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Fundamentos da

Gestão Educacional

Prof. Marcos Lima, Dr.


Cronograma programático da
disciplina
Bloco Temático /Período Temas específicos
1. Integração. 1.1 Apresentação do programa da disciplina
1.2 Apresentação dos Alunos
1.3 Entrevista Interativa: O que é Gestão? O que é Educação? O que é
Gestão da Educação?
1.4 Trabalho de Grupo: Consolidação das respostas e apresentação em
plenária com posterior fechamento e reflexão.
2. Abordagens teóricas 2.1 Conceitos e fundamentos sobre Gestão
da Administração e da 2.2 Genealogia do conhecimento da Administração da Educação Brasileira
Gestão em ambientes 2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e da Gestão em ambientes
educativos educativos
3. Gestão educacional: 3.1 Gestão educacional: conceitos, funções e princípios básicos
Conceitos e Modelos 3.2 A importância da ética na gestão educacional
3.3 Modelos de Administração da Educação
4. Funções da gestão 4.1 Diagnóstico
educacional 4.2 Planejamento
4.3 Organização
4.4 Execução
4.5 Controle
5. Modelo de gestão 5.1 Tríade da Gestão: estratégias, processos e pessoas
educacional nas 5.2 Gestão estratégica
dimensões estratégias, 5.3 Gestão de processos
processos e pessoas 5.4 Gestão de Pessoas
Modelo de Avaliação da Disciplina
O processo de avaliação da disciplina será contínuo e somatório. Os
indicadores de avaliação serão os seguintes:
INDICADOR 1: Frequência e Participação na sala de aula, nas aulas
expositivas e nos trabalhos em equipe. Este indicador representará 10% do
resultado final do aluno na disciplina;
INDICADOR 2: Autoavaliação a ser respondida individualmente pelo
educando, a partir de esquema oferecido pelo educador, e que corresponderá
a 10% do total da nota;
INDICADOR 3: Elaboração e apresentação de seminários em equipes, com
sendo fruto de leitura e análise de fontes a serem previamente
disponibilizadas e/ou pesquisa de campo junto a instituições educacionais e
seus agentes. Este indicador representará 50% do resultado final do aluno na
disciplina;
INDICADOR 4: Realização de avaliação escrita (pesquisa avaliativa), no final
do período. Este trabalho será realizado individualmente. Este indicador
representará 30% do resultado final do aluno na disciplina.
O Resultado Final será obtido com a seguinte equação = (Indicador 1 x 0,1) +
(Indicador 2 x 0,1) + (Indicador 3 x 0,5) + (Indicador 4 x 0,3).
Modelo de Avaliação da disciplina
TEMAS PARA SEMINÁRIOS

1. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA


PÚBLICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
2. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA
PARTICULAR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
3. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA
PÚBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL
4. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA
PARTICULAR DE ENSINO FUNDAMENTAL
5. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA
PÚBLICA DE ENSINO MÉDIO
6. PROJETO APLICATIVO EM GESTÃO EDUCACIONAL: ESCOLA
PARTICULAR DE ENSINO MÉDIO
SEMINÁRIOS: MODELOS DE GESTÃO EDUCACIONAL
ESCOLA PÚBLICA E ESCOLA PRIVADA
1) ESTRATÉGIAS:
• PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (COMO SERÁ O FUTURO DA ESCOLA)
• MODELO DE GESTÃO (GERENCIAL OU DEMOCRÁTICA/PARTICIPATIVA)
• PAPEL DA ESCOLA (CONTRIBUIÇÃO PARA O ENTORNO)
• SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA (GESTÃO DOS
RECURSOS)

2) PROCESSOS
• ABORDAGEM PEDAGÓGICA (TRADICIONAL, CONSTRUTIVISTA ETC.)
• MÉTODOS DE ENSINO (METODOLOGIAS ATIVAS QUE ADOTA)
• AVALIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM (PROVAS, ATIVIDADES ETC.)

