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JUIZ(A) DE
DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE xxxxxxxxxxxxxxx
PRELIMINARMENTE
Nos termos do art. 14 §1º, da Lei 5584/1970, das Leis 1060/1950 e 7115/1983, bem
como do art. 5º, inciso LXXIV da CF/88, o presente demandante declara para os devidos fins e sob
as penas da lei, não ter como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais sem
prejuízo de seu sustento. Perceba Emérito Julgador que o autor, é usuário de Drogas e seu genitor,
autor deste processo, já vem arcando com uma despesa muito alta com o mesmo e o plano de saúde
nunca sequer arcou com nada, não tendo condições de suportar mais um ônus, pelo menos em
princípio, requerendo desde já assistência judiciária gratuita.
DA AÇÃO DE INTERDIÇÃO
Há uma ação de interdição, onde requer a interdição da Srª xxxxxxxxx, nomeando
assim o seu curador o seu esposo autor desta demanda, nos autos do processo de número
xxxxxxxxxxxx em tramite na xxª Vara Cível desta Capital. Informa que o processo fora disitribuído
recentemente, sendo assim, não houve ainda o despacho nomeando o Sr xxxxxxxxxxxx, esposo da
interditada, como seu curador.
Contudo, como existe a urgência, nesta demanda, requerer que seja o Sr xxxxxxxx,
desde já, reconhecido como seu curador devido a urgência que o caso requer.
DOS FATOS
A medida judicial ora impetrada visa a proteger direito inconteste da parte autora,
consubstanciando-se na utilização de assistência médica – hospitalar e auxiliares de diagnóstico e
terapia, objeto do contrato firmado com a parte demandada, através de contrato elaborado
unilateralmente pela empresa RÉ, sem que fosse dado ao autor o direito de discuti-las previamente,
como de praxe o são os contratos desta natureza. Vale ressaltar que desde o início da vigência do
presente contrato em nenhum momento deixou a autora de cumprir com a sua parte na avença,
conforme prova nos comprovantes de pagamentos que seguirão em anexo. Desta forma, não deu a
autora qualquer motivo para que a empresa ré limitasse o seus direito de consumidor/usuário,
tampouco ocorreu qualquer ruptura no referido pacto ou interrupção parcial motivada pelo mesmo.
Ocorre que a primeira autora sempre gozou de boa saúde, toda vida, meses atrás, foi
descoberto que usava drogas lícitas e ilícitas e começou a agir de forma anormal, sendo isso
percebido pelos seus familiares. Assim, foi descoberto que a mesma estava sendo usuária de drogas,
maconha, cocaína, craque e desencadeou uma reação em seu corpo que o mesmo teve que ser
internada, corria risco de morte se continuasse daquela forma.
Assim, ao usar várias drogas de forma incessante, começou a peleja de seus familiares,
por tomar ciência através de laudos médicos e exames que sua filha estava totalmente dependente da
droga. Nesse passo, começou a ter comportamentos agressivos, sempre bastante ansiosa e inquieta,
perdendo consequentemente o interesse pelos estudos, e trabalho abandonando toda sua vida
consumindo a maior parte do tempo drogas.
Diante disso, no dia xxxxxxxxxx chegou em casa, totalmente agitada, sem saber seus
familiares lhe interrogaram e ela disse, confessando, que usou drogas a noite inteira, e começou a
quebrar as coisas dentro de casa procurando e pedindo dinheiro para voltar e consumir mais crack.
A família, entrou em contato com o plano de saúde demandado, e o mesmo indicou
algumas clínicas para que a mesma fosse internada. Após entrar em contato com essas clínicas
conveniadas a rede foi informado que TODAS, só fazem internações voluntárias, ou seja, o paciente
tem que querer se tratar.
Assim sendo, a família através da internet descobriu uma clínica apta para realizar o
devido tratamento da autora e decidiu, em caráter de urgência, internar a primeira demandante no dia
xxxxx, na CLÍNICA TERAPEUTICA xxxxxx, para tratamento de DEPENDENCIA QUÍMICA,
tendo em vista ser a única clinica que aceitou o internamento da primeira autora e a única que
oferece um tratamento multidisciplinar especializado no tratamento de Dependentes Químicos, pois
a mesma foi internada na forma INVOLUNTÁRIA por conta do uso abusivo das drogas.
