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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

UNIDADE III
Sumário

Para início de conversa....................................................................................... 5


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: DO PASSADO AO PRESENTE...................................... 6
FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA.................... 8
ABORDAGENS E MODELOS ATUAIS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ON-LINE... 11
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: INTERAÇÃO, INTERATIVIDADE E
MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA............................................................................................ 13
Moodle : Conhecendo um AVA .......................................................................................... 14
Blackboard Learn.................................................................................................................. 17
Amadeus (UFPE).................................................................................................................... 18

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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
UNIDADE III

Para início de conversa

Olá, estudante!

Nesta disciplina estamos desenvolvendo o estudo do uso das Tecnologias da Informação e


Comunicação no processo de ensino e de aprendizagem, especialmente no Ensino Superior.
Já vimos diversos aspectos relativos ao uso de tecnologias, o ciclo de vida das tecnologias
e vários conceitos relacionados.

A intenção desta disciplina é oferecer subsídios para a construção de alternativas viáveis


para a otimização do uso das tecnologias em contextos educacionais diversos, considerando
os diversos aspectos e as circunstâncias pertinentes a cada cenário.

É um novo momento da docência, onde as diversas tecnologias têm aparecido cada vez mais
rápido e afeta, de forma irreversível, o processo de ensino-aprendizado.

Continuando o estudo, neste guia, vamos propor leituras e atividades que mobilizem a
reflexão-ação acerca das potencialidades das tecnologias no processo educativo, com
especial ênfase para a Educação a Distância. Esse novo paradigma tem se mostrado cada
vez mais presente no nosso dia a dia, desde os cursos que possuem parte das disciplinas
ofertadas na modalidade presencial até os cursos ofertados completamente a distância.

O objetivo dessa unidade é compreender o processo sócio-histórico da Educação a Distância


e como essa se configura enquanto modalidade educativa.

Orientações da Disciplina

Nessa terceira unidade estudaremos acerca da evolução da Educação a Distância, conside-


rando os fundamentos legais da Educação Superior a Distância, bem como as abordagens e
Modelos atuais da Educação a Distância on-line.

Além disso, também estudaremos os Ambientes Virtuais de Aprendizagem com foca na inte-
ração, interatividade e mediação pedagógica vislumbrada nesses espaços. Veremos o quão
ricos são esses ambientes no que diz respeito aos recursos que eles disponibilizam.

O objetivo é promover situações de aprendizagem que, de forma colaborativa, potencializem


a construção de novos conhecimentos pertinentes ao seu percurso acadêmico e profissional.
Podemos ir em frente?

Então vamos lá!

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: DO PASSADO AO PRESENTE

A Educação a Distância (EAD) não é recente, mas ao longo da história carregou consigo muito das transforma-
ções e demandas sociais de cada época.

No Brasil, essa história é recheada de experiências que, desde as primeiras décadas do século XX, foram mar-
cadas por interrupções e por uso de materiais diversos, tais como material impresso, rádio, TV, isto é, pelas
tecnologias disponíveis em cada época e por iniciativas diversas.

Exemplo

Vejamos como exemplos desta iniciativa a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada em 1923, sendo
posteriomente incorporada ao Ministério da Educação; Instituto Monitor, por sua vez, criado no ano de 1939; e o
Instituto Universal Brasileiro, originado em 1941, atendendo estudantes em todo o Brasil. O IUB existe até hoje.

Figura 1: Materiais do IUB - Fonte: LINK

Todavia, é somente em 1972, que a Educação a Distância vem aparecer como política pública, a partir de expe-
riências implementadas nos Planos Básicos de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT) e de alcance
em todo o território nacional. Porém é no ano de 1990, que esta modalidade começa a ser pensada em um con-
texto mais amplo dos Projetos Pedagógicos Nacionais, o que lhe dá certa notoriedade, bem como mais espaço
no cenário educacional brasileiro, com alcance inclusive em meios televisivos.

Entretanto, é a Lei nª 9.394 de dezembro de 1996 (LDB atual) que alavanca de vez com o reconhecimento da EAD
enquanto modalidade educativa. Em um de seus artigos (artigo 80), a referida lei inclui e reconhece a educação
a distância como uma modalidade de educação, dando a EAD um status de legitimidade e de valor educacional
formal como nunca antes havia se efetivado.

