Você está na página 1de 2

Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes

Lojistas (CNDL) e conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o


percentual de brasileiros idosos que utilizavam a internet, passou de 68%
(2018) para 97% (2021) depois do início da pandemia. Inclusive, esse
aumento está relacionado diretamente ao isolamento social, a mesma
pesquisa citada anteriormente revela que 64% do motivo do uso se deve a
busca por notícias, 61% para manter contato com a família e 54% para
pesquisar por produtos e solicitar serviços.
Esses dados apresentados evidenciam que uma grande parcela da população
brasileira que raramente utilizavam qualquer dispositivo com acesso à internet,
se encontraram na necessidade de aprender a usar para que conseguissem
realizar atividades comuns durante o isolamento. Na mesma matéria, o senhor
José Antônio Martinez, de 88 anos, reforça a afirmação contando que “Devido
às circunstâncias de que hoje se precisa do celular para tudo, sobretudo com a
pandemia em que fiquei um ano em casa, percebi que precisava aprender a
usar o aparelho”.
Diante disso, surge a dificuldade de se criar um ceticismo saudável quanto às
notícias repassadas em redes sociais, o que acaba criando uma
vulnerabilidade para a população idosa. Um estudo sobre as campanhas
presidenciais estadunidenses em 2016, realizado por Andrew Guess, da
Universidade Princeton (EUA), Jonathan Nagler e Joshua Tucker, da
Universidade de Nova York, analisou postagens no Facebook e concluiu que
91,5% dos usuários não compartilharam algum site que contesse notícias
falsas, contudo, os autores revelaram que o público com mais de 65 anos
repassou sete vezes mais matérias de sites de fake news do que o grupo etário
de 18 a 29 anos.
Esse fato expõe que os idosos são mais suscetíveis a acreditar e compartilhar
qualquer notícia vinda das redes sociais, só pelo fato dessas informações
estarem publicadas, sem sequer saber que qualquer indivíduo anônimo com
acesso à internet é capaz de escrever e compartilhar o que deseja. Isso mostra
que a melhor solução é promover uma educação midiática voltada para o
público mais velho, como fez o estudante Bruno Fortes da IFRS em seu
Mestrado Profissional em Informática na Educação, onde o mesmo criou um
curso com 20 horas de duração com o exclusivo objetivo de trazer a
alfabetização informacional para o público idoso, dessa forma, as 8
participantes conseguiram aprender a duvidar da veracidade das notícias lidas
na internet e averiguar essa veracidade com fontes confiáveis.

REFERÊNCIAS:
FOLHA DE SÃO PAULO. Idosos e desinformação: uma combinação perigosa:
Público mais vulnerável às chamadas fake news precisa de medidas específicas. São
Paulo, SP, 4 mar. 2021. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/03/idosos-e-desinformacao-uma-
combinacao-perigosa.shtml. Acesso em: 9 mar. 2023.
LUCE, Bruno Fortes. Desinformação na Terceira Idade: como o público idoso se
relaciona com as fake news nas redes sociais. 2020. 172 p. Dissertação (Mestrado) -
IFRS, Porto Alegre, RS, 2020. Disponível em:
https://dspace.ifrs.edu.br/xmlui/handle/123456789/361. Acesso em: 10 mar. 2023.
BBC NEWS BRASIL (Brasil). Idosos são mais propensos a espalhar notícias falsas, diz
estudo: Um estudo apontou que pessoas com mais de 65 anos são mais propensas a
divulgar na internet notícias falsas, também chamadas de "fake news".. [S. l.], 12 jan.
2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46849533. Acesso em: 9
mar. 2023.
AMÉRICO, Tiago. Levantamento indica que 97% dos idosos brasileiros acessam a
internet: Busca por notícias, contato com a família e procurar informações sobre
produtos e serviços estão entre os motivos do aumento de idosos no mundo digital.
Cotia, SP, 21 maio 2021. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/levantamento-indica-que-97-dos-idosos-
brasileiros-acessam-a-internet/. Acesso em: 9 mar. 2023.

Você também pode gostar