Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Quando falamos em ética, estamos nos referindo aos bons costumes, bons valores, válidos
para todos os seres humanos, como amor, paz, bondade e tolerância, entre outros tantos. Costume
em grego é “Éthos” (ética) e em latim significa “mores” (moral). Talvez esteja aí a origem da
costumeira confusão que fazemos sobre moral e ética.
A ética, então, pode ser o regimento, a lei do que seja ato moral, o controle de qualidade da
moral. Daí os códigos de ética que servem para as diferentes micro-sociedades dentro do sistema
maior. A moral por sua vez, de acordo com Kant, “é aquilo que precisa ser feito,
independentemente das vantagens ou prejuízos que possa trazer”. Assim, quando praticamos um ato
moral, poderemos até sofrer conseqüências negativas, pois o que é moral para uns pode ser amoral
ou imoral para outros. Veja o exemplo.
A família do Sr. João tem o costume de tomar banho junta. Pai, mãe e filhos (meninas e
meninos) sempre tomaram banho juntos. É cultural, dentro da casa, a exposição do corpo nu entre
eles sem que haja conotações de sexualidade ou de promiscuidade. No entanto, seus vizinhos,
regidos por uma cultura totalmente avessa a esse tipo de comportamento, quando ficaram sabendo
do banho coletivo familiar daquela família, passaram a denomina-la de imoral. Esse simples e
pequeno exemplo, pode justificar o que foi afirmado acima: que ações morais, para uns, podem ser
imorais para outros. Não há como definir quem está “certo” ou quem está “errado”, é uma questão
cultural familiar, de uma micro-sociedade. Duas pessoas podem ter valores diferenciados a respeito
do que seja ato moral ou imoral, é uma questão de consciência pessoal. Daí o conceito do Kant
sobre “aquilo que precisa ser feito”.
Para qualificar, ou seja, para normatizar o que é ou não moral em micro e macro-
sociedades, instituíram-se os códigos de ética. Todas as sociedades têm o seu. Pode ser
documentado com parágrafos e capítulos ou pode ser, no caso de algumas culturas, uma forma de
viver aceita pelos seus membros. Na Índia existem algumas aldeias em que os mais velhos mutilam
sexualmente as meninas ainda crianças extirpando o seu clitóris. Não está escrito em lugar algum
que isso deve ser feito, mas todos, apesar da revolta do resto da humanidade, mantém essa atitude
em nome de um ato ético que diz que, naquela sociedade a mulher não pode sentir prazer.
Os códigos de ética, então, servem para definir o que é e o que não é ato moral. Em nossa
sociedade capitalista que valoriza a posse de bens materiais e do lucro em detrimento dos valores
morais, o que vale é não quebrar o código de ética estabelecido. Assim, quando um deputado,
senador, prefeito ou vereador aumenta o seu salário em 300%, argumenta sem constrangimento que
“a legislação nos permite essa manobra”, colocando a culpa num regimento, estará sendo ético,
mas, imoral ao mesmo tempo.
Já a ética profissional é a parte da ética que ensina o homem a agir em sua profissão, tendo
em vista os princípios da moral. Ela é a aplicação geral no campo das atividades profissionais.
Assim, a ética profissional do engenheiro, consiste em conhecer a ética, nela acreditar e viver
eticamente, na vida privada como na vida pública.
Então, ética profissional trata dos deveres e dos direitos, dos engenheiros, entre outros. Assume o
compromisso do crescimento ético - retidão de consciência.
Do ponto de vista organizacional a ética deve ser vista como um conceito utilitário com o
sentido de uma ferramenta útil ao dirigente de qualquer organização. Enquanto a ética profissional
está voltada para as profissões e os profissionais do setor correspondente, a ética organizacional
atinge as empresas e organizações em geral.
