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DISCIPLINA: ECONOMIA

Prof. Dr. JAIRO ALANO


BITTECOURT
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ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Prezado (a) Aluno (a) entender o significado do Mercado para o
Seja bem-vindo (a) ao estudo da disciplina estudo econômico, como esse se estrutura,
Economia, que tem como propósito como funcionam os mecanismos de
contribuir para a construção do conhecimento concorrência, produção e custos, compreender
em sua formação acadêmica, redundando em como funcionam os sistemas econômicos,
sucesso profissional. como avaliar a atividade econômica em
mercados específicos e grandes agregados.
Sou o Professor Jairo Alano de Bittencourt, Além disso, também proporcionará
encarregado de ministrar esta disciplina, que conhecimento sobre as principais políticas
está estruturada para dotar o estudante da área macroeconômicas que contribuem para o
de Administração e demais formações na área desenvolvimento econômico e social dos
de gestão, de conhecimentos sobre os países, em especial, estudar o caso brasileiro,
principais fundamentos da economia, como a bem como contextualizar a economia
ciência econômica evoluiu ao longo do contemporânea e seus desafios em momentos
tempo, quais os problemas econômicos de grande evolução do conhecimento
fundamentais, como se dá a organização científico e tecnológico, em um mundo que
econômica, quais as duas grandes divisões da demanda constante inovação, criatividade e
economia, como funcionam os sistemas de compartilhamento do conhecimento, bem-
oferta e demanda, entre outros. estar e desenvolvimento social.
Subsidiariamente, a disciplina deve ajudá-lo a
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HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
O estudo da disciplina contribui para o incremento nas habilidades técnicas de administradores e
demais profissionais da área de gestão, notadamente no que se refere a atividades administrativas e
financeiras do mundo da gestão; habilidades humanas, pois possibilita compreender como se
comportam as pessoas no mercado de consumo, quais as expectativas das pessoas quanto às
políticas econômicas e como reagem perante os mecanismos de troca existentes nos sistemas
econômicos específicos ou macros. Além disso, contribui para a construção de habilidades
conceituais, pois estimula o aprendizado de conceitos, a percepção da visão sistêmica em ambientes
complexos e melhor compreensão de metas, objetivos e visão de futuro das organizações. Essas
habilidades acabam por criar nos estudantes, competências para o reconhecimento, definição de
problemas e soluções – quer sejam de caráter administrativo, quer sejam de caráter econômico-
financeiro, pensar estratégico, desenvolvimento do raciocínio lógico, crítico e analítico, bem como a
transferência de conhecimentos profissionais e da vida para o ambiente de trabalho e seu campo de
atuação profissional, entre outras competências.

Nesse contexto, as principais Competências e Habilidades que serão adquiridas até o final da
disciplina serão as seguintes:

HABILIDADES

 Demonstrar raciocínio lógico, quantitativo e qualitativo nas soluções de questões em


diferentes cenários econômicos-administrativos.
 Utilizar a linguagem da Ciência Econômica de forma adequada à visão sistêmica,
empreendedora, dinâmica, holística, sustentável e interdisciplinar da atividade econômico-
financeira.
 Compreender a leitura de cenários, que contribuam para a melhor solução de cunho
econômico-financeira nos processos de tomada de decisão.

COMPETÊNCIAS
1
 Utilizar de forma adequada a terminologia e linguagem das Ciências Econômicas, no
estudo das questões econômicas e no desenvolvimento de soluções e aplicações
econômico-administrativo-financeiras.
 Demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar nas atividades econômico-administrativo-
financeiras.
 Compreender as questões científicas, tecnológicas, sociais, econômico-administrativo-
financeiras, e seu gerenciamento, observando níveis graduais dos processos decisórios
nos diferentes modelos de organização e segmentos econômicos.

DINÂMICA DEESTUDOS
Prezado (a) aluno (a)

Neste roteiro de estudos você encontrará todas as orientações indicações para o desenvolvimento da
sua formação na disciplina de ECONOMIA.

Para cada unidade deste roteiro, você terá que ler os materiais indicados, pois, além de servirem de
base para cada uma das atividades e avaliações, entre outras, também serão a base para a construção
do conhecimento no conteúdo da disciplina e para a sua formação profissional.

A realização da Avaliação Online, Avaliação Regimental e Avaliação Substitutiva se dará de acordo


com as datas previstas no Calendário Acadêmico disponibilizado pelo seu Curso e Instituição.

Observe que este roteiro vai orientar o seu estudo e você precisará de dedicação para cumprir com o
que está proposto. É importante que você separe algumas horas da sua semana para a realização dos
estudos e conte sempre com o professor da disciplina para o esclarecimento das suas dúvidas
pedagógicas e com a equipe acadêmica para as demais informações ou orientações.

Ótimo Estudo!
1
UNIDADE I – ECONOMIA: CONCEITO, PRINCÍPIOS E
OBJETO DA ECONOMA

 OBJTEIVOS

Os objetivos dessa Unidade são, respectivamente:


 Contribuir para a construção de conhecimentos dos principais fundamentos da ciência
econômica;
 Compreender a evolução da Ciência Econômica ao longo do tempo;
 Entender e diferenciar as duas grandes áreas da economia e qual é o objeto da economia.

