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METODOLOGIAS ATIVAS

Inez Rodrigues Alves1

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Licenciada em Ciências, Habilitação em Matemática, Especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e
Médio, e Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail:
inesrodrigues0755@gmail.com.
RESUMO

A proposta deste trabalho foi a de expor, analisar e refletir de maneira simples e sucinta acerca
das chamadas “metodologias ativas de aprendizagem”, considerando a prática educacional
brasileira e as revoluções tecnológicas globalizantes, na reelaboração e incorporação
democrática e planejada de novos currículos escolares. Ao longo do texto, busco enfatizar o
surgimento e consolidação do ensino à distância com o advento da pandemia da Covid-19 em
2020, que alterou grandemente o cenário educacional em todo o mundo.

Palavras-chave: Metodologias. Ensino. Aprendizagens. Tecnologias. Prática.

ABSTRACT

The purpose of this work was to expose, analyze and reflect in a simple and succinct way about
the so-called “active learning methodologies”, considering the Brazilian educational practice
and the globalizing technological revolutions, in the re-elaboration and democratic and planned
incorporation of new school curricula. Throughout the text, I seek to emphasize the emergence
and consolidation of distance learning with the advent of the Covid-19 pandemic in 2020, which
greatly changed the educational scenario around the world.

Keywords: Methodologies. Teaching. Apprenticeships. Technologies. Practice.


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1 Introdução

A partir do ano de 2020, o mundo testemunhou o desenrolar de uma das pandemias

globais mais devastadoras já vistas em toda a história, que teve impacto em praticamente todos

os aspectos da vida humana recente, sobretudo no âmbito das interações sociais, pois acabou

pressionando às pessoas a estabelecerem outras formas de se relacionar e de se portar

publicamente. Portanto, durante os anos de pandemia, as pessoas foram obrigadas a

reestabelecer novas formas de interação, lazer, entretenimento e trabalho.

Por conseguinte, de forma inegável, observam-se os graves impactos no campo

educacional brasileiro, uma vez que a pandemia teve como consequência mundial o fechamento

de inúmeras escolas e instituições de ensino em geral, pois a aglomeração de muitas pessoas

em um mesmo lugar era a principal causadora do contágio do vírus. Em suma, tendo como

ponto de partida as questões concernentes às chamadas “metodologias ativas de aprendizagem”,

buscarei refletir as graves transformações globais dos últimos anos, analisando as estratégias

encontradas para a viabilidade prática do ensino à distância, assim como o uso e a incorporação

de tecnologias digitais que facilitem a absorção do conhecimento.

Pensando sobre a noção de “sala de aula invertida”, enfatizo em meus escritos que os

estudantes não podem ser postos de fora da lógica de ensino e aprendizagem, como se fossem

autômatos aptos a receber dados, instruções e técnicas automatizadas. Ao contrário, considero

que os alunos são indivíduos com imensa capacidade de agência e autonomia, e que certamente

estão aptos a buscar outras fontes de informação confiáveis e acessíveis. Tomando como

reflexão a conjuntura educacional brasileira, meu objetivo geral consiste em abordar questões

relativas ao ambiente mais amplo das práticas e metodologias de ensino, destacando os

impactos das grandes transformações globais e lançando possíveis questionamentos sobre as

condições psicológicas reais de aprendizagem dos estudantes.


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2 Desenvolvimento

Em linhas gerais, as “metodologias ativas” são encaradas como uma nova maneira de

pensar o ensino tradicional, considerando que uma das diretrizes da Base Nacional Comum

Curricular (BNCC), que deve guiar o currículo de toda a Educação Básica brasileira, é

possibilitar que o aluno se torne protagonista de seu processo de ensino-aprendizagem,

aprendendo a pesquisar e investigar o mundo social por livre iniciativa. Portanto, compreendo

que as “metodologias ativas” funcionem como um caminho e método mais alternativo, capaz

de proporcionar aos estudantes ferramentas e condições essenciais, a fim de que eles consigam

moldar o seu próprio desenvolvimento educacional, escapando dos modelos de ensino

verticalizados e conservadores, em que os professores são os únicos detentores de todo o

conhecimento possível dentro da sala de aula.

Tendo como base analítica o estudo dos materiais fornecidos, observa-se que a

utilização de “metodologias ativas” em sala de aula, há alguns anos vem sendo difundido e

ganhando aceitação na sociedade. No entanto, considerando os impactos mundiais na educação,

como ressaltado no parágrafo anterior, o advento da Covid 19 trouxe a necessidade de

implantação de novas metodologias de ensino, capazes de atender as demandas educacionais

de forma eminentemente “híbrida”, alternando prática e teoria.

