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EDTECH: REFLEXOS DA ERA DIGITAL NA EDUCAÇÃO

MAYARA FERREIRA DE ALMEIDA1


ARYANE LEINNE OLIVEIRA MATIOLI2

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento da tecnologia e da


educação ao longo da história, elencando as vantagens e desvantagens, sob o
prisma da fomentação do acesso democrático e facilitado da aquisição de
conhecimento em consonância com as atuais políticas públicas sobre o tema. O
procedimento utilizado foi o método dedutivo referente a aplicabilidade da tecnologia
na educação e nas metodologias de ensino. A pesquisa foi realizada através do
método teórico de pesquisas bibliográficas, com menção de artigos científicos,
legislações e exemplos de empresas do segmento que objetivam fundamentar as
teses apresentadas e defendidas. Para fazer a análise dos reflexos da Era Digital na
educação, importante pontuar o desenvolvimento histórico da consolidação da Era
Tecnológico-Científica e do Ensino à Distância, além de definir os termos técnicos
referentes a Startup e inovação. Outro aspecto relevante ao tema é exemplificar
como a tecnologia tornou-se uma aliada do profissional da educação e como
estimula o aprendizado e o torna mais acessível, trazendo as principais políticas
públicas adotadas no Brasil sobre o tema.

Palavras-chave: Tecnologia; Educação; Empreendedorismo.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento da


tecnologia e da educação ao longo da história, elencando as vantagens e
desvantagens, sob o prisma da fomentação do acesso democrático e facilitado da
aquisição de conhecimento em consonância com as atuais políticas públicas sobre o
tema.
Para fazer a análise dos reflexos da Era Digital na educação, faz-se
necessário apresentar um breve histórico da consolidação da Era Tecnológica-
1
Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário Cesumar - UniCesumar.
Graduada em Direito pelo Centro Universitário Cesumar – Unicesumar.
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Científica e do Ensino à Distância, além de definir os termos técnicos de Startup e


inovação. Objetiva-se trazer exemplos de como a tecnologia pode se tornar uma
aliada do profissional da educação, assim como estimular o aprendizado e propor
novas técnicas de acesso ao ensino e desenvolvimento de competências. Por fim,
serão apresentadas as políticas públicas adotadas sobre o tema e soluções práticas
para incentivar ainda mais o uso da tecnologia em prol da coletividade.
Ao longo dos anos a educação passou por inúmeras transformações adaptações,
acompanhando o próprio desenvolvimento da sociedade em todos os aspectos,
social, econômico e político. Quando ocorreu a Revolução Científica-Tecnológica,
inúmeras áreas foram afetadas, principalmente, àquelas que necessitavam de
celeridade, acessibilidade e integração de informação.
Com a educação não foi diferente. Atualmente, vivencia-se à Era Digital, a
grande maioria da sociedade possui acesso a internet, razão pela qual, não há mais
as barreiras clássicas que impediam ter um ensino acessível e de qualidade. Deste
feito houve a consolidação do Ensino à Distância. Surgiram, concomitantemente,
empresas do setor educacional que vislumbraram uma oportunidade de negócio
inovador e que proporcionassem ferramentas úteis ao ensino-aprendizagem, as
denominadas Edtechs.
Espera-se com referida pesquisa apresentar a linha temporal do
desenvolvimento educacional e tecnológico, assim como as suas influências,
vantagens de utilização e os óbices enfrentados, analisando, também, as políticas
públicas adotadas pelo Estado e as tendências futuras.
Para esta finalidade, fora utilizado como método científico o teórico e o
dedutivo, através de pesquisas e análises bibliográficas e apresentação de casos
práticos que sustentem as teses defendidas.

