Você está na página 1de 21

1

UNIVERSIDADE PÚNGUÈ
EXTENSÃO DE TETE
Faculdade da Educação

Os Desafios e problemas da Gestão da Informação na Sociedade Actual e na


Educação
Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

Dionísio Lisbete Rafael

Tete
Abril de 2024
2

Dionísio Lisbete Rafael

Os Desafios e problemas da Gestão da Informação na Sociedade Actual e na


Educação

Trabalho de Sistema de Informação e Gestão


Escolara ser apresentado ao curso de Licenciatura
em Administração e Gestão da Educação como
requisito parcial de avaliação, 1ºano.
Docente: Me. Rosario Dobiala

Tete

Abril de 2024
3

Índice

CAPÍTULO I ....................................................................................................................... 4

1. Introdução...................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos .............................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................... 5

1.2. Estrutura do trabalho .............................................................................................. 5

1.3. Metodologia ........................................................................................................... 5

CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 6

2. Referencial Teórico ....................................................................................................... 6

2.1. Gestão da Informação ............................................................................................ 6

2.1.1. Conceitos básicos ............................................................................................... 6

2.1.2. Aplicabilidade da Gestão da Informação......................................................... 8

2.1.3. A gestão da informação e o impacto das novas tecnologias ............................ 14

2.1.3. Importância gestão da informação ................................................................ 15

2.1.4. Desafios na gestão da informação na sociedade actual e na educação ........ 16

2.1.5. Propostas de soluções para ultrapassar os problemas que encontrar na gestão


da informação na sociedade actual e na educação ............................................................... 17

CAPÍTULO III ................................................................................................................... 19

3. Conclusão .................................................................................................................... 19

4. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 20


4

CAPÍTULO I
1. Introdução

A gestão da informação desempenha um papel fundamental na sociedade contemporânea e


no contexto educacional, enfrentando uma série de desafios e problemas que demandam atenção e
soluções eficazes. Neste contexto, a compreensão dos conceitos básicos, da aplicabilidade, do
impacto das novas tecnologias, da importância, dos desafios e das possíveis soluções para a gestão
da informação é essencial para promover avanços significativos nesse campo.

Este trabalho tem visa explorar os desafios e problemas enfrentados na gestão da


informação na sociedade actual e na educação, analisando os conceitos fundamentais, a
aplicabilidade prática, o impacto das novas tecnologias, a importância estratégica, os desafios
existentes e as propostas de soluções para superar tais obstáculos.

Ao longo deste estudo, serão abordados os conceitos básicos que fundamentam a gestão da
informação, destacando sua relevância e alcance multidisciplinar. Será analisada a aplicabilidade
da gestão da informação em diferentes contextos sociais e educacionais, bem como o impacto das
novas tecnologias nesse processo, considerando as transformações advindas da era digital.

Além disso, será apresentada a importância estratégica da gestão eficaz da informação para
o progresso social, económico e educacional. Serão identificados os desafios específicos
enfrentados na sociedade actual e na educação no que diz respeito à gestão da informação, assim
como serão propostas soluções concretas para superar tais obstáculos.

Dessa forma, este trabalho busca contribuir para um melhor entendimento dos desafios e
problemas relacionados à gestão da informação na sociedade contemporânea e na educação,
oferecendo conhecimentos valiosos para profissionais, pesquisadores e gestores que actuam nesse
campo crucial do conhecimento.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

✓ Conhecer os desafios e problemas da gestão da informação na sociedade actual e na


educação.
5

1.1.2. Objectivos específicos

✓ Conceitualizar o termo Gestão da Informação;


✓ Caracterizar a aplicabilidade da gestão da informação;
✓ Explanar entorno da gestão da informação e o impacto das novas tecnologias;
✓ Apresentar a importância da gestão da informação;
✓ Descrever os desafios da gestão da informação na sociedade actual e na educação; e
✓ Mencionar propostas de soluções para ultrapassar os problemas que encontrar.

1.2. Estrutura do trabalho

O presente trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo apresenta


introdução, metodologias, objectivos e estrutura que estarão norteando o trabalho. O segundo
capítulo é a parte mais extensa do presente trabalho, complementa a fundamentação teórica que se
subdivide nos seguintes subtemas: conceitos básicos, aplicabilidade da gestão da informação,
gestão da informação e o impacto das novas tecnologias, importância da gestão da informação,
desafios da gestão da informação na sociedade actual e na educação e propostas de soluções para
ultrapassar os problemas que encontrar.

