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Título: Convém-me diminuir e encher-me de Ti.

Objetivo: Orientar a Igreja sobre a importância de sermos semelhantes a Cristo.


Texto: Gálatas 2.19,20

Introdução

A epístola aos Gálatas, intitulada corretamente por muitos de Declaração da Independência


Cristã, parece controverso quando outros afirmam que esta carta mostra a nossa completa
dependência a Deus. Isto quer dizer que nossa independência diz respeito à legislação
mosaica e suas exigências como agente salvador ou norma de conduta cristã. Mostra-nos que
a liberdade que possuímos hoje só é possível com o relacionamento com Cristo, através de
seu Espírito Santo que nos guia através de uma nova regra de vida, ou seja, regra de fé de
indivíduos regenerados. Esta “Carta Magna da fé cristã” é necessária já que mesmo que a lei
seja perfeita, o ser humano não é, e por isso jamais poderia alcançar a vida eterna se não for
pela graça de Deus. Nós temos uma tremenda dificuldade para entender o que vem a ser esta
graça, já que tudo que nos rodeia leva-nos a entender que sem a obra, ou seja, sem algo em
troca não podemos receber ou ganhar nada. Temos dificuldade de dependermos em Cristo e
sermos a sua imagem. Trato neste sermão das três mortes apresentadas por Paulo nos
versículos 19 e 20 do capítulo 2 para entender esta maravilhosa dádiva dada por Deus
chamada graça.

Morte da Lei: Versículo 19: “Porque eu pela lei estou morto para a lei, para viver para
Deus”.

Paulo não conseguia entender como os galatas haviam recebido o espírito pela fé e agora
queriam seguir os preceitos das obras para serem justificados com Deus. Não compreendia
como eles podiam desmerecer o sacrifio de Jesus na cruz de forma tão rápida. Havia a lei
morrido na cruz por eles? Havia a lei se sacrificado por eles? Havia a lei amado os galatas?
Claro que não. A lei é a vontade de Deus revelada aos seres humanos em palavras,
julgamentos, preceitos, atos, etc. (Êx 16.28; Sl 119). A lei mostra a maldade do ser humano,
mas não lhe pode dar a vitória sobre o pecado (Rm 3—7). Assim, o propósito da lei é
preparar o caminho para o evangelho (Gl 3.24).

William MacDonald realiza duas interessantes perguntas em seu comentário "Believer's Bible
Commentary": “Será que isso significa que o crente está livre para transgredir os Dez
Mandamentos como bem entender? Não, ele vive uma vida santa, não por medo da lei,
mas por amor daquele que morreu por ele”.

Quando criança todas as vezes que eu entrava em um veículo tratava logo de colocar o sinto
de segurança, pois sabia que em caso de haver algum acidente estaria bem protegido. Nesta
época não havia uma lei que obrigava o cidadão brasileiro a fazer uso do cinto de segurança
obrigatoriamente. Esta lei veio a surgiu anos depois em nosso país, porem mesmo antes da lei
nunca chegei a usar o cinto por obrigação e sim por entender os benefícies que ele me traria
para minha segurança.

O que Paulo queria deixar claro é que a lei por si só não tem poder para salvar o ser humano.
Somente o sacrificio de seu filho Jesus Cristo tem este poder salvador. Não adianta
buscarmos formas para alcançar a salvação. Jesus é o unico caminho.
Morte do Ego: Versículo 20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu”.

Paulo no versículo 20, não estava dizendo que a sua carne física havia sido crucificada , mas
que o seus pecados haviam sido crucificados com Cristo. Paulo deixa claro que não era mais
as suas paixões carneis, suas vontades e desejos que imperavam em sua vida, mais sim o
andar em espírito (Gl 5.22). Para ele a sua vida era semelhante aos dizeres de João Batista:
“E necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30) sem olharmos para nos
mesmos para não ressucitar o velho homem.

As livrarias estão cheios de best sellers de “auto-ajuda” que dizem como ser bem sucedido e
como alcaçar seu objetivos através de uma abordam dos assunto a partir de um ponto de vista
egocêntrico. O egocentrico é aquele que ama só a si mesmo, que não se importar com os
outros, conhecido como interesseiro.

Ilustração: Fardo Salvador

Sundar Singh tornou-se conhecido como um nobre indiano que se converteu a Cristo. Por
essa razão, foi expulso do conforto da família. Preparou-se para o ministério e se propôs ir ao
Tibete, para evangelizar seus habitantes. A viagem foi difícil, pois foi obrigado a caminhar na
neve, sob os implacáveis ventos do Himalaia. Em sua companhia, viajava um tibetano que
retornava a seu país.

De repente, Sundar viu na neve o corpo de um homem, e percebeu que a vida ainda estava
nele. Fez, então, sinal para seu companheiro, que caminhava na frente, sugerindo-lhe que o
ajudasse a carregar o caído. O tibetano, porém, protestou, negando-se a prestar auxílio,
dizendo: "Se não acelerarmos o passo, o senhor e eu estaremos mortos dentro de alguns
minutos." Sundar não deu ouvidos à sugestão do companheiro. Colocou o homem às costas e
foi seguindo o mesmo caminho do tibetano. Se, antes, era difícil caminhar na neve, ainda
mais agora, que tinha de carregar nos ombros o peso de um homem.