2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação à Distância começou a ser utilizada, de acordo com a doutrina


majoritária, no século XVIII, por meio de um curso por correspondência ofertado por
uma instituição de ensino na cidade de Boston nos Estados Unidos (BARROS,
2003).
A consolidação do ensino EAD ocorreu na segunda metade do século XX. Em
1969, na Inglaterra, houve o desenvolvimento do projeto British Open University, o
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qual trouxe mecanismos inovadores que estabeleciam o contato remoto entre


professor e aluno, além de permitir o envio e compartilhamento de material didático
(BARROS, 2003).
O desenvolvimento do EAD no Brasil ocorreu na primeira metade do século
XX, acompanhando a Revolução Industrial, tendo em vista as políticas educacionais
que objetivavam qualificar e profissionalizar o trabalhador, permitindo que, até
mesmo, trabalhadores do meio rural pudessem ter acesso à educação, usando, por
exemplo, as comunicações radiofônicas e cursos por correspondência (BARROS,
2003).
O governo populista do presidente Getúlio Vargas (década de 30) trouxe
diretrizes educacionais e políticas públicas que visavam diminuir o analfabetismo da
população e a qualificasse ao mercado de trabalho. Para atingir um maior número
de “alunos”, a Educação à Distância foi adotada como meio mais adequado. Deste
feito, surgiram o Instituto Rádio-Técnico Monitor (1939) e o Instituto Universal
Brasileiro (1941) (NUNES, 1992).
Na década de 60, com o surgimento e popularização da televisão, houve o
desenvolvimento de programas televisivos educacionais. Em 1970, professores
começaram a ser capacitados por meio da Associação Brasileira de Teleducação
em parceria com o MEC (NUNES, 1992).
Em 1996 foi editada a Lei n. 9.394, a qual estabelecida as diretrizes e bases
da educação nacional brasileira. O art. 80 de referido Diploma estabelece o incentivo
ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas a propagação de programas de
ensino a distância, “em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada” (BRASIL, 1996).
Em complemento, a lei supramencionada trouxe alguns pontos gerais sobre a
educação a distância, tais como a obrigatoriedade de credenciamento pela União
das instituições que ofertam esta modalidade, a normatização para a
implementação, controle e avaliação da qualidade dos programas EAD, tratamentos
diferenciados quanto a redução de custos da veiculação e acessibilidade do ensino
(BRASIL, 1996).
Importante mencionar que houve a edição de um Decreto que
regulamentasse especificamente o art. 80 da Lei n. 9.394/96, o atual Decreto n.
9.057/2017.
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Já, em seu art. 1º, o Decreto n. 9.057/2017 traz o conceito de educação a


distância como sendo “a modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de
meios e tecnologias de informação e comunicação” (BRASIL, 2017).
Deste feito, a EAD refere-se a uma modalidade educacional caracterizada
pela mediação didático-pedagógica do processo de ensino e aprendizagem,
utilizando meios e tecnologias de comunicação e informação para que docentes e
discentes realizem as atividades educacionais a qualquer tempo e em qualquer lugar
(COSTA, 2009).
Partindo dessa premissa, pesquisadores canadenses da área, ao analisarem
todos os modelos de ensino, chegaram a conclusão de que o objetivo central da
EAD é facilitar o acesso ao aprendizado atingindo o maior número possível de
alunos, principalmente, daqueles que não possuem condições de frequentar as
aulas presencialmente de forma regular e diária (HACK, 2011).
Ainda sobre a consolidação da EAD no Brasil, em 1996 foi criada a Secretaria
Especial de Educação a Distância (SEED), a qual se incumbia de atuar como agente
de inovação dos processos de ensino e aprendizagem, estimulando o engajamento
das Tecnologias de Informação e Comunicação e da educação a distância aos
métodos pedagógicos implantados nas instituições de ensino públicas (COSTA,
2009).
A EAD tem o condão de quebrar as barreiras geográficas, isto é, não há um
local determinado de estudos, podendo o aluno acompanhar as aulas de qualquer
lugar do mundo que tenha acesso aos meios tecnológicos para tanto e, também,
romper com as barreiras temporais, ou seja, o estudo pode ocorrer a qualquer
horário, tendo uma maior flexibilidade e organização do tempo (HACK, 2011).
Oportuno discorrer que a EAD não visa manter o aluno isolado e sem meios
de interagir com seus colegas ou professores. O aluno não será apenas um receptor
do conhecimento, pelo contrário, ele deverá sempre manter um diálogo,
principalmente com seu professor, trazendo feedback sobre o conteúdo assimilado,
possibilitando, deste modo, que o docente consiga verificar a eficácia das
metodologias de ensino e vislumbrar adaptações para que alcance o objetivo
central, o aprendizado (HACK, 2011).
O biólogo Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo Lev Vygotsky (1896-1934),
ao longo de suas vidas, desenvolveram estudos que serviram de base para a
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elaboração da teoria do conhecimento denominada de construtivismo que pode ser


compreendido como a construção do aprendizado de forma contínua e dialética
entre aluno e professor (HACK, 2011).
Nesse interim, o construtivismo refere-se a metodologia de ensino praticada
através das experiências, sensações e compreensões do aluno com o seu meio
social (HACK, 2011).
Portanto, a EAD, resumidamente, visa a acessibilidade e democratização do
estudo através do rompimento de empecilhos geográficos e temporais, construindo o
aprendizado observando a interação do aluno com seu meio social e,
principalmente, usando a tecnologia como sua aliada.