A partir do ano de 2020, nota-se que o isolamento global foi responsável por intensificar

o ensino à distância, produzindo um aceleramento de técnicas e metodologias que estivessem

centradas e alinhadas ao satisfatório desenvolvimento psicossocial dos estudantes,

aprofundando a inserção dos jovens em um mundo cada vez mais integrado, tecnológico e

virtualizado. Portanto, observa-se que os anos de pandemia trouxeram inúmeros desafios para

o campo educacional, forçando os professores e educadores a elaborar metodologias mais

dinâmicas e inovadoras, centradas na autonomia dos estudantes.


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Portanto, nota-se que as metodologias de ensino à distância acabaram dominando

inúmeras esferas educacionais, impactando na conduta de professores e alunos de maneira

generalizada. Por outro lado, ao longo desses anos foi possível constatar uma grande resistência

ideológica por parte de alguns setores políticos e sociais brasileiros. Tais setores pediam a volta

das atividades presenciais, disseminando a proliferação de notícias falsas e mentiras que

deturpavam os verdadeiros riscos causados pela Covid-19. Enquanto países de primeiro mundo,

como a Inglaterra, a França e a Alemanha, seguiam rígidas restrições sociais, a fim de amenizar

os impactos da pandemia, no Brasil vimos que o próprio presidente não apenas zombava das

mortes, como também incentivava a desinformação e a mentira, indo contra todas as diretrizes

globais para a erradicação rápida e eficaz do vírus.

As chamadas “metodologias ativas de aprendizagem” consistem em técnicas

pedagógicas fundamentadas em atividades de instrução, que possibilitem a inclusão de todos

os estudantes, impulsionando-os a se tornarem protagonistas no processo de construção do

próprio conhecimento e desenvolvimento de habilidades práticas variadas. Portanto, as

metodologias ativas costumam ser mais centradas no desenvolvimento de tais habilidades,

delineando abordagens mais flexíveis e menos voltadas para a transmissão automatizada das

informações. Atualmente, sabe-se que o chamado “ensino híbrido” é dominante, sobretudo no

que diz respeito às gerações mais recentes, em especial a “Geração Z”, que constitui um dos

grupos geracionais certamente mais interconectados de todos os tempos.

Cada vez mais é possível constatar que os estudantes costumam reconhecer novas

tecnologias como ferramentas e instrumentos capazes de intensificar as possibilidades de

inovação e eficácia informativa. A respeito de tais metodologias, vale ressaltar que o uso de

técnicas inovadoras, nitidamente diversificadas em relação aos conteúdos mais tradicionais,

começou a ser disseminado ainda numa época anterior a 2019. Portanto, observa-se que as
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“metodologias ativas” constituía uma parcela fundamental do vocabulário pedagógico antes

mesmo da Covid-19.

Observa-se que diversos pensadores da educação vêm demonstrando imensa

preocupação em formular conceitos e analisar diferentes modelos de ensino relacionados às

metodologias de Ensino a Distância (EaD), que se tornaram tão em voga a partir de 2020, com

o vertiginoso advento da pandemia de Covid-19. Portanto, com base em pesquisas e estudos

mais recentes, houve uma gradativa intensificação e inserção dos mecanismos necessários para

a implementação do Ensino a Distância nas instituições de ensino brasileiras, embora ainda

existam grandes carências. Sabe-se que muitas mudanças e transformações ocorreram de forma

bastante rápida e objetiva, sobretudo num contexto complexo de isolamento social em todo o

mundo. Em suma, observa-se que a efetiva incorporação de tecnologias para a viabilidade do

ensino à distância ocorreu de forma bastante direcionada.

Pode-se afirmar que as “metodologias ativas de aprendizagem” são formas de preparar

os estudantes para uma trajetória acadêmica, profissional e social satisfatórias, propiciando

métodos de encontrar e desenvolver ferramentas práticas que os auxiliem em situações de

dificuldades e desafios. Portanto, como constatado em inúmeros trabalhos científicos recentes,

as “tecnologias da informação e da comunicação” (TICS) se tornaram ferramentas

indispensáveis ao cotidiano de bilhões de indivíduos. Por outro lado, observando a presença de

um fenômeno cada vez mais massivo, nota-se que muitas abordagens pedagógicas vêm se

tornando radicalmente “tecnicistas”, numa tentativa de seguir as reviravoltas que influenciam e

alteram vários segmentos sociais brasileiros.

Considero que nas últimas décadas a educação tem se tornado excessivamente

racionalizada e informatizada: num fenômeno certamente impulsionado pela revolução digital

que se aperfeiçoa desde os anos de 1980, consolidando-se definitivamente ao longo dos anos

de 1990 e 2000, com a criação de grandes empresas de informática em todo mundo. Frente a
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tal realidade digitalizada, é cada vez mais necessário desenvolver metodologias e currículos

inovadores, centrados na formação de uma geração de estudantes mais crítica e interconectada.

