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Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro

AS INFLUÊNCIAS DAS TDIC NA EDUCAÇÃO


E O DESAFIO DAS FAKE NEWS E
PRIVACIDADE DE DADOS PARA A
LITERACIA DIGITAL
Autora: Catharine da Silva de Oliveira Guedes
Orientadora: Profª. Drª Keite Silva de Melo

Rio de Janeiro, 24 de Agosto de 2020


Introdução
A pesquisa propõe-se a discutir as mudanças que as Tecnologias Digitais
de Informação e Comunicação (TDIC) trazem para o setor educacional,
buscando entender de que forma a prática docente deve se adequar neste
cenário, além de estar pronta para intervir pedagogicamente nos problemas
que surgem desse meio, como as Fake News e privacidade de dados.
Justificativa
A escolha do tema surgiu do entendimento de que existe uma demora em
se realizar a mudança trazida pela cultura digital, em nosso sistema
educacional. Ao mesmo tempo que muitos alunos já possuem essa carga
cultural e lidam com problemáticas originadas perante a utilização das
tecnologias digitais.
Objetivos
❏ Compreender as implicações esperadas na educação ocasionadas pelas
influências da TDIC.
❏ Conhecer a atuação do professor nessa transformação.
❏ Reforçar a necessidade da Literacia Digital.
❏ Entender os modos de atuação das fake news e da privacidade de dados para
a orientação de formas de intervenção educacional.
TDIC e as implicações para a educação

❏ TDIC engloba todas as tecnologias, mas, sobretudo, as mais recentes


relacionadas ao digital.
❏ Tecnicistas x Ceticistas.
❏ Inclusão digital e Exclusão digital.
Acesso físico e Geralmente o único tipo de acesso considerado importante
econômico: pelas políticas públicas.

Acesso cognitivo: A capacidade intelectual que permite buscar e elaborar


uma informação, além de gerir o conhecimento adquirido.

Acesso aos Produção, reprodução e remix (LESSIG, 2008).


conteúdos:

Acesso Acesso aos conteúdos, serviços e informações das


institucional: instituições para os cidadãos.

Acesso político: Participação na formulação de regras e nas decisões


políticas do contexto em que o cidadão vive.

Fonte: Autoria própria, a partir de Wilson (2004 apud PISCHETOLA, 2016, p. 32).
Cultura digital no currículo escolar

❏ Base Nacional Curricular Comum (BNCC). 5ª Competência Geral para a


Educação Básica da BNCC:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BRASIL, 2018,
p. 9).
❏ Contradições da BNCC e os grupos envolvidos em sua elaboração.
Seriam as novas gerações letradas digitalmente?

❏ Nativos digitais x Imigrantes digitais.


❏ Desmistificação dos nativos digitais.
❏ Emergente Geração Alpha.

https://www.revide.com.br/noticias/educacao/e
nsinar-nativos-digitais-eis-questao/
A importância do Letramento Digital

❏ O professor como mediador do conhecimento.

Fonte: Cole e Engeström (1993 apud BANNELL et al, 2016, p.63)


❏ Utilização de recursos digitais tecnológicos, incluindo o celular.
❏ Buzato (2006, n.p.) traz uma sucinta percepção das demandas para professor
neste cenário:
● ter autonomia na construção de projetos pedagógicos que
utilizem a Internet de forma significativa;
● conhecer maneiras de ensinar o aluno a fazer o mesmo
em relação a seus próprios interesses e necessidades de formação;
● saber compatibilizar materiais e recursos da sala de aula
e do mundo ‘off-online’ com os objetos simbólicos e as formas de
interação típicas do mundo ‘online’.
❏ A necessidade da Literacia Digital (ou letramento digital) .

[...] um conceito que engloba desde as habilidades básicas até as práticas


comunicativas que envolvem diferentes sistemas de representação,
meios/tecnologias e seus usos sociais. Buzato (2006, n.p.).
Fake News como 1º desafio para o Letramento Digital

❏ São antigas mas foram impulsionadas pela internet.


❏ A definição de fake news pode ser entendida como:
[...] toda informação que, sendo de modo comprovável falsa, seja capaz de
prejudicar terceiros e tenha sido forjada e/ou posta em circulação por
negligência ou má-fé, neste caso com vistas ao lucro fácil ou à manipulação
política. (FILHO, 2018, p. 43).
Tipo Do que se trata

Sátira ou paródia Notícias de teor humorístico sem intenção de causar mal, porém, podem causar confusão e disfarçar
preconceitos.

Conexão falsa Manchetes, fotos ou legendas sensacionalistas dando falsas dicas do que o conteúdo realmente trata.
Normalmente aparecem como caça-cliques.

Conteúdo enganoso Tem a finalidade de promover pontos de vista ou dados estatísticos manipulados, de forma que se leve a uma
conclusão inadequada. Quase sempre é usada para alimentar causas e programas políticos.

Contexto falso Quando um conteúdo (imagem, falas) verdadeiro é inserido em um contexto falso. Comumente usado para
prejudicar a imagem de algum famoso, ao atribuir uma fala ou atitude que nunca cometeu.