E finalmente, o terceiro capítulo fecha o trabalho com a apresentação da conclusão e das


referências bibliográficas.

1.3. Metodologia

O presente estudo é eminentemente bibliográfico/documental. Consistiu na procura de


referências teóricas publicadas em documentos, tomando conhecimento e analisando as
contribuições científicas ao assunto em questão, e também analisados outros materiais
bibliográficos já publicados pela Internet para posterior compilação e descrição, até que se chegou
ao actual estado do trabalho.
6

CAPÍTULO II
2. Referencial Teórico
2.1. Gestão da Informação
2.1.1. Conceitos básicos

O conceito de informação é um dos maiores paradoxos existentes em toda a Ciência da


Informação devido a dificuldade encontrada para conceituar ou definir tal termo. Um dos grandes
desafios dos estudiosos e pesquisadores da área é definir ou conceituar informação de maneira
sólida e coerente. Nenhum dos diversos e inúmeros conceitos realizados até o momento pode ser
considerado como “unânime” ou definitivo. Diversos factores devem ser levados em consideração
nas tentativas de definição do termo “informação” e seu real significado, levando em conta as mais
diversas situações e contextos.

Drucker (2000) estabelece uma relação entre os termos “dado”, “informação” e


conhecimento, discorrendo que informação pode ser entendida como dado incrementado de
propósito e relevância, todavia, para transformar dado em informação é necessário que se tenha
conhecimento. Capurro e Hjorland (2007) consideram que o termo informação costuma ser
utilizado geralmente para designar uma acção, forma de moldar a mente ou o acto de comunicar,
transmitir conhecimento. A informação para uma organização deve ser constituída como um
conjunto de dados seleccionados, analisados e disponibilizados e com valor agregado. É o
componente fundamental para a realização de qualquer tipo de tarefa.

Foi seleccionada uma das várias definições de informação que constam no Dicionário de
Biblioteconomia e Arquivologia do professor Murilo Bastos da Cunha em que é possível
estabelecer relação do conceito de informação dado com as actividades atribuídas aos profissionais
e pesquisadores da gestão da informação:

Registro de um conhecimento que pode ser necessário a uma decisão. A expressão


“registro” inclui não só os documentos tipográficos, mas também os reprográficos e quaisquer
outros susceptíveis de serem armazenados visando sua utilização... (CUNHA e CAVALCANTI,
2008, p. 201).

As organizações produzem e utilizam informações de diversos tipos, dentre os quais


podemos citar: (SILVA, 2009)
7

▪ Informações estratégicas – auxiliam na tomada de decisão da alta administração e


na elaboração do planeamento estratégico;
▪ Informações acerca do mercado – percepção sobre oportunidades de negócio no
mercado;
▪ Informações financeiras – acerca de custos, lucros, risco, controle e orçamento;
▪ Informações comerciais – recursos de informações sobre importação/exportação e
demais transacções comerciais;
▪ Informações acerca de estatísticas – identifica dados sobre área financeira,
comercial utilizando-se principalmente de termos percentuais e numéricos;
▪ Informações de gestão – visa auxiliar nas funções gerenciais da organização em
actividades como planejamento e projectos;
▪ Informações tecnológicas – Embasam a área de tecnologia no desenvolvimento de
produtos e serviços e na aquisição de novas formas de tecnologia; e
▪ Informações gerais – Disseminadas em toda a organização como informes de
fazeres organizacionais internos, por exemplo.

São vários os conceitos de Gestão da Informação que surgem desde o fenómeno da


“explosão informacional”, pós II guerra mundial. Assim como ocorre com o conceito de
informação, existem diversas definições para o termo “gestão da informação”, ou “gestão de
recursos informacionais”. A eficiente gestão desse tipo de recurso depende directamente dos
conceitos que o referido gestor possui acerca do assunto.

Valentim (2004) conceitua a actividade como um leque de estratégias com o objectivo de


identificação e mapeamento das necessidades informacionais dos usuários, proporcionando o
suporte necessário para o desenvolvimento das actividades em uma organização ou em qualquer
outro contexto em que estiver inserido.

Um sistema de informação gerencial é uma ferramenta para dar suporte às necessidades das
funções de planejamento, controle, operação e tomada de decisão evidenciando suas actividades
dentro e fora da instituição (OLIVEIRA 1993).