 FORMAÇÃO TEÓRICA
A administração, conforme afirma Drucker (2002), pode representar a mais importante inovação do
mundo da gestão, pois é a ciência que forma os trabalhadores intelectuais de hoje e do futuro. A
administração e os administradores/gestores, constituem necessidades específicas de toda ordem e
de todo o tipo de organização, por isso precisam de conhecimentos multidisciplinares, que deem
boa base de sustentação as suas decisões.

Essas organizações não funcionam sem o concurso de administradores, economistas, contadores e


outros profissionais que contribuem para a consecução da missão organizacional. Administrar uma
empresa privada ou entidade pública de prestação de serviços é diferente de dirigir o que nos
pertence. Esses profissionais não são contratados simplesmente para fazer o serviço do proprietário,
mas para a resolução de problemas que fazem parte do dia-a-dia da gestão.
1
Nesse contexto, identificar problemas, formular alternativas, seja individual ou coletivamente,
escolha da melhor linha de ação e a tomada de decisão, fazem parte imperativa da vida de
administradores, economistas, contadores e dirigentes e gestores em geral.

Exige-se, portanto, desses profissionais, conhecimento, habilidade e atitudes, que os credencie para
o exercício da administração de organizações em todas as instâncias do espectro administrativo-
econômico.

O estudo de cenários, sua interpretação e habilidade para estabelecer tendências, é uma das
competências essenciais aos gestores do presente século, conforme afirma Thompson Jr., Strickland
III, Gamble (22008). O domínio dos fundamentos da estratégia empresarial, de marketing, logística,
da economia, em particular, é fundamental para que esses profissionais tomem as melhores, mais
decisivas e estratégicas decisões, visando o cumprimento da missão, da visão de futuro, objetivos
organizacionais e valores das organizações.

Relembrando as funções da administração, segundo Drucker (2002); Chiavenato (2014);


Maximiano (2011); Araújo (2014), que são o planejamento, organização, direção e controle;
verifica-se que não há como exercê-las sem o conhecimento multidisciplinar referido no parágrafo
anterior.

O conhecimento dos princípios econômicos, nesse viés, é um dos fundamentos pelo qual o
administrador orientará a sua tomada de decisão sobre temas econômico-administrativos. O estudo
da economia vai de encontro à própria definição de administrar, que é a capacidade de gerir
recursos escassos, sejam eles, econômicos, humanos, materiais ou tecnológicos, para o alcance dos
objetivos organizacionais.

Pode-se dizer que hoje, uma das principais habilidades do administrador é a de formar equipes de
qualidade e conduzi-las para o cumprimento da missão e dos objetivos organizacionais. Conhecer as
pessoas, saber como agem e como tomam suas decisões é imperioso para esse profissional.
Também o é, para o agente econômico.
1
A economia, como ciência, repousa sobre os atos humanos e é por excelência uma ciência social,
tal qual a administração. Apesar de a tendência atual ser a de se obter resultados cada vez mais
precisos para os fenômenos econômicos, como afirma Vasconcellos (2011), não se pode isolar as
complexas relações do homem nas atividades econômicas, com análises firas e numéricas.

A sociedade, cada vez mais exige das organizações como um todo e dos entes governamentais, o
atendimento de suas expectativas, que lhe possibilite bem-estar e desenvolvimento social,
econômico, cultural e, mas modernamente, também ambiental.

Nesse sentido, pode-se, também, definir a economia como “a ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, para a produção de bens e
serviços, visando distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de
satisfazer às necessidades humanas”.

Portanto, a economia é a ciência que:


 Estuda a escassez;
 Estuda o uso de recursos escassos na produção de bens alternativos; e
 Estuda a forma pela qual a sociedade administra os recursos escassos.

A palavra economia deriva do grego “oikonomos” – oikos (fortuna, riqueza, propriedade) e nomos
(regra, lei, administração); que significa “aquele que administra um lar”. Diz Mankiw (2009), que,
“a princípio, essa origem pode parecer estranha, mas, na verdade, os lares e as economias têm muito
em comum”.

Assim como na economia, as famílias precisam tomar decisões. Que tarefas caberão a cada membro
da família e o que eles receberão em troca? Quem lava a roupa? Quem prepara o jantar? Quem
decide que programa sintonizar na TV?

Na sociedade, acontece o mesmo, toma-se muitas decisões. Quais tarefas serão executadas e por
quem? Quem produz máquinas? Quem produz alimentos? Quem produz roupas?
1
Na verdade, cada um dos componentes da sociedade deseja consumir tudo que está disponível na
economia, todos os bens e serviços que sejam de seu interesse, coletiva ou individualmente. Porém,
esbarra em algumas restrições, tais como: a renda de cada um, ou das firmas, não permite consumir
ilimitadamente, a produção não atenderia a todos da mesma forma. Ou seja, o desejo de consumir
é ilimitado, mas não se consegue, pois os recursos são limitados.

Isso equivale dizer que, o gerenciamento dos recursos da sociedade é de vital importância, pois
esses são escassos. Portanto, Escassez significa que a sociedade tem recursos limitados, não
podendo, portanto, produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam ter.