2.1 A ERA TECNOLÓGICA

Com a expansão do capitalismo no fim da Guerra Fria (século XX) e a


consolidação da Globalização, houve um aumento significativo no fluxo e troca de
informações, capital, serviços de pessoas e da internet (LEAL, 2007), pois, além de
tornar mais céleres as negociações, também, aproximaram as pessoas pelo mundo
e em tempo real (TEIXEIRA, 2016).
Com isso, todas as interações, seja comercial ou social, tornaram-se
dependentes da internet (LEAL, 2007). Por óbvio que, nos primórdios do
desenvolvimento dos primeiros computadores e da internet, esses aparatos
tecnológicos eram limitados e restritos, seja pelo alto custo do acesso, seja pela
necessidade de conhecimento específico para utilizá-los (PINHEIRO, 2013).
Na Era da Tecnologia, máquinas foram desenvolvidas para auxiliar o dia a dia
das pessoas, surgindo, também, novos métodos de trabalho, desenvolvimento de
softwares para auxiliar no processamento de dados e informações, interação social
em tempo real e a emergência de novas modalidades de negócios (PINHEIRO,
2013).
Estudiosos afirmam que a tecnologia é desenvolvida através de ondas como,
por exemplo, a primeira onde na Revolução Industrial, a segunda onda com o
surgimento das máquinas a vapor, a terceira onda com os motores de combustão e
a eletricidade e, por fim, a onda da internet (FEIGELSON; NYBO; FONSECA, 2018).
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A onda, nada mais é, do que o desenvolvimento de serviços e produtos


inovadores, fomentando o mercado mundial e as adaptações dos novos
empreendimentos a esta realidade (FEIGELSON; NYBO; FONSECA, 2018).
Diante de tais circunstâncias, as empresas necessitam aplicar capital no
desenvolvimento de novas tecnologias, devendo o Poder Público investir e
incentivar, pois quem possui a melhor tecnologia, equipamentos e mão de obra
qualificada para o avanço de todas as áreas, seja no âmbito político, econômico,
social ou educacional, destaca-se na economia mundial (PINHEIRO, 2013).
A inovação e a tecnologia, como o próprio conceito basilar afirma, possui um
caráter transformador e constante, razão pela qual todas as questões pertinentes
devem ser autorregulamentadoras, ou seja, devem ser adequáveis, flexíveis e
dinâmicas, rompendo com a burocracia e morosidade dos processos legislativos
brasileiros tradicionais (PINHEIRO, 2013).
Diante do que fora exposto, conclui-se que a tecnologia surgiu como um meio
de integrar dados e informações, conectar as pessoas em diferentes lugares e a
qualquer tempo, rompendo com as barreiras geográficas e temporais, tornando –
acesso a internet democrático e imprescindível para o desenvolvimento econômico e
social de uma nação.