Vale ressaltar que a internação é na forma involuntária, tendo em vista que a mesma
não quer se tratar não quer ser internada não quer nada que lhe traga benefício, apenas usar drogas.
Inclusive a parte autora, no mesmo dia da internação, solicitou em caráter de
urgência a autorização da sua internação junto ao plano de saúde com a clínica que sua esposa
estava internada, tendo em vista ser esta a única clínica que aceita o tratamento de urgência na
forma involuntária oferecendo tal tratamento devidamente capacitado.
Após receber a resposta do requerimento, o mesmo informou resolver este impasse de
forma administrativa, inclusive, foi gerada grande expectativa na família da autora, que acreditava
que a demandada iria custear o devido tratamento da autora, entretanto, absurdamente, somente no
presente momento foi respondido que a demandada não arcaria com nada, tendo em vista que a
clínica em comento não é conveniada e só pode autorizar internamentos em clínicas conveniadas da
rede.
Mas também não informou nenhuma Clínica Credenciada que suportasse o ônus de sua
internação, diga-se de passagem que a mesma se dá na forma involuntária.
Ademais, vale ressaltar que a família enviou um telegrama para a demandada,
conforme documento em anexo, requerendo o devido custeio do tratamento da autora na clínica que
encontra-se internada, no entanto, até o presente momento a demandada não se manifestou.
Assim, até o presente momento, a autora está internada na clínica acima
mencionada, mas não houve sequer nem uma informação do plano e, por conta dos termos
assinado entre a família e a Clínica em que encontra-se internada a autora, irá vencer um mês
de pagamento e o mesmo não será efetuado. Com isso o tratamento será suspenso, pois não
será pago.
Pasme Excelência, uma dependente químico compulsiva, comprovado com laudo
médico e o plano de saúde demandado, o responsável contratual pela “saúde” da autora,
apenas informa que não tem nenhuma clínica credenciada para oferecer o tratamento da
doença grave que a autora se encontra.
Com a devida Vênia é um absurdo essa informação, é contra até mesmo o
entendimento jurisprudencial que será analisar logo abaixo e o entendimento sumulado.
A família está abalada, e sem saber o que fazer, tendo em vista que não tem condições
de arcar com as despesas de sua internação e mesmo se tivesse não seria correto, por está adimplente
com o plano de saúde demandado e não ter dado causa alguma para uma limitação como esta.
Com isso, a autor está em abstinência total das drogas sob forte esquema
medicamentoso prescrito por médico psiquiatra, totalmente “dopada”, pois tentou se matar quando
chegou a clínica devido ao seu quadro clínico.
Após ser internada na CLÍNICA TERAPEUTICA xxxxx, a Drª xxxxxxxx, devido a
urgência que o caso requer, expediu o laudo que segue em anexo.
Por oportuno, é de se destacar que a paciente está internada na Clinica Terapêutica
xxxxxx, situada na xxxxxxxxxxxxx, vez que foi a única clínica que aceitou o internamento da
primeira demandante.
Ademais, insta informar que a médica psiquiatra requereu a internação dela em caráter
de urgência, por correr risco de morte por um período não superior a 180 dias, contudo após analisar
a informação o demandado nem sequer enviou um expert para avaliar e emitir um novo laudo para o
autor, simplesmente não autorizou sua internação, que é o mais absurdo.
Assim, no dia xxxxxx completará um mês e não haverá o pagamento pela sua
internação do plano de saúde demandado. E com isso o tratamento será suspenso por inadimplência,
ocorrendo assim uma suspensão no tratamento do autor, fato este que colocará em cheque tudo que
foi criado em seu tratamento até a presente data.
Diante de todo o exposto, a operadora ré deverá ser compelida a arcar com todas as
despesas inerentes ao INTERNAMENTO DA 1° AUTORA NA CLÍNICA TERAPEUTICA xxxx,
onde a mesma já se encontra, devido à gravidade do quadro clínico da paciente, porquanto é uma
DEPENDENTE DE DROGA e, EVIDENTEMENTE, NÃO CONSEGUE PARAR, VISTO
QUE QUANDO NÃO INGERE AS DROGAS SEU HUMOR FICA ALTERADO,
CORRENDO RISCO, INCLUSIVE, DE MORTE.