Em seu trabalho de conclusão de curso, Berbe (2005) define a actividade de Gestão da


Informação da seguinte maneira:
8

A actividade de gestão pode ser considerada como um conjunto de processos que englobam
actividades de planejamento, organização, direcção, distribuição e controle de recursos. Nas
empresas esses recursos podem ser económicos, materiais, tecnológicos informacionais, humanos
e de qualquer outra espécie. Toda gestão visa racionalizar e melhorar a eficiência das actividades
que envolvem uma organização (BERBE, 2005, p. 26).

É cada vez mais notória a falta de definição em diversas instituições no que diz respeito às
políticas de gestão da informação, sendo inúmeras as ocorrências de falências de empresas e outros
tipos de organizações devido ao mau uso da informação entre outros factores, consequência
também da ineficaz gestão e administração dos recursos informacionais.

Beuren (2000) discorre de maneira interessante acerca do alto grau de importância da


correcta e eficiente gestão dos recursos informacionais em qualquer contexto organizacional:

A informação é fundamental no apoio às estratégias e processos de tomada


de decisão, bem como no controle das operações empresariais. Sua utilização
representa uma intervenção no processo de gestão, podendo inclusive, provocar
mudança organizacional à medida que afecta os diversos elementos que compõem
o sistema de gestão. Esse recurso vital da organização, quando devidamente
estruturado, integra as funções das várias unidades da empresa por meio dos
diversos sistemas organizacionais. (BEUREN, 2000, p. 43).

2.1.2. Aplicabilidade da Gestão da Informação

Através do estudo dos conceitos, definições e histórico da gestão da informação não é difícil
perceber o amplo campo de actuação destinado aos profissionais gestores de recursos
informacionais.

Informação, decisão e acção são as bases do processo de tomada de decisão nas


organizações. Por diversos factores, uma organização depende de informação, como por exemplo:
decidir onde, quando em que e como investir seus recursos, o público que pretende atingir, o ramo
em que quer estabelecer seu campo de actuação entre outros tantos elementos. Em suma, a
informação é o principal meio de embasamento ao fazer organizacional.

O advento da sociedade da informação foi o principal pressuposto para designar, categorizar


os indivíduos que trabalham lidando com informação. O termo “profissional da informação”
9

envolve principalmente o trabalho com documentos e informação nos seus mais variados
contextos. Várias áreas atestam a suposta “capacidade” de formação de tais profissionais. As
práticas profissionais na área de informação estão fortemente ligadas ao desenvolvimento científico
e tecnológico, mas também envolvem outras actividades como planejamento e documentação, por
exemplo.

Elementos como informação, ciência e tecnologia passaram a possuir tamanho valor de


mercado que para muitos estudiosos passam a ocupar o posto de sector quaternário da economia.
Tomelin (1988) discorre que o sector quaternário é caracterizado mais especificamente pela cultura
de atribuir valor económico e social às actividades de conceber, criar, interpretar, organizar, dirigir,
controlar e transmitir activos ou recursos de informação e conhecimento em um ambiente técnico
e científico.

Campetti Sobrinho (1998) discorre sobre a importância da informação no contexto


organizacional:

A informação é um recurso organizacional que, se for bem administrado e


usado, pode estimular inovações, acelerar o desenvolvimento de produtos de
qualidade e, consequentemente, incrementar a competitividade no mercado de
trabalho. (CAMPETTI SOBRINHO, 1998, p. 4).

Organizações de todos os tipos necessitam de serviços especializados em gestão da


informação. A existência de departamentos de gestão de recursos informacionais em instituições
públicas e privadas de todos os portes, órgãos governamentais, diversos sectores da indústria, entre
outros, exemplificam este facto. Toda organização que queira ganhar competitividade e se destacar
no acirrado mercado actual deve possuir competentes gestores de recursos informacionais.

As instituições só podem beneficiar-se dos recursos informacionais se esse tipo de recurso


for devidamente organizado e disseminado de acordo com as reais necessidades dos usuários
internos e clientes, todos esses factores adequados aos objectivos e área de actuação da organização
(VALENTIM, 2008). A informação passou a se constituir como um elemento determinante não
apenas no processo de criação, por exemplo, mas também como elemento fundamental para
consolidação em um contexto mais competitivo no ambiente organizacional internamente e
também de mercado. É um factor preponderante para o sucesso de qualquer organização,
principalmente, na sociedade actual: a sociedade da informação.
10

A sociedade da informação é a consequência da explosão informacional, caracterizada


sobretudo pela aceleração dos processos de produção e de disseminação da informação e do
conhecimento. Esta sociedade caracteriza-se pelo elevado número de actividades produtivas que
dependem da gestão de fluxos informacionais, aliado ao uso intenso de novas tecnologias de
informação e comunicação. (SILVA, 2007, p. 7).