Paralelamente a essa ação legal, decretos e portarias também passam a ratificar a conotação valorativa da EAD,
principalmente a on-line, com políticas de ação voltadas para a implementação, efetivação e qualificação dessa
modalidade educativa, demandada por práticas sociais que redefinem o lugar do saber, bem como de tempo e
espaço.

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Guarde essa ideia!

Vale destacar, porém, que mesmo antes da promulgação da LDB nª 9.394/96, a Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), em 1994, por iniciativa própria, e em resposta às demandas sociais, realizou o primeiro processo
seletivo para um curso de graduação a distância, dirigido para formação de professores das séries iniciais do
Ensino Fundamental, revelando, assim, a necessidade de “um novo significado” para a forma de se pensar e
fazer a escolarização em nosso país.

Tal curso estava disponibilizado em algumas cidades do Estado, contando com 352 alunos matriculados, que
utilizavam material impresso com mediação de tutoria presencial nas cidades polos das turmas. Essa iniciativa
foi paulatinamente sendo referenciada por outras instituições de ensino superior, que foram iniciando suas
atividades no âmbito da EAD.

É ainda no ano de 1996 que aparecem os primeiros cursos de mestrado, primeiramente em universidades pú-
blicas, visando atender demandas específicas de empresas, através do uso das tecnologias, especialmente as
digitais, e interatividade em áudio e vídeo.

Assim, após a LDB ser promulgada e na tentativa de suprir uma demanda reprimida, são intensas as expe-
riências em EAD, as quais recorrem a recursos pedagógicos diversos – material impresso, vídeo-aulas, tutoria,
dentre outros – e, especialmente à inclusão de tecnologias digitais capazes de criar ambientes virtuais de apren-
dizagem com interação em tempo real (síncrona) ou não (assíncrona) e com o desenvolvimento de metodologias
próprias que criam estrutura técnica e de recursos humanos diferenciados para o efetivo apoio das atividades
ofertadas nos curso EAD.

Além das iniciativas de cunho mais pedagógico, também foram criadas estratégias para gestão administrativa
da EAD, no sentido de acompanhar e orientar o estudante no processo de ensino e aprendizagem. Nesse senti-
do, foram pensadas e organizadas equipes multidisciplinares que, em parceria e com uso de tecnologias diver-
sas, pensavam e/ou projetavam o design instrucional e educacional dos cursos disponibilizados e desenvolvidos.

No pioneirismo desses cursos em EAD destacamos a Universidade Federal de Santa Catarina, a Uni-
versidade Federal de Pernambuco, a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal de
Rio Grande do Sul, a Universidade Federal de São Paulo, a Universidade Anhembi Morumbi, a Pontifícia
Universidade Católica de Campinas e o Centro Universitário Carioca.

As iniciativas dessas instituições foram fundamentais pra se conceber o “modelo” de EAD nacional que hoje se
estrutura no formato principal da Universidade Aberta do Brasil (UAB) que regulamenta e promove a EAD em
todo o país.

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No ano de 1998 começa, também, a serem ofertados cursos de pós-graduação latu sensu via internet, o que gera
a expansão desta modalidade em todo o país.

Guarde essa ideia!

Essa expansão da EAD em cursos de graduação e de pós-graduação suscita nas instituições


ofertantes a necessidade de uma certificação oficial o que impulsiona o MEC (Ministério da
Educação e Cultura) a elaborar um conjunto de documentos que normatizam e estabelecem
parâmetros de qualidade para implantação desses cursos.

Com todas essas experiências e fatos históricos importantes, o período de 1994 a 2009
registrou avanços significativos e acelerados, chegando a compensar o ritmo desacelerado
que a EAD percorreu em relação a sistemas de EAD internacionais.

As demandas sociais e educacionais da EAD contribuíram para o estabelecimento de uma


base legal que orienta esta modalidade de ensino, com mecanismos para a devida certifica-
ção de estudantes da educação a distância em diferentes instituições.

Além disso, foram analisados e autorizados cursos diversos, que impulsionaram o desen-
volvimento de pesquisas que favoreceram a consolidação da EAD enquanto modalidade
educativa.

