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Desinformação e as TIC’s

PROFA. POLIANA MACEDO DE SOUSA


MÍDIA E CIDADANIA
 A internet trouxe uma forma de comunicação mais
democrática, pois permitiu que não só as grandes
instituições disseminassem conteúdos, mas qualquer
pessoa que tivesse acesso à rede.
 A troca de informações se intensificou com as redes
sociais digitais, que possibilitaram o compartilhamento
de informações de maneira mais efetiva, já que, nelas,
as pessoas possuem um catálogo de contatos mais
próximos de seus comportamentos.
O que é desinformação?

 É um termo que designa informações falsas ou imprecisas,


especialmente aquelas que foram criadas com a intenção de
enganar. Essa definição já nos ajuda a entender como realmente
vivemos na Era da Desinformação.
 O termo “Era da Informação” foi usado pela primeira vez por
Richard Leghorn, pioneiro em fotografia aérea de espionagem na
Guerra Fria, no livro “Top Management Handbook”, de Harold
Bright Maynard, em 1960.
 Oxford Languages definiu a palavra do ano de 2016 como “pós-
verdade” (post-truth).
 Além de toda a desinformação a que somos submetidos
diariamente, a escolha dessa palavra por uma das maiores
referências em conhecimento linguístico é um diagnóstico preciso
da Era da Desinformação.
 A comunicação se democratizou, mas também trouxe
problemas sociais. A internet deu voz a diferentes
indivíduos, oferecendo mecanismos de proximidade.
Isso quer dizer que pessoas com diferentes intenções e
graus de conhecimento dividem o mesmo ambiente.
 Nesse ponto, poderíamos imaginar que ela traria mais
troca de conhecimentos e valores, no entanto, vemos
o aumento da crença e compartilhamento de
informações falsas e prejudiciais à organização social.
 O sociólogo espanhol Manuel Castells diz que o
mundo vive um momento de “ataque à razão e de
posições irracionais contra a ciência”. E essa postura é
resultado de uma educação que não está bem
estruturada.
 De nada adianta estarmos na era da informação se
não temos a capacidade de processar e deliberar
sobre os conteúdos recebidos.
 A desconexão abre campo para o ataque à razão,
promovendo a disseminação de informações falsas,
nosso atual cenário.
 Então, vemos afirmações de que a terra é plana, as
vacinas são prejudiciais etc.
 Como essas afirmações são passíveis de ganhar força
justamente na era da informação?
 Castells chama a atenção para o fato de sermos seres
emocionais, antes de racionais. Para ele, a matriz do
comportamento é emocional e, só depois, utilizamos a nossa
capacidade racional para pensar sobre o que queremos.
 Assim, as pessoas não leem jornais ou veem o noticiário para se
informar, mas para se confirmar. Por isso, buscam fontes que
concordam com as suas visões de mundo, mesmo que essas não
sejam verossímeis. E isso está relacionado a um comportamento
emocional e não racional.
 Castells nos permite entender porque pessoas compartilham
conteúdos oriundos de sites não confiáveis, mesmo quando são
alertadas sobre a fonte duvidosa.
 Será que queremos realmente saber se o que compartilhamos é
fato? Ou apenas desejamos nos confirmar?
 Vivemos também em um momento em que a desinformação está
sendo promovida, propositalmente, por inteligências que
influenciam pessoas desinformadas ou ideologicamente
favoráveis ao conteúdo, por meio de mecanismos de
comunicação já utilizados em outros momentos.
 Eram os cartazes ideológicos, o cinema, o rádio e a televisão;
hoje, são conteúdos digitais distribuídos por robôs e sistemas de
algoritmos que encontram o público potencial.
Fake News

