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Nesse contexto, as principais Competências e Habilidades que serão adquiridas até o final da
disciplina serão as seguintes:
HABILIDADES
COMPETÊNCIAS
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Utilizar de forma adequada a terminologia e linguagem das Ciências Econômicas, no
estudo das questões econômicas e no desenvolvimento de soluções e aplicações
econômico-administrativo-financeiras.
Demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar nas atividades econômico-administrativo-
financeiras.
Compreender as questões científicas, tecnológicas, sociais, econômico-administrativo-
financeiras, e seu gerenciamento, observando níveis graduais dos processos decisórios
nos diferentes modelos de organização e segmentos econômicos.
DINÂMICA DEESTUDOS
Prezado (a) aluno (a)
Neste roteiro de estudos você encontrará todas as orientações indicações para o desenvolvimento da
sua formação na disciplina de ECONOMIA.
Para cada unidade deste roteiro, você terá que ler os materiais indicados, pois, além de servirem de
base para cada uma das atividades e avaliações, entre outras, também serão a base para a construção
do conhecimento no conteúdo da disciplina e para a sua formação profissional.
Observe que este roteiro vai orientar o seu estudo e você precisará de dedicação para cumprir com o
que está proposto. É importante que você separe algumas horas da sua semana para a realização dos
estudos e conte sempre com o professor da disciplina para o esclarecimento das suas dúvidas
pedagógicas e com a equipe acadêmica para as demais informações ou orientações.
Ótimo Estudo!
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UNIDADE I – ECONOMIA: CONCEITO, PRINCÍPIOS E
OBJETO DA ECONOMA
OBJTEIVOS
FORMAÇÃO TEÓRICA
A administração, conforme afirma Drucker (2002), pode representar a mais importante inovação do
mundo da gestão, pois é a ciência que forma os trabalhadores intelectuais de hoje e do futuro. A
administração e os administradores/gestores, constituem necessidades específicas de toda ordem e
de todo o tipo de organização, por isso precisam de conhecimentos multidisciplinares, que deem
boa base de sustentação as suas decisões.
Exige-se, portanto, desses profissionais, conhecimento, habilidade e atitudes, que os credencie para
o exercício da administração de organizações em todas as instâncias do espectro administrativo-
econômico.
O estudo de cenários, sua interpretação e habilidade para estabelecer tendências, é uma das
competências essenciais aos gestores do presente século, conforme afirma Thompson Jr., Strickland
III, Gamble (22008). O domínio dos fundamentos da estratégia empresarial, de marketing, logística,
da economia, em particular, é fundamental para que esses profissionais tomem as melhores, mais
decisivas e estratégicas decisões, visando o cumprimento da missão, da visão de futuro, objetivos
organizacionais e valores das organizações.
O conhecimento dos princípios econômicos, nesse viés, é um dos fundamentos pelo qual o
administrador orientará a sua tomada de decisão sobre temas econômico-administrativos. O estudo
da economia vai de encontro à própria definição de administrar, que é a capacidade de gerir
recursos escassos, sejam eles, econômicos, humanos, materiais ou tecnológicos, para o alcance dos
objetivos organizacionais.
Pode-se dizer que hoje, uma das principais habilidades do administrador é a de formar equipes de
qualidade e conduzi-las para o cumprimento da missão e dos objetivos organizacionais. Conhecer as
pessoas, saber como agem e como tomam suas decisões é imperioso para esse profissional.
Também o é, para o agente econômico.
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A economia, como ciência, repousa sobre os atos humanos e é por excelência uma ciência social,
tal qual a administração. Apesar de a tendência atual ser a de se obter resultados cada vez mais
precisos para os fenômenos econômicos, como afirma Vasconcellos (2011), não se pode isolar as
complexas relações do homem nas atividades econômicas, com análises firas e numéricas.
A sociedade, cada vez mais exige das organizações como um todo e dos entes governamentais, o
atendimento de suas expectativas, que lhe possibilite bem-estar e desenvolvimento social,
econômico, cultural e, mas modernamente, também ambiental.
Nesse sentido, pode-se, também, definir a economia como “a ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, para a produção de bens e
serviços, visando distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de
satisfazer às necessidades humanas”.
A palavra economia deriva do grego “oikonomos” – oikos (fortuna, riqueza, propriedade) e nomos
(regra, lei, administração); que significa “aquele que administra um lar”. Diz Mankiw (2009), que,
“a princípio, essa origem pode parecer estranha, mas, na verdade, os lares e as economias têm muito
em comum”.