Visite a Página

Para entender melhor este contexto, consulte o texto “EDUCA-


ÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA NO BRASIL E NO
MUNDO” disponível nesta página. (LINK)

FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

Para Refletir

Antes de iniciarmos as explanações deste tópico, faremos


a reflexão a partir da leitura indicada do texto “EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA NO BRASIL: FUNDAMENTOS LEGAIS E
IMPLEMENTAÇÃO” disponível nesta página. (LINK)

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Palavras do Professor

Caro (a) aluno (a), você deve ter observado que essa leitura buscou lhe fornecer subsídios para a compreensão
dos aspectos legais que envolvem a EAD enquanto modalidade educativa. Tais elementos podem proporcionar
uma reflexão do processo de ensino e de aprendizagem que caracterizam os Ambientes Virtuais de Aprendiza-
gem tão presentes na cibercultura.

Assim, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de diretrizes e bases da educação nacional, estabeleceu que
a educação a distância deve ser oferecida e regulamentada por instituições credenciadas pela União.

Fica a cargo da União as seguintes disposições:

 O Poder Público deve incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a dis-


tância nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
 A educação a distância deve se organizar em regime especial;
 Responsabilização dos sistemas de ensino por autorizar a implementação, normatizar a produção,
controlar e avaliar os programas de ensino;
 Estabelecimento da cooperação e integração entre os diferentes sistemas;
 Tratamento diferenciado da EAD considerando suas especificidades e incluindo custos reduzidos
na transmissão por rádio e televisão, bem como a concessão de canais exclusivamente educativos com
tempo mínimo gratuito para o Poder Público, em canais comerciais.

Por sua vez, o Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, “regulamenta o Art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, e dá outras providências”.

No caput do Art. 1º, aponta-se a educação a distância como “uma forma de ensino que possibilita a autoaprendi-
zagem com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados apresentados em diferentes supor-
tes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”.
Meu caro(a), tal Decreto define, ainda, no Parágrafo Único do mesmo Artigo, o regime especial como: “flexi-
bilidade de requisitos para admissão, horário e duração, sem prejuízo, quando for o caso, dos objetivos e das
diretrizes curriculares fixadas nacionalmente”.

Quanto à determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação para a efetivação de cursos EAD, em seu
Artigo 2º, a Lei nª 9.394/96 define o exercício dessa modalidade apenas para “instituições públicas ou privadas
especificamente credenciadas para esse fim” com a possibilidade de oferecer cursos a distância que conferem
certificado ou diploma de conclusão desde o ensino fundamental até a graduação.

Explicitamente, fica estabelecido ainda que a oferta de programas de mestrado e de doutorado na modalidade a
distância será regida por uma futura regulamentação, a qual só se consolidou no ano de 2001 com a Resolução
nº 01, de 03 de abril de 2001, do Conselho Nacional de Educação.

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Desse modo, os atos de credenciamento de instituições são de competência do MEC, considerando as insti-
tuições vinculadas ao sistema federal de ensino no âmbito da educação profissional de nível tecnológico e de
ensino superior dos demais sistemas.

Quanto às Portarias Ministeriais, em consonância às determinações do Decreto Presidencial, a Portaria nº 301,


do Ministro da Educação e do Desporto, assinada em 07 de abril de 1998, estas se responsabilizam por regula-
mentar os procedimentos de credenciamento das instituições na oferta de cursos nos diferentes níveis possíveis
nessa modalidade.

Vale ressaltar que no credenciamento dessas instituições alguns critérios são observados:

 Idoneidade institucional;
 Competência na qualificação e trabalho com equipes multidisciplinares e instituições parceiras;
 Infraestrutura adequada, bem como recursos didáticos, suportes de informação e meios de
comunicação coerentes com a proposta e especificidades da modalidade educativa;
 Análise dos resultados de avaliações nacionais, bem como comprovação de experiência no
mesmo nível ou modalidade que pretenda oferecer a modalidade de EAD.

Outros documentos importantes são as Resoluções do Conselho Nacional de Educação, especialmente a Reso-
lução nº 1, de 26 de fevereiro de 1997, na qual o Conselho Nacional de Educação “fixa condições para validade
de diplomas de cursos de graduação e de pós-graduação em níveis de mestrado e doutorado, oferecidos por
instituições estrangeiras, no Brasil, nas modalidades semipresenciais ou a distância”.

Quanto ao movimento e definição da qualidade da EAD foi elaborado um documento, pela Secretaria de Educa-
ção a Distância do MEC, com os indicadores de qualidade de cursos de graduação a distância.

