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Victor Hegas Paim Barreto

GEOFÍSICA – GEO046

RESPOSTAS DO EXERCÍCIO DE SISMOLOGIA

1. Uma prensa hidrostática contém 5 litros de um líquido viscoso. Encontre a


diminuição em volume de líquido que o mesmo sofre com uma pressão de 3000 KPa.
Seja k= 1700 Mpa

Resposta:
Utilizando a relação do módulo volumétrico:

𝑃
𝑘=
Δ𝑉/𝑉
Onde:
𝑘 é o módulo volumétrico;
𝑃 é a pressão sofrida pelo corpo;
𝑉 é o volume inicial do corpo, e;
Δ𝑉 é a variação de volume sofrida pelo corpo.

Temos:
𝑘 = 1700 MPa
𝑃 = 3000 KPa (3,0 MPa)
𝑉 = 5 Litros (0,005 m³)
Δ𝑉 = ?
Substituindo os valores:
3 [𝑀𝑃𝑎]
1700 [𝑀𝑃𝑎] =
Δ𝑉
0,005 [𝑚3 ]
3 [𝑀𝑃𝑎] ∗ 0,005 [𝑚3 ]
1700 [𝑀𝑃𝑎] =
Δ𝑉
3 [𝑀𝑃𝑎] ∗ 0,005 [𝑚3 ]
Δ𝑉 =
1700 [𝑀𝑃𝑎]

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Δ𝑉 = 8,8. 10−6 [𝑚3 ] ou Δ𝑉 = 0,009 [𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠]


2. A velocidade da onda elástica é uma propriedade física que, univocamente, é capaz
de determinar a litologia?

Resposta:
Não pois rochas diferentes podem ter velocidades (ou faixas de velocidades) de
ondas elásticas iguais, como por ex: Água (1400 – 1500 m/s) e Areia (300 – 1700
m/s); Calcários (3400 – 6000 m/s) e Sal (4000 – 6000 m/s); Basaltos (5500 –
6300 m/s) e Gnaisses (5000 – 6200 m/s) etc.

3. Em média, considerando rochas sedimentares e ígneas, em qual tipo a velocidade


das ondas sísmicas é maior?

Resposta:
Nas rochas ígneas, pois possuem em geral menos porosidade e
consequentemente menos vazios, “aumentando” a velocidade de propagação
das ondas sísmicas. Na tabela abaixo, é possível observar essa relação, onde
granitos, basaltos e gabros possuem velocidade de propagação maior que
arenitos, folhelhos e calcáreos.
Tipo de Rocha Velocidade Vp (m/s) Tipo de Rocha Velocidade Vp (m/s)
Ar 330 Anidrita 3500 - 5500
Água 1400 - 1500 Sal 4000 - 5500
Gelo 3000 - 4000 Granitos/Gnaisses 5000 - 6200
Aluvião, Areia 300 - 1700 Basalto 5500 - 6300
Arenitos 2000 - 4500 Gabro 6400 - 6800
Folhelhos 2400 - 5000 Peridotitos 7800 - 8400
Cálcáreos, dolomitos 3400 - 6000

4. Descreva o movimento das partículas durante a propagação das ondas de Rayleigh


e Love. O que estas ondas têm em comum quando comparadas às ondas P e S.

Resposta:
O movimento das partículas nas ondas Rayleigh pode ser descrevido como
elipses verticais retrógadas.

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Já no movimento das partículas nas ondas Love é dado na direção paralela à


superfície livre de propagação e perpendicular à direção de propagação da onda
Pode-se traçar um paralelo entre as ondas Rayleigh, Love, P e S da seguinte
forma:
Ondas Rayleigh e Ondas S movimentam a partícula de forma vertical;
Ondas Love e Ondas P movimentam a partícula de forma horizontal.
5. Zona de sombra.

5.1. O que é uma zona de sombra?

Resposta: Zona de Sombra é uma região onde não é possível detectar ondas
sísmicas do tipo P e/ou S.
5.2. A sua existência está relacionada a que hipótese sobre o interior da Terra?

Resposta:
A existência de zona de sombra está associada à uma descontinuidade
localizada entre o manto e o núcleo externo da Terra, denominada de
Descontinuidade de Gunterberg. No caso das ondas P (de compressão) sofrem
uma redução de velocidade de propagação no núcleo externo, e as ondas S (de
cisalhamento) não conseguem se propagar. Pode-se tirar como conclusão que
o núcleo externo é líquido devido a impossibilidade de ondas cisalhantes se
propagarem.
6. O modelo da Terra com um núcleo externo líquido é construído sobre que bases?

Resposta:
Durante um terremoto, um sismo é liberado, atravessando o interior da Terra na
forma das ondas P (de compressão) e S (de cisalhamento). Tais ondas sofrem
refração ao atravessar as diversas camadas do planeta, e posteriormente são
detectadas em estações sismográficas ao redor do mundo. Quando tais ondas
chegam nos sismógrafos é possível calcular a trajetória que realizaram e
detectar por onde se propagaram. Entretanto, a cerca de 2 900 km de
profundidade as ondas S deixam de se propagar, pois como explicado no item
anterior, ondas de cisalhamento não conseguem se propagar em meios líquidos,

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e ondas de cisalhamento possuem sua velocidade de propagação reduzida.