3) PESSOAS
• RELACIONAMENTO PROFESSOR-ALUNO
• SATISFAÇÃO DOS COLABORADORES
• CARACTERÍSTICA DA LIDERANÇA (GESTORES DA ESCOLA)
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão
em ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

Administração INFLUÊNCIA DA
da Educação ADMINISTRAÇÃO E DA
GESTÃO PÚBLICA

Gestão
Educacional

INFLUÊNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO E DA
GESTÃO GERAL
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão
em ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais
O que são teorias?

Do grego “theoria”, conhecimento especulativo,


abstrato, puro. Indica “ser em contemplação”.

São explicações, interpretações ou proposições sobre a realidade.

Representam um conjunto de princípios gerais e fundamentais de


qualquer ciência.

Teorias da Administração: são conhecimentos organizados e


produzidos pela experiência prática das organizações.

Teoria Geral da Administração (TGA): é o conjunto integrado das


teorias administrativas.
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais
Funções de uma Teoria
• Coordenam e unificam o saber científico
• São proposições de entendimento preciosas, pois
sugere analogias que antes eram ignoradas
• Possibilita novas descobertas
• Viabiliza novas aplicações.

“Nada mais prático do que


uma boa teoria”.

(Kurt Lewin, 1890-1947)


2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

O propósito da ciência Administrativa é desenvolver conhecimentos,


competências, métodos e técnicas gerenciais que propiciem o
funcionamento eficiente, eficaz e efetivo das organizações humanas,
de forma satisfatória para todos os seus stakeholders.
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais
Isso implica administrar de forma racional e considerando de modo
equilibrado as necessidades e emoções das pessoas envolvidas:
gestores, colaboradores (empregados, terceirizados e estagiários),
clientes, parceiros, fornecedores e proprietários ou acionistas.

O objetivo da administração é melhorar a qualidade de vida das


pessoas, e aí se incluem aqueles que usam os produtos e serviços da
organização, bem como aqueles que, de alguma forma, contribuem
para seu funcionamento.
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

Para ser considerada bem sucedida, uma organização precisa vencer


3 (três) desafios:

• Criação de valor
• Distribuição de riqueza
• Convivência entre as pessoas
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

• Administração Primitiva:
Uso de técnicas de caça e pesca:
machados, lanças, facas, agulhas, anzóis, serras e botões eram
fabricados e aperfeiçoados.

• Administração Agrícola (10.000 a.C.)


• Administração Comercial (dentro das civilizações agrícolas)
• Administração Feudal (Séc. III-XIII d.C.)
• Administração Capitalista e Industrial (Séc. XVI a XIX)
• Administração Científica: origem da Gestão (Séc. XX)
• Administração da Era da Informação e do Conhecimento (Séc. XXI)
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais
As Principais Influências Históricas

• Filósofos
• Igreja católica
• Organizações militares
• Revolução industrial
• Os Economistas Liberais
• Os pioneiros e empreendedores
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

ERA INDUSTRIAL ERA INDUSTRIAL ERA DO CONHECIMENTO


CLÁSSICA: 1900-1950 NEOCLÁSSICA: 1950-1990 E INFORMAÇÃO: após
1990
Paradigma industrial Desenvolvimento Paradigma industrial
mecânico industrial mecânico e pré- microeletrônico
eletrônico
Poucas mudanças: Aumento da mudança: Aceleração da mudança:
estabilidade e certeza começo da instabilidade instabilidade e incerteza
Planejamento: Planejamento: fim da Planejamento:
previsibilidade previsibilidade imprevisibilidade
Tecnologias industriais Tecnologias pré- Tecnologias da informação
informacionais e comunicação (TICs)
Predomínio do setor Declínio do setor industrial Ascensão do setor de
industrial serviços
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