Portanto, vamos definir ética organizacional como um comportamento regido por padrões claros,
explícitos, que correspondem à postura real dos dirigentes dessa organização. Ou seja, a ética é
parte daquilo que se define como cultura ou filosofia organizacional: são padrões de
comportamento que correspondem a valores reais, aceitos e assumidos pelos componentes da
organização, a partir de sua cúpula. Isso significa que a ética organizacional não corresponde
necessariamente a padrões morais ou religiosos, embora seja de esperar e desejar que isso ocorra.
Valores são critérios gerais, padrões ou princípios que as pessoas utilizam para determinar quais
comportamentos, eventos e situações são desejáveis ou indesejáveis.
Temos exemplos de ética organizacional em setores cujos negócios são ilegais ou até amorais. Um
exemplo típico são os bicheiros: eles têm a sua ética, um padrão de comportamento claro, que
permite que as pessoas apostem usando um pedacinho de papel como comprovante e tenham a
certeza de receber seus prêmios.
A importância dessa clareza organizacional fica óbvia quando se sabe que a população - e são as
pesquisas que indicam - confia mais nos bicheiros do que nos comerciantes, industriais ou
banqueiros. Por quê? A resposta é óbvia: há mais clareza nas posições dos bicheiros do que nas dos
outros grupos mencionados. Portanto, é preciso não apenas adotar princípios éticos nas
organizações, como deixá-los claros aos diversos públicos com que elas se relacionam.
Enfim, estamos na "Era da Ética" e tal consciência tem feito aumentar o número de causas
submetidas à Justiça, o que nos mostra uma cobrança crescente para que se obedeça a parâmetros
que suplantem as necessidades imediatas e primárias, instintivas. Por isso a importância da
certificação ISO-Ética. Ou seja, a busca de um padrão respeitável, global, vanguardista e lucrativo
de atuação nas relações comerciais e, como conseqüência, eleva-se o nível dos relacionamentos,
estreitam-se laços de parceria, minimiza-se a desconfiança do consumidor em relação ao produto
oferecido e simplificam-se os contratos comerciais.
Hoje, para que uma empresa consiga credibilidade junto ao mercado, não basta só auferir
qualidade a seus produtos ou serviços. Embora esse fator seja primordial e o público consumidor
esteja cada vez mais exigente nesse sentido, a conquista da credibilidade é mais ampla. Ela engloba
outros itens – e a ética é, notadamente, um desses principais itens.
Não existe, na grande maioria das empresas, a preocupação com a ética sistematizada para a
organização. Existe a necessidade da preparação de um Código de Ética, que seja seguido por todos
os colaboradores da empresa e seus fornecedores.
Valores no ambiente de trabalho que devemos ter sempre do nosso lado: Dinamismo –
Observação – Esperteza – Sensibilidade – Emotividade – Criatividade – Liderança - Espírito de
equipe – Humildade - Atualização
Lembre-se: a postura ética constrói ou destrói a reputação de uma empresa. A adoção de
um comportamento ético consagra valor à imagem da empresa.
A LEGISLAÇÃO E A ÉTICA
Na “Lei Maior”, além de outros dispositivos constitucionais, onde a ética permeia,
verifica-se que é no capítulo VII, do título III da Constituição Federal de 1988, que se encontra de
forma mais evidente a imposição da necessidade da ética, no exercício da honrosa função de servir
a sociedade, estando esse princípio dentre os mais importantes da Administração Pública, a saber:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
No âmbito da atividade empresarial, o § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988,
estabeleceu as práticas que devem ser evitadas na exploração da atividade econômica, por ferir a
ética empresarial, dispondo que: "A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros".
Verificamos ainda que a Constituição Federal brasileira defende o uso da propriedade em
atendimento ao seu fim social e o respeito ao meio ambiente. Tudo isso só tem resultado prático se
forem observados os deveres éticos.
Devemos lembrar que a tradicional ética normativa, na qual a conduta ética está
intimamente ligada a obediência às leis, deve acompanhar a ética valorativa, no sentido de se levar
em consideração os valores da pessoa humana. Valores são critérios gerais, padrões ou princípios
que as pessoas utilizam para determinar quais comportamentos, eventos e situações são desejáveis
ou indesejáveis.