Assim como na economia, as famílias precisam tomar decisões. Que tarefas caberão a cada membro
da família e o que eles receberão em troca? Quem lava a roupa? Quem prepara o jantar? Quem
decide que programa sintonizar na TV?
Na sociedade, acontece o mesmo, toma-se muitas decisões. Quais tarefas serão executadas e por
quem? Quem produz máquinas? Quem produz alimentos? Quem produz roupas?
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Na verdade, cada um dos componentes da sociedade deseja consumir tudo que está disponível na
economia, todos os bens e serviços que sejam de seu interesse, coletiva ou individualmente. Porém,
esbarra em algumas restrições, tais como: a renda de cada um, ou das firmas, não permite consumir
ilimitadamente, a produção não atenderia a todos da mesma forma. Ou seja, o desejo de consumir
é ilimitado, mas não se consegue, pois os recursos são limitados.
Isso equivale dizer que, o gerenciamento dos recursos da sociedade é de vital importância, pois
esses são escassos. Portanto, Escassez significa que a sociedade tem recursos limitados, não
podendo, portanto, produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam ter.
Então, como as pessoas tomam suas decisões? As pessoas decidem o que consumir fazendo
escolhas, ou seja, definem pelo consumo de algo, em detrimento de outro, justamente pelas
restrições que tenham de renda, ou de oferta de determinado bem. Por exemplo: se minha renda é de
R$ 10,00 e desejo consumir laranja, que custa R$ 3,00 o quilo, e bananas, que custa R$ 4,00 o
quilo, posso gastar todo o dinheiro para comprar somente bananas ou somente laranjas. Ou então,
posso consumir 1kg de banana, ao custo de R$ 4,00 e 2kg de laranja (2 kg x 3,00), ao custo de R$
6,00, perfazendo a minha renda disponível de R$ 10,00. Portanto, a renda só permite consumir em
uma dessas proporções ou em um outro arranjo, desde que não ultrapasse os R$ 10,00.
Princípio 2 – O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la. Por exemplo, o
custo de comprar somente bananas é justamente o de não consumir bananas (ou seja, o custo de
comprar 2,5 kg de bananas – 10,00; é o de não comprar 10,00 em laranjas).
Princípio 4 – As pessoas reagem a incentivos. Incentivos provocam algum tipo de ação nas
pessoas. Pessoas racionais tomam decisões comparando custo e benefício. O imposto sobre a
gasolina onera o preço do litro/galão, sendo um incentivo para as pessoas comprarem carros
menores e mais econômicos. Os descontos oferecidos em uma campanha “Black Friday”, pode
incentivar as pessoas a comprarem uma nova TV, um novo fogão, ou um novo carro, dependendo
do benefício que lhes proporcione.
Entretanto, as pessoas podem também tomar decisões pelo tipo de interação que tenham umas com
as outras. Nesse caso, temos mais três princípios:
Princípio 5 – O comércio pode ser bom para todos. A concorrência entre empresas não determina a
eliminação da outra, muito pelo contrário, acirra a competição pela melhoria nos processos e nos
produtos. A melhor qualidade de um, pode induzir a maior aceitação dos clientes. Por outro lado, a
empresa concorrente, poderá oferecer melhores condições de crédito, melhorar seus processos e
diminuir os preços, atingindo outro nicho de clientes. Da mesma forma, os países, em suas relações
comerciais vão refinando sua forma de fazer comércio, especializando-se em determinados
produtos, criando referências. O Japão pode exportar bens eletrônicos para o Brasil e o Brasil pode
exportar minério de ferro para o Japão. Sem levar em consideração a qualidade dos processos
envolvidos, que é outra história, pode-se dizer que o Japão é especialista no desenvolvimento de
produtos eletrônicos e o Brasil na exploração de minerais.
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Princípio 6 – Os Mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica. A
respeito disso, temos o estudo de grandes economistas, entre eles, Adam Smith, que em seu livro “A
riqueza das nações”, publicado em 1776, fez observações de como as famílias e as empresas
interagem nos mercados, parecendo ser guiadas por uma “mão invisível”. As empresas oferecem
produtos ou serviços por preços desejáveis. Porém, as pessoas não estão dispostas a pagar aquele
preço, dando curso a movimentos de preços e de quantidades ofertadas, até que se chegue a preços e
a oferta de produtos aceitas pelos consumidores e pelas empresas. No fundo, voltamos a questão
dos incentivos, entre outros fatores. Pessoas estão inclinadas a consumir, desde que os preços, a
qualidade, as condições de pagamento, entre outras, as incentive a isso. O resto, o mercado vai
ajustando, regulando a demanda (procura pelo produto) e a oferta (o que as empresas oferecem).