Então, como as pessoas tomam suas decisões? As pessoas decidem o que consumir fazendo
escolhas, ou seja, definem pelo consumo de algo, em detrimento de outro, justamente pelas
restrições que tenham de renda, ou de oferta de determinado bem. Por exemplo: se minha renda é de
R$ 10,00 e desejo consumir laranja, que custa R$ 3,00 o quilo, e bananas, que custa R$ 4,00 o
quilo, posso gastar todo o dinheiro para comprar somente bananas ou somente laranjas. Ou então,
posso consumir 1kg de banana, ao custo de R$ 4,00 e 2kg de laranja (2 kg x 3,00), ao custo de R$
6,00, perfazendo a minha renda disponível de R$ 10,00. Portanto, a renda só permite consumir em
uma dessas proporções ou em um outro arranjo, desde que não ultrapasse os R$ 10,00.

Como o comportamento da economia reflete o comportamento das pessoas (Mankiw, 2009),


começaremos por estudar quatro princípios de tomada de decisões individuais:

Princípio 1 – As pessoas enfrentam Tradeoffs – escolhas conflitantes; um bem em detrimento do


outro;

Princípio 2 – O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la. Por exemplo, o
custo de comprar somente bananas é justamente o de não consumir bananas (ou seja, o custo de
comprar 2,5 kg de bananas – 10,00; é o de não comprar 10,00 em laranjas).

Princípio 3 – As pessoas racionais pensam na margem – ou seja, se na cesta de bananas e laranjas,


tiver escolhido consumir 3 kg de laranjas e 1 kg de banana, qual o ganho que terei em consumir
1
mais uma unidade de quilo de laranja? Ou em um período de realização de provas, o que se deve
escolher, uma hora a mais revendo as anotações ou aproveitar essa hora para ver TV ou mexer no
celular. Portanto, a “margem”, pressupõe a existência de “extremos” daquilo que você está fazendo.
A pessoa racional, geralmente toma decisões comparando esses benefícios marginais com custos
marginais (Mankiw, 2009). Outro exemplo: uma companhia aérea, em trecho do Sul ao Norte tem
custo de R$ 100 mil para a utilização de uma aeronave de 200 lugares, ou seja, cada assento custo o
equivalente a R$ 500,00. Entretanto, estando pronta para decolar, restam 10 assentos desocupados.
Aparece um passageiro de última hora está disposto a pagar R$ 300,00 por um dos assentos. A
empresa deve ou não vender? Pesquise isso no livro do Mankiw (2009), que faz parte de nossa
bibliografia.

Princípio 4 – As pessoas reagem a incentivos. Incentivos provocam algum tipo de ação nas
pessoas. Pessoas racionais tomam decisões comparando custo e benefício. O imposto sobre a
gasolina onera o preço do litro/galão, sendo um incentivo para as pessoas comprarem carros
menores e mais econômicos. Os descontos oferecidos em uma campanha “Black Friday”, pode
incentivar as pessoas a comprarem uma nova TV, um novo fogão, ou um novo carro, dependendo
do benefício que lhes proporcione.
Entretanto, as pessoas podem também tomar decisões pelo tipo de interação que tenham umas com
as outras. Nesse caso, temos mais três princípios:

Princípio 5 – O comércio pode ser bom para todos. A concorrência entre empresas não determina a
eliminação da outra, muito pelo contrário, acirra a competição pela melhoria nos processos e nos
produtos. A melhor qualidade de um, pode induzir a maior aceitação dos clientes. Por outro lado, a
empresa concorrente, poderá oferecer melhores condições de crédito, melhorar seus processos e
diminuir os preços, atingindo outro nicho de clientes. Da mesma forma, os países, em suas relações
comerciais vão refinando sua forma de fazer comércio, especializando-se em determinados
produtos, criando referências. O Japão pode exportar bens eletrônicos para o Brasil e o Brasil pode
exportar minério de ferro para o Japão. Sem levar em consideração a qualidade dos processos
envolvidos, que é outra história, pode-se dizer que o Japão é especialista no desenvolvimento de
produtos eletrônicos e o Brasil na exploração de minerais.
1
Princípio 6 – Os Mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica. A
respeito disso, temos o estudo de grandes economistas, entre eles, Adam Smith, que em seu livro “A
riqueza das nações”, publicado em 1776, fez observações de como as famílias e as empresas
interagem nos mercados, parecendo ser guiadas por uma “mão invisível”. As empresas oferecem
produtos ou serviços por preços desejáveis. Porém, as pessoas não estão dispostas a pagar aquele
preço, dando curso a movimentos de preços e de quantidades ofertadas, até que se chegue a preços e
a oferta de produtos aceitas pelos consumidores e pelas empresas. No fundo, voltamos a questão
dos incentivos, entre outros fatores. Pessoas estão inclinadas a consumir, desde que os preços, a
qualidade, as condições de pagamento, entre outras, as incentive a isso. O resto, o mercado vai
ajustando, regulando a demanda (procura pelo produto) e a oferta (o que as empresas oferecem).