Resta, portanto, induvidosa a atitude NEGLIGENTE com que agiu a Ré, ao não
autorizar sua internação, uma vez que o autor encontra-se com todas as mensalidades devidamente
pagas, ademais, encontrando-se em estado de urgência, causando prejuízos de ordem psicológica e
financeira de grande monta ao mesmo.
Nesse passo, acrescente-se o RISCO IMINENTE, o que não se espera, de ter
interrompido um tratamento crucial para sua recuperação, que seria de isolamento e tratamento com
medicamentos, assistidos por profissionais que ajudem na recuperação do paciente, ora pleiteante.
Ora, Excelência, é direito inconteste e constitucional de qualquer ser humano,
principalmente, porque não dispõe as autoras de recursos suficientes para pagar esse internamento,
sem qualquer limitação, restrição ou exclusão, medida esta que pleiteiam os autores junto ao Poder
Judiciário como única via restante, respaldo na garantia digna e integridade do bem maior de todo
ordenamento jurídico que é a VIDA, até seu completo restabelecimento e poder voltar ao seio
familiar e da sociedade.
Portanto, após reiteradas súplicas e apelos de toda família, provocando, inclusive,
comoção de toda família do autor, restou a parte demandante pleitear a Tutela Jurisdicional, através
do Poder Judiciário, revestido em Vossa Excelência, para que seja feita a Justiça!
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
Diante de tudo o que acima se expôs, cumpre seja concedida, inaudita altera pars, em
caráter de urgência, MEDIDA LIMINAR a título de antecipação da tutela pleiteada, para
determinar seja a Ré compelida a arcar com todas as despesas ao internamento da autora NA
CLÍNICA TERAPEUTICA xxxxxxxxxx, EM FACE DE SUA PATOLOGIA DE INGESTÃO
COMPULSIVA DE DROGA, como já foi explicitado de forma exaustiva anteriormente, tendo em
vista ser a autora credenciado com o demandado e está adimplente e a clínica que o mesmo se
encontra ser também credenciada com a demandada.
Dispõe, ainda, o CDC, em seu art. 84, parágrafo 3º, que:
Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o
Juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
(...)
§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia
do provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu.
Idêntica disposição encontra no Código de Processo Civil, art. 461, parágrafo 3º, que
disciplina de forma idêntica a questão, exigindo apenas, para a concessão da tutela antecipada, a
presença da relevância do fundamento, além de justificado receio de ineficácia do provimento
final, nos termos:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
mediante justificação
DO DIREITO
Cientificamente, não existem mais dúvidas de que o vício em drogas é uma doença. Os
mais renomados especialistas concordam, afirmando que se trata de uma doença crônica do cérebro,
e não um simples desvio de caráter ou fraqueza moral, como já se cogitou. Da mesma forma, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o vício em drogas como uma disfunção cerebral,
como distúrbio neurológico, dando, portanto, caráter patológico a ele.
No entanto, antes da entrada em vigor da Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98), era
comum a negativa de tratamento dessa enfermidade sob a alegação de falta de cobertura contratual.
Na verdade, poucos planos de saúde cobriam procedimentos psiquiátricos. Em função disso, os
pacientes com transtornos mentais, inclusive os dependentes químicos (alcoólatras e viciados em
drogas), não tinham acesso ao tratamento básico de saúde mental.
Contudo, após a vigência da Lei, passou a ser obrigatório o atendimento a portadores
de transtornos mentais, inclusive nos casos de intoxicação ou abstinência provocadas por alcoolismo,
drogas ou outras formas de dependência química. Tal informação pode ser extraída do guia de
cobertura assistencial elaborado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ao prever que
dentre as principais inovações trazidas pela Lei 9.656/98, está "o atendimento a portadores de
transtornos mentais, inclusive nos casos de intoxicação ou abstinência provocadas por alcoolismo ou
outras formas de dependência química.
De acordo com a regulamentação da ANS, a internação, sem limite de tempo, é um
direito de quem contrata um plano de saúde, desde que seja uma prescrição médica.
A Resolução Normativa da ANS[3]nº. 211/2010, aduz em seu art. 4º, § único:
"Art. 4º (...)
