedimental, pode ser levantada em favor do médico quando
houver discussão acerca da técnica adotada, da adequada monitorização do paciente e da
diligência da sua conduta. Fundamental, pois, que sejam cumpridas as determinações da
Resolução CFM nº 2.174/2017 ao serem preenchidas as fichas pré-anestésica, anestésica e
pós-anestésica, devendo estar presentes em seu conteúdo: a identificação da equipe
anestésica e do paciente; o horário de início e fim do procedimento cirúrgico; os
medicamentos ministrados; a descrição quanto às intercorrências cirúrgicas etc.
b) A consulta pré-anestésica é fundamental para evitar possíveis intercorrências e propiciar o
planejamento da anestesia. Caso não seja realizada da forma devida, poderá ser motivo de
responsabilização do anestesiologista por eventual dano causado ao paciente, considerando-
se a sua conduta como negligente. Daí a importância de registrar adequadamente a
estratificação do risco do paciente e da cirurgia; a avaliação das vias aéreas do paciente; o
período de jejum a ser guardado; as condições preexistentes; o histórico alérgico; os dados
antropométricos; o uso de próteses; as técnicas apropriadas para o procedimento etc.
c) O Termo de Consentimento Livre, Esclarecido e Informado vai além da mera notícia ao
paciente do tratamento a ser empregado. É necessário que a informação transmitida seja
simplificada para o entendimento do leigo, em razão da tecnicidade característica da
especialidade. Procedimentos médicos podem ser mal compreendidos pelo paciente e não é
raro existirem processos judiciais em que a única reclamação do paciente é o fato de não ter
sido devidamente esclarecido quanto aos riscos inerentes ao procedimento. Os pacientes
alegam que, se soubessem, não teriam consentido com o tratamento. Assim, a doutrina prevê
como requisitos mínimos a constar do termo: “A informação fornecida pelo médico deve ter
como escopo básico o alcance da autodeterminação esclarecida do paciente. Assim, deve ter,
no mínimo, os seguintes requisitos: diagnóstico, prognóstico possível para cada tipo de
tratamento, opções terapêuticas padrão e alternativas, riscos, complicações, vantagens e
desvantagens.” (BARROS JÚNIOR, 2011)

Portanto, não se tratando de procedimento urgente ou emergencial, o anestesiologista deve


especificar, no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os riscos que foram informados
ao paciente, para eximir-se da responsabilidade decorrente de alegações quanto à ausência de
informação.
d) O acompanhamento do paciente: deverá o médico anestesiologista acompanhar a
transferência do paciente tanto para a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) quanto para
o centro de terapia intensiva (CTI), quando for o caso.
e) A sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) deverá possuir os equipamentos mínimos
para a monitoração e os cuidados do paciente, além de um médico responsável pelo setor.
Caso inexista um plantonista responsável pela SRPA, é dever do anestesiologista que realizou o
procedimento permanecer com o paciente até a sua alta e transferência aos cuidados do
médico assistente. Grande número de intercorrências se dá no momento da recuperação pós-
anestésica. Por essa razão, é vital que sempre esteja presente o anestesiologista quando não
houver médico plantonista na SRPA, sob pena de restar configurado o abandono e a
desassistência do paciente. Nesse ponto, se faz necessário salientar ser expressamente
proibida a transferência de paciente para a equipe de enfermagem da SRPA. Comprovar que
estava presente e, portanto, fez todo o necessário no acompanhamento do paciente pode
escusar o médico de culpa, em caso de dano decorrente de evento adverso ocorrido na SRPA,
em eventual ação judicial promovida pelo paciente.

f) A vigilância permanente e a vedação de anestesias simultâneas são exigências da


Resolução CFM nº 2.174/2017. A vigilância permanente diz respeito à permanência do
anestesiologista durante todo o procedimento cirúrgico, até a alta da SRPA ou a transferência
do paciente para o plantonista da SRPA. No mesmo sentido, é vedada a realização simultânea
de anestesias em dois ou mais pacientes, uma vez que toda a atenção do médico
anestesiologista deverá estar voltada para a manutenção da vida de um único paciente por
vez, não sendo possível que um mesmo anestesiologista execute várias anestesias em diversos
pacientes e continue monitorando-os de maneira plena e eficaz. Tal atitude é, inclusive,
considerada infração ética, passível das já citadas sanções administrativas, podendo configurar
ato ilícito e conduta penalmente tipificada.
g) A aferição prévia de equipamentos e medicações é dever que incumbe ao anestesiologista,
cabendo-lhe, inclusive, suspender procedimentos caso não existam condições técnicas
mínimas e obrigatórias de segurança para a condução do ato anestésico. Em vista disso, é
fundamental que, antes mesmo de ministrar a medicação pré-anestésica, faça-se o
levantamento de equipamentos e medicações que serão obrigatórios e necessários para o ato,
e não prossiga o profissional com a anestesia caso estes não estejam disponíveis. Ante a
ausência de alguma medicação ou equipamento obrigatório, deverá o anestesiologista
suspender o procedimento e comunicar ao diretor técnico da instituição o ocorrido, bem como
requerer providências, devendo realizar a anotação de todas as irregularidades na ficha
anestésica.
Entretanto, se notada a ausência de tais equipamentos e medicações, mas o caso for de
urgência ou emergência, o procedimento deverá ser realizado nas condições em que se
encontrar o centro cirúrgico, senão vejamos o inciso VI do art. 1º da Resolução CFM nº
2.174/2017:
“VI - Caso o médico anestesista responsável verifique não existirem as condições
mínimas de
segurança para a prática do ato anestésico, pode ele suspender a realização do
procedimento até
que tais inconformidades sejam sanadas, salvo em casos de urgência ou emergência,
nos quais o
atraso no procedimento acarretará maiores riscos ao paciente do que a realização do
ato anestésico
em condições não satisfatórias. Em qualquer uma dessas situações, deverá o médico
anestesista
responsável registrar no prontuário médico e informar o ocorrido por escrito ao
diretor
técnico da instituição e, se necessário, à Comissão de Ética Médica ou ao Conselho
Regional de
Medicina (CRM).” (Art. 1º, da Resolução CFM nº 2.174, de 14 de dezembro de 2017)