Nesse documento, são destacados dez indicativos básicos para que as instituições observem na preparação /
planejamento de seus programas de graduação a distância. São indicadores contidos nesse documento:

1. Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino


superior como um todo e para o curso específico;
2. Desenho do projeto com a identidade da educação a distância;
3. Equipe profissional multidisciplinar;
4. Comunicação/interatividade entre professor e aluno;
5. Qualidade dos recursos educacionais;
6. Infraestrutura de apoio;
7. Avaliação de qualidade contínua e abrangente;
8. Convênios e parcerias;
9. Edital e informações sobre o curso de graduação a distância;
10. Custos de implementação e manutenção da graduação na modalidade a distância.
Assim, observa-se que do ponto de vista legal existem muitos documentos que regulamentam
a prática da EAD no Brasil, mas ainda são muitos os entraves e as ambiguidades que envolvem
essa modalidade educativa, especialmente aquelas efetivadas no contexto do Ambiente Virtual de
Aprendizagem.

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Dica

Nesse sentido, é importante refletir, discutir e construir alternativas viáveis para a qualifi-
cação dessa modalidade educativa, contribuindo para a democratização da educação, bem
como para suprir as demandas do contexto social atual altamente marcado pelo uso recor-
rente das tecnologias digitais, inclusive no âmbito educacional.

ABORDAGENS E MODELOS ATUAIS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ON-LINE

A partir do estudo do percurso histórico da EAD, é possível perceber que foram (e são) variadas as formas de se
pensar e fazer EAD em nosso país.

Nesse sentido, podemos afirmar que a EAD no Brasil, de 1994 até os dias de hoje, se desenvolveu a partir de
basicamente cinco modelos distintos:

1. Modelo de tele-educação com transmissão, marcado por transmissão ao vivo e via satélite em canal
aberto para todo o país. Uma dessas iniciativas mais conhecidas e de grande alcance nacional é o Telecurso da
Fundação Roberto Marinho;
2. Modelo de vídeoeducação com reprodução pré-gravada em forma de teleaulas;
3. Modelo semipresencial, efetivado com uma proposta de interiorização universitária que combina a edu-
cação a distância com a presencial em polos regionais, que funcionam como unidades presenciais de apoio para
acesso dos alunos a laboratórios, bibliotecas, e salas de aula para realização de tutoria presencial em parceria
com as prefeituras municipais. Tal modelo foi inicialmente adotado pela Universidade Federal de Mato Grosso e
posteriormente por outras instituições e pela Universidade Aberta do Brasil;
4. Modelo da universidade virtual. Nesse modelo, a EAD se caracteriza pelo uso intensivo de tecnologias
digitais no trato com os conteúdos e pelo desenvolvimento de atividades com os alunos no sentido de promover
a interação destes com professores, colegas e suporte técnico e administrativo para garantir e consolidar apren-
dizagens. Em tal modelo, os momentos presenciais são reservados para a realização das provas presenciais e as
demais atividades realizadas a distância;
5. Modelo em que os alunos de cursos a distância realizam provas, atividades em laboratório, dentre ou-
tros, presencialmente nas instituições, permanecendo por períodos regulares na instituição de forma presencial.

Guarde essa ideia!

Vale destacar ainda o modelo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que surgiu como uma
iniciativa do MEC para a inclusão social e educacional por meio da oferta de educação supe-
rior a distância em instituições do Ensino Superior.

Nessa perspectiva, o MEC viu no modelo da Universidade aberta do Brasil, uma possibilidade de contribuir com
a democratização, expansão e interiorização do ensino superior público e gratuito, a partir da incorporação de
novas didáticas de ensino e do uso de tecnologias digitais.

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Sendo criada em 2006 pela Lei N° 11.273, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) buscou incentivar as insti-
tuições públicas a participarem de programas de formação inicial e continuada de professores para educação
básica na modalidade a distância.

No programa da UAB são oferecidos cursos de graduação e pós-graduação, voltados, prioritariamente, para a
formação de professores e administração pública. Os cursos a distância oferecidos pela UAB se fundamentam
em uma metodologia de ensino com o apoio de novas tecnologias com um ponto de apoio presencial (polos)
localizados em municípios estratégicos.