Princípio 7 – Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados – a respeito disso,
Mankiw (2009) pergunta: “se a mão invisível do mercado é grande, por que precisamos de
governo? Ele mesmo responde dizendo que o mercado pode fazer maravilhas, desde que o governo
garanta o cumprimento das regras e mantiver as instituições principais da economia. Os fazendeiros
não cultivarão alimentos se acharem que suas colheitas serão roubadas. Há necessidade de garantir
o direito à propriedade. A empresa não pode manter a matéria-prima somente para si, em
detrimento de outra concorrente, ocasionando falha no mercado, que serão comentados ao longo do
curso. Uma fábrica não pode esquecer do meio ambiente, ao poluir o ar com a sua produção.
Portanto, em certas ocasiões, há necessidade da ação do Estado para regular o comportamento entre
os agentes econômicos – famílias, empresas, governo.
Por fim, há também princípios relativos ao funcionamento da própria economia. Os três últimos
princípios tratam justamente disso.

Princípio 8 – O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços.
Há diferenças muito profundas de padrão de vida entre as sociedades de vários países. Basta
comparar a opulência do mercado americano e compará-la a de uma país africano, a alguns países
do Leste europeu. Isso se reflete nos indicadores de qualidade de vida. O explica diferenças tão
assustadoras? A resposta, segundo Mankiw (2009) é simples e está associada as diferenças de
produtividade entre países. Aqueles que produzem uma grande quantidade de bens e serviços por
1
menor unidade de tempo, conseguem oferecer à sociedade padrões de vida elevados. Onde os
trabalhadores são menos produtivos, a vida com mais escassez é predominante.

A respeito desse tema, assista o vídeo “Por que alguns países são ricos e outros pobres?
Caso não consiga acesso clicando o link, está disponível em: <https://youtu.be/_Inxi5DXI5k>

Princípio 9 – Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. Em quase todos os casos de
inflação elevada ou persistente, o culpado é o mesmo – um aumento na quantidade de moeda.
Quando o governo emite grande quantidade de moeda, sem o devido respaldo, diminui o valor
desta. Na Alemanha, no início da década de 1920, os preços estavam em média triplicando a cada
mês. A quantidade de moeda também triplicava mensalmente. Exemplo mais recente desse
princípio pode ser observado na Venezuela, que enfrenta um momento econômico dramático,
ultrapassando os 3.000% de inflação em meados de outubro de 2019.

Princípio 10 – A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e Desemprego. O


aumento da quantidade de moeda, no curto prazo, estimula o nível geral de consumo e, portanto, a
demanda por bens e serviços. Esse aumento pela demanda estimula o aumento de preços e agora,
com a moeda valendo menos, compra-se menos. Com menores vendas, menos receitas nas
empresas, que, perdurando ao longo do tempo, ocasionará o desemprego.

]Veja o vídeo “Inflação: o que é de onde vem?


1
Clique aqui e leia os Capítulos I, de GREMAUD, Amaury Patrick [et al] (2017):
Parte 1; e Cap. I de NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins (2016)

Nesses textos recomendados, você vai se deparar com o seguinte conteúdo:


 Fundamentos da Economia: conceito, objeto e divisão da economia;
 Síntese da evolução histórica do conhecimento econômico;
 Os problemas econômicos fundamentais: a questão da escassez, a
organização econômica, entre outros temas;
 Mudanças recentes na economia mundial.

UNIDADE II – DIVISÃO DA ECONOMIA, OS PROBLEMAS


ECONÔMICOS, FUNDAMENTOS DA MICROECONOMIA,
ESTRUTURA E SISTEMAS DE MERCADO

 OBJETIVOS

Os objetivos dessa Unidade é:


 Proporcionar aos estudantes conhecimento sobre os fundamentos da Microeconomia, a
primeira grande divisão da economia;
 Conhecer os princípios sobre a teoria da demanda, oferta e a elasticidade;
 Entender como se estrutura o mercado e as condições de concorrência.

 FORMAÇÃO TEÓRICA
Vimos na unidade anterior que a economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a
sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, distribuí-
1
los entre os grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. Também
compreendemos que, cada um dos entes econômicos tem a utopia de consumir tudo que for
oferecido de bens e serviços no mercado, ou seja, a propensão a consumir é ilimitada. Porém, há
restrições que fazem com que cada pessoa faça uso de cestas de consumo de acordo com as suas
restrições de renda e as restrições de oferta desses bens ou serviços pelas firmas, ou seja, é
impossível produzir tudo aquilo que desejamos.

Assim sendo, o grande dilema da economia é o problema da escassez. Aí, portanto, reside o estudo
da ciência econômica, proporcionar instrumentos para a alocação racional de recursos escassos.
Então, o que e quanto produzir? A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou bens de
capital? Quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
Nesse contexto, os problemas econômicos fundamentais residem nas necessidades humanas,
ilimitadas ou infinitas versus os recursos produtivos, ou seja, os fatores de produção (recursos
naturais, mão de obra, capital) que são limitados e finitos.

Ampliando um pouco mais, pode-se dizer que a economia consiste em milhões de pessoas
envolvidas em muitas atividades, tais como: comprar, vender, trabalhar, contratar, produzir, entre
outras. Vamos então tentar traduzir aqui, tudo isso em um modelo simplificado que explique, de
forma geral, como a economia está organizada e como seus participantes interagem uns com os
outros.

