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O fact-checking como

vacina contra a
desinformação
Armando Nhantumbo
Maputo, 01/08/2023
Fact-checking: o que é?

Brainstorm/chuva de ideias
Definindo fact-checking:

• Verificação de factos; checagem = processo


de apuramento, verificação, confronto,
confirmação, etc de factos/dados a usar
em jornalismo e não só;
• O conceito não é novo, mas revalorizou-se e
expandiu-se além do jornalismo, dado o actual
contexto: maior acesso à internet
+ popularização das redes sociais digitais e
de equipamentos móveis.
Cont.
Duas consequências importantes:
1. intenso fluxo de informações (era da
informação) que torna difícil, principalmente
ao cidadão ordinário, processar e extrair o
essencial

“Uma criança de hoje tem mais informações que


um imperador romano tinha no auge de Roma”
(Cury, 2015);
Epidemia de informação: larga e rápida disseminação de informações,
como se de uma doença contagiosa se tratasse
Segunda epidemia, de informação, tinha implicações mais graves que a própria doença (Rothkopf, 2003)
Exp: Covid

Fonte: OMS
Segunda consequência importante
2. Praga das fake news (era pós-verdade);
• Qualquer pessoa, basta ter smartphone, pode publicar o que
quiser (mas nem sempre preocupado com a precisão e
veracidade) e até reivindicar ser jornalista (cidadão repórter);
• Jornalista profissional deixa de ter monopólio sobre os
acontecimentos (gatekeeper);
• É neste contexto que fact-checking ganha a dimensão de um
exercício para distinguir informações verdadeiras de falsas,
nas redes sociais da internet, isto é, desmascarar falsidades
circulando online;
• Mas, afinal, o que são notícias falsas ou fake news?
Entendendo fake news
• Etimologicamente, notícia é relato factual, portanto, não pode ser falsa;
• Contudo, termo é usado para referir-se à informações que, sendo falsas,
são apresentadas como se informações reais se tratasse;
• Podem ser informações inventadas, descontextualizadas ou exageradas

• De novo na COVID, lembram-se de receitas e de todas as teorias de


conspiração contra as vacinas;

Notícias falsas não são exclusivas à área da saúde;


• Aliás, embora a humanidade se tenha sempre debatido com notícias
falsas, foi num período eleitoral que este termo se popularizou:
EUA, 2016.
• Portanto, os momentos eleitorais são momentos férteis para fake
news, sobretudo a partir das campanhas eleitorais;
• Como dizem Damasceno e Patrício (2020), as fake news na internet
são instrumento político – eu diria muito poderoso;
• As notícias falsas são especialmente perigosas, pois têm o potencial
de atingir muitas pessoas (in wikiHow) – estamos quase todos
conectado;
Cont.

Fonte: Fábio Vasconcellos (2020)


Deep fakes
• É parte do ecossistema de desinformacao = são um
tipo de manipulação audiovisual que permite aos
usuários criarem simulações realistas de rostos, vozes
e ações de pessoas;
• Resultam, portanto, de inteligencia artificial = rápida
evolução tecnológica permite aos usuários editar
objectos e características faciais, animar retratos,
transferir movimentos, clonar vozes, dentre outros.
Que intenções por detrás das fake news?
• Indústria de produção e propagação: interesses políticos,
económicos e sociais;
• Políticos: Donald Trump contra Hillary Clinton, em 2016;
• Económicos: fake news contra empresa A pode beneficiar empresa B
– mas, também, cada visualização vale dinheiro beneficia quem
publica;
• Social: criar caos na sociedade, desespero, medo, etc;

Portanto, antes de fazer fact-checking, é sempre importante


compreender os interesses por detrás
Interesse nos períodos eleitorais

• Confundir opinião pública e tirar proveitos


eleitoralistas;
• Desacreditar opositores e o próprio processo
eleitoral (exp. Camiao de eleitores, é
verificável?; acusar suposta falsificação ou
manipulação de dados eleitorais; usar monitorias
não credíveis das eleições);
Nos períodos eleitorais, as estratégias manipulativas de politicos incluem:
.Distrair com assuntos triviais;
.Testar águas com rumores para aparecerem com soluções;
. Instalar medo, ansiedade, etc
Por quê se espalham as notícias falsas?
• Projectadas para serem fortemente persuasivas = grande poder viral;

• Apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas


consumam o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo;
• Também porque parecem verdadeiras; Usam nomes de pessoas e
instituições importantes e conhecidas para dar maior credibilidade;
• Normalmente, o post tem um pedido de partilha – apelo à partilha para que
chegue ao maior número de pessoas possível;
• Dão soluções simples para problemas graves; Muitas vezes têm um
tom conspiratório, apresentando razões do tipo alguém não quer que a
informação se saiba; por isso, sou apenas eu que tenho a verdade;
“Edil de Inhambane tentando a última
cartada”
Aconteceu na campanha de 2018. A comitiva do presidente visitou Ametramo, onde estavam
jovens da OJM e mamas da OMM. Era campanha da FRELIMO por isso tem cartazes
Cont.
• 3.
Fake não eleitoral. Política?
Fim do primeiro dia

Khanimambo!
Armando Nhantumbo
armandofrancelino@gmail.com

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