Entretanto, a UAB não se constitui como uma nova instituição para o MEC, mas apresenta uma configuração
de rede, envolvendo as Instituições Federais e Públicas de Ensino Superior, sendo incluídas, posteriormente, as
universidades estaduais.

Guarde essa ideia!

Destaca-se que no ano de 2007 a Lei N° 11.502, traz como indicativo o uso conjugado do ensino presencial e a
distância em cursos para a formação inicial de profissionais do magistério.

No que se refere ao uso das tecnologias utilizadas nos cursos a distância observamos que estas se diferenciam
segundo os diferentes modelos adotados.

Nesse sentido, é possível destacar as seguintes tecnologias:

 TV por satélite: com a produção e transmissão de teleaulas ao vivo, com recepção simultânea e
cobertura para todo o país;
 Vídeoaulas: com a produção de aulas pré-formatadas, para reprodução em rede nacional ou em
telesala;
 Impressos: baseados na implementação e no desenvolvimento de atividades a partir da publica-
ção de conteúdos e atividades de aprendizagem – com o uso de livros didáticos específicos;
 Videoconferência: com tecnologia que usa sistemas bi e multidirecionais de interação por áudio
e vídeo e que integra múltiplos espaços, em tempo real, para realização de aulas, conferências e seções intera-
tivas de defesas de teses, dissertações, monografias, dentre outros;
 Telefonia: atendimento ao aluno a partir do uso de sistemas convencionais de telefonia, como
secretaria, monitoria, tutoria, suporte administrativo e pedagógico;
 Internet: foco no desenvolvimento de sistemas autônomos e uso dos ambientes virtuais de apren-
dizagem, com abordagens metodológicas favorecedoras do processo ensino e aprendizagem e utilização ferra-
mentas específicas à modalidade;
 Telefonia móvel: operado especialmente pelas redes sociais e recursos da Web 2.0, dinamizando
e ampliando os espaços de aprendizagem e de construção de conhecimentos.

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É importante saber, também, que após a publicação da LDB (1996), a EAD no Brasil iniciou um processo de cres-
cimento acelerado, no qual o setor privado tomou a dianteira na oferta desta modalidade de ensino, pelo menos
nos primeiros dez anos.

Atualmente, as iniciativas do setor público e privado relativas à EAD, expressam e/ou caracterizam a dinâmica
que envolve a prática da Educação a Distância no país, distinguindo diferentes abordagens e metodologias
características dessa modalidade educativa.

AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: INTERAÇÃO, INTERATIVIDADE E


MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA

Caracterizados como espaço, não físico, mas virtual, da educação a distância on-line, os Ambientes Virtuais
de Aprendizagem possibilitam a efetivação do processo de ensino e aprendizagem em uma das interfaces da
modalidade da EAD.

Para Resumir

Assim, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) aparece como um conjunto de elementos


tecnológicos disponíveis na internet favoráveis à pratica educativa, isto é, um local virtual
onde são disponibilizadas ferramentas e conteúdos que possibilitam o acesso a um curso
ou disciplina, bem como à interação entre alunos, professores e tutores envolvidos nesse
processo.

Nesse sentido, o AVA vislumbra a efetivação de espaços de interação, compartilhamento e


construção de aprendizagens que permitem, ainda que virtualmente, acompanhar o estudan-
te e as atividades por ele realizadas.Ampliam os espaços de aprendizagem, extrapolando a
sala de aula presencial e favorecendo a formação de comunidades virtuais de aprendizagem,
onde é possível interagir, compartilhar e construir saberes diversos.

Na prática, é disponibilizado ao estudante, devidamente matriculado no curso de EAD on


-line, um login e uma senha de acesso a este espaço de aprendizagem. A partir daí o es-
tudante participa do ambiente virtual, interagindo, compartilhando e estabelecendo trocas
com demais estudantes, tutor e professor, no sentido de construir conhecimentos acerca de
determinada temática de forma crítica e ativa.

Assim, o AVA é usado para acessar conteúdos e atividades do curso/ disciplina, bem como
para a realização das diferentes atividades propostas no ambiente virtual, as quais podem
ser acompanhadas pelo relatório de atividades, o que permite a autoavaliação.

Todavia, essa modalidade da EAD ainda é vista, por muitos, como assunto polêmico no cam-
po educacional, uma vez que o espaço-tempo entre professor e estudante é bastante distin-
to, consolidando uma distância psicológica (distância transacional) entre eles.

