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I Educom Sul Desafios e Perspectivas
Gabriela ASSMANN2
Kalliandra Quevedo CONRAD3
Resumo
Palavras-chave
Considerações iniciais
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[...] Pois a maior influência que a mídia exerce sobre a política não é
proveniente do que é publicado, mas do que não o é, de tudo o que
permanece oculto, que passa despercebido. A atividade midiática
repousa sobre uma dicotomia: algo existe no pensamento do público
se está presente na mídia. O seu poder fundamental reside, portanto,
na sua capacidade de ocultar, de mascarar, de omitir (RAMONET; et.
al., 2007, p. 21).
E por fim, uma abordagem proposta pelos estudiosos da América Latina que
trata da gestão comunicativa, ou seja, a gestão da comunicação em espaços educativos.
Trata-se de um campo voltado para o planejamento e execução de
políticas de comunicação educativa, tendo como objetivo a criação e o
desenvolvimento de ecossistemas comunicativos mediados pelos
processos de comunicação e suas tecnologias. (SOARES, 2002, p. 24)
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para Oliveira (2001), este conceito está relacionado ao conceito de cidadania. Esta, só
pode ser construída pela educação dos sujeitos que, ao se conscientizem de seus direitos
e deveres podem participar dos processos comunicativos do qual fazem parte.
O papel de relações públicas diante das políticas públicas e da construção da
cidadania encontra-se nesse aspecto, já que as relações públicas adquirem
“uma função estratégica no assessoramento da integração de ações
voltadas a uma política social capaz de resolver e/ou amenizar os
alarmantes problemas de fome, miséria, discriminação, violência,
corrupção, desigualdade social, entre outros” (OLIVEIRA, 2001, p.
2).
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Conceito disponível no site da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria
www.ufsm.br/pre. Acessado em 10/05/2012.
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A oficina foi realizada nos meses de maio, junho e julho de 2010 na Escola
Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, localizada em Santa Maria – RS, no
bairro Santa Marta. Foi ministrada por Gabriela Assmann, Kalliandra Quevedo Conrad,
Rosiane Saldanha Rorato e Vanessa Carvalho de Silveira Guterres, acadêmicas do
quinto semestre do curso de Relações Públicas da UFSM.
A oficina é parte integrante do projeto de extensão Educação Com & Para
Mídia: uma prática de sustentabilidade social e política desenvolvido na Biblioteca
Pública de Santa Maria e na Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi sob a
coordenação da Prof.ª Rosane Rosa e Prof. Valmor Rhoden.
Havíamos estabelecido um cronograma e um plano de atividades que acabou
sendo todo readequado no momento em que chegamos à escola e encontramos somente
quatro alunos8. Nossa previsão era de trabalhar com cerca de quinze alunos. Em um
primeiro momento nos assustamos com a baixa procura da oficina, porém, discutimos a
proposta com os alunos participantes e percebemos que poderíamos adequar as
atividades e trabalhar de forma mais aproximativa.
Os encontros foram planejados com o objetivo não somente de desenvolver o
conhecimento sobre eventos e habilidades técnicas para a produção de eventos culturais,
mas, principalmente, desenvolver habilidades pessoais, como responsabilidade,
comprometimento, planejamento, organização, flexibilidade e criatividade. Para tanto,
as aulas foram planejadas visando atingir tais habilidades através de discussão do
conteúdo apresentado, abertura para questionamentos, distribuição de tarefas relativas à
Mostra das Oficinas, atividades práticas de cerimonial e protocolo e exercícios de
revisão, produção de release e avaliação.
Em conversas com os quatro alunos participantes discutimos sobre a
possibilidade de ao final da oficina realizarmos um evento para que eles pudessem
aplicar o que aprenderam. A partir do momento em que a ideia foi aprovada por eles
procuramos os Professores Coordenadores do projeto e também a Direção da escola
para tratar sobre essa possibilidade. Ficou definido, então, que seríamos responsáveis
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Havia cinco alunos inscritos. Quatro alunos participaram da oficina, sendo três deles – Carolina, Bruno e
Edileusa – da oitava série do Ensino Fundamental. A aluna Luana, estava na sexta série do Ensino
Fundamental e não compareceu na maior parte das atividades propostas.
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por organizar a Mostra das Oficinas, evento que teria por objetivo mostrar a
comunidade o que havia sido feito nas oficinas do projeto.
Sentimos que no momento em que definimos que a realização deste evento seria
nossa responsabilidade os alunos tiveram um aumento na motivação e no
comprometimento. Havia um mês e quinze dias para organizar o evento e eles se
sentiam responsáveis pelo sucesso da Mostra. Podíamos sentir, por meio das conversas
com eles, que não queriam decepcionar os professores e a comunidade local.
Desta maneira cada encontro era dividido em duas partes. Na primeira parte
passávamos um pouco de teoria sobre planejamento e organização de eventos e após o
intervalo repassávamos uma das etapas que precisavam ser organizadas para o evento.
Após determinarmos tudo que precisava ser organizado explicamos para eles
como cada coisa deveria ser feita e deixávamos com eles a tarefa de fazer, organizando
um checklist que continha os itens – tarefa; responsável e prazo. Nos dispomos a ajudar
com tudo que fosse necessário e ao final do prazo conferíamos o que estava feito.
Por termos pouco prazo algumas das ideias iniciais acabaram não dando certo,
como a ideia de buscar patrocínio para financiar algumas necessidades. Ainda assim,
fizemos junto com os alunos um plano de patrocínio, para que eles soubessem fazer
quando fosse necessário.