O modelo visual a seguir, na Figura 1, representa o diagrama do fluxo circular da economia. Vamos
começar a falar, de forma simplificada, incluindo apenas dois tipos de tomadores de decisões:
famílias e empresas. As empresas produzem bens e serviços utilizando insumos, como trabalho
(contratado junto às famílias), terra (representando toda a matéria-prima) e capital (prédios,
máquinas), chamados de fatores de produção. As famílias são proprietárias dos fatores de produção
e consomem todos os bens e serviços que as empresas produzem.

As famílias e as empresas, conforme Manquiw (2009) e Vasconcellos (2011), interagem em dois


tipos de mercado. Nos mercados de bens e serviços, as famílias são compradoras e as empresas
1
vendedores. Nos mercados de fatores de produção, as famílias são vendedoras (mão de obra e
demais insumos) e as empresas compradoras. Observem esse fluxo na figura abaixo:

Figura 1 – Diagrama do Fluxo Circular da Economia

O fluxo interno, em vermelho, representa o fluxo de insumos e produtos. As famílias vendem o uso
de seu trabalho, terra e capital para as empresas nos mercados de fatores de produção. As empresas
utilizam esses fatores para a produção, que serão vendidas às famílias no mercado de bens e
serviços.

O fluxo externo, em azul, representa o fluxo monetário. As famílias gastam dinheiro para comprar
os bens e serviços das empresas, de onde obtém suas receitas, parte dessa receita vai para o
pagamento dos fatores de produção (salários, terra, capital). O que sobra é o lucro dos proprietários
da empresa, que são também membros das famílias.

Um segundo modelo muito discutido, diz respeito a Fronteira de Possibilidades de Produção, que é
um gráfico que mostra as diversas combinações de produção que a empresa pode produzir, dados os
fatores de produção e a tecnologia produtiva disponíveis, que as empresas podem utilizar para
transformar esses fatores em produtos.

Figura 2 – A Fronteira de Possibilidades de Produção


1
Fonte: Mankiw (2009)

Como pode ser observado no modelo, a capacidade dessa economia é a produção, tanto de
computadores, quanto de automóveis. Se ela resolver empregar todos os recursos para produzir
somente automóveis, produzirá o total de 1.000 unidades. Mas, se resolver empregar todos esses
mesmos recursos para produzir somente computadores, produzirá 3.000 unidades.

A curva sobre a qual estão os pontos A e C, representa a fronteira de possibilidades de produção


(FPP), também conhecida como Curva de Possibilidades de Produção (CPP). Toda a produção que
explore ao máximo todos os fatores de produção, estará em algum ponto sobre essa curva, ou seja,
diz-se que a produção é eficiente.

Portanto, tanto a produção no ponto C, quanto no ponto A, são eficientes. Qual a diferença entre
ambas? No ponto C, a economia produz eficientemente 2.200 computadores e 600 automóveis,
provavelmente por questões de restrições de matéria-prima, renda ou outro fator. Do mesmo modo,
no ponto A, a produção de 2000 computadores e 700 automóveis, também é eficiente. As razões as
1
alterações nas quantidades, também, devem ter ocorrido por questões de mercado, escassez de
fatores de produção ou outras restrições.

A produção no ponto B, é considerada ineficiente, pois essa economia tem recursos suficientes para
produzir até a FPP, não o fazendo por problemas de demanda, problemas econômicos conjunturais
temporários que impedem produção maior. Por outro lado, a produção no Ponto D, é inexequível,
pois naquele ponto a economia não tem fatores de produção nem tecnologias para produzir lá. O
máximo que poderia produzir e sobre FPP. Mas, isso pode ser alterado?

Figura 3 –Deslocamento da curva de possibilidades de produção

.
Sim. Se a economia adquirir máquinas e equipamentos, contratar mais mão de obra e a demanda
aumentar, aí sim, a CPP se moverá para o ponto D.

A Organização Econômica - Sistemas econômicos


A solução dos problemas econômicos fundamentais, o que e quanto produzir, como, e para quem
produzir, se dá na forma como acontece a organização econômica. Existem duas formas principais
de organização econômica:
 Economia de Mercado (ou descentralizada); e
 Economia Planificada (ou centralizada)
As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas:
 Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo); e
1
 Sistema de economia mista (com interferência governamental).
Pesquise sobre o tema e assista o vídeo “Sistemas econômicos”. Estude também o conteúdo sobre o
assunto em nossa bibliografia básica. Nogami (2016), e Gremaud et. al (2017) capítulo 1.

Divisão do Estudo Econômico

Assim como em outras ciências, o estudo da economia também acontece em diferentes níveis.
Conforme a área de interesse, podemos estudar as decisões de famílias ou empresas tomadas
individualmente. Ou, ainda, a interação entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços
específicos. Podemos, também, estudar a operação da economia como um todo, que é a soma das
atividades de todos os tomadores de decisões em todos os mercados.
Portanto, o campo da economia divide-se em dois amplos subcampos. A microeconomia e a
macroeconomia.