Nesse sentido, muito tem se discutido acerca do design didático dos cursos on-line, no sen-
tido de contribuir na superação das dificuldades e barreiras na efetivação desses cursos e na
construção e compartilhamento de conhecimentos.

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Guarde essa ideia!

É importante pontuar os avanços necessários no campo da mediação pedagógica do pro-


cesso de ensino e aprendizagem on-line, que pode, em muito, ser favorecida a partir do uso
competente das tecnologias disponíveis, qualificando o processo e o resultado das aprendi-
zagens.

Ainda quanto à mediação pedagógica, consideramos que esta é tecida na trama das re-
lações travadas no processo educativo com foco na construção de conhecimentos, sendo
redefinido o papel docente nesse processo.
Todavia, vale considerar que usar as novas tecnologias garante a construção de novos sa-
beres, mas é primordial a figura do professor que reflete, planeja, articula e aplica os meios
necessários à aprendizagem.

Desse modo, o professor precisa tomar para si uma postura investigativa e de reflexão per-
manente sobre os vários aspectos constituintes do processo educativo, no qual a formação
continuada tem status central, pois vislumbra possibilidades de criação de novas estratégias
significativas a processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a mediação pedagógica
representa uma ponte entre o professor, o aluno e o objeto de conhecimento, sendo o profes-
sor um facilitador das aprendizagens construídas e compartilhadas pelos estudantes.
Não cabe, assim, a concepção de um professor “detentor de saber”, mas prevalece a cono-
tação de um professor articulador de aprendizagens, pois suscita no estudante a construção
de saberes de forma interativa e dinâmica.
É nessa perspectiva que, considerando as características dos Ambientes Virtuais de Apren-
dizagem, os artefatos tecnológicos e/ou ferramentas on-line podem favorecer a efetivação
da construção de conhecimentos, a partir de uma mediação pedagógica efetiva, enquanto
um canal de possibilidades para a consolidação de aprendizagens de forma crítica, reflexiva
e autônoma.

Vamos conhecer alguns desses ambientes?

Comeremos com o ambiente que popularizou o EAD no mundo : o MOODLE.

Moodle : Conhecendo um AVA

Figura 2: Logomarca do Moodle – Fonte: LINK

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O Moodle (“Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment”), é um software livre, ou seja, que pode
ser utilizado sem custos de aquisição que é um AVA.. Existem, nele, diversas características muito interessantes,
incluindo diversos recursos tanto para os professores como para os gestores de curso ou tutores, além de várias
opções estão disponíveis por ser uma ferramenta bastante customizável.

Exemplo

Você pode ter o seu ambiente Moodle sabia? No Brasil e no ex-


terior, diversas empresas hospedam o Moodle com custos bem
acessíveis. A título de exemplo, a Atmun Host (LINK) tem planos
a partir de 16 reais. Bem barato, não é? Diversas outras, como
LocaWeb, também têm seus planos de hospedagem.

Mas vamos lá : o que você pode fazer com o Moodle? Quais recursos que estão disponíveis? Você vai notar que
muitos deles são bem parecidos com os recursos do AVA que você está usando atualmente no nosso curso, que
é o BlackBoard. Falaremos dele mais tarde.

Dentre os diversos recursos que o Moodle tem, podemos citar (as descrições utilizadas abaixo foram extraídas
do próprio Moodle):

1. Links para URL: o módulo de URL permite que um professor possa fornecer um link de web como um re-
curso do curso. Tudo o que está on-line disponível gratuitamente, tais como documentos ou imagens, pode
ser ligado a, a URL não tem que ser a home page de um site. A URL de uma página web em particular pode
ser copiada e colada ou um professor pode usar o seletor de arquivo e escolha um link de um repositório,
como Flickr, YouTube ou Wikipédia (dependendo de quais repositórios estão habilitados para o site). Há uma
série de opções de exibição para a URL, como embutir uma página ou abrir em uma nova janela. Também
estão disponíveis opções avançadas de informação que passa, tal como o nome de um aluno, para a URL,
se necessário.