Ressalta-se, ainda, que, nesses casos, deve o médico anestesiologista anotar, de forma
pormenorizada, na ficha anestésica do paciente, o motivo pelo qual realizou o procedimento
anestésico mesmo não estando presentes as condições mínimas de segurança obrigatórias
para a anestesia.

BIOÉTICA E SEUS PRINCÍPIOS


1-PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA: refere-se à necessidade/ obrigação de maximizar o benefício
ao paciente diminuindo o risco de eventual prejuízo. O princípio da beneficência não diz
exatamente como distribuir o bem e o mal, só impõe promover o primeiro evitando o
segundo. Havendo exigências conflitantes do ponto de vista ético, deve-se dar mais ênfase ao
bem em detrimento do mal. Mas o princípio da beneficência não é absoluto, e seus limites
encontram-se no direito autônomo dos indivíduos em decidir o que entendem por seu bem, o
que lhes convém. O princípio da beneficência exige sempre uma ação, seja para promover o
bem, ou ainda, para prevenir e eliminar danos, e dele decorre um procedimento corriqueiro
aos anestesiologistas: a avaliação do risco/benefício de cada um de seus atos

2-PRINCÍPIO DA NÃO-MALEFICÊNCIA: este exige uma abstenção, que sejam evitados atos
nocivos ao paciente. Sua base filosófica é muito mais abrangente que a do princípio da
beneficência, pois não causar dano é uma noção comum a todas as pessoas e é devida a todos
os indivíduos indiscriminadamente. O princípio da não-maleficência é muito arraigado à
prática da Medicina e está contido até mesmo no juramento de Hipócrates: “Aplicarei o
regime para o bem dos doentes, segundo o meu saber e a minha razão e nunca para prejudicar
ou fazer o mal a quem quer que seja. A ninguém darei, para agradar, remédio mortal nem
conselho que o induza à destruição. Na casa onde eu for, entrarei apenas para o bem do
doente, abstendo-me de qualquer mal voluntário...”

3-PRINCÍPIO DO RESPEITO À AUTONOMIA E O CONSENTIMENTO INFORMADO: Autonomia


quer dizer autodeterminação, a capacidade e o direito que o indivíduo tem para decidir e
escolher o que lhe convém, o que julga ser melhor para si mesmo, para decidir seu destino
segundo suas concepções e sem influências, não tendo que obedecer ou aceitar,
obrigatoriamente, concepções de terceiros, no caso, dos médicos. Este principio também o
responsável pela introdução, e a tão discutida noção da obrigatoriedade e interesse entre os
médicos, da obtenção do “consentimento livre e esclarecido” do paciente para a realização de
atos médicos, entre eles a anestesia. A noção de autonomia esbarra frontalmente com a
concepção hipocrática da Medicina de “fazer o bem e cuidar do paciente” com base no saber e
na razão do profissional de saúde unicamente, sem considerar o desejo do paciente. A
conquista do respeito à autonomia é um fenômeno bastante recente que vem, pouco a pouco,
tomando preponderância com relação ao princípio da beneficência 20. Em países mais
evoluídos se paciente Testemunha de Jeová recusa transfusão sangüínea, esta não será
realizada em hipótese alguma em respeito ao seu direito à autonomia. O médico pode exercer
persuasão, mas jamais coação, manipulação de informações ou imposição unilateral de
condutas. O consentimento livre e esclarecido já foi incorporado às normas deontológicas do
atual CEM que data de 1988, pois este considera infração ética:
 art. 46: “Efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o
consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente
perigo de vida”.
 art. 48: “Exercer sua autoridade de maneira a limitar o direito do paciente de decidir
livremente sobre a sua pessoa ou seu bem-estar”.
 art. 56: “Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução e
práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de vida”.