Princípio 7 – Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados – a respeito disso,
Mankiw (2009) pergunta: “se a mão invisível do mercado é grande, por que precisamos de
governo? Ele mesmo responde dizendo que o mercado pode fazer maravilhas, desde que o governo
garanta o cumprimento das regras e mantiver as instituições principais da economia. Os fazendeiros
não cultivarão alimentos se acharem que suas colheitas serão roubadas. Há necessidade de garantir
o direito à propriedade. A empresa não pode manter a matéria-prima somente para si, em
detrimento de outra concorrente, ocasionando falha no mercado, que serão comentados ao longo do
curso. Uma fábrica não pode esquecer do meio ambiente, ao poluir o ar com a sua produção.
Portanto, em certas ocasiões, há necessidade da ação do Estado para regular o comportamento entre
os agentes econômicos – famílias, empresas, governo.
Por fim, há também princípios relativos ao funcionamento da própria economia. Os três últimos
princípios tratam justamente disso.
Princípio 8 – O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços.
Há diferenças muito profundas de padrão de vida entre as sociedades de vários países. Basta
comparar a opulência do mercado americano e compará-la a de uma país africano, a alguns países
do Leste europeu. Isso se reflete nos indicadores de qualidade de vida. O explica diferenças tão
assustadoras? A resposta, segundo Mankiw (2009) é simples e está associada as diferenças de
produtividade entre países. Aqueles que produzem uma grande quantidade de bens e serviços por
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menor unidade de tempo, conseguem oferecer à sociedade padrões de vida elevados. Onde os
trabalhadores são menos produtivos, a vida com mais escassez é predominante.
A respeito desse tema, assista o vídeo “Por que alguns países são ricos e outros pobres?
Caso não consiga acesso clicando o link, está disponível em: <https://youtu.be/_Inxi5DXI5k>
Princípio 9 – Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. Em quase todos os casos de
inflação elevada ou persistente, o culpado é o mesmo – um aumento na quantidade de moeda.
Quando o governo emite grande quantidade de moeda, sem o devido respaldo, diminui o valor
desta. Na Alemanha, no início da década de 1920, os preços estavam em média triplicando a cada
mês. A quantidade de moeda também triplicava mensalmente. Exemplo mais recente desse
princípio pode ser observado na Venezuela, que enfrenta um momento econômico dramático,
ultrapassando os 3.000% de inflação em meados de outubro de 2019.
OBJETIVOS
FORMAÇÃO TEÓRICA
Vimos na unidade anterior que a economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a
sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, distribuí-
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los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. Também
compreendemos que, cada um dos entes econômicos tem a utopia de consumir tudo que for
oferecido de bens e serviços no mercado, ou seja, a propensão a consumir é ilimitada. Porém, há
restrições que fazem com que cada pessoa faça uso de cestas de consumo de acordo com as suas
restrições de renda e as restrições de oferta desses bens ou serviços pelas firmas, ou seja, é
impossível produzir tudo aquilo que desejamos.
Assim sendo, o grande dilema da economia é o problema da escassez. Aí, portanto, reside o estudo
da ciência econômica, proporcionar instrumentos para a alocação racional de recursos escassos.
Então, o que e quanto produzir? A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou bens de
capital? Quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
Nesse contexto, os problemas econômicos fundamentais residem nas necessidades humanas,
ilimitadas ou infinitas versus os recursos produtivos, ou seja, os fatores de produção (recursos
naturais, mão de obra, capital) que são limitados e finitos.
Ampliando um pouco mais, pode-se dizer que a economia consiste em milhões de pessoas
envolvidas em muitas atividades, tais como: comprar, vender, trabalhar, contratar, produzir, entre
outras. Vamos então tentar traduzir aqui, tudo isso em um modelo simplificado que explique, de
forma geral, como a economia está organizada e como seus participantes interagem uns com os
outros.
O modelo visual a seguir, na Figura 1, representa o diagrama do fluxo circular da economia. Vamos
começar a falar, de forma simplificada, incluindo apenas dois tipos de tomadores de decisões:
famílias e empresas. As empresas produzem bens e serviços utilizando insumos, como trabalho
(contratado junto às famílias), terra (representando toda a matéria-prima) e capital (prédios,
máquinas), chamados de fatores de produção. As famílias são proprietárias dos fatores de produção
e consomem todos os bens e serviços que as empresas produzem.
