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Nívea Lemos
Mestranda em Novas Tecnologia Digitais na Educação - Unicarioca
Graduada em História. Especialista em Psicopedagogia e OE pela UFRRJ.
Designer Instrucional EaD pela UNIFEI. Tutora em EaD da UNISUAM e Senac Rio
Email: nivealemos@gmail.com
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No final dos anos 70, Popper (1978) já dizia que a realidade deveria ser muito mais
percebida como um sistema instável do que como uma nuvem. Sociedade do conhecimento é
também sociedade das possibilidades e da concepção de que informação e conhecimento são
circuláveis para todos os cantos do planeta e que o investimento na capacidade que a
tecnologia pode oferecer para este fim é uma certeza absoluta.
Na mesma direção já caminham as ideias de Lévy (1998), que aprofunda estudos sobre
a realidade virtual e procura demonstrar que todas estas interações foram possíveis pela
evolução e desdobramentos gerados a partir da cultura da informática, por isso, a chama de
Cibercultura.
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Lemos (2004) ao refletir sobre a Cibercultura mostra que ela potencializa tudo que já
era inerente à própria dinâmica cultural das sociedades, isto é, o compartilhamento, a
distribuição, a cooperação e a apropriação dos bens simbólicos. Um resgate da cultura da
troca e da cooperação, uma riqueza que deveria costurar as tramas culturais.
No Brasil, muitas instituições vêm procurando associar suas práticas aos avanços
tecnológicos e aos novos paradigmas educacionais, utilizando cada vez mais às ferramentas
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da web, não apenas para a democratização da educação e para a atualização, mas também
permitindo que o processo de ensino/aprendizagem não fique limitado apenas aos limites da
sala de aula. Segundo Moran (2001),
Este autor afirma que daqui em diante estaremos, cada vez mais, combinando cursos
presenciais com virtuais. Para ele, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente.
Uma parte dos cursos à distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial.
É importante, também, compreender que a EaD exige uma boa dedicação de tempo
por parte da equipe pedagógica e dos estudantes, tempo a ser considerado na íntegra. No
ensino presencial são computadas apenas as horas passadas em sala de aula ou nos
laboratórios. Para o sistema educacional vigente a medida é o tempo de sala de aula e não o
tempo de estudo ou de pesquisa de campo.
Do nosso ponto de vista, uma instituição de ensino deve sempre ser vista como um
lugar em movimento constante, um organismo vivo totalmente interligado e interdependente,
cuja capacidade de adaptação constante precisa estar em sintonia com sua vocação maior que
é a promoção de saberes transformadores. O tipo de competência que se pretende aqui
promover é aquele que reside na capacidade de extrair a informação que se encontra isolada
nos indivíduos e torná-la acessível, explícita, eficaz e válida para todos.
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De acordo com Silva (2004) a aprendizagem deve ser pessoal e intransferível e cada
um de nós possui uma possibilidade de construir seus próprios conhecimentos. Em sua visão,
a ideia de preparar o aluno para ser autônomo é uma proposta que deve ser levada em conta
para a definição do perfil do aluno que buscamos. Esta autonomia liberta o aluno da
dependência do professor e faz com que ele busque mais conhecer por sua própria iniciativa.
Nesse caso, o autor mostra em sua análise do componente saber fazer que é preciso
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autenticidade, motivação, aceitação do outro e empatia. Pontos fortes para que o aluno
aproveite bem essa modalidade de ensino. O aluno passa a ser sujeito de sua própria
aprendizagem.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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5. REFERÊNCIAS
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez. Brasília, DF:
MEC/UNESCO, 2003.
LEMOS, André. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 2 ed. Porto
Alegre, Sulina, 2004.
LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Tradução de Luiz Paulo
Rouanet. São Paulo: Ed. Loyola, 1998.
MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas:
Papirus, 2000.
SILVA, A. C. R. Educação a Distância e o seu Grande Desafio: o aluno como sujeito de sua
própria aprendizagem. 2004. Disponível em <http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012-
tc-a2.htm>. Acesso em 19/06/2017
TORRES, R. M. Tendências da formação de professores nos anos 90. In: WARDE, M. J. (org.).
Novas políticas educacionais: críticas e perspectivas. São Paulo: PUC São Paulo, 1998.
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