TAREFAS

ESTRUTURA PESSOAS

ORGANIZAÇÃO

AMBIENTE TECNOLOGIA
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

AMBIENTE

ENSINO-
PROFESSOR ALUNO
APRENIDZAGEM

CONTEÚDOS METODOLOGIAS
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

“[...] Não existe um modelo único de Administração pronto e acabado,


testado e receitado com sucesso. Durante, especialmente os últimos 50 anos
houve uma discussão ferrenha sobre o assunto quando se fala de
Administração Escolar.
Um grande grupo de intelectuais brasileiros trabalha nas academias com
a ideia de administrar uma escola, sobretudo a pública, sem fazer uso
das teorias gerais da Administração. Defendem a tese que a Administração
Escolar é uma atividade específica e deve ter teorias próprias.
Por outro lado, outro grupo de estudiosos acredita e defende que a
Administração Escolar, mesmo tendo suas especificidades, deve estar
inserida no contexto da Administração Geral”.

(Geraldo Francisco Filho, Administração Escolar: analisada no processo histórico,


capítulo II, pág. 25).
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais

1990 - Temas Emergentes (até os dias atuais)


1972 - Teoria da Contigência
1962 - Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO)
1957 - Teoria Comportamental
1954 - Teoria da Administração por Objetivos (APO)
1951 - Teoria de Sistema
1947 - Teoria Estruturalista
1932 - Teoria das Relações Humanas
1916 - Teoria Clássica do Processo Administrativo
1909 - Teoria da Burocracia
1903 - Teoria da Administração Científica
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
2.3 As principais abordagens teóricas da Administração e
da Gestão em ambientes educacionais
EVOLUÇÃO DA TEORIA ORGANIZACIONAL
Séculos XX e XXI da Era Contemporânea
1903 1909 1916 1932 1947 1951 1954 1957 1962 1972 1990

Teoria da Teoria do
Administração Desenvolvimento
Científica Organizacional (DO)

Teoria da Teoria Teoria


Burocracia Comportamental Contingencial

Teoria Teoria da Temas


Clássica do Administração Emergentes
Processo por Objetivos
Administrativo (APO) • Reengenharia, Qualidade Total e Terceirização;
• Tecnologia da informação e e-business;
Teoria das • Gestão por Competências
Teoria de • Gestão do Conhecimento
Relações
Sistemas • Aprendizagem Organizacional
Humanas
• Educação Corporativa
• Diversidade Organizacional
Teoria
• Modelo de Gestão baseado no BSC (Balanced
Estruturalista Scorecard);
• Gestão de processos: BPM
• Outros...
2 Abordagens teóricas da Administração e da Gestão em
ambientes educativos
Contexto Histórico da Administração Científica
(EUA no final do Século XIX)

• Crescimento acelerado e desorganizado


das empresas
• Aumento da concorrência
• Sistemática aplicação da ciência à produção
• Substituição do capitalismo liberal pela organização
monopolística (1880-1890)
• Baixo rendimento do maquinário
• Alto desperdício
• Insatisfação dos funcionários
• Existência de grande quantidade de empresas
• Existência de empresas com variadas finalidades e
negócios
• Ampliação dos mercados.
Administração Científica
Principal Teórico:

Frederick Winslow Taylor (1856-1915)


Fundador da Escola da Administração Científica e
referência mitológica da Teoria Organizacional Moderna.
“Existe uma maneira certa (“the best way”), que, descoberta e
adotada, maximizará a eficiência do trabalho. E a forma de
descobri-la é analisar o trabalho em suas diferentes fases”.
“Ciência em lugar de empirismo, harmonia em vez de discórdia,
cooperação, não individualismo, rendimento máximo, em lugar de
produção reduzida, desenvolvimento de cada homem no sentido
de alcançar maior eficiência e prosperidade”.
Frederick Winslow Taylor (1856-1915)
História de Vida e Perfil
• É considerado o fundador da TGA (Teoria Geral da Administração).
• Nasceu na Filadélfia (EUA) em família de rígidos princípios.
• Mentalidade voltada para disciplina, devoção ao trabalho e
poupança.
• Inicia em 1878 sua carreira na indústria (operário, capataz,
contramestre, chefe de oficina). Na Midvale Steel Co. (1880) e na
Bethlehem Steel Co. (1889), estuda os movimentos em corte de metais,
manuseio de pás e de ferro-gusa (alto forno).
• Em 1885, formou-se em engenharia pelo Stevens Institute.
• Preocupação original: eliminar o desperdício e aumentar a
produtividade (satisfação dos patrões).
• Revolucionou o pensamento administrativo e o mundo industrial de
sua época.
• Principal contribuição para o nível de gerência.
Criticas de Taylor à organização convencional do trabalho