2. Pasta: o módulo pasta permite ao professor exibir um número de arquivos relacionados dentro de uma
pasta única, reduzindo a rolagem na página do curso. A pasta zipada pode ser carregada e descompactada
para exibição, ou uma pasta vazia criada e arquivos enviados para ela. Esse módulo pode ser usado para
armazenar uma série de arquivos em um tópico, como por exemplo um conjunto de documentos de exame
passados em formato pdf. Ele também pode ser utilizado para prover um espaço compartilhado de upload
para professores na página do curso (mantendo a pasta oculta para que só os professores possam vê-la).

3. Livro: o módulo livro permite que professores criem um recurso com diversas páginas em formato de livro,
com capítulos e sub-capítulos. Livros podem conter arquivos de mídia bem como textos e são úteis para
exibir grande quantidade de informação que pode ficar organizada em seções. Um livro pode ser usado para
exibir material de leitura para um módulo de estudo individual, como por exemplo um manual departamen-
tal ou um portfólio do trabalho dos alunos

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4. Arquivo: o módulo de arquivo permite que um professor possa fornecer um arquivo como um recurso do
curso. Sempre que possível, o arquivo será exibido na interface do curso, caso contrário, os alunos serão
solicitados a fazer o download. O arquivo pode incluir arquivos de suporte, por exemplo uma página HTML
pode ter incorporado imagens ou objetos Flash. Note-se que os alunos precisam ter o software adequado
em seus computadores a fim de abrir o arquivo – por exemplo, para abrir um PDF, é necessário que se tenha
um leitor para isso. Um arquivo pode ser usado para compartilhar apresentações em classe, para incluir um
mini website como um recurso do curso, para fornecer arquivos de projetos de determinados programas
de software (por exemplo, Photoshop. Psd) para que os alunos podem editar e enviá-los para a avaliação,
enfim, diversos usos para os arquivos computacionais.

5. Wiki: o módulo de atividade wiki permite que os participantes adicionem e editem uma coleção de páginas
da web. Um wiki pode ser colaborativo, com todos podendo editá-lo, ou individual, onde cada um tem seu
próprio wiki que só eles podem editar. Uma história de versões anteriores de cada página do wiki é mantida,
listando as edições feitas por cada participante. Wikis têm muitos usos, tais como notas de palestra, ou para
os membros de uma faculdade planejarem um esquema de trabalho ou de reunião agenda juntos , para os
alunos construírem de forma colaborativa um livro on-line, criação de conteúdo sobre um tema definido pelo
seu tutor , enfim, diversos trabalhos que envolvam colaboração onde cada participante escreve um trecho,
ou mesmo como um diário pessoal para as notas de exame ou revisão (wiki individual) . A imaginação diz o
que é possível, o céu é o limite!!!

6. Tarefa: esse é um importante recurso do Moodle. Normalmente disponível com uma tela onde o aluno
envia um arquivo, esse módulo de atividade permite a um professor comunicar tarefas, recolher o trabalho
e fornecer notas e comentários. Os alunos podem apresentar qualquer conteúdo digital (arquivos), como
documentos de texto, planilhas, imagens ou áudio e videoclipes. Alternativamente, ou adicionalmente, a
atribuição pode exigir dos estudantes a digitação do conteúdo diretamente no editor de texto. Uma tarefa
também pode ser usada para lembrar aos alunos das atribuições do ‘mundo real’ que eles precisam para
completar off-line, tais como obras de arte e, portanto, não necessita de qualquer conteúdo digital. Os
estudantes podem submeter trabalhos, individualmente ou como membros de um grupo. Ao analisar os
trabalhos, os professores podem deixar comentários de feedback e fazer upload de arquivos, como marcar
apresentações dos alunos, documentos com comentários ou feedback de áudio falado. Atribuições podem
ser classificadas de acordo com uma escala numérica ou customizada ou um método de classificação avan-
çada, como uma rubrica. Notas finais são registradas no diário de classe. Esse é, sem dúvida, um dos mais
importantes recursos do Moodle, e está presente na grande maioria dos AVA.

7. Questionário: o módulo de questionário permite ao professor criar e configurar testes de múltipla escolha,
verdadeiro ou falso, correspondência e outros tipos de perguntas. Cada tentativa é corrigida automatica-
mente e o professor pode optar por fornecer feedback e / ou mostrar as respostas corretas. As tentativas
podem ser com apenas uma oportunidade, ou estar no modo adaptativo, onde o aluno pode fazer várias
vezes verificando onde errou e corrigindo, como mais uma forma de aprendizado.