Braga (1996) defende a ideia de que a gestão de recursos informacionais deva ser aplicada
aos níveis estratégico, táctico e operacional de qualquer organização, mas, principalmente, em nível
de planejamento onde se realiza o processo de tomada de decisão. É importante que os profissionais
saibam se adequar aos contextos organizacionais em que estiverem inseridos. Da mesma forma
como acontece com o conceito, as políticas de gestão da informação tendem a variar.

O autor discorre estabelecendo o real campo de aplicação e o papel da gestão da informação,


principalmente aliada com o auxílio das novas tecnologias disponíveis:

A gestão da informação, sendo uma disciplina relativamente nova que tenta


fazer a ponte entre a gestão estratégica e a aplicação das Tecnologias da Informação
nas empresas, procura, em primeiro lugar, tentar perceber qual a informação que
interessa a empresa, para de seguida, definir processos, identificar fontes, modelar
sistemas. E as novas Tecnologias de Informação são os instrumentos que vieram
permitir gerir a informação em novos moldes, agilizando o fluxo das informações e
tornando a sua transmissão mais eficiente (gastando menos tempo e menos recursos)
e facilitando, por sua vez, a tomada de decisão (BRAGA, 1996).

Tarapanoff (2006), contribui em relação aos estudos sobre gestão ao afirmar que o eficaz
tratamento da informação é de fundamental importância para a consolidação da inteligência
organizacional e competitiva em quaisquer instituições:

Decorrente da Biblioteconomia especializada e da Ciência da Informação, o


principal objectivo da gestão da informação é identificar e potencializar recursos
informacionais de uma organização ou empresa e sua capacidade de informação,
ensinando-a a aprender e adaptar-se a mudanças ambientais (TARAPANOFF, 2006,
p. 22).

As principais etapas da actividade de gestão da informação são as seguintes (SILVA, 2009):


11

▪ Identificação das necessidades informacionais: abrange a selecção das fontes de


informação e quais os tipos de informação necessária;
▪ Colecta e entrada: busca e obtenção da informação;
▪ Classificação e armazenamento: compreende a selecção do melhor método de
classificação das informações com o intuito de auxiliar no acesso e armazenamento;
▪ Apresentação: também a selecção da metodologia de apresentação e distribuição de
informação aos usuários; e
▪ Desenvolvimento de produtos e serviços: fase de utilização dos recursos
informacionais pelos dirigentes responsáveis pelo planejamento da instituição,
auxiliando no desenvolvimento de estratégias e actuação no mercado, por exemplo.

O profissional actuante como gestor da informação entre outras competências deve:


conhecer o perfil de seus usuários internos e clientes, analisar as mais diversas fontes de
informação, avaliar as necessidades informacionais, seleccionar a informação disponível, tratar
tecnicamente os recursos informacionais, procurar e gerar informações, gerir o conhecimento
organizacional e, principalmente, possuir a capacidade de transformá-lo em informação.

A elaboração de políticas de gestão estratégica da informação visando contribuir na tomada


de decisão nas instituições também tem sido objecto de estudo de diversas correntes de
pesquisadores. Cândido, Valentim e Contani (2005) consideram que o gerenciamento estratégico
de recursos informacionais é fundamental para que as organizações obtenham competitividade no
contexto de mercado e aprimorem também seus mais variados processos internos.

A gestão estratégica da informação é fundamental para as organizações se tornarem


competitivas. A falta de uma estrutura organizacional sensível e atenta à gestão da informação
impede a sinergia entre os diferentes sectores, tanto em virtude do excesso como da falta de
informação, ou mesmo o acesso de forma inadequada aos conteúdos informacionais pode levar os
membros da organização a trabalhar com elevados níveis de tensão, e imprecisão. (CÂNDIDO,
VALENTIM e CONTANI, 2005).