• Critica da organização do trabalho


estruturado por ofícios, e suportada
numa relação de aprendizagem do tipo
mestre/aprendiz, típica da produção
artesanal e que foi à época transferida para a produção
manufatureira.

• Esta forma de organização do trabalho, para um


desenvolvimento econômico pouco acelerado, foi
adequada aos processos de aprendizagem no posto
de trabalho, não o sendo porém quando o
desenvolvimento industrial acelerou.
O que é a Administração Científica?
• É a aplicação dos métodos científicos, indução,
observação e mensuração aos problemas de
Administração.

Características da Administração Científica


• Administração é tratada como ciência (origem da Gestão)
• Enfoque na divisão do trabalho e especialização
• Disciplina e Controle
• Supervisão funcional
• Conceito “Homo Economicus”
• Ênfase nas tarefas
• Ênfase na Eficiência.
Característica da Administração Científica de Taylor:
Taylorismo
• Segue o método indutivo (das partes para o todo)
• O conceito de especialização (do trabalho, do pessoal e da direção)
• Eliminação de aspectos desnecessários
• A seleção e o treinamento do operário
• Remuneração do operário baseada no salário
por peça
• Organização Racional do Trabalho(ORT) ou
Organização Científica do Trabalho (OCT) –
Divisão do trabalho: alguns planejam e outros executam
• Criação do planejamento
• Padronização dos métodos de produção e execução
• Análise das tarefas e dos tempos e movimentos para ordená-las
em passos simplificados
• O principal objetivo da Administração é “assegurar o máximo de
prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de
prosperidade ao trabalhador” (identidade de interesses).
Condições de Trabalho

• Garantia de bem-estar físico e diminuição da fadiga


• Adequação de ferramentas para minimizar o esforço
• Arranjo físico das máquinas
• Cuidados com o ruído, ventilação e iluminação

Apesar da preocupação com o rendimento do trabalho e


não com o ser humano, estes cuidados foram os primórdios
da Ergonomia Moderna.
Princípios da Administração Científica de Taylor
Princípio do Planejamento:
Métodos científicos em substituição à improvisação e os
critérios individuais dos operários.

Princípio do Preparo:
Seleção e treinamento dos trabalhadores
e preparo das máquinas.

Princípio do Controle:
Verificação do trabalho para ver se o mesmo estava sendo
executado de acordo com as normas e planos previstos.

Princípios de Execução:
Distribuição de responsabilidades e designação de atribuições
de forma que o trabalho seja executado de forma disciplinada.
A Administração
Científica de Ford

O que é o Fordismo ?

Henry Ford (1863-1947)

Conjunto de métodos de racionalização da produção


em massa de um único produto (verticalização),
através de suporte tecnológico (linha de montagem),
trabalho especializado e bem remunerado e gerando
maior produtividade, baixo preço e lucros.
PRINCÍPIOS DO FORDISMO

Princípios da Eficiência ou Produtividade:


Aumentar, sucessivamente, a capacidade de produção
com a mesma jornada de trabalho e salário maior.
1) Não temer o futuro nem idolatrar o passado
2) Despreocupar-se da competição
3) Sobrepor o interesse da produção ao interesse do produtor: lucro
4) Não resolver vender caro o que foi barato.