Num contexto extremamente globalizante, relacionado a um amplo processo de transformação

social, compartilhamento de dados e expansão de grandes metrópoles e conglomerados urbanos

em todo o mundo, compreendo que uma educação inclusiva e de qualidade possibilita aos

jovens a devida compreensão da relevância dos saltos tecnológicos de sua geração histórico-

social, tornando-os conscientes de seu lugar individual e, sobretudo, coletivo.

Em suma, os jovens que tiveram uma educação voltada para a intensiva inserção no

universo digital, com o passar do tempo acabam se tornando aptos a compreender

acontecimentos regionais, nacionais e globais de uma perspectiva profundamente relacional,

humana e científica. Nos parâmetros tradicionais de ensino, as aulas expositivas costumam

colocar o educador como o único emanador de conhecimento legítimo e reconhecido, que

apenas está ministrando seus conteúdos, de modo que os alunos apenas absorvem tais conteúdos

de forma completamente apática.

Portanto, observa-se que as abordagens pedagógicas mais conservadoras acabam por

produzir maior desinteresse e dificuldade de assimilação de conhecimentos. Por outro lado, no

âmbito das “metodologias ativas de aprendizagem”, a prática docente é realizada mediante

estratégias que dinamizam conceitos diversificados e integrados à vida dos alunos; fixando os

conhecimentos de maneira repetida, embora explorando ao máximo todos os aspectos de

determinado objeto de estudo.

Na atualidade, o maior desafio dos educadores consiste em desenvolver alternativas

metodológicas inovadoras, com a incorporação de perspectivas que estejam, de fato, alinhadas

às recentes reviravoltas tecnológicas globais. Em um mundo transbordante de estímulos,

mostra-se urgente a transformação profunda do ambiente escolar, com centros de ensino mais

atrativos e criativos para jovens e adultos. Constata-se que as redes sociais têm se tornado um
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campo bastante centralizado na produção e reprodução massiva de dados: produtos, estilos de

vida, imagens, textos. Por fim, considero essencial que as metodologias ativas sejam

incorporadas aos currículos por parte dos educadores em seus distintos campos de agência,

realmente comprometidos com uma prática educacional interdisciplinar, versátil e reflexiva.

3 Conclusão

Em linhas gerais, o objetivo primordial das “metodologias ativas” é de que o

conhecimento possa se consolidar com eficácia nas mentes dos alunos, abrindo espaço para o

desenvolvimento de habilidades práticas em sala de aula. Nesse sentido, o professor se torna

um importante mediador no processo de aprendizagem: orientando e conduzindo os alunos na

solução de desafios e problemas lançados em sala de aula, auxiliando inclusive na elaboração

de conceitos e estimulando os trabalhos em equipe e outras competências. Portanto, tais

perspectivas tem como objetivo desenvolver qualidades nos estudantes, tornando-os

responsáveis, éticos e pacíficos. Portanto, os métodos de aprendizagens ativas representam uma

verdadeira alteração na relação tradicional entre professor e aluno, pois ambos são estimulados

a se anteciparem, adquirindo maior interação e independência, e participando dos processos

educacionais de forma ativa.

É preciso analisar o desenvolvimento de novos métodos, enfatizando a forma como estas

ferramentas de informação e compartilhamento impactam no ambiente doméstico, social e

escolar de inúmeros estudantes. Considero um desafio instigante para os educadores

estabelecerem conexões criativas entre as práticas de ensino e aprendizagem, pois além do papel

meramente profissional dos educadores, existe ainda a função transformacional, em que o foco

principal deva ser o de constituir seres humanos capazes, críticos e reflexivos, e não apenas

profissionais tecnicistas, dominando conhecimentos estáticos em formas e métodos repetitivos,


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negligenciando o aspecto transformacional da educação. Portanto, compreendo que os

currículos devem ter como fundamento a contínua formação de jovens preparados para analisar,

pesquisar e questionar por iniciativa e autonomia próprias: tornando-se conscientes e capazes

de desenvolver projetos coletivos.

As metodologias ativas podem ser grandemente positivas para aplicação de

conhecimentos, contribuindo na construção de novos campos de saber. Compreendo que o mais

importante é desenvolver um sentido interdisciplinar para a formação e organização do que

chamo as “redes de aprendizado”. Fundamentada em pesquisas pessoais e em minha própria

experiência como professora, enfatizo que o uso excessivo das TICs é nocivo para jovens mais

vulneráveis. Sobre o aspecto cognitivo dos estudantes, o uso abusivo do celular, excesso de

estímulos visuais e informações produzem sobrecarga psíquica, que compromete a criatividade

e capacidade de concentração e análise.


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Referências bibliográficas

Mello, C; Almeda Neto, J; Petrilo, Regina. (2002). Educação 5.0 - Educação para o Futuro.
Editora Proesso.

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