 Não há como falar sobre desinformação sem citar as Fake


News (notícias falsas), que estão entre os principais expoentes
dessa era em que vivemos.
 Basicamente, fake news são notícias falsas publicadas por veículos
de comunicação como se essas fossem reais. Geralmente, elas
têm o objetivo de validar algum ponto de vista ou prejudicar
determinadas pessoas ou grupos, em especial figuras públicas.
 As fake news são aquelas criadas propositalmente para serem
falsas e influenciar no julgamento do público.
 86% dos internautas sentem-se preocupados com as fake
news (Ipespe, encomendada pela Febraban);
 55% dos brasileiros já repassaram fake news sem saber (dfndr lab,
laboratório especializado em segurança digital da PSafe);
 O modus operandi das fake news é justamente conduzir os
cidadãos-usuários-consumidores através de suas emoções,
neutralizando a sua racionalidade, e assim proliferar com forte
intensidade
Como identificar uma Fake News?

 Cheque a fonte. Verifique se o endereço da página não tem erros


de digitação. Caso tenha alguma dúvida, pesquise aquela notícia
dentro do site oficial de quem supostamente a divulgou.
 Veja quem está falando sobre aquela história. Veículos de
comunicação profissionais e com credibilidade raramente
divulgam informações falsas, já que são muito criteriosos com o
assunto.
 Examine as evidências. Histórias possivelmente verdadeiras
costumam ter citações de especialistas, pesquisas, dados e outras
informações similares.
Como identificar uma Fake News?

 Não acredite piamente em imagens e vídeos. Hoje em dia,


tecnologias como o deepfake permitem manipular rostos e, assim,
criar vídeos em que pessoas supostamente disseram algo, mas
que são falsos. Alguns sinais de manipulação são distorções na
imagem ou sombras estranhas, por exemplo. Na dúvida, verifique
as redes sociais oficiais daquela pessoa.
 Recorra às agências de fact-checking. Basicamente, elas buscam
verificar os fatos para saber se notícias são verdadeiras ou não. No
Brasil, as mais conhecidas são Agência Lupa, Aos Fatos, Fato ou
Fake e Projeto Comprova.
#FICAADICA

 “The Waldo Moment” (2013)


É o terceiro episódio da segunda temporada da
série antológica “Black Mirror”. Waldo, um ursinho
azul gerado por computação gráfica para
debochar de políticos, candidata-se às eleições
locais do Reino Unido. Sem propostas concretas e
com um discurso superficial, ele seduz um
eleitorado apolítico e indignado.
#FICAADICA

 “O dilema das redes” (2020)


Lançado pela Netflix, também foca nos
algoritmos e aspectos técnicos das redes
sociais. O filme nos mostra como a arquitetura
dessas plataformas é feita para gerar
mudanças em nosso comportamento,
prender nossa atenção e viciar.
#FICAADICA

 “Contágio” (2011)
A ideia do filme é mostrar que as informações
falsas podem se replicar tanto quanto um vírus.
Vista em tempos de coronavírus, lembra situações
vividas na atual pandemia.
Obrigada!
ÁLVARO, Ana Margarida Domingues. Cidadania Digital: O Papel das TIC no Exercício da Cidadania dos Adultos. Escola Superior de Educação,
Instituto Politécnico de Coimbra, Outubro, 2011.

POSTALI, Thífane. A era da informação é também a da desinformação. Jornal Cruzeiro do Sul, São Paulo, 03 set 2019. Disponível em:
https://www.jornalcruzeiro.com.br/opiniao/artigos/a-era-da-informacao-e-tambem-a-da-desinformacao/ . Acesso em: 10 nov 2021.

MORAIS, José Luis Bolzan de, FESTUGATTO, Adriana Martins Ferreira. Fake News: a desinformação na era digital e a afetação da democracia.
Jornada de Direitos Fundamentais, 7, 2020. Anais... Unifor. Disponível em:
https://www.unifor.br/documents/392178/3101527/Jose+Luis+Bolzan+de+Morais+e+Adriana+Martins+Ferreira+Festug.pdf/7b292ecb-017b-474b-
1d06-f9e28af1c551 . Acesso em: 10 nov 2021.

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