A seguir serão apontados dois exemplos etapas de modelos de gestão estratégica da


informação, sob as ópticas de Davenport (2000) e Tarapanoff (2006)

Davenport (2000) considera que o gerenciamento estratégico da informação esteja


basicamente abrangido nos seguintes processos:
12

1. Determinação das exigências: é a etapa considerada mais complicada por envolver


subjectividade, pois abrange a necessidade de compreensão das necessidades
informacionais dos usuários;
2. Obtenção das informações requeridas: Desenvolve-se essa etapa principalmente a
partir da compreensão e obtenção das necessidades informacionais dos usuários. O
autor considera que essa actividade deve ser ininterrupta na organização;
3. Distribuição da informação: Trata sobre a possibilidade de distribuição da
informação, de acordo com a disponibilidade do recurso e os formatos que devem
ser acessíveis aos usuários. Canais e ferramentas de distribuição da informação
devem levar em consideração a melhor acessibilidade possível ao usuário; e
4. Efectivo uso da informação: O principal objectivo de qualquer esquema de gestão
ou gerência de recursos informacionais. Davenport (2000) declara que de nada vale
algum tipo de recurso se o mesmo não for usado. Realiza essa analogia também com
a informação.

Todavia, ainda são raros os gestores com autonomia suficiente e capacidade de formulação
de políticas de gestão da informação visando auxiliar no processo de tomada de decisões.
Tarapanoff (2006) estabelece seis etapas como base na utilização da gestão estratégica da
informação:

1. Identificação das necessidades informacionais internas;


2. Aquisição das informações requeridas baseadas nas necessidades de informação da
organização;
3. Armazenamento dos recursos informacionais;
4. Desenvolvimento de produtos e serviços de informação;
5. Distribuição;
6. Uso efectivo;

A figura a seguir exemplifica o método de gestão estratégica da informação de Tarapanoff


de acordo com a interpretação e análise de Alvares, Baptista e Araújo Júnior (2010):
13

Figura 1 – Gestão estratégica da informação.


Fonte: Alvares, Baptista e Araújo Júnior, 2000.

Araújo Júnior e Alvares (2007) afirmam:

O gerenciamento estratégico da informação só será efectivo na medida em


que o conhecimento das necessidades de informação dos usuários de sistemas de
informação for uma de suas principais tarefas, já que o usuário deve ser visto como
o objectivo precípuo e as suas necessidades informacionais requisitos básicos para
o desenvolvimento, gerenciamento e aprimoramento contínuo dos sistemas de
informação. (ARAÚJO JUNIOR E ALVARES, 2007, p. 62).

Para Choo (2003) o principal objectivo da gestão da informação é o aproveitamento de


habilidades e recursos de maneira com que os indivíduos da organização aprendam e se adaptem
aos novos contextos internos e de mercado, por exemplo.

Com a evidente interdisciplinaridade da actividade de Gestão da Informação, característica


herdada também da área de Ciência da Informação, como já dito anteriormente, é possível inferir
que esta pode ser aplicada a diversas áreas de actuação como Comunicação, Economia e
Administração, por exemplo, e que se faz cada vez mais necessária a formação de profissionais
capacitados a serem gestores de recursos informacionais multidisciplinares com capacidade de
14

aplicar políticas de gestão da informação adequadas aos contextos de actuação das instituições nos
ambientes organizacionais em que estiverem inseridos.

2.1.3. A gestão da informação e o impacto das novas tecnologias

O advento das novas tecnologias causou impacto também na gestão de recursos


informacionais, principalmente por conta da evolução nas denominadas “tecnologias da
informação”. A utilização dessas novas ferramentas se tornou um factor importante, pois viabiliza
a melhora nos mais diversos processos realizados no contexto organizacional, dentre os quais está
inclusa a gestão da informação.

Com o passar do tempo a gestão da informação ganhou novas ferramentas e um maior leque
de opções para o desenvolvimento de estratégias de gestão de recursos informacionais. Muito disso
se deve ao auxílio das inovações tecnológicas, principalmente o advento da tecnologia da
informação que para Stewart (2002) possuem a função de aprimorar a colecta, o processamento, a
organização, a análise, a distribuição e o uso da informação. Benefícios como: possibilidade de
maior interacção internamente e com indivíduos de fora das organizações, maior possibilidade de
armazenamento e de disseminação da informação, integração de informações em diversos formatos
e variados suportes são apenas algumas das evoluções trazidas pelas novas tecnologias da
informação.