Parágrafo único. Os procedimentos listados nesta Resolução Normativa e no seu Anexo serão de
cobertura obrigatória quando solicitados pelo médico assistente, conforme disposto no artigo 12
da Lei nº 9.656 de 1998, com exceção dos procedimentos odontológicos e dos procedimentos
vinculados aos de natureza odontológica - aqueles executados por cirurgião-dentista ou os
recursos, exames e técnicas auxiliares necessários ao diagnóstico, tratamento e prognóstico
odontológicos - que poderão ser solicitados ou executados diretamente pelo cirurgião dentista.”
Em complemento, o art. 9º da mesma resolução afirma:
"Art. 9º A atenção prestada aos portadores de transtornos mentais deverá priorizar o
atendimento ambulatorial e em consultórios, utilizando a internação psiquiátrica apenas
como último recurso terapêutico e sempre que houver indicação do médico assistente."
Uma pesquisa americana revelou que 50% dos dependentes químicos apresentam
algum tipo de transtorno mental, sendo o mais comum deles a depressão. Em razão dos distúrbios
causados pelas drogas e pelo álcool a maioria dos dependentes não consegue entender a gravidade e
a nocividade de seu comportamento para si mesmo e para os que o cercam. Essa desorientação
desemboca, quase sempre, em violência e em grandes tragédias familiares.
In casu, SALTA AOS OLHOS que o médico assistente Drª xxxxxxxxx afirmou que a
primeira demandante necessita permanecer internada por tempo indeterminado.
Todos os tratamentos relacionados com as doenças classificadas pela OMS devem
merecer tratamento integral, ressalvados, basicamente os casos de procedimentos estéticos,
órteses ou próteses, inseminação artificial, fornecimento de medicamentos importados experimentais
e procedimentos odontológicos. No seu artigo 35, a referida Lei mandou aplicar suas disposições a
todos os contratos celebrados depois de sua vigência, estabelecendo às operadoras legalizadas um
prazo de 90 dias para adaptarem os planos e seguros novos às suas disposições (par. 1º).
Ora, Douto Magistrado, é sabido que a estipulação de cobertura para internações de
urgências mostra-se abusiva e causadora de desequilíbrio na relação contratual. A previsão de
cobertura, alcance e exclusões contradiz a mencionada cláusula e coloca em desvantagem o
consumidor, caracterizando desequilíbrio contratual que não pode operar em seu desfavor.
DO ENTENDIMENTO DO STJ
O entendimento sumulado sobre o referido tema, que diz:
SÚMULA 302 STJ - "É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a
internação hospitalar do segurado.
Ademais, o Enunciado 23 do Conselho da Justiça Federal cita que a autonomia
contratual não pode prevalecer diante de um interessa maior, relacionado com a vida e com as
integridades físicas do segurado, direitos da personalidade relacionados com a dignidade humana.
Assim, diante do exposto, não poderia o demandado, alegar conforme termos em anexo
pg 11 que os transtornos psiquiátricos as internações só poderão se dá por 30 dias.
Debate-se em todos os meios de comunicação sobre formas e procedimentos para
coibir o uso das drogas e diante de tudo isso, a cobertura contratual que o autor tem para assegurar-
lhe a saúde e a vida, não quer arcar com as despesas inerentes e sua saúde e sua vida, indo contra o
próprio princípio contratual. Gerando na família da autora, um sentimento de impunidade pela sua
hiposuficiência diante da magnitude que é o Plano de Saúde ora demandado, recorrendo assim a
Vossa Excelência com o intuito de encontrar justiça.
DO DANO MORAL
Por todo acima narrado, restou evidenciado a omissão da empresa ré, violando o direito
líquido e certo da parte autora, transgredindo, desta feita, a regra contida no art. 186, caput do
Código Civil, ficando obrigado pela reparação do dano.
"AQUELE QUE, POR AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA, NEGLIGÊNCIA , OU
IMPRUDÊNCIA, VIOLAR DIREITO, OU CAUSAR PREJUÍZO A OUTREM FICA
OBRIGADO
A REPARAR O DANO."
De mais a mais, com a devida vênia, é imperioso transcrever o entendimento pacífico,
sobre a matéria em tela, no Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
A jurisprudência do STJ se orienta no sentido de proporcionar ao consumidor o tratamento
mais moderno e adequado, em substituição ao procedimento obsoleto previsto especificamente no contrato. A
interpretação das cláusulas contratuais deve favorecer a extensão dos direitos do consumidor. – É evidente o
dano moral sofrido por aquele que, em momento delicado de necessidade, vê negada a cobertura médica
esperada. Precedentes do STJ. Recurso especial provido. (REsp 1106789/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, j.:15/10/2009, DJe 18/11/2009)
Portanto, por todo acima expendido, requer a parte autora que o requerido seja
condenado a lhe pagar, a título de indenização por danos morais, a quantia não inferior a R$
5.000,00 (cinco mil reais), arbitrando em caráter, não só para efeitos de reparação do prejuízo, mas
também sob o cunho de caráter punitivo ou sancionário, preventivo e repressor.