Pudemos por meio dessa oficina passar por todas as fases de um evento: pré-
evento; evento; pós-evento. No pré-evento ocorreu o contato com músicos, com os
colegas das outras oficinas, a busca de equipamento técnico, de decoração, o envio de
convites, plano de patrocínio, releases de divulgação para a imprensa, elaboração do
cerimonial dentre outros. Já no evento estávamos registrando os acontecimentos e
preparados para agir caso qualquer imprevisto acontecesse. Além disso, a aluna
Carolina foi a mestre de cerimônias. No pós-evento cuidamos da desmontagem do
palco, de devolver o equipamento técnico aos responsáveis e de agradecer aos músicos
que haviam tocado gratuitamente.
Enfrentamos algumas dificuldades como a intervenção de terceiros na
organização do evento, ainda que com intuito de ajudar, porém com a união da equipe
todas as dificuldades foram superadas e o evento teve um grande público que
permaneceu na escola por período de tempo maior que o previsto, o que nos permite
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avaliar que o evento agradou, principalmente pelas bandas que foram convidadas para
se apresentar.
Um dos nossos maiores trunfos durante o processo de organização do evento foi
os contatos que os alunos tinham com os membros da comunidade local. Por conta
destes contatos conseguimos equipamentos emprestados sem nenhum custo, bandas que
se apresentaram sem cobrar cachê e impressão dos convites a custo zero. Isto foi
fundamental tanto para a realização do evento quanto para os o cumprimento dos
objetivos do projeto. O fato de se sentirem úteis e importantes fez crescer a autoestima
dos alunos envolvidos.
Na conclusão da oficina foi realizada uma avaliação de maneira informal. Nos
reunimos com os alunos e demos espaço para que eles falassem o que haviam
aprendido, o que a oficina havia agregado a eles. Foi extremamente gratificante ouvir
que o retorno havia sido muito positivo e podia até ser notado no dia a dia deles, como
do aluno Bruno, por exemplo, que era muito tímido e após a oficina já estava mais
sociável.
Depois também pudemos relatar a eles nossa experiência e fazer uma auto-
avaliação, destacando como isso havia transformado nossa vivência e nosso olhar sobre
a profissão que escolhemos, atuando agora de uma maneira mais global e que valoriza a
questão comunitária.
Dessa forma, analisando o planejamento dos encontros, percebemos que, embora
tenhamos passado por dificuldades e adaptações, os objetivos de cronograma e conteúdo
foram cumpridos com sucesso e se refletem no aprendizado dos alunos e nos resultados
apresentados.
Resultados alcançados
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dizer que esse objetivo foi cumprido com êxito. Propiciar o aprendizado a alunos de
escola pública foi uma experiência única e diferente que fez com que saíssemos da
teoria para partilhar do conhecimento adquirido na prática. Assumir o papel ativo, de
produtores de conhecimento nos possibilitou ir além da técnica em planejar e organizar
eventos, mas também assumir uma postura madura, construindo o conhecimento e o
aprendizado juntos a cada aula, a capacidade crítica, a responsabilidade e o
comprometimento. Assim, a oficina foi uma oportunidade de superar desafios,
preconceitos e medos, e nos sentimos realizadas com o desenvolvimento e os resultados
do trabalho. Enfim, a Oficina de Eventos foi enriquecedora nos aspectos profissionais e
pessoais, atingindo os principais objetivos da profissão de Relações Públicas: construir
relacionamentos e buscar a compreensão mútua.
- Proporcionar o empoderamento comunicacional dos sujeitos envolvidos: pelos
relatos dos alunos e pelos resultado do evento realizado pela equipe entendemos que
conseguimos cumprir este objetivo. Os alunos sempre contavam com nossa ajuda, mas
grande parte das tarefas foram realizadas exclusivamente por eles. Conseguiram realizar
um evento bem sucedido, cumprindo as tarefas propostas em sua maioria com
resultados positivos. Além disso, pudemos perceber que ao final do processo eles
estavam mais pró-ativos, mais confiantes e mais responsáveis do que no início das
atividades. Por tudo isso entendemos que eles estão sim empoderados
comunicacionalmente.
- Integrar a Comunicação como uma ferramenta interdisciplinar capaz de
estimular não só a aprendizagem dos sujeitos, como também sua participação social e
política na comunidade: A organização da Mostra das Oficinas com o objetivo de
apresentar para a comunidade o trabalho realizado na Escola Augusto Ruschi foi
fundamental para o cumprimento deste objetivo. Ao proporcionar que os alunos
organizassem um evento comunitário utilizamos a comunicação como uma ferramenta
interdisciplinar com vistas a estimular a aprendizagem dos alunos e proporcionar a eles
uma participação real na comunidade em que residem e estudam.
Considerações finais
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Referências bibliográficas
CASTELLS, M. et. al. Caminhos para uma comunicação democrática. São Paulo: Instituto
Paulo Freire, 2007.
DEMO, Pedro. Política social, educação e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 2007. 10ª
edição.
SANTOS, B.S. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição
paradigmática. In: A crítica da Razão indolente: contra o desperdício da experiência. v1. 3ª ed.
São Paulo: Cortez, 2001.
SOARES, Donizete. Educomunicação – O que é isto? São Paulo: Instituto Gens de Educação e
Cultura, 2006.
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OLIVEIRA, M. J. C. O papel das relações públicas diante das políticas públicas. Disponível
em http://www.sinprorp.org.br/clipping/2007/169.htm
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