Stewart (2002) afirma que o início da década de 1990, mais precisamente o ano de 1991
pode ser definido como um marco, sendo considerado o real início da denominada “era da
informação”. O autor realiza tal constatação ao exibir dados e estatísticas que apontam que a partir
desta data os gastos das organizações com materiais típicos da era informacional (como
computadores e tecnologia da informação em geral) foram pela primeira vez superiores aos gastos
com itens caracterizados como da era industrial (máquinas e outros meios de produção, por
exemplo).

Tais tecnologias são constituídas por equipamentos que podem desempenhar de forma mais
eficaz as tarefas que envolvem processos e fluxos complexos como o processamento e a
transmissão dos recursos informacionais. O domínio das novas tecnologias da informação passou
a ser uma característica tida como essencial aos profissionais da informação, dentre os quais estão
inclusos os gestores da informação. Os sistemas computadorizados são considerados a mais eficaz
ferramenta a ser utilizada pelos gestores (CHOO, 2003). Referido suporte tecnológico possibilitou
15

a ideia de tratamento adequado a essa imensa massa de informações, além da maior capacidade de
armazenamento, disponibilização, interactividade e integração.

As novas tecnologias de informação alteraram a rotina de vários segmentos e instituições


sociais e, nessa esteira, também provocaram impacto na forma de organização, disseminação e uso
das bibliotecas e outras unidades de informação. Tais alterações repercutiram incisivamente na
formação e no perfil de bibliotecários e demais especialistas de informação. Tais profissionais
passaram a se deparar com um novo contexto que Ihes exigia, e exige, não só um corpo de
conhecimentos especializados, mas também conhecimentos e habilidades no uso de tecnologias
para organizar, processar, recuperar e disseminar informações, independentemente do suporte no
qual elas estejam registradas (MOTA; OLIVEIRA, 2005, p. 99).

Marcas como Apple, IBM, Google, Microsoft, Intel e Samsung são mundialmente
reconhecidas empresas que actuam no ramo de informação e tecnologia que figuram na lista das
organizações mais bem-sucedidas e valiosas do planeta. Saber trabalhar com recursos e ferramentas
como tecnologia, e, principalmente, com informação, definitivamente, é mais do que necessário no
actual cenário do mercado.

2.1.3. Importância gestão da informação

A gestão da informação é de extrema importância em diversos contextos, tanto na sociedade


em geral quanto na educação. Ela desempenha um papel crucial na organização, acesso, utilização
e preservação de dados e conhecimentos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento
e o progresso. Aqui estão algumas razões que destacam a importância da gestão da informação:

▪ Tomada de decisão embasada: Uma gestão eficaz da informação fornece as bases


necessárias para tomadas de decisão embasadas, tanto no âmbito pessoal quanto no
empresarial e governamental. Informações precisas e actualizadas permitem que
decisões sejam tomadas com maior confiança.

▪ Inovação e progresso: A gestão adequada da informação pode impulsionar a


inovação e o progresso, fornecendo insights valiosos para o desenvolvimento de
novas tecnologias, produtos e serviços.

▪ Preservação do conhecimento: Através da gestão adequada da informação, é


possível preservar conhecimentos importantes para as gerações futuras, garantindo
16

que lições do passado não se percam e que a história seja documentada de maneira
precisa.

▪ Eficiência operacional: Uma boa gestão da informação pode aumentar a eficiência


operacional em organizações, permitindo a rápida recuperação de dados relevantes,
a redução de redundâncias e a melhoria dos processos internos.

▪ Empoderamento individual: A capacidade de acessar, compreender e utilizar


efectivamente a informação é essencial para o empoderamento individual,
permitindo que as pessoas tomem decisões conscientes e participem activamente na
sociedade.

▪ Avanços na educação: Na educação, a gestão eficaz da informação é essencial para


promover a aprendizagem significativa, o pensamento crítico e a formação de
cidadãos informados e engajados.

De realçar que, a gestão da informação desempenha um papel fundamental em diversos


aspectos da vida moderna, contribuindo para o avanço social, económico e educacional. Espero
que essas informações ajudem a destacar a importância desse tema! Se tiver mais perguntas ou
quiser discutir algum ponto específico sobre a gestão da informação, estou à disposição para
continuar nossa conversa.

2.1.4. Desafios na gestão da informação na sociedade actual e na educação

Os desafios na gestão da informação na sociedade actual e na educação são diversos e


impactam directamente a forma como lidamos com o conhecimento e a disseminação de
informações. Na sociedade actual, estamos lidando com um volume massivo de dados e
informações, o que traz desafios tanto para a sociedade em geral quanto para o ambiente
educacional.