Princípios da Montagem
1) Trabalhadores e ferramentas na
ordem natural de operação
2) Empregar planos inclinados
3) Redes de deslisadeiras (distâncias convenientes).
PRINCÍPIOS DO FORDISMO

Princípios da Intensificação
A redução do tempo de fabricação e a aceleração do ritmo
de trabalho torna o ciclo de produção mais rápido e o
retorno do investimento é antecipado.

Princípios da Economicidade
Intensificando e ritmando o trabalho pode-se reduzir, ao
mínimo, o volume de matéria-prima (“just in time”).
A LINHA DE MONTAGEM
Características do Modelo Fordista

• Racionalização taylorista do trabalho com uma divisão


horizontal (parcelamento de tarefas) e vertical
(planejamento e execução) e especialização
• Desenvolvimento da mecanização
(equipamentos altamente especializados)
• Produção em massa de bens padronizados
• Passagem de um sistema de tempos
alocados (determinado pela gerência) para
um sistema de tempos impostos (cadência regulada de forma
mecânica e externa ao trabalho)
• Salários relativamente elevados e crescentes.
Apreciação Crítica da Administração Científica

• Enfoque no mecanismo: ênfase nas tarefas, teoria da


máquina (homem é parte da maquinaria), adoção de
escalas de trabalho que robotiza o operário e
ignorou os fatores motivacionais autênticos.
• Superespecialização do operário: priva a satisfação no
trabalho, viola a dignidade, e causa alienação.
• Visão microscópica do homem: ignorou a condição
humana e social do homem.
• Ausência de comprovação científica:
pouca pesquisa e experimentação.
Apreciação Crítica da Administração
Científica

• Abordagem incompleta da organização: foco somente


na organização formal, limita-se ao campo de
aplicação e aos problemas da fábrica.
• Abordagem prescritiva e normativa: receituário,
soluções enlatadas, foco no “como fazer”.
• Abordagem de sistema fechado: empresas como
entidades autônomas, absolutas, como um sistema
previsível e determinístico.

Mesmo com estas limitações e restrições, a


Administração Científica implantou diversos
conceitos até hoje utilizados em Administração.
Contexto Histórico da Teoria Clássica
(Europa no Final do Século XIX)

• Evolução do modelo proposto durante a Revolução


Industrial
• Crescimento dos mercados consumidores

• Novos modelos de produção

• Administração Científica
Teoria Clássica do
Processo
Administrativo
Principal Teórico:
Henri Fayol (1841-1925)

“Não existe nada rígido ou absoluto quando se trata de problemas


de administração”.
“A empresa deve ser tratada como um todo, isto é, globalmente”.
“A Administração desempenha no governo de todos os negócios,
grandes e pequenos, industriais, comerciais, políticos, religiosos ou
de qualquer outra natureza, um papel muito importante. Eu me
proponho expor minhas ideias sobre a maneira pela qual esse papel
deve ser desempenhado.”
Henri Fayol (1841-1925)
História de Vida e Perfil:

• Nasceu em Constantinopla e Faleceu em Paris.


• Formou-se em engenharia de minas aos 19 anos e entrou para uma
empresa metalúrgica e carbonífera, desenvolvendo toda a sua carreira.
• Aos 25 anos foi nomeado gerente das minas e aos 47 anos assumia a
gerência geral da “Compagnie Commantry Fourchambault et
Decazeville” empresa que se encontrava em situação difícil.
• Em 1918 transmitiu a empresa ao seu sucessor em situação de notável
estabilidade.
• Em 1908 publica “Os princípios da administração”, no qual mostra as
possibilidades de se formar administradores e criar o ensino formal em
Administração.
Henri Fayol (1841-1925)
História de Vida e Perfil:

• Em 1916 publica o famoso livro “Administration Industrielle et


Générale”, traduzido em 1926 para o inglês e alemão. Em 1950 traduzido
para o português.
• Não escutava os trabalhadores, mas ficava na sua mesa de trabalho
colocando no papel suas ideias sobre as funções gerais da
Administração.
• Como Taylor, empregou os últimos anos de sua vida na demonstração
que, com previsão científica e métodos adequados de gerência,
resultados satisfatórios eram inevitáveis.
Teoria do Processo Administrativo - Características Básicas:

• Objetiva aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e


disposição dos órgãos componentes da organização
(departamentos) e das suas inter-relações estruturais;
• Inversa a Escola da Administração Científica, pois parte de cima
para baixo, do todo para as partes (usa o método dedutivo): da
direção para a execução, da organização para os departamentos;
• É uma corrente eminentemente teórica;
• Ênfase na estrutura organizacional, com os elementos da
Administração, com os princípios gerais da Administração e com
a departamentalização;
• Influenciada pelas concepções antigas
de organização (militar e eclesiástica),
tradicionais, rígidas e hierarquizadas.
Teoria do Processo Administrativo - Características Básicas:

• Taylor (pluralidade de comando, supervisão funcional); Fayol (unidade


de comando e supervisão linear);
• Enfoque prescritivo e normativo, pois indica os princípios gerais que o
administrador deve seguir;
• Organização é concebida na forma de uma
pirâmide, com o presidente no topo e os demais
membros no se corpo.
• Taylor: divisão do trabalho no nível das tarefas;
Fayol: divisão do trabalho no nível dos órgãos da
empresa;
• A remuneração em Taylor, por peça; em Fayol, diversas formas: dia,
peça, tarefa, prêmios etc.
• Amplia a concepção taylorista, com a divisão do trabalho considerada
no nível da gerência e a estrutura organizacional como um todo.
Enquanto o Taylorismo
preocupava-se com as tarefas, o
Fayolismo preocupou-se com a
organização como um todo.

Fayol e os demais clássicos


formularam uma estrutura
organizacional ideal e
pressupunham que se tal
estrutura fosse atingida, o
trabalho seria simples,
impessoal e racional.
Operações ou Funções da Organização

1. Operações administrativas
2. Operações técnicas
3. Operações comerciais
4. Operações contábeis
5. Operações de segurança
6. Operações financeiras.
As FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS, englobam os elementos da
Administração que constituem o chamado PROCESSO
ADMINISTRATIVO:

Conceito de Administração em Fayol: POCCC


• Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação;
• Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa;
• Comandar : dirigir e orientar o pessoal;
• Coordenar : ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos; e
• Controlar : verificar que tudo corra de acordo com o estabelecido e as
ordens dadas.

Esses elementos levam as funções universais da Administração:


Princípios Gerais da Administração
Princípios Gerais da Administração
1. Divisão do trabalho: especialização das tarefas e das pessoas
visando aumentar a eficiência. Princípio funcional ou da
especialização.
2. (1) Autoridade e (2) responsabilidade: (1) direito de dar ordens
e esperar obediência; (2) responsabilidade é uma consequência
natural da autoridade.
3. Disciplina: obediência, comportamento e respeito às normas
estabelecidas.
4. Unidade de comando: o empregado deve receber ordens de
um único superior. Princípio da autoridade única.
5. Unidade de direção: cada grupo de atividades que tenham o
mesmo objetivo deve ter um só chefe e um só plano.
6. Subordinação do interesse particular ao interesse geral.
7. Remuneração de pessoal: justa e capaz de satisfazer às
necessidades dos empregados. Várias formas: por dia, tarefa,
peça, prêmios etc.
Princípios Gerais da Administração
8. Centralização: concentração da autoridade no topo da
hierarquia da empresa.
9. Hierarquia (cadeia escalar): linha de autoridade do escalão
mais alto ao mais baixo. Princípio escalar ou cadeia de comando.
10. Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar;
ordem material e humana.
11. Equidade: amabilidade e justiça para obter a lealdade do
pessoal.
12. Estabilidade do Pessoal: quanto mais tempo um empregado
permanecer no cargo, tanto melhor; a rotatividade é um fator
negativo.
13. Iniciativa: capacidade de visualizar um plano e assegurar o
seu sucesso.
14. União do pessoal: harmonia e união entre os empregados.
CONCEITO DE LINHA E DE “STAFF”
• Fayol e a organização linear (militar e eclesiástica), caracterizada
pela unidade de comando/supervisão única; unidade de direção,
centralização da autoridade;
• Na organização linear os órgãos de linha (órgãos que compõem a
organização) seguem rigidamente o princípio escalar (autoridade de
comando).
• E precisam de outros órgãos de suporte para dedicar-se
exclusivamente às suas atividades especializadas.
• Esses órgãos prestadores de serviços, são os órgãos de “staff” ou
de assessoria.
• Prestando conselhos, recomendações,
assessoria e consultoria.
• Os órgãos de “staff” não obedecem aos
princípio escalar nem a autoridade de
comando, pois não exercem autoridade
de comando, apenas autoridade de
“staff” ou de especialista.
Apreciação Crítica à Teoria Clássica do Processo Administrativo