Acompanhe o vídeo “Economia Animada – macro e micro”. Consulte, também a nossa bibliografia
(Gremaud et al, 2017) e Nogami (2016).

A Microeconomia ou Teoria de Preços, é a parte da teoria econômica que estuda o


comportamento das famílias e das empresas no mercado nos quais operam. Os grandes tópicos
abordados na análise microeconômica, os quais você deve estudar em Gramaud et al (2017) o
estudo em Parte 2, Capítulo 4; e Nogami (2016) Parte 2, Capítulo III, são:

Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado


 Teoria da Demanda (procura) – trata da Teoria do Consumidor (demanda individual);
Demanda de Mercado:
 Teoria da Oferta – trata da oferta individual (Teoria da Produção e Teoria dos Custos de
produção); e Oferta de Mercado;
 Análise das estruturas de mercado – que trata do Mercado de bens e serviços (concorrência
perfeita, concorrência monopolística, monopólio e oligopólio); Mercado de insumos e
fatores de produção (concorrência perfeita, Monopsônio, Oligopsônio).
1
Para as definições de demanda, oferta e equilíbrio de mercado, consulte a bibliografia recomendada
e demais materiais disponibilizados para esse tema.
Veja o vídeo “Microeconomia 2 – Demanda e Oferta
Veja o vídeo “Curva de Demanda – conceito econômico”; e O que é oferta e demanda?

A macroeconomia ou Teoria Macroeconômica estuda a determinação e o comportamento dos


grandes agregados econômicos, como Produto Interno Bruto (PIB), consumo nacional, investimento
agregado, exportação, nível geral de preços etc. Este estudo veremos na próxima unidade.

Para se aprofundar sobre conteúdo de nossa segunda unidade,


Clique aqui e leia a Parte II, Capítulo III, IV, V, VI, VII e VIII de Gremaud et al
(2017, Demanda Oferta e Equilíbrio de Mercado, Elasticidades); Parte 2, de Cap.
3 de Nogami (2016, Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado) e Cap. 5 de
Nogami (2016, Elasticidades).

Nesses textos recomendados, você vai se deparar com o seguinte conteúdo:


 Fundamentos da Microeconomia
 A Demanda, a Oferta e a Elasticidade: variáveis que afetam a demanda e a oferta;
 A curva de demanda e a curva de oferta;
 O Equilíbrio de mercado; e
 Estrutura de Mercado: Concorrência Perfeita; Monopólio; Oligopólio; concorrência
monopolística ou imperfeita

UNIDADE III – A MACROECONOMIA, DINÂMICA DA


PRODIÇÃO E OS CUSTOS, TEORIA MACROECONÔMICA E
MEDIDAS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
1
 OBJETIVOS

Os objetivos desta Unidade são, respectivamente:


 Introduzir conhecimentos sobre a Macroeconomia, a segunda grande divisão da Economia,
em seus aspectos fundamentais;
 Proporcionar aos estudantes a devida compreensão sobre a dinâmica da produção e dos
custos, estudando a Teoria da Produção a Teoria de formação de custos, em curto e longo
prazo;
 Discorrer sobre conhecimentos básicos sobre políticas macroeconômicas – política fiscal,
política monetária, política cambial e comercial.

 FORMAÇÃO TEÓRICA
A Macroeconomia (veja o vídeo), conforme conceitua Vasconcellos (2015); Mankiw (2009) e
Nogami (2016), é ramo da teoria econômica que trata da evolução da economia como um todo,
analisando e determinando o comportamento dos grandes agregados econômicos, como a renda e
produto nacional, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e
desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
As metas da política econômica são, respectivamente,
 Alto nível de emprego;
 Estabilidade de preços;
 Distribuição de renda socialmente justa; e
 Crescimento econômico

Alto nível de emprego


Pode-se dizer que a questão do desemprego, que teve uma fase bastante aguda nos anos 30, do
Século passado, permitiu um aprofundamento da análise política econômica com o objetivo de fazer
a economia recuperar o nível de emprego potencial.
1
Naquela década, com o crash da bolsa americana, o Produto Nacional dos Estados Unidos caiu,
entre 1929 e 1933, 30%, chegando a uma taxa de desemprego de 25% da força de trabalho em
1933. Questões como emprego e inflação são consideradas conjunturais, de curto prazo,
constituindo-se nas chamadas políticas de estabilização.

As pesquisas e análises sobre o emprego e desemprego, teve um grande expoente, o economista


inglês John Maynard Keynes, cuja obra “A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936, é
um marco na história econômica e referência até hoje.

Como vimos no diagrama do fluxo circular da economia, na unidade II, altas taxas de emprego,
diminuem a circulação da riqueza na economia. Menos empregados, menos consumo, diminuição
das receitas das empresas, redução da contração de fatores de produção, notadamente a mão de
obra. De sorte que, se não resolvida a questão do desemprego, decresce o Produto Interno Bruto
(PIB), diminuído a riqueza das pessoas, empresas e do país.