DAS PROVAS
A parte autora protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
permitidos, inclusive com a inversão do ônus da prova (art. 6º, II, do CDC), sobretudo juntada
superveniente de documentos, depoimento pessoal da parte e oitiva de testemunhas a serem
oportunamente arroladas, prova que, desde logo, ficam requeridas.
IV - DOS PEDIDOS
Tendo em vista os fatos articulados e a GARANTIA CONSTITUCIONAL À VIDA,
requer a parte autora:
1) Seja, no intuito de se evitar prejuízos irreparáveis à parte requerente, em liminar
inaudita altera pars, conceder a tutela de urgência pleiteada para assegurar e determinar que a Ré
seja compelida a pagar todas as despesas provenientes da internação da parte autora na CLÍNICA
TERAPEUTICA xxxx, ONDE A MESMA JÁ SE ENCONTRA DESDE O DIA xxxx, devido à
gravidade do quadro clínico, porquanto, é uma DEPENDENTE DE DROGA E,
EVIDENTEMENTE, NÃO CONSEGUE PARAR, para desintoxicação ou abstinência de
dependência química, até seu completo restabelecimento e que TODO ESSE PAGAMENTO
SEJA FEITO A CLÍNICA TERAPÉUTICA xxxxxx, estabelecida na Rua xxxxxxxx,
REQUERENDO DESDE JÁ QUE A REFERIDA CLINICA SEJA OFICIADA PARA MANTER A
AUTORA, não podendo em hipótese alguma suspender o tratamento da autora.
2) Após a concessão da medida liminar pleiteada, requer a parte autora que Vossa
Excelência, a citação da Operadora RÉ, para que, querendo, conteste a presente no prazo legal, sob
as penas da lei;
3) Que Vossa Excelência, defira o pedido de justiça gratuita tendo em vista ser pobre
na forma da Lei e não ter condições de arcar, neste momento, com as custas processuais sem
prejuízo seu e de sua família. Todavia, se Vossa Excelência assim não entender, o que espera que
isso não aconteça, requer que Vossa Excelência, autorize o pagamento das custas processuais no
final do processo.
4) Determinar uma multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), para o caso
do não cumprimento da decisão judicial por parte da RÉ, nos exatos moldes do artigo 84, caput, c/c
§ 3º e 4º do Código de Defesa do Consumidor, forçando o mesmo a cumprir a decisão deste juízo
com eficácia em seu totalidade, bem como, artigo 297 CPC.
5) Seja a ação, no intuito JULGADA INTEGRALMENTE PROCEDENTE de se
ratificar a liminar ora requerida, garantindo-se o DIREITO À VIDA até a apreciação final;
6) Requer, ainda, a NULIDADE da cláusula do contrato sob comento, em face da
abusividade perante a lei, no tocante ao tratamento de desintoxicação ou abstinência de dependência
química, não sabendo especificar qual, porquanto, a cópia do contrato NUNCA não foi entregue pela
Estipulante;
7) E, também, que a Operadora Demandada seja compelida a CUSTEAR todo
tratamento do autor, até sua alta médica pagando mensalmente a Clínica Terapêutica xxxx;
8) Seja condenada a requerida ao pagamento a título de indenização por danos
morais, a quantia não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
9) Seja a requerida, condenada ao pagamento das custas e honorários advocatícios, à
base de 20% (vinte por cento), bem como todas as demais cominações legais que der causa;
10) Provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente
por intermédio da juntada de novos documentos, testemunhal, depoimento pessoal das partes e
pericial.
Medidas estas que pleiteia a parte autora junto ao Poder Judiciário como única
via restante para garantir a dignidade e integridade do bem maior que é a sua saúde e,
consequentemente, sua vida!!!
Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Nesses termos,
pede deferimento.
LOCAL, DATA
NOME DO ADVOGADO
OAB/