Lá adiante, depois de uma boa caminhada, Sundar notou que à sua frente jazia o corpo de um
homem. Era o tibetano, morto pelo rigor da friagem assassina. O missionário entendeu,
naquele instante, que também teria morrido, se não tivesse um fardo às costas. O intenso
esforço físico salvou-lhe a vida.

Não nascemos para ser ilhas isoladas umas das outras. O inimigo, porém, criou barreiras,
aumentou as distâncias entre os seres humanos, usando o preconceito e o espírito de
acomodação. Tudo o que envolva esforço, amor e desprendimento é visto como estraga
prazeres. O desejo de servir foi substituído pelo desejo de ser servido, admirado e idolatrado.

No âmbito da igreja, há dois tipos de pessoas: os que carregam as cargas uns dos outros e os
que caminham sem nada às costas. Os que se mantêm ativos vacinam-se contra a morte
espiritual. Há, entretanto, um grande número de pessoas sentadas nos bancos da indiferença.
Não se envolvem nas lutas de seus semelhantes. Por quê? Falta de amor. A marca registrada
da sociedade atual é o egoísmo. É certo que o mundo gravita em torno do Sol; mas também
gravita em torno do homem. Balmes afirmou: "Há, certamente, no coração do homem, um
sentimento doce que o inclina ao amor de seus semelhantes; porém, diante dele ergue-se
outro sentimento duro, cruel: o egoísmo, que, por desgraça, triunfa amiúde sobre as boas
aspirações." Se não servirmos uns aos outros, morreremos na friagem de nosso egoísmo.

Morte da Independência: Versículo 20: “mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo
na carne vivo-a na fé do filho de Deus o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim”.

Quando leio este texto de Genesis 2.7, tenho a impressão de que Adão estava morto mesmo já
formado por Deus pelo pó da terra. “Então o SENHOR Deus formou o homem do pó da
terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente
( Genesis 2.7”). Porem sabemos hoje que a terra e viva e rica biologicamente falando dando a
entender que Adão recebeu ali o sopro da vida espiritual e não física. Os animais possuem
ossos, órgãos, músculos, gordura e pele, mas diferentes de nós são mortais. Dependemos de
Deus desdo momente em que fomos formados pois não podemos ficar sem seu folego. Vive
dentro de nos o folego da vida espiritual que nos faz assemelharmos com Deus. Um amigo
disse me um dia que por mais que tentemos gardar o ar em nossos pulmões, jamais
poderemos prende-lo lá para sempre lá.

William MacDonald diz em seu comentário "Believer's Bible Commentary" que:

“A vida que agora vivo neste corpo humano, eu vivo na fé do Filho de Deus. Fé significa
dependência. O cristão vive em contínua dependência em Cristo, ligado a ele, permitindo
que Cristo viva sua vida em si”.

Andar na dependência de Deus é uma das mais difíceis atividades a serem realizadas por nos
seguidores de Cristo. Nossa natureza humana é diferente da natureza de Deus. Em Gálatas
5:16-17 Paulo diz: “andai em espírito e jamais satisfareis a vontade da carne. Porque a
carne luta contra o espírito, e o espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para
que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” Observamos então que a nossa
velha natureza humana (carne) e a nossa nova natureza (espírito) lutam uma contra a outra
explicando assim porque é tão difícil depender em Deus e obedecer as suas vontades.

Paulo diz no texto de Romanos 12:1-2 que não podemos conformar com as coisas deste
século, quer dizer deste mundo corrompido. Ele nos roga então para apresentar os nossos
corpos (nossa velha natureza) como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus renovando a
nossa mente (nossos valores) transformando a nossa velha natureza em uma nova dirigida
pelo Espírito de Deus. Com isso experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.

Um pai certa vez deu um castigo ao filho: Dormir no sótão. Lá pela meia-noite o pai foi
vê-lo. Encontrou o filho com os olhos arregalados. "Perdoe-me, papai. Deixe-me dormir na
minha cama". "Não, filho. O castigo não pode ser alterado. Você vai passar a noite aqui; mas
o papai vem dormir com você". Dependemos de Deus a todos os momentos e não foi
diferente naquela cruz.

Conclusão
Os gregos e os romanos se apossaram da crucificação que, aparentemente, fora inventada
pelos "bárbaros" que viviam à margem do mundo conhecido. Era ela, com toda a
probabilidade, o método mais cruel de execução jamais praticado, pois deliberadamente
atrasa a morte até que a máxima tortura seja infligida. Jesus morreu não de forma egoista
nesta cruz, mas humildimente para que todo aquele que nele crê venha encontrar a salvação.
Isto foi o que DEUS efetuou por nós, nos criou e nos resgatou com o sacrifício de JESUS na
cruz. Saiba que você é o SONHO DE DEUS, você é muito importante para ELE, e fora
DELE não há salvação. Ter Jesus dentro de cada um de nos é um dom gratuito que nos ajuda
a andar em dependencia e humildade lado a lado com o Emanuel.

"Porque pela graça sois salvos e isto não vem de vós, é dom de Deus, não vem das obras,
para que ninguém se glorie." Efésios 2:8-9

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