Estabilidade de Preços
Já comentamos o papel do mercado no sistema econômico e organização econômica. Adam Smith
discorre sobre o mercado e a “a sua mão invisível”, como um ente abstrato que por si só acaba
regulando o processo de formação de preços, oferta e demanda de bens e serviços. Contudo,
pouquíssimas vezes algumas economias experimentaram a liberdade de mercado de forma
abrangente, notadamente no Século XIX, sofrendo intervenções logo em seguida por questões
conjunturais e de segurança nacional. Nem sempre o mercado consegue controlar fatores que não
sejam econômicos. Questões políticas e sociais acabam afetando-o, se perdurarem no longo prazo.

A estabilidade dos preços, sofrendo instabilidades, altera as condições de formação de preços,


demanda e oferta de bens e serviços.

Elevadas taxas de juros, para assegurar a estabilidade causam inflação, que afeta, principalmente, a
classe trabalhadora, que perde poder aquisitivo ao longo do tempo. Define-se Inflação (veja o
1
vídeo) como o aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços A inflação é um processo,
não considerando altas esporádicas de preços.

O governo e as empresas, conseguem repassar o efeito da alta de preços para suas tarifas, do mesmo
modo, as empresas repassam os aumentos de custos para os consumidores. Por isso diz-se que a
“inflação é um imposto sobre o pobre”.

A redução do poder de compra do trabalhador reduz o seu consumo, que por sua vez impactam as
empresas com menos receitas desestimulando as empresas a novos investimentos em capital e
contratação de mão de obra. Portando, a estabilidade de preços é uma condição necessária para o
crescimento econômico estável, contínuo e melhor distribuição de renda.

Distribuição de renda (veja o vídeo)


A produção da riqueza nacional, que já vimos envolveu primeiramente, para simplificar, somente
dois agentes da economia, as empresas e os consumidores. Mas, há um terceiro componente, de
relativa importância nessa economia, que é o governo. Assim, o modelo do fluxo circular com esse
novo agente e demonstrado na Figura 4.

Figura 4 – Modelo de Diagrama do Fluxo circular com a participação do governo.

1
Fonte: Gremaud et al (2017), Slide Player, disponível em
https://slideplayer.com.br/slide/384926/; acesso em 02.12.2019

A produção da riqueza nacional já foi explicada. Primeiramente, com dois agentes, empresas e
famílias, vimos como as famílias investem nas empresas, essas contratam os fatores de produção,
produzem bens e serviços, que as famílias compram, criando receitas pelas empresas.

Agora, essas receitas têm um novo componente de distribuição – pagamento dos fatores de
produção, entre eles os salários da mão de obra, pagamentos de impostos e taxas ao governo, seja
no nível municipal, estadual ou federal. O que sobra dessa distribuição vai para os proprietários.

As famílias, portanto, recebem a sua parte do bolo pertencente às empresas. Mas, da arrecadação de
impostos, o governo, por meio de suas políticas públicas, seja para geração de empregos, seja para
melhorar a renda dos mais pobres ou melhoria do bem-estar geral, emprega parte de suas receitas,
contribuindo para uma distribuição de renda mais justa.
1
A economia brasileira, segundo mostram as estatísticas, cresceu bastante entre os fins dos anos 60 e
a maior parte da década de 70. Apesar disso, tem-se observado um aumento da disparidade entre as
classes de renda, conforme pode ser visto no vídeo recomendado.

Alguns economistas, bem como a posição oficial do governo procurou de certa maneira justificar
um certo grau de concentração de renda, alegando que isso é inerente ao próprio desenvolvimento
capitalista, que traz transformações estruturais. O trabalhador rural acaba enxergando as grandes
cidades como um “novo Eldorado”, desejando, também, as comodidades da “cidade grande”.

O êxodo do homem do campo (êxodo rural) acaba trazendo para a cidade um trabalhador de
pequena qualificação, que acaba marginalizado em empregos de menor remuneração, causando
condições, na maioria das vezes, piores daqueles que usufruíam no campo.

Por outro lado, o capitalismo, segundo o economista Carlos Geraldo Langoni (1973, apud Barros et
al, 2006), (ver Volume 1, “Desigualdade de Renda no Brasil: uma análise da queda recente”,
disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3249/1/Desigualdade%20de
%20renda%20no%20Brasil%20-%20v.%201., defendia a tese de que, no desenvolvimento
capitalista, gera-se demanda por mão de obra qualificada, que, sendo escassa, obtém ganhos extras,
aumentando mais o fosso entre a distribuição de renda desse trabalhador do conhecimento e aquele
com menor qualificação.

Assim sendo, o fator educacional seria a principal causa da piora distributiva. Qual o remédio para
isso? Segundo a maioria dos especialistas na questão de distribuição de renda, seria a melhoria das
políticas voltadas para a educação e qualificação da mão de obra.

Crescimento econômico (veja o vídeo)

Quando se fala em crescimento econômico, pensa-se no crescimento da renda nacional per capita,
ou seja, que essa renda nacional seja colocada à disposição da coletividade uma quantidade de
mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional.
1
Então, a renda per capita é considerada o melhor indicador, o mais operacional, para se aferir a
melhoria do bem-estar, do o padrão de vida da população, muito embora haja falhas, como fala
Vasconcellos (2015), quando exemplifica os países árabes, que estão entre os países com maiores
rendas per capita, mas não o melhor padrão de vida do mundo.

