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Curso de Psicologia – Campus Tijuca

PATRÍCIA CAVALHEIRO CRUZ

NATIVOS DIGITAIS: TECNOLOGIA, APRENDIZAGEM E


OBSTÁCULOS DE UMA GERAÇÃO CONECTADA

RIO DE JANEIRO
Junho / 2023
NATIVOS DIGITAIS: TECNOLOGIA, APRENDIZAGEM E
OBSTÁCULOS DE UMA GERAÇÃO CONECTADA

Trabalho apresentado à disciplina Leitura e


Produção Acadêmica do curso de Psicologia
da Universidade Veiga de Almeida.
Orientadora: Prof. Lorena Barbara da Rocha
Ribeiro.

RIO DE JANEIRO
Junho / 2023
No texto "Tecnologias Digitais e Ações de Aprendizagem dos Nativos Digitais", a
autora oferece uma visão otimista sobre a relação dos jovens nativos digitais com as
tecnologias digitais. A autora do texto, Cristina M. Pescador, é Mestre em Educação
(UCS), Especialista em Educação a Distância (UCS), atua como professora de inglês no
Programa de Línguas Estrangeiras da Universidade de Caxias do Sul e como tutora
presencial no curso de Pró-Licenciatura Inglês da Rede Gaucha de Ensino Superior a
Distância.

O texto aborda o tema das tecnologias digitais e sua influência na aprendizagem dos
nativos digitais, termo cunhado pelo educador Marc Prensky (2001) para descrever a
geração de jovens que cresceu com acesso fácil à Internet. A autora destaca que esses
jovens possuem características diferentes das gerações anteriores devido à familiaridade
e uso constante das tecnologias digitais em suas vidas diárias.

O texto menciona que muitos jovens aprendem parte do vocabulário de língua inglesa
por meio de jogos online, o que motivou a realização de um estudo exploratório com
um grupo de nativos digitais.

A autora destaca que os nativos digitais estão acostumados a obter informações de


forma rápida e a interagir com várias mídias simultaneamente. Eles possuem uma
segunda língua digital e utilizam dispositivos eletrônicos de maneira multitarefa, como
ouvir música, acessar a Internet e se comunicar com amigos em diversas plataformas.

No entanto, é importante abordar essa análise sobre a relação dos jovens nativos digitais
com as tecnologias digitais de forma crítica, considerando tanto os pontos positivos
quanto as possíveis limitações dessa perspectiva.

A autora destaca: "A geração de nativos digitais é caracterizada por uma imersão
constante no ambiente digital e uma habilidade inata para lidar com as tecnologias
digitais" (PESCADOR, 2010, p. 3) - embora seja verdade que os jovens de hoje cresçam
em um mundo altamente tecnológico, essa afirmação generaliza de forma simplista
todas as habilidades dos nativos digitais. É importante reconhecer que a competência
tecnológica varia entre os indivíduos e que nem todos os jovens têm a mesma
proficiência em relação ao uso das tecnologias.
Além disso, a perspectiva apresentada pela autora do texto parece destacar apenas os
aspectos positivos e inovadores dessa geração, retratando os nativos digitais como
indivíduos altamente competentes e engajados na utilização das tecnologias digitais. No
entanto, é essencial também reconhecer os desafios e problemas associados a essa
dependência tecnológica.

O texto não aborda, por exemplo, os possíveis impactos negativos da exposição


excessiva às telas e à cultura digital, como problemas de saúde mental, dificuldades de
interação social e a falta de habilidades de comunicação eficazes. Além disso, a questão
da desigualdade digital não é discutida, ignorando o fato de que nem todos os jovens
têm acesso igualitário a tecnologias e recursos digitais. A falta de acesso a tecnologias e
à conectividade pode criar uma divisão entre aqueles que podem se beneficiar
plenamente das oportunidades digitais e aqueles que estão excluídos desse ambiente.

Outro ponto que merece crítica é a ideia de que os nativos digitais aprendem de forma
mais eficaz através da exploração e tentativa e erro, enquanto os imigrantes digitais, que
são os adultos que aprenderam a usar a tecnologia digital posteriormente em suas vidas,
ainda estão presos a métodos tradicionais de aprendizagem. Essa generalização pode ser
injusta e desconsiderar os esforços dos imigrantes digitais em se adaptarem às novas
tecnologias e utilizá-las de forma produtiva.

Além disso, o texto destaca: "Os nativos digitais estão moldando a cultura digital com
sua criatividade e engajamento" (PESCADOR, 2010, p. 5) - embora seja verdade que os
jovens desempenham um papel importante na criação de conteúdo digital, é necessário
reconhecer que nem todos os nativos digitais estão envolvidos nesse processo criativo.
Muitos podem ser consumidores passivos de conteúdo digital, sem contribuir
ativamente para sua criação.

Em suma, embora o texto traga algumas reflexões relevantes sobre o uso das
tecnologias digitais na aprendizagem dos nativos digitais, é importante adotar uma visão
crítica e equilibrada, levando em consideração os possíveis desafios e limitações
associados a essa geração e à dependência tecnológica em geral. Devemos considerar a
variação nas habilidades tecnológicas dos jovens, questionar a generalização de que
métodos inovadores são sempre mais eficazes e lembrar da desigualdade digital que
afeta o acesso dos jovens às tecnologias.
Referências:

MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo:
Pearson, 2010.

MORAN, José M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e


telemáticas. In ______ (et al.). Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 10a ed.
Campinas: Papirus, 2006.

PESCADOR, Cristina. Tecnologias digitais e ações de aprendizagem dos nativos


digitais. Caxias do Sul: CINFE, 2010.

PRENSKY, M.: Digital Natives Digital Immigrants. In: PRENSKY, Marc. On the
Horizon. NCB University Press, Vol. 9 No. 5, October (2001a). Disponível em
<http://www.marcprensky.com/writing/>. Accesso em 13/Março/2008.

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