O fluxo interno, em vermelho, representa o fluxo de insumos e produtos. As famílias vendem o uso
de seu trabalho, terra e capital para as empresas nos mercados de fatores de produção. As empresas
utilizam esses fatores para a produção, que serão vendidas às famílias no mercado de bens e
serviços.
O fluxo externo, em azul, representa o fluxo monetário. As famílias gastam dinheiro para comprar
os bens e serviços das empresas, de onde obtém suas receitas, parte dessa receita vai para o
pagamento dos fatores de produção (salários, terra, capital). O que sobra é o lucro dos proprietários
da empresa, que são também membros das famílias.
Um segundo modelo muito discutido, diz respeito a Fronteira de Possibilidades de Produção, que é
um gráfico que mostra as diversas combinações de produção que a empresa pode produzir, dados os
fatores de produção e a tecnologia produtiva disponíveis, que as empresas podem utilizar para
transformar esses fatores em produtos.
Como pode ser observado no modelo, a capacidade dessa economia é a produção, tanto de
computadores, quanto de automóveis. Se ela resolver empregar todos os recursos para produzir
somente automóveis, produzirá o total de 1.000 unidades. Mas, se resolver empregar todos esses
mesmos recursos para produzir somente computadores, produzirá 3.000 unidades.
Portanto, tanto a produção no ponto C, quanto no ponto A, são eficientes. Qual a diferença entre
ambas? No ponto C, a economia produz eficientemente 2.200 computadores e 600 automóveis,
provavelmente por questões de restrições de matéria-prima, renda ou outro fator. Do mesmo modo,
no ponto A, a produção de 2000 computadores e 700 automóveis, também é eficiente. As razões as
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alterações nas quantidades, também, devem ter ocorrido por questões de mercado, escassez de
fatores de produção ou outras restrições.
A produção no ponto B, é considerada ineficiente, pois essa economia tem recursos suficientes para
produzir até a FPP, não o fazendo por problemas de demanda, problemas econômicos conjunturais
temporários que impedem produção maior. Por outro lado, a produção no Ponto D, é inexequível,
pois naquele ponto a economia não tem fatores de produção nem tecnologias para produzir lá. O
máximo que poderia produzir e sobre FPP. Mas, isso pode ser alterado?
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Sim. Se a economia adquirir máquinas e equipamentos, contratar mais mão de obra e a demanda
aumentar, aí sim, a CPP se moverá para o ponto D.
Assim como em outras ciências, o estudo da economia também acontece em diferentes níveis.
Conforme a área de interesse, podemos estudar as decisões de famílias ou empresas tomadas
individualmente. Ou, ainda, a interação entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços
específicos. Podemos, também, estudar a operação da economia como um todo, que é a soma das
atividades de todos os tomadores de decisões em todos os mercados.
Portanto, o campo da economia divide-se em dois amplos subcampos. A microeconomia e a
macroeconomia.
Acompanhe o vídeo “Economia Animada – macro e micro”. Consulte, também a nossa bibliografia
(Gremaud et al, 2017) e Nogami (2016).
FORMAÇÃO TEÓRICA
A Macroeconomia (veja o vídeo), conforme conceitua Vasconcellos (2015); Mankiw (2009) e
Nogami (2016), é ramo da teoria econômica que trata da evolução da economia como um todo,
analisando e determinando o comportamento dos grandes agregados econômicos, como a renda e
produto nacional, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e
desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
As metas da política econômica são, respectivamente,
Alto nível de emprego;
Estabilidade de preços;
Distribuição de renda socialmente justa; e
Crescimento econômico
Como vimos no diagrama do fluxo circular da economia, na unidade II, altas taxas de emprego,
diminuem a circulação da riqueza na economia. Menos empregados, menos consumo, diminuição
das receitas das empresas, redução da contração de fatores de produção, notadamente a mão de
obra. De sorte que, se não resolvida a questão do desemprego, decresce o Produto Interno Bruto
(PIB), diminuído a riqueza das pessoas, empresas e do país.
Estabilidade de Preços
Já comentamos o papel do mercado no sistema econômico e organização econômica. Adam Smith
discorre sobre o mercado e a “a sua mão invisível”, como um ente abstrato que por si só acaba
regulando o processo de formação de preços, oferta e demanda de bens e serviços. Contudo,
pouquíssimas vezes algumas economias experimentaram a liberdade de mercado de forma
abrangente, notadamente no Século XIX, sofrendo intervenções logo em seguida por questões
conjunturais e de segurança nacional. Nem sempre o mercado consegue controlar fatores que não
sejam econômicos. Questões políticas e sociais acabam afetando-o, se perdurarem no longo prazo.
