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Personagens
● Rico
● Prostituta
● Dracma
● Convidado da Plateia
● Cavaleiro
Todos cantando
Se eu parasse pra contar, de uma forma tão normal, talvez passariam
horas não me interprete mal, todavia no entanto certo homem escreveu,
parábolas tão lindas que quem leu estremeceu... Venham todos!
Emprestem seus ouvidos, arregalem os olhos da sua visão, podemos
caminhar juntos? Então traga a sua imaginação...Vamos brincar na pureza
dessa arte, de um jeito que é só nosso de contar, coloque dentro da
pensão, o pródigo filho que se foi...que tal juntar a prostituta, que
enfureceu o fariseu. Abra a porta para o rico que chegou, de um tesouro
avarento se apossou, e tem a dona da pensão cujo ódio a encurvou, e a
dracma perdida que a salvação tirou. Venham todos! Emprestem seus
ouvidos, arregalem os olhos da sua visão, podemos caminhar juntos?
Então tragam a sua imaginação...o cenário está montado, só falta esperar
pra ver, o resultado da mistura, que tem história pra...RENDER! Vento
forte e frio nas costas, ( todos sopram ), sinal que tempestade vem aí, se
alguém bater a porta ( toc-toc) NÃO ABRA! Pois poderá sobrar pra mim...
Dracma e DH entram
DH: Céus! Olhe só o horário! A noite está chegando e o jantar ainda não
está pronto. Menina eu te pedi para me avisar da hora!
Dracma: O quê?
DH: Do jantar, É de noite que mais chegam clientes nessa pensão, sabe
disso.
Dracma: E eu lá tenho culpa se você foi dormir e esqueceu do almoço?!
DH: Janta!
Dracma: Quê?!
DH: JANTA!
Dracma: Ah não muito obrigada, eu não estou com fome.
DH: Ai que dor! Céus! O que eu fiz para merecer isso? Eu preciso do meu
remédio, meu unguento! Menina você viu o meu unguento?
Dracma: Não eu não vi tia, eu nem toquei nele!
DH: Ah eu só perguntei. Ai Meu Deus, eu preciso do meu remédio!
Dracma: Mas eu já disse que eu não vi! Eu só estou aqui varrendo!
DH: Varrendo?
Dracma: É..
DH: Varrendo com o que?! Com os olhos? Com as mãos?
Dracma: Com a vass...Cadê a vassoura que tava bem aqui? Eu tava com
ela varrendo, tem outra aqui mas não é essa aqui. Aí eu tava varrendo..
DH: Tá aqui óh
Dracma: Ah eu não sei onde ela tá...
DH: OH MENINA!
Dracma: Oi?
DH: Tá aqui óh!
Dracma: Ah tá aí!
DH: Ai Meu Deus eu preciso do meu remédio! Urgh, ai graças a Deus... já
tá acabando, menina vem aqui! Há um mestre balsâmico aqui perto, vá lá
e compre outro desse pra mim!
Dracma: Ah mas que cheiro horrível que isso aqui tem! É por isso que tens
esse odor tão ruim hein velha?
DH: Eu já falei que eu não gosto de ser chamada de velha!
Dracma: Cheiro de velha, voz de velha...o que mais você poderia ser?
DH: Oh menina, V-você poderia me emprestar uma das suas moedas? É
que eu estou sem dinheiro agora, custa só uma moeda!
Dracma: Eu não posso, eu esqueci as minhas dracmas, eu esqueci lá
dentro.
DH: AH Meu Deus do céu?!?! Essa menina é muito inútil mesmo!
Dracma: Me perdoe!
DH: Há tempos que te deixo morar aqui, e o que você faz? Nada! Deixa
que eu vou lá, sou cliente dele há tempos, talvez ele ache que me deva um
favor. Óh! Você fique aqui, olha a comida não deixa ela queimar e se
alguém chegar fala que eu saí mas que eu volto logo, consegue fazer isso?
Dracma: Isso o que?
DH: O que eu acabei de te pedir, meu Pai do céu!
Dracma: Pediu o que?
DH: AH MENINA BURRA SENHOR! Só fique aqui e não destrua nada! Hoje
eu quero fazer uma receita especial, aqui óh, entendeu? Aproveita e salva
esse macarrão duro aí.
DH sai
Dracma: Pera aí fazer o que? Ok agora a velha enlouqueceu né? Agora
acha que eu tenho que fazer tudo! Sou empregada aqui porque eu tenho
que arrumar, varrer, passar, cozinhar, levar essa comida pra lá, fazer não
sei o que com o macarrão, cortar isso daqui, depois levar pra cá e eu não
sei se eu consigo fazer tudo isso! Eu preciso de ajuda (choramingando)
Dracma: Será que tem alguém que poderia me ajudar? Alguém que sabe
cozinhar? É só levantar a mão (risos)
Ela escolhe alguém na plateia lendo as receitas, leva até o local da
peça (a hospedaria), e coloca o avental no convidado.
LEITURA DA CARTA
CONVIDADO: “Eis que tenho olhado suas aflições e conflitos, suas
almas estão presas, agitadas e doentes. E por mais que não
aceitem isso, sabem que é verdade”
DH toma a carta e diz: O que? Deixe-me ver. “A você, cujo as
dores se alastram, que o tormento desce sobre seus ombros, saiba
que eu estou disposto a te perdoar e te livrar se fizeres o mesmo.
Quanta mágoa, quanto ódio, você tinha razão em dizer que não há
médicos que curem isso, mas a ti eu digo, eu sou a cura”. Mas que
raios, quem esse homem pensa que ele é?
Dracma pega a carta e lê: “A você que desistiu de resgatar seus
valores, lembre-se que o noivo está voltando, e você precisa do 1°
amor, não deixe o cansaço te impedir de estar pronta, busque em
mim a razão para continuar procurando. A você eu digo, eu sou a
força”. Como ele pode saber de tanta coisa assim? ele nem me
conhece para escrever essas coisas. Olha o que ele escreveu:
Dracma: “Eu senti seu perfume a distância, você se pergunta...”
Prostituta interrompe: ESPERA! Isso aqui fala sobre mim,
ninguém pode falar sobre mim... “Eu senti seu perfume a distância,
você se pergunta ‘Como posso existir em um mundo como esse?’
Ah, quando era eras apenas uma criança, eu te amei, te chamei de
filha, quando estava no lamaçal, te ensinei a andar, tomando-a nos
braços, mas quando cresceu saiu e quis viver a vida e enquanto
dormia com outros, meu coração palpitava para ver você em meus
braços novamente. Veja! O inverno passou, acabou a tempestade e
eu quero te ver. A você eu digo ‘Eu sou o verdadeiro amor’ ” Como
ele sabe de tudo isso em? Sem ao menos me conhecer, O que
mais tá falando aqui?
FIM