2.2 EDTECH – INOVAÇÃO E EMPREENDORISMO NA EDUCAÇÃO

Em 1990 surgiu uma nova modalidade de empreendimento que tinham como


foco central a inovação e o uso da tecnologia, as denominadas Startups. Referidas
empresas têm como características a confecção de um produto ou serviço repetível,
escalável, de baixo custo e a possibilidade de alcançar uma infinidade de usuários
(FEIGELSON; NYBO; FONSECA, 2018).
Em outras palavras, uma Startup utiliza a tecnologia para desenvolver o seu
negócio como, por exemplo, na elaboração de softwares (programas), websites,
aplicativos de celular e hardwares (equipamentos físicos) (FEIGELSON; NYBO;
FONSECA, 2018).
Ao utilizar a tecnologia no empreendimento, surge a possibilidade de distribuir
uma infinidade de produtos e serviços, de diferentes segmentos, sem necessidade
de ter um espaço físico. Diante disso, inúmeros empreendimentos e profissões
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surgiram, outras foram extintas e, a maioria, tiveram que se adaptar a essa nova
realidade (GALVÃO; HANSZMANN, 2010 – 2019).
Para desenvolver uma Startup é necessário seguir determinadas etapas. A
primeira é traçar um plano de negócio identificando a “dor” do cliente, ou seja, o
problema do usuário e desenvolver uma solução que crie um valor. Em suma, a
empresa irá traçar estratégias que convençam o cliente de que os serviços ofertados
por ela são de extrema necessidade (TOLEDO, 2020).
Como já pontuado, a tecnologia proporcionou o surgimento de novos
segmentos empresariais e novas profissões, a exemplo, temos as Fintechs,
empresas do ramo financeiro e bancos digitais; as Legaltechs, empresas do ramo
jurídicos e, também, as Edtechs, empresas voltadas a área da educação.
A educação é um dos setores que mais necessita e utiliza da tecnologia como
sua aliada no processo de ensino-aprendizagem, razão pela qual, um novo
seguimento surgiu, as Edtechs (TERRA, 2020).
O termo Edtech surgiu da abreviação de “education technology” ou tecnologia
educacional, ou seja, apresentam soluções que ligam a tecnologia com os
stakeholders (partes interessadas) da educação que, no caso, são os alunos,
professores e o próprio empresário do segmento (VIEIRA, 2020).
As Edtechs utilizam a tecnologia como mecanismo inovador para a
aprendizagem, proporcionando ao professor meios de analisar a necessidade de
cada aluno, aprimorar o plano de ensino e alcançar um maior número de
alunos/usuários (TERRA, 2020).
O ensino híbrido (presencial e online) e o EAD permitem uma maior dinâmica
no ensino, o tornando mais atrativo, principalmente, quando o professor enfrenta
uma das maiores dificuldades nesta nova geração, disputar a atenção dos alunos
com os aparatos tecnológicos, redes sociais e de entretenimento (TERRA, 2020).
Existem inúmeras empresas Edtechs que objetivam atingir uma infinidade de
áreas da educação, a exemplo, têm-se aplicativos de celular que auxiliam alunos a
aprenderem matemática, português, geografia, entre outras disciplinas, tudo de
forma automatizada, atrativa e dinâmica. Também há softwares mais complexos que
auxiliam na gestão de dados da instituição de ensino e desenvolvimento de
hardwares de realidade virtual voltados a prática do aluno (VIEIRA, 2020).
Um dos maiores problemas enfrentados na educação é a desvalorização do
professor, o acúmulo de trabalho, apenas um docente para ensinar uma grande
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quantidade de discentes. Desta forma, a tecnologia se torna uma aliada do professor


para que o mesmo atue de forma mais impactante. Todavia, imprescindível o
desenvolvimento de políticas públicas que fomentem e melhorem a educação
(VIEIRA, 2020).
A tecnologia, em si, permite novas experiências, alcance um maior número de
pessoas interessadas em aprimorar seus conhecimentos, promova um ensino
adaptativo e torne o ensino acessível e democrático (VIEIRA, 2020).
As Edtechs, conforme já mencionado, objetiva tornar a educação acessível,
facilitada e interativa, podendo utilizar a educação como mecanismo para solucionar
as dificuldades apresentadas pelos alunos. Ademais, a gamificação, uma das
metodologias inovadoras da educação, pode ser uma ótima ferramenta para
aumentar a participação dos alunos e despertar o interesse pelo conteúdo (TERRA,
2020).
No Brasil, o mercado de Edtech está aquecido e em destaque, pois as
empresas desse segmento, mais do que qualquer outra, possui uma
responsabilidade social mais acentuada, uma vez que se incumbem de trabalhar
com a educação dos indivíduos (TERRA, 2020).
Existem inúmeros recursos tecnológicos que podem ser utilizados pelo
docente em sala de aula, tais como, aprendizagem imersiva, e-learnig, inteligência
artificial, plataformas digitais e gamificação (TERRA, 2020).
A aprendizagem imersiva visa colocar o estudante como foco do ensino,
através de estímulos, desenvolvimento de habilidades, uso de realidade virtual,
jogos, aplicativos e softwares. O E-learnig é a aprendizagem eletrônica propriamente
dita, utilizando, para tanto, ebooks, videoaulas e chats entre professor e aluno,
ocorrendo através das plataformas digitais. A inteligência artificial, de modo
simplificado, é utilizada em prol da definição da melhor estratégia pedagógica, de
acordo com as emoções e conhecimentos adquiridos por cada aluno. Por fim, a
gamificação é o uso dos jogos no processo de aprendizagem, despertando o
interesse dos alunos, desenvolvendo a autonomia e a criatividade (TERRA, 2020).
Algumas empresas do segmento das Edtechs merecem destaque, quais
sejam: Árvore de Livros, Bearings Vocacional e Dentro da História. A startup Árvore
de Livros é uma plataforma digital de streaming de ebooks, fornecendo material para
as escolas públicas e privadas em parceria com as editoras. A empresa Bearings
Vocacional oferta serviços de orientação vocacional para jovens do ensino médio
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que estão na fase pré-vestibular, além de auxiliar as instituições de ensino superior a