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8. Fórum : esse módulo também é muito importante, pois viabiliza a discussão de temas pelos alunos. Os
Fóruns tem diversos tipos de estrutura e podem incluir a avaliação recíproca de cada mensagem. As mensa-
gens são visualizadas em diversos formatos e podem incluir anexos. Os participantes do fórum tem a opção
de receber cópias das novas mensagens via email (assinatura) e os professores, de enviar mensagens ao
fórum com cópias via email a todos os participantes. É um recurso muito utilizado, e de grande potencial.

9. Escolha : O módulo escolha permite ao professor fazer uma pergunta e especificar opções de múltiplas
respostas. Resultados da escolha podem ser publicados depois que os alunos responderam, após uma
determinada data, ou não. Uma atividade de escolha pode ser usada :

- Como uma pesquisa rápida para estimular reflexão sobre um tópico


- Para testar rapidamente o compreensão dos alunos
- Para facilitar a tomada de decisões do aluno, por exemplo, permitindo os alunos votarem em uma
direção para o curso, escolher uma data de prova, escolher um tema específico para ser discutido em
um fórum, ou seja, qualquer atividade onde os alunos podem fazer algum tipo de escolha.

10. Chat : por último, mas não menos importante, temos o recurso do CHAT. O módulo “chat” permite que os
participantes tenham uma discussão síncrona, em tempo real, através da web. Esta é uma maneira útil
de se obter diferentes visões em relação ao tema a ser discutido - utilizar uma sala de chat é bastante
diferente dos fóruns assíncronos, já que a atividade ocorre simultaneamente. Os alunos que não puderem
participar de uma dada sessão de chat ainda podem, de toda forma, acessar o que foi feito.

Todos esses recursos estão, em maior ou menor escala, presentes nos outros AVA. Em particular, gostaríamos
de citar outros atualmente existentes e em uso pelo mundo:

Blackboard Learn

O BlackBoard, que você está utilizando neste momento é o que apresenta o ícone da imagem abaixo:

Figura 3: Logomarca do Blackboard – Fonte: LINK

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Meu caro(a), segundo o próprio fabricante, o BlackBoard permite “unir conteúdo, ferramentas digitais e apren-
dizagem colaborativa em um só lugar. Em uma interface intuitiva e dinâmica, a plataforma Blackboard Learn
permite que alunos e professores promovam discussões que estendem os conteúdos trabalhados em sala, orga-
nizem cronogramas e tarefas, compartilhem materiais interessantes e muito mais. A experiência Ultra mantém
os estudantes engajados em qualquer lugar e a qualquer hora de maneira personalizada, intuitiva, envolvente e
sempre disponível.”

Amadeus (UFPE)

Também podemos citar propostas como o Amadeus, da UFPE, cuja definição, pela própria UFPE, é de “ uma
plataforma para ensino híbrido (blended learning), em nuvem, desenvolvida por pesquisadores e alunos do CIn,
em parceria com diversas instituições e com apoio do MEC através do programa PRO-SPB. O Amadeus LM conta
com funcionalidades pensadas para as necessidades do ensino no Brasil. “

Figura 4: Logomarca do Amadeus – Fonte: LINK

Pois é, temos diversas plataformas de AVA disponíveis atualmente. O EAD veio pra ficar, trazendo seus recursos
e potencialidades para que possamos melhorar cada vez mais o processo de ensino/ aprendizagem.

Visite a Página

Leia o texto indicado: “AMBIENTES VIRTUAIS DE


APRENDIZAGEM: POR AUTORIAS LIVRES, PLURAIS E
GRATUITAS” disponível na página (LINK)

Veja o vídeo!

Agora, assista ao vídeo sobre a história da EAD, a duração é de 9


minutos e 30 segundos.
Disponível no LINK, espero que goste.

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Palavras Finais

Prezado (a) estudante, chegamos ao final da nossa terceira unidade!

Conhecemos aqui a história da EAD, os fundamentos legais da educação superior a dis-


tância, estudamos as abordagens e modelos atuais desta educação e vimos os ambientes
virtuais de aprendizagem: a interação, interatividade e mediação pedagógica.

Na nossa quarta e última unidade vamos abordar aspectos mais detalhados sobre a avalia-
ção da aprendizagem na educação superior a distância, discutindo as possibilidades ineren-
tes a esse contexto.

Até a próxima!

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