Dessa forma, pode-se concluir que o núcleo externo do planeta Terra é líquido.
7. Que características diferenciam o sinal sísmico devido a uma detonação nuclear de
outro relacionado a um terremoto? Argumente considerando os mecanismos
envolvidos na liberação da energia elástica.

Resposta:
O sinal de sísmico de uma bomba atômica tem um pico de grande intensidade
no primeiro segundo de ondas P (de compressão), seguindo de picos de menor
intensidade nos segundos seguintes, e não é possível observar a propagação
de nenhuma onda S (de cisalhamento) de forma significante
O sinal sísmico de um terremoto é constituído por uma onda P (de compressão)
de pequena intensidade seguido de uma onda S (de cisalhamento) também de
pequena intensidade, que segundos depois ganha força e gera picos muito
maiores.
8. Quanto a distribuição dos terremotos ao longo da superfície do planeta Terra,
8.1. Ela é homogênea ou heterogênea?
Resposta:
Heterogenia
8.2. O que a distribuição sugere?
Resposta:
Sugere que há mais terremotos em regiões de encontro de placas tectônicas,
em ambientes de convergência, divergência e transcorrentes.
8.3. Como está o Brasil neste contexto?
Resposta:
O Brasil está situado no centro da placa sul-americana, longe de qualquer borda
da placa e consequentemente com poucos tremores, quando ocorrem são de
baixa intensidade. Normalmente os tremores que ocorrem no Brasil estão
associados a acomodação de grandes massas de rocha.
8.4. E quanto à América do Sul?
Resposta:
Países como Chile, Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Argentina (localizados
na porção oeste da América do Sul) estão situados no encontro da Placa Sul
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Americana com a Placa de Nazcar e a Placa de Cocos, estando sujeitos a


tremores de altas magnitudes, como o ocorrido no Chile em 1960, com
magnitude de 9,5 graus na escala Richter. Além da intensidade, a frequência de
terremotos nessa região também é alta.

9. O que é zona de Wadati-Benioff?


Resposta
É uma região associada ao limite de placas tectônicas convergentes,
principalmente a zonas de subducção. Marca a presença de sismos em grandes
profundidades.
10. O que é oscilação livre da Terra?
Resposta:
Oscilação livre da Terra é um fenômeno de ressonância, que após um terremoto,
a mesma vibra frequências discretas, com longos períodos (de até 57 minutos),
e formas diferentes.
10.1. Descreva algumas formas de oscilação e seus respectivos períodos de oscilação.
Resposta:
1. Twisting Mode, com tempo de oscilação de 40 minutos;
A Terra vibra em como se tivesse sendo torcida.
2.Football Mode, com tempo de oscilação de 53,9 minutos;
A Terra vibra como se estivesse sendo esticada e comprimida, ficando
parecida com uma bola de futebol americano.
3.Balloon Mode, com tempo de oscilação de 20,5 minutos.
A Terra vibra como se estivesse expandindo e contraindo, semelhante a
um balão sendo inflado e desinflado.
10.2. Quais seriam os valores das freqüências, em Hz, relacionadas a esses períodos?
Resposta:
Dado que frequência é:
1
𝑓=
𝑇
Onde,
𝑓 é frequência, dada em Hz, e;
𝑇 é o período dado em segundos.

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É necessário converter os períodos de minutos para segundos, multiplicado os


valores em minutos por 60, ficando da seguinte forma:
Período T Período T
Tipo de Oscilação
(minutos) (segundos)
Twisting 40,0 2400
Football 53,9 3234
Balloon 20,5 1230

Substituindo os valores na relação de frequência (𝑓) e período (𝑇):

Twisting:
1
𝑓= ⇒ 𝑓 = 4,17. 10−4 𝐻𝑧
2400

Football:
1
𝑓= ⇒ 𝑓 = 3,09. 10−4 𝐻𝑧
3234

Ballon:
1
𝑓= ⇒ 𝑓 = 8,13. 10−4 𝐻𝑧
1230

11. Descreva o trajeto das seguintes ondas:


PKiKP
Resposta:
Onda P refratou no manto, refratou no núcleo externo, refletiu no núcleo interno
e refratou no manto.
ScS
Resposta:
Onda S refratou no manto, refletiu no núcleo externo e refratou no manto.
SKIKS
Resposta:
Onda S refratou no manto, refratou no núcleo externo, refratou no núcleo interno,
refratou no núcleo externo e refratou no manto.

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PKIKP
Resposta:
Onda P refratou no núcleo externo, refratou no núcleo interno, refratou no núcleo
externo e refratou no manto.
12. Prove o comportamento da propagação de ondas com referência à componente
normal para um modelo de duas camadas onde: V1> V2 e V1 < V2
Resposta:

Situação em que V1>V2:

Normal
𝜃𝑖
V1

V2
𝜃𝑟

Pela Lei de Snell:


𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑟
=
𝑉1 𝑉2
Onde,
𝑉1 é a velocidade de propagação do raio no meio 1;
𝑉2 é a velocidade de propagação do raio no meio 2;
𝜃𝑖 é o ângulo de incidência do raio;
𝜃𝑟 é o ângulo de refração do raio.
Pela relação acima, pode-se verificar que se V1 é maior que V2, o raio refratado
irá convergir para a reta normal. Caso V2 seja maior que V1 o raio refratado
convergirá para o plano de interface.

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