• Abordagem simplificada da organização formal: organização


concebida em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, sem
considerar o conteúdo psicológico e social (embora tenha identificado);
• Ausência de trabalhos experimentais. Como Taylor, Fayol fundamenta
seus conceitos na observação e no senso comum, faltando
comprovação científica;
• Extremo racionalismo na concepção de organização. Exagero no
abstracionismo e no formalismo e na falta de realismo;
• Teoria da máquina: a organização arranjada como uma máquina.
Divisão mecânica do trabalho. O Operário deve saber muito a respeito
de pouca coisa;
• Abordagem incompleta. Assim como Taylor, considerou apenas a
organização formal, não considerando a organização informal (embora
a tenha identificado);
• Abordagem de sistema fechado, com tudo sendo previsível na
organização.
Apreciação Crítica ao Fayolismo

Mesmo com estas limitações e restrições, a Teoria Clássica do


Processo Administrativo representa um esforço pioneiro na criação
da disciplina de Administração, e na ênfase à educação do empregado
e a existência do “corpo social” da empresa.
Contexto Histórico da Teoria da Burocracia
• A burocracia teve sua origem nas
mudanças religiosas verificadas após o
renascimento (Protestantismo)
• Desenvolvimento da economia monetária
• Crescimento quantitativo e qualitativo das
tarefas administrativas do estado moderno
• Superioridade técnica, em termos de eficiência, do tipo
burocrático da administração
• A fragilidade e a parcialidade das teorias da Administração
Científica e do Processo Administrativo, que detinham uma
visão incompleta sobre as organizações
• Necessidade de um modelo de organização racional capaz de
caracterizar todas as variáveis envolvidas
• O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram
a exigir modelos organizacionais mais bem definidos
• O advento da 1ª Guerra Mundial e a década de 1940 (EUA).
Teoria da Burocracia
Principal Teórico:

Karl Emil Maximilian Weber (1864-1920)

Sociólogo e economista alemão, foi o criador da Sociologia da


Burocracia.
Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg e
ficou famoso pela teoria das estruturas de autoridade.
Com a tradução de alguns de seus livros para a língua inglesa
em 1930, pelo sociológo Talcott Parsons, tomou corpo nos
Estados Unidos a Teoria da Burocracia em Administração.
Max Weber (1864-1920)
História de Vida e Perfil:

• Weber foi um importante cientista social, economista e jurista alemão


que se ocupou de inúmeros aspectos das sociedades humanas.
• Na década de 1920, Weber publicou estudos sobre o tipo ideal de
burocracia.
• Nas duas décadas seguintes, esses estudos foram divulgados nos
Estados Unidos da América.
• A tradução de suas obras para o inglês, nos anos 1940, estimulou
inúmeros estudos subsequentes entre sociólogos americanos.
• Weber não tentou definir as organizações, nem estabelecer padrões
que elas devessem seguir.
• Seu tipo ideal não é um modelo prescritivo, mas uma abstração
descritiva.
• Sua obra “Economia e sociedade” foi lançada em 1910/1921
Max Weber (1864-1920)
História de Vida e Perfil:

• É um esquema que procura sintetizar os pontos comuns à maioria


das organizações formais modernas, que ele contrastou com as
sociedades primitivas e feudais.
• Weber pintou a burocracia como máquina completamente impessoal,
que funciona de acordo com regras, enquanto as pessoas ficam em
plano secundário ou nem são consideradas.
• Weber estudou e procurou descrever o alicerce formal-legal em que
as organizações reais se assentam.
• Sua atenção estava dirigida para o processo de autoridade-
obediência (ou processo de dominação) que, no caso das
organizações modernas, depende de leis.
• No modelo de Weber, organização formal e organização burocrática
são sinônimos.
• Sua obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo” foi lançada
em 1947.
Teoria da Burocracia - Características Básicas:

• Caráter legal das normas e regulamentos:


é uma organização ligada por normas e
regulamentos.
• Caráter formal das comunicações: são
registradas por escrito.
• Divisão racional do Trabalho: é o sistema que as organizações
adotam no sentido de atingir os seus objetivos com eficiência.
• Impessoalidade: relação a nível de cargos e não de pessoas.
• Hierarquia: cada cargo inferior deve estar sob supervisão do
cargo automaticamente superior.
• Rotinas e Procedimentos Padronizados: o funcionário deve
fazer o que a burocracia manda; não tem autonomia.
Teoria da Burocracia - Características Básicas:

• Meritocracia: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na


competência técnica.
• Especialização da Administração: separação entre propriedade
e administração.
• Profissionalização: cada funcionário da burocracia é um
profissional especializado nas atividades de seu cargo.
• Previsibilidade: prever as ações; através das normas
(CHIAVENATO, 2000).
Teoria da Burocracia - Características Básicas
• Contrária à supervisão funcional de Taylor
• Convergente com a Unicidade de Comando de Fayol

PRESIDENTE

Dir. Produção Dir. Logística Dir. Marketing


Teoria da Burocracia - Características Básicas

COMPETÊNCIA TÉCNICA E MERITÓRIA

MÉRITO + COMPETÊNCIA TÉCNICA

CRITÉRIOS + AVALIAÇÃO

ESCOLHA
Conceito de Burocracia
“A burocracia é uma forma de organização
humana que se baseia na racionalidade, isto é,
na adequação dos meios aos fins pretendidos, a
fim de garantir a máxima eficiência possível no
alcance desses objetivos.”
Princípios da Teoria Burocrática
• Especialização
• Hierarquização
• Estandardização/Padronização
• Formalização das comunicações
• Centralização
• impessoalidade
Apreciação Crítica à Teoria da Burocracia

• Internalização das regras: as normas, procedimentos e regras,


passam a se transformar de meios em objetivos. Com isso o
funcionário burocrata tornasse um especialista, não por conhecer
perfeitamente as normas e os regulamentos que dizem respeito ao
seu cargo.
• Excesso de formalismo e papelocracia: necessidade de formalizar e
documentar todas as comunicações.
• Resistência a mudanças: quando surge alguma mudança na
organização o funcionário não encara como um desafio, mas sim,
como uma forma de perigo, no qual lhe trás insegurança e
intranquilidade.
• Despersonalização: os funcionários passam a se conhecerem, não
como seres humanos, mas pelos cargos que ocupam.
Apreciação Crítica à Teoria da Burocracia

• Categorização como base do processo decisório: o que possui o


cargo mais alto, tomará as decisões independentemente do
conhecimento que possui sobre o assunto
• Superconformidade às rotinas: existe a necessidade de documentar
e formalizar as comunicações e a extrema devoção a normas e
procedimentos, para garantir que seja feito aquilo que foi
determinado.
• Exibição de poderes de autoridade
• Dificuldade com clientes: o funcionário está voltado para o interior
da organização.

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