Na gestão da informação na sociedade actual, um dos principais desafios é a sobrecarga de


informações. Com o avanço das tecnologias digitais e a proliferação de fontes de informação, as
pessoas muitas vezes se vêem inundadas por um grande volume de dados, o que pode dificultar a
identificação de fontes confiáveis e relevantes. Além disso, a disseminação de notícias falsas e
desinformação representa um desafio adicional na gestão da informação.
17

Na educação, os desafios na gestão da informação estão relacionados à necessidade de


preparar os alunos para lidar com esse cenário complexo. Os educadores precisam desenvolver
estratégias para ensinar habilidades de pensamento crítico, avaliação de fontes e uso responsável
da informação. Além disso, a integração eficaz das tecnologias da informação e comunicação
(TICs) no processo educativo é um desafio constante, exigindo investimento em infra-estrutura e
formação docente.

Outro desafio na gestão da informação na educação é garantir o acesso equitativo à


informação e às tecnologias. Disparidades socioeconómicas podem criar uma divisão digital, onde
alguns alunos têm acesso facilitado à informação e recursos digitais, enquanto outros enfrentam
barreiras nesse sentido.

De realçar que, os desafios na gestão da informação na sociedade actual e na educação


exigem uma abordagem multidisciplinar que englobe desde a promoção do pensamento crítico até
investimentos em infra-estrutura tecnológica, visando preparar indivíduos capazes de lidar com a
complexidade do mundo contemporâneo.

2.1.5. Propostas de soluções para ultrapassar os problemas que encontrar na gestão da


informação na sociedade actual e na educação

Para ultrapassar os desafios na gestão da informação na sociedade actual e na educação,


diversas propostas de soluções podem ser consideradas. Algumas delas incluem:

▪ Educação em competência informacional: Introduzir programas de desenvolvimento de


competências informacionais desde as fases iniciais da educação, capacitando os alunos
para avaliar criticamente fontes de informação, discernir entre informações confiáveis e não
confiáveis, e utilizar ferramentas digitais de forma responsável;
▪ Promoção do pensamento crítico: Incorporar o ensino do pensamento crítico em todas as
disciplinas, incentivando os alunos a questionar, analisar e interpretar informações de
maneira reflexiva e fundamentada;
▪ Formação continuada para educadores: Investir em programas de formação continuada para
professores, visando capacitá-los no uso eficaz das tecnologias educacionais e no
desenvolvimento de estratégias pedagógicas que promovam a habilidade dos alunos em
lidar com a informação;
18

▪ Acesso equitativo à tecnologia: Garantir que todos os alunos tenham acesso equitativo a
recursos tecnológicos e à internet, reduzindo a divisão digital e promovendo a inclusão
digital;
▪ Incentivo à produção de conteúdo local: Estimular a produção e disseminação de conteúdo
local e regional, valorizando a diversidade cultural e promovendo o acesso a informações
relevantes para as comunidades locais; e
▪ Parcerias entre escolas e bibliotecas: Fortalecer parcerias entre escolas e bibliotecas,
incentivando o uso desses espaços como centros de recursos e conhecimento, facilitando o
acesso a materiais informativos confiáveis.
19

CAPÍTULO III
3. Conclusão

Em virtude dos factos mencionados, é possível destacar a complexidade e a relevância desse


tema em um mundo marcado pela rápida evolução tecnológica e pela crescente necessidade de
acesso e utilização eficaz da informação.

Ao longo desta investigação, foi evidenciado que os conceitos básicos da gestão da


informação permeiam diversos aspectos da vida contemporânea, influenciando processos
decisórios, inovação, preservação do conhecimento e eficiência operacional. A aplicabilidade
prática desse campo do conhecimento foi observada em diferentes contextos sociais e educacionais,
demonstrando a sua importância transversal.

O impacto das novas tecnologias na gestão da informação foi analisado, revelando tanto os
benefícios quanto os desafios trazidos pela era digital. A importância estratégica da gestão eficaz
da informação para o progresso social, económico e educacional foi enfatizada, ressaltando a
necessidade de investimento contínuo nesse campo.