Elevadas taxas de juros, para assegurar a estabilidade causam inflação, que afeta, principalmente, a
classe trabalhadora, que perde poder aquisitivo ao longo do tempo. Define-se Inflação (veja o
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vídeo) como o aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços A inflação é um processo,
não considerando altas esporádicas de preços.
O governo e as empresas, conseguem repassar o efeito da alta de preços para suas tarifas, do mesmo
modo, as empresas repassam os aumentos de custos para os consumidores. Por isso diz-se que a
“inflação é um imposto sobre o pobre”.
A redução do poder de compra do trabalhador reduz o seu consumo, que por sua vez impactam as
empresas com menos receitas desestimulando as empresas a novos investimentos em capital e
contratação de mão de obra. Portando, a estabilidade de preços é uma condição necessária para o
crescimento econômico estável, contínuo e melhor distribuição de renda.
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Fonte: Gremaud et al (2017), Slide Player, disponível em
https://slideplayer.com.br/slide/384926/; acesso em 02.12.2019
A produção da riqueza nacional já foi explicada. Primeiramente, com dois agentes, empresas e
famílias, vimos como as famílias investem nas empresas, essas contratam os fatores de produção,
produzem bens e serviços, que as famílias compram, criando receitas pelas empresas.
Agora, essas receitas têm um novo componente de distribuição – pagamento dos fatores de
produção, entre eles os salários da mão de obra, pagamentos de impostos e taxas ao governo, seja
no nível municipal, estadual ou federal. O que sobra dessa distribuição vai para os proprietários.
As famílias, portanto, recebem a sua parte do bolo pertencente às empresas. Mas, da arrecadação de
impostos, o governo, por meio de suas políticas públicas, seja para geração de empregos, seja para
melhorar a renda dos mais pobres ou melhoria do bem-estar geral, emprega parte de suas receitas,
contribuindo para uma distribuição de renda mais justa.
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A economia brasileira, segundo mostram as estatísticas, cresceu bastante entre os fins dos anos 60 e
a maior parte da década de 70. Apesar disso, tem-se observado um aumento da disparidade entre as
classes de renda, conforme pode ser visto no vídeo recomendado.
Alguns economistas, bem como a posição oficial do governo procurou de certa maneira justificar
um certo grau de concentração de renda, alegando que isso é inerente ao próprio desenvolvimento
capitalista, que traz transformações estruturais. O trabalhador rural acaba enxergando as grandes
cidades como um “novo Eldorado”, desejando, também, as comodidades da “cidade grande”.
O êxodo do homem do campo (êxodo rural) acaba trazendo para a cidade um trabalhador de
pequena qualificação, que acaba marginalizado em empregos de menor remuneração, causando
condições, na maioria das vezes, piores daqueles que usufruíam no campo.
Por outro lado, o capitalismo, segundo o economista Carlos Geraldo Langoni (1973, apud Barros et
al, 2006), (ver Volume 1, “Desigualdade de Renda no Brasil: uma análise da queda recente”,
disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3249/1/Desigualdade%20de
%20renda%20no%20Brasil%20-%20v.%201., defendia a tese de que, no desenvolvimento
capitalista, gera-se demanda por mão de obra qualificada, que, sendo escassa, obtém ganhos extras,
aumentando mais o fosso entre a distribuição de renda desse trabalhador do conhecimento e aquele
com menor qualificação.
Assim sendo, o fator educacional seria a principal causa da piora distributiva. Qual o remédio para
isso? Segundo a maioria dos especialistas na questão de distribuição de renda, seria a melhoria das
políticas voltadas para a educação e qualificação da mão de obra.
Quando se fala em crescimento econômico, pensa-se no crescimento da renda nacional per capita,
ou seja, que essa renda nacional seja colocada à disposição da coletividade uma quantidade de
mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional.
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Então, a renda per capita é considerada o melhor indicador, o mais operacional, para se aferir a
melhoria do bem-estar, do o padrão de vida da população, muito embora haja falhas, como fala
Vasconcellos (2015), quando exemplifica os países árabes, que estão entre os países com maiores
rendas per capita, mas não o melhor padrão de vida do mundo.