Conteúdo impostor Quando fontes respeitadas e conhecidas têm seus nomes usados para divulgar afirmações, falsas, que não são
suas.

Conteúdo fabricado Conteúdo inteiramente falso construído com o intuito de desinformar e causar dano.

Conteúdo manipulado Uma variação do tipo anterior. Baseia-se em uma informação verdadeira mas manipula outras informações para
enganar o público.

Fonte: Autoria própria, a partir de Santaella (2018) e Claire Wandle (2017 apud MERELES; MORAES, 2017).
❏ Apelo emocional e falta de senso crítico como “engajadoras” das notícias
falsas.
❏ Pós-verdade.

[..](a) a alta polarização política [...] (b) a descentralização da informação.


[...] (c) o ceticismo generalizado do público em relação às instituições
políticas e democráticas representadas pelo governo, os partidos e a mídia
tradicional. (PEROSA, 2017 apud SANTAELLA, 2018 p. 38, grifo próprio).
❏ Identificação e combate às fake news.
❏ Necessidade educacional da reafirmação e compreensão do trabalho
jornalístico e científico, (BOYD, 2018).

http://portaldobibliotecario.
com/e-book/manual-de-combate-a-fake
-n
ews/
Privacidade de dados como 2º desafio para o Letramento Digital

❏ Sociedade informacional e tecnologias informacionais.


❏ Naturalização da superexposição dos dados informacionais na rede x Alta
proteção das informações das empresas.

https://www.undb.edu.br/blog/tipos-de-
sistemas-de-informacao-tudo-o-que-v
oce-precisa-saber
❏ Economia informacional.
❏ Big data: pode ser compreendido, como defende Silveira (2017, n.p.),
através das camadas de:

❏ Vigilância constante dos dados pessoais de modo “invisível”.


❏ Marco Civil da Internet, lei nº 12.965.

“princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil”.

❏ Artigo 9º e o Zero Ranking.


❏ O caso da Cambridge Analytica.

[...] a consultoria comprou informações pessoais de usuários do Facebook


sem autorização e as usou para criar um sistema que teria permitido predizer
e influenciar as escolhas dos eleitores nas urnas. (BBC, 2018).
❏ É preciso conhecer e discutir as questões de privacidade de dados na escola,
pois as tecnologias de informação só tendem a aumentar.
Considerações finais
❏ A apropriação que a educação deve fazer sobre as mudanças trazidas pelas
TDIC devem refletir não somente na utilização de recursos tecnológicos,
mas sobretudo na mediação realizada pelo professor quanto a efetiva
inclusão digital dos alunos. Ainda que cultura digital seja perceptível nas
gerações atuais, ainda existe a necessidade de inclusão dos excluídos digitais
e a orientação quanto ao uso adequado e crítico do meio digital, sugerindo
assim o ensino de uma Literacia Digital.
❏ Quanto às duas problemáticas da cultura digital apresentadas, entende-se que
deve ocorrer a intervenção e discussão educacional na sala de aula, quanto
aos seus modos de agir e reflexão crítica sobre seus impactos, pois elas
fazem parte da vivência dos alunos e causam danos pessoais e sociais.
Referências
BANNELL, Ralph Ings et al. Educação no Século XXI: cognição, tecnologias e aprendizagens. - Petrópolis, RJ : Vozes ; Rio de Janeiro : Editora PUC, 2016.

BBC News. O ESCÂNDALO que fez o Facebook perder US$ 35 bilhões em horas. Brasil, 20 mar. 2018. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43466255>. Acesso em: 19 abr. 2020.

BOYD, Danah. Did Media Literacy Backfire? Data & Society Research Institute, Points, 9 mar. 2018. Disponível em: <https://points.datasociety.net/did-media-
literacy-backfire-7418c084d88d>. Acesso em: 4 abr. 2020.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2020.

BRASIL. Lei n.12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm> Acesso em: 21 abr. 2020.

BUZATO, M. E. K. Letramentos Digitais e Formação de Professores. III Congresso Ibero-Americano EducaRede: Educação, Internet, Oportunidades.
Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil, 2006.

PISCHETOLA, Magda. Inclusão digital e educação: A nova cultura da sala de aula. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2016.

PRENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants. On the horizon, v. 9, n. 5, p. 1-6, 2001.

PRETTO, Nelson De Luca et al. Educação em tempos de pandemia: reflexões sobre as implicações do isolamento físico imposto pela COVID-1 9. Ebook.
Salvador: Edição do autor, 2020. 18 p. Disponível em: < https://blog.ufba.br/gec/files/2020/05/GEC_livro_final_imprensa.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2020.

SANTAELLA, Lucia. A Pós verdade é verdadeira ou falsa? Ebook, Barueri, SP : Estação das Letras e Cores, 2018.

SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Tudo sobre tod@s: redes digitais, privacidade e venda de dados pessoais. Ebook, São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2017.
Obrigada!

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