Os desafios enfrentados na gestão da informação na sociedade actual e na educação foram


identificados, incluindo questões relacionadas à segurança da informação, sobrecarga de dados,
desigualdades no acesso à informação e dificuldades na preservação do conhecimento. No entanto,
propostas de soluções foram apresentadas, como o desenvolvimento de políticas públicas eficazes,
a promoção de literacia informacional e a implementação de tecnologias inovadoras.

Diante disso, fica claro que a gestão da informação é um campo dinâmico e fundamental
para o avanço da sociedade e da educação. A superação dos desafios e problemas identificados
requer um esforço conjunto de governos, organizações, instituições educacionais e indivíduos,
visando promover a acessibilidade, a segurança e a eficácia na gestão da informação.

Espera-se que este estudo contribua para uma reflexão mais profunda sobre a importância
da gestão da informação na sociedade actual e na educação, estimulando a busca por soluções
inovadoras e sustentáveis para os desafios enfrentados. Que as conclusões aqui apresentadas
inspirem acções concretas que promovam uma gestão eficaz da informação em prol do
desenvolvimento humano e social.
20

4. Referências Bibliográficas
ALVARES, Lilian.; BAPTISTA, Sofia Galvão.; ARAÚJO JÚNIOR, Rogério Henrique de.
Gestão do conhecimento: categorização conceitual. Em Questão, Porto Alegre, v. 16, p. 235-252,
2010.
ARAÚJO JUNIOR, Rogério Henrique de; ALVARES, Lilian. Gerenciamento estratégico
da informação: a convergência a partir da sociedade da informação. Parcerias Estratégicas,
Brasília, DF, v. 12, n. 25, p. 47-66, 2007. Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12899/1/ARTIGO_GerenciamentoEstrategicoInformacao.pdf.
Acesso em: 12 Abr. 2024.
BERBE, Alexandre Campos. Gestão da Informação e do conhecimento. Reflexão de
conceitos e o papel da Biblioteconomia. 2005. 103 f. Monografia (Bacharelado em
Biblioteconomia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005
BEUREN, Ilse Maria. Gestão da Informação: um recurso estratégico no processo de
gestão empresarial. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2000, 104 p.
BRAGA. A Gestão da Informação. 1996. Disponível em:
http://www.ipv.pt/millenium/19_arq1.html . Acesso em 12 de Abril de 2024.
CAMPETTI SOBRINHO, Geraldo. Impactos da terceira revolução na sociedade pós-
moderna: segmento serviços. Revista de Biblioteconomia de Brasília v. 22, n. 2, p. 1 – 8, jul./dez.
1998
CÂNDIDO, Carlos Aparecido; VALENTIM, Marta Lígia Pomim. CONTANI, Miguel
Luiz. Gestão estratégica da informação: semiótica aplicada ao processo de tomada de decisão.
Datagramazero, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 1- 16, 2005.
CHOO, Chun Wei. Gestão da informação para a organização inteligente: a arte de
explorar o meio ambiente. Lisboa: Caminho, 2003.
CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário
de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
DAVENPORT, Thomás. H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta
para o sucesso da era da informação. Tradução de Bernadette Siqueira Abrão. São Paulo: Futura,
2000.
DRUCKER, Peter. Além da revolução da informação. HSM Management, v. 18, p. 48-55,
jan./fev. 2000.
21

MOTA, Francisca Rosalina Leite; OLIVEIRA, Marlene de. Formação e atuação


profissional. In: OLIVEIRA, M. (Coord.) Ciência da informação e biblioteconomia: novos
conteúdos e espaços de actuação. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005. cap. 5, p. 97-109.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de informações gerenciais:
estratégias, tácticas operacionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
SILVA, Carina da Conceição Sousa da. A Literacia da informação. Porto, 2007.
SILVA, Andréia Martinele da. O papel do bibliotecário na gestão da informação na área
do comércio e indústria. 2009. 81 f. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade
de Brasília, Brasília, 2009.
STEWART, Thomas. A Riqueza do conhecimento: o capital intelectual e a nova
organização. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
TARAPANOFF, Kira (Coord.) Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: Inst.
Bras. de Inform. em Ciência e Tecnologia, 2006. 453 p. ISBN 857652063X
TOMELIN, Mário. O quaternário : seu espaço e poder. Brasília : Ed. UnB, 1988.
Valentim, Marta Lígia Pomim. Gestão da Informação e gestão do conhecimento:
especificidades e convergências, 2004. Disponível em:
http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=88 . Acesso em: 12 Abr. 2024.

Você também pode gostar