captar os novos alunos e diminuir a taxa de desistência ao longo do curso. Por fim, a
edtech Dentro da História visa ensinar a história aos alunos de forma interativa,
personalizando os livros e permitindo a compreensão do conteúdo de modo mais
facilitado (STARSE, 2017).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que fora exposto, a Educação a Distância surgiu como uma forma
de tornar o ensino acessível a todos, independente do lugar em que se encontram,
permitindo que mais pessoas pudessem concluir seus estudos e profissionalizar-se.
Os primeiros meios utilizados do EAD no Brasil foram os cursos por
correspondência e radiofônicas e, na década de 1960, foram desenvolvidos
programas televisivos educacionais. Na década de 1930, foram editadas as
diretrizes educacionais e políticas públicas objetivando erradicar o analfabetismo e
qualificar profissionalmente os cidadãos.
Com o decorrer dos anos, inúmeras leis foram promulgadas em prol da
educação, em especial, a Lei n. 9.394/96. Referido Diploma trouxe políticas públicas
que incentivavam a propagação do ensino a distância, independente do grau de
instrução, elencando, também, normativas regulamentadoras.
Atualmente, o conceito mais contemporâneo de educação a distância é tido
como mediação didático-pedagógica de ensino e aprendizagem, a qual utiliza meios
de tecnologia de informação e comunicação.
Com a consolidação da Globalização no século XX, surgiu,
concomitantemente, a Era Tecnológica, consistente no desenvolvimento de
tecnologias e o surgimento da Internet, tornando as negociações mais rápidas,
interligando as pessoas em tempo real e desburocratizando determinados atos.
Nessa época, foram desenvolvidos softwares (programas) e hardwares
(equipamentos eletrônicos) que auxiliassem as pessoas no dia-a-dia em todas as
áreas. Para tanto, empresas do ramo da tecnologia de todas as áreas foram criadas,
as denominadas Startups.
Na educação não foi diferente. A tecnologia tornou-se aliada no processo de
ensino e aprendizagem, permitindo uma maior dinamicidade e atratividade dos
alunos com a educação, fato este que pode ser comprovado através da metodologia
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de ensino denominada de gamificação, isto é, uso de jogos interativos que


estimulam e desenvolvem as habilidades dos alunos.
Foram desenvolvidas inúmeras empresas Edtechs voltadas a educação
como, por exemplo, ensino remoto e interativo das disciplinas escolares e gestão de
dados das instituições de ensino por meio de softwares e aplicativos de
celular/tablet. Também há empresas que desenvolvem e-readers e ebooks, criando
uma verdadeira biblioteca virtual, facilitando o acesso a todos.
Ainda há a necessidade de desenvolver políticas públicas e fomentar a
educação em todos os quesitos.
Em suma, a tecnologia surgiu para, além de integrar informações e dados,
também, para conectar as pessoas, em tempo real e independente da localização
geográfica, utilizando a internet como meio democrático e acessível para o ensino.

REFERÊNCIAS

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FEIGELSON, Bruno; NYBO, Erik Fontenele FONSECA, Victor Cabral. Direito das
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TERRA, Eduarda. Edtech: o que é e como ela vem inovando o mercado da


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