Entretanto, cabe ressaltar que o país estar aumentando sua renda real per capita, não
necessariamente significa que está tendo melhoria de seu padrão de vida. O desenvolvimento
econômico e social, para ser virtuoso, deve apresentar o aumento da renda per capita, mas também,
se juntar a isso a melhoria dos demais indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio ambiente,
moradia etc.).
Para ampliação do conhecimento sobre a unidade, não deixe de ler o conteúdo de nossa terceira
unidade, abaixo discriminado
Clique aqui e leia a Parte III, Capítulos 13 a 20, de Gramaud et al (2017) Teoria Macroeconômica,
sistemas de contas nacionais, teoria da determinação de renda, etc. ; Parte 3, Capítulos IX a XV de
Nogami (2016), noções gerais sobre macroeconomia, contabilidade nacional, teoria da
determinação da renda, a moeda, etc.
OBJETIVOS
FORMAÇÃO TEÓRICA
Como vimos nas unidades anteriores, em termos gerais, a economia é a ciência que estuda a
produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços, de forma a atender as necessidades
ilimitadas das pessoas, gerenciando eficientemente os recursos escassos. Ou seja, o principal
problema da economia é lidar com a escassez, ou seja, como atender essas necessidades ilimitadas
com recursos escassos.
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A economia, ao longo dos últimos séculos tem experimentado momentos de economia de livre
mercado, economia planificada e economia mista (com liberdade de mercado e regulação do
governo).
A predominância dominante no Século XXI tem sido a economia capitalista, com predominância de
investimentos em propriedades privada, trabalho assalariado; divisão de resultados – pagamento de
salários, demais despesas, manutenção e distribuição aos proprietários do capital.
Mas, quais as tendências da economia para presente século, com o alto desenvolvimento
tecnológico, notadamente na área do conhecimento?
Também a economia se valerá de novos instrumentos para a melhoria de suas análises e projeções,
melhorando em muito os diagnósticos e apoio nas políticas públicas e estratégias empresariais.
Novas demandas sociais estão surgindo e virão, dada a atual incapacidade de governos e empresas
em atender satisfatoriamente a sociedade. Novos pensares sobre a economia, felizmente, têm
surgido, para melhorar a distribuição da riqueza, geração de empregos e mitigação do desemprego.
Esses novos pensares tem criado novas economias, debatidas por economistas, sociólogos e demais
pesquisadores, entre elas:
Economia Social
Economia Compartilhada
Economia Solidária
Economia Criativa
Economia Circular
Capitalismo consciente
Falaremos em duas delas. As demais, devem ser estudadas por você diretamente nas leituras
recomendadas e em pesquisas autônomas que devem ser realizadas individualmente.
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Economia compartilhada (leia o artigo no link)
Os mesmos autores ainda comentam que se refere a qualquer movimento coletivo que visa a
construção de algo maior – um conceito, ideia, produto, serviço etc., gerando troca de valor para a
sociedade com a possibilidade real de ganho e de uma nova economia. Exemplos e negócios
econômicos compartilhados: Airbnb; Uber, etc.
Trata-se de um conceito emergente que utiliza a interface entre a criatividade, cultura, economia,
inovação e tecnologia em um mundo contemporâneo dominado por imagens, sons, textos e
símbolos (UNCTAD, 2010).
A classe criativa é encarada como todos aqueles que criam para ganhar a vida: cientistas,
engenheiros, artistas e músicos, assim como outros profissionais criativos em direito, medicina e
economia. Hoje, essa classe representa cerca de 30% da força de trabalho dos Estados Unidos.
Esses profissionais estão mudando não apenas a maneira como trabalhamos e vivemos, mas
também nossos propósitos sociais, o que nós queremos de nossas comunidades.
Nesses termos, todos os bens tangíveis de uma indústria não se tornam mais essenciais do que ter
pessoas que compartilhem o conhecimento criativo – principal ativo de uma organização hoje – em
seu ambiente de trabalho, para administrar e operar esses recursos escassos.
Cidades Criativas – o termo “smart city”, em português “cidade inteligente”, surgiu no final dos
anos 90, em um movimento que defendia novas políticas de planejamento urbano. Uma cidade é
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considerada inteligente quando o investimento em capital humano e social e a infraestrutura de
comunicação são combustíveis para o crescimento econômico e elevada qualidade de vida,
considerando também uma boa gestão dos recursos naturais e governança corporativa.
Continuem lendo e estudando o assunto em nossa bibliografia recomendada e por meio de pesquisas
autônomas.
DE ESCRITURAÇÃO
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