A legislação civil pátria também já tornou legal a exigência ética do consentimento informado:
 art. 147 do Código Civil: “Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de
uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado”.
 art. 14 Código de Defesa do Consumidor (lei 8.078/90): “O fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

Mas o direito à autonomia tem limites, não é absoluto, seu limite deve ser dado pelo
respeito à dignidade e à liberdade e direitos dos outros e da coletividade.
 Um chefe de estado não pode, por exemplo, recusar uma transfusão que poderia
salvar sua vida por motivos de consciência, pois esse seu direito esbarra,
anteriormente, no direito de todos os cidadãos que o elegeram, de terem-no como
governante.
 Quando a autonomia de alguém, permanente ou temporariamente, como no caso de
uma anestesia, encontrar-se reduzida, eticamente devem prevalecer os princípios da
beneficência e da não-maleficência.
 No curso de uma anestesia, se o paciente anteriormente recusa uma transfusão
sangüínea em ato para o qual, a priori, não seria ela necessária, mas por um acidente
vem a ter uma hemorragia maciça. a legislação atual impede o médico da satisfação
dessa autonomia do paciente, devido do interesse coletivo de preservação de bem
maior, no caso a vida.
 Para os adolescentes, embora ainda com algumas dificuldades, a idéia de autonomia
têm sido preconizada com base na noção de “maioridade sanitária”, ou seja, na
capacidade de decisão que o jovem implicado tem. Segundo o Estatuto da Criança e do
Adolescente, estes últimos estão entre aqueles com 12 anos e 18 anos incompletos. O
CEM incorporou, veladamente, a noção de maioridade sanitária em seu art. 103 que
diz: “É vedado ao médico revelar segredo profissional referente a paciente menor de
idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha
capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para
solucioná-lo, salvo quando a não-revelação possa acarretar danos ao paciente”. Apesar
disso, no caso de adolescentes, médicos têm ainda muita relutância e tendem ainda a
se guiar mais por parâmetros legais.

4- PRINCÍPIO DA JUSTIÇA: ESTE principio estabelece como condição fundamental a busca da


eqüidade, ou seja, a obrigação de prestar cuidados de saúde a cada paciente conforme o que é
moralmente correto, adequado, e dar a cada um o que lhe é eticamente devido. O médico
deverá atuar com imparcialidade, tratando a todos igualmente, evitando que fatores sociais,
culturais, religiosos, financeiros ou outros interfiram na relação médico-paciente. Os médicos
devem lutar para que os recursos à saúde sejam eqüitativamente distribuídos com o objetivo
primário de alcançar, com melhor eficácia, a universalidade dos pacientes. O anestesiologista
não deve distinguir ou realizar uma anestesia com fármacos, técnicas ou padrões de
monitorização diferentes segundo a classe social do seu paciente ou o seu plano de saúde, a
boa anestesia é a mesma para todos. Mas falar em justiça em saúde num país com as
desigualdades sócio-econômicas como o nosso é complexo;
DOCUMENTAÇÃO
1-PRONTUARIO: Quanto à prática da anestesia, a Resolução Normativa 1802/2006, do
Conselho Federal de Medicina44 , em seu artigo 1º, disciplina a documentação mínima:
1. Ficha de avaliação pré-anestésica, incluindo:
 identificação do anestesiologista;
 identificação do paciente;
 dados antropométricos;
 antecedentes pessoais e familiares; e. exame físico, incluindo avaliação das vias
aéreas;
 diagnóstico cirúrgico e doenças associadas;
 tratamento (incluindo fármacos de uso atual ou recente);
 jejum pré-operatório;
 resultados dos exames complementares eventualmente solicitados e opinião de
outros especialistas, se for o caso;
 estado físico;
 K. prescrição pré-anestésica;
 l. consentimento informado específico para a anestesia.
2. Ficha de anestesia, incluindo:
 identificação do(s) anestesiologista(s) responsável(is) e, se for o caso, registro do
momento de transferência de responsabilidade durante o procedimento;
 identificação do paciente;
 início e término do procedimento;
 técnica de anestesia empregada;
 recursos de monitoração adotados;
 registro da oxigenação, gás carbônico expirado final (nas situações em que foi
utilizado), pressão arterial e frequência cardíaca a intervalos não superiores a 10
minutos;
 soluções e fármacos administrados (momento de administração, via e dose);
 intercorrências e eventos adversos associados ou não à anestesia.
3. Ficha de recuperação pós-anestésica, incluindo:
a. identificação do(s) anestesiologista(s) responsável(is) e, se for o caso, registro do momento
de transferência de responsabilidade durante o internamento na sala de recuperação pós-
anestésica;
b. identificação do paciente;
c. momentos da admissão e da alta;
d. recursos de monitoração adotados;
e. registro da consciência, pressão arterial, frequência cardíaca, oxigenação, atividade motora
e intensidade da dor a intervalos não superiores a 15 minutos;
f. soluções e fármacos administrados (momento de administração, via e dose);
g. intercorrências e eventos adversos associados ou não à anestesia.
O(prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preservação dos
prontuários dos pacientes em suporte de papel que não foram arquivados eletronicamente em
meio óptico, microfilmado ou digitalizado)

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