As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) facilitaram o acesso à informação, porém exigem leitores críticos para evitar a desinformação por meio de fenômenos como as notícias falsas. Na Educação brasileira os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), de 1997, afirmavam que “é indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras (BRASIL, 1997, p. 67)”. O documento traz, ainda, noções como a de multimídia e hipertexto, ressaltando a combinação de diferentes linguagens e o caráter não linear do conhecimento nesses suportes. A desinformação é um problema que tem se acentuado com o aumento no acesso à internet por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas e tem impactado na diminuição da confiança pública, na polarização da sociedade e no aumento do negacionismo científico. Citamos como exemplo a baixa procura pela vacinação, a crença na teoria de que a terra é plana. Neste artigo serão abordadas 2 frentes onde a educação pode atuar para combater a desinformação: letramento midiático e confiança na ciência. O letramento midiático pode fomentar uma leitura crítica da mídia para que fiquem claras as estratégias de manipulação presentes nas redes de desinformação. Para lidar com o negacionismo científico é preciso uma melhoria nas condições para o ensino de ciências nas escolas brasileiras, com mais laboratórios e uma adequação da formação docente. Uma divulgação científica popular que se aproxime do cotidiano dos alunos explorando a importância do método científico também pode contribuir para uma maior confiança na ciência. Como forma de evitar o compartilhamento de notícias falsas nas redes sociais e na internet, os professores podem orientar os alunos a buscarem em sítios eletrônicos confiáveis a confirmação da notícia. É preciso orientar os alunos sobre técnicas de manipulação de notícias, quando o disseminador coloca parte verdadeira da notícia contaminada com inverdades, ou retirando a noticia do contexto, etc. Plataformas de checagem de fatos podem ajudar a saber se uma notícia compartilhada na web é falsa, ou seja, se trata de fake news. A prática conhecida pelo termo em inglês fact checking é um método de verificação que analisa a confiabilidade das fontes apuradas em um texto jornalístico. Dependendo do levantamento, é possível descobrir se as informações que circulam no WhatsApp, Facebook e Instagram são verdadeiras ou se trazem algum nível de distorção . Hoje, várias agências, sites ou iniciativas coletivas oferecem checagem de notícias compartilhadas. Citamos aqui as principais plataformas online que ajudam a descobrir se um link contém Fake News: 1 - O Fato ou Fake (g1.globo.com/fato-ou-fake) é uma iniciativa do Grupo Globo para verificar conteúdo suspeito nas notícias mais compartilhadas da internet. 2 ´- O Comprova (projetocomprova.com.br) é um projeto de checagem de fatos que conta com o trabalho em equipe de jornalistas de 24 diferentes veículos. O foco da plataforma são as informações “enganosas, inventadas e deliberadamente falsas” compartilhadas durante as eleições brasileiras em 2018. 3 - O Truco é uma iniciativa de checagem de fatos da Agência Pública (apublica.org), agência de jornalismo investigativo fundada por mulheres em 2011. A instituição não tem fins lucrativos e traz reportagens sobre aspectos da administração pública, com foco na defesa dos direitos humanos. Após análise das fontes, informações são classificadas em sete categorias diferentes: verdadeiro, sem contexto, discutível, exagerado, subestimado, impossível provar e falso. Além dos sites citados acrescentamos aos fatos, Lupa, Fake Check, Boatos e E-farsas. Tendo em vista ao que apresentamos acima, julgamos que a escola pode dar uma grande contribuição no sentido de formar leitores críticos, diminuindo assim o número de disseminadores de Falk News.
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