Entretanto, cabe ressaltar que o país estar aumentando sua renda real per capita, não
necessariamente significa que está tendo melhoria de seu padrão de vida. O desenvolvimento
econômico e social, para ser virtuoso, deve apresentar o aumento da renda per capita, mas também,
se juntar a isso a melhoria dos demais indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio ambiente,
moradia etc.).

Estude o conteúdo sobre as políticas econômicas. Veja novamente o vídeo Introdução a


Macroeconomia,, que discorre sobre cada uma das políticas, mais ao final do vídeo, bem como faça
a leitura do conteúdo em nossa bibliografia recomendada.

Para ampliação do conhecimento sobre a unidade, não deixe de ler o conteúdo de nossa terceira
unidade, abaixo discriminado
Clique aqui e leia a Parte III, Capítulos 13 a 20, de Gramaud et al (2017) Teoria Macroeconômica,
sistemas de contas nacionais, teoria da determinação de renda, etc. ; Parte 3, Capítulos IX a XV de
Nogami (2016), noções gerais sobre macroeconomia, contabilidade nacional, teoria da
determinação da renda, a moeda, etc.

Nesses textos recomendados, você vai se deparar com o seguinte conteúdo:


 Teoria da Produção;
 Economias de escalas;
 Teoria dos Custos;
 Custo no curto e longo prazo;
 Fundamentos da Macroeconomia;
 A Determinação do Nível de Renda;
 O lado monetário da economia,
1
 A Inflação;
 O Setor Externo; e
 Políticas Macroeconômicas

UNIDADE IV – TENDÊNCIAS ECONÔICAS PARA O SÉCULO


XXI: ECONOMIA DA INOVAÇÃO, ECONOMIA
COMPARTILHADA E ECONOMIA CRIATIVA

 OBJETIVOS

Os objetivos dessa Unidade são, respectivamente:


 Debater as novas correntes econômicas e os desafios contemporâneos para a compreensão
da ciência econômica no Século XXI;
 Entender a economia da inovação, os fundamentos da economia compartilhada e os desafios
da economia criativa.

 FORMAÇÃO TEÓRICA
Como vimos nas unidades anteriores, em termos gerais, a economia é a ciência que estuda a
produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços, de forma a atender as necessidades
ilimitadas das pessoas, gerenciando eficientemente os recursos escassos. Ou seja, o principal
problema da economia é lidar com a escassez, ou seja, como atender essas necessidades ilimitadas
com recursos escassos.
1
A economia, ao longo dos últimos séculos tem experimentado momentos de economia de livre
mercado, economia planificada e economia mista (com liberdade de mercado e regulação do
governo).

A predominância dominante no Século XXI tem sido a economia capitalista, com predominância de
investimentos em propriedades privada, trabalho assalariado; divisão de resultados – pagamento de
salários, demais despesas, manutenção e distribuição aos proprietários do capital.

Mas, quais as tendências da economia para presente século, com o alto desenvolvimento
tecnológico, notadamente na área do conhecimento?

Também a economia se valerá de novos instrumentos para a melhoria de suas análises e projeções,
melhorando em muito os diagnósticos e apoio nas políticas públicas e estratégias empresariais.

Novas demandas sociais estão surgindo e virão, dada a atual incapacidade de governos e empresas
em atender satisfatoriamente a sociedade. Novos pensares sobre a economia, felizmente, têm
surgido, para melhorar a distribuição da riqueza, geração de empregos e mitigação do desemprego.

Esses novos pensares tem criado novas economias, debatidas por economistas, sociólogos e demais
pesquisadores, entre elas:

 Economia Social
 Economia Compartilhada
 Economia Solidária
 Economia Criativa
 Economia Circular
 Capitalismo consciente

Falaremos em duas delas. As demais, devem ser estudadas por você diretamente nas leituras
recomendadas e em pesquisas autônomas que devem ser realizadas individualmente.
1
Economia compartilhada (leia o artigo no link)

A economia compartilhada, se valendo


dos fundamentos da economia, leva a
um novo repensar no que é meu, no que
é do outro e o que é nosso. Ou seja, o
que é meu, também pode ser seu. Exemplo: redes sociais.

Essa economia pressupõe reinventar os comportamentos tradicionais do mercado: alugar, emprestar,


trocar, compartilhar assumem nova compreensão em uma escala e forma impossível antes na
Internet.

Segundo Reinaldo Pamponet (apud Tagliaferro, 2017), economia compartilhada compreende um


sistema econômico baseado na partilha de bens ou serviços subutilizados, gratuitamente ou por uma
taxa, diretamente imputada ao indivíduo. Pensem como funciona as redes sociais, os acessos, a
publicidade embutida em cada um desses acessos e como você é rastreado, a tal ponto que, de uma
consulta de preço na internet, resultará uma avalanche de proposta de produtos similares para você
em suas páginas sociais.

Os mesmos autores ainda comentam que se refere a qualquer movimento coletivo que visa a
construção de algo maior – um conceito, ideia, produto, serviço etc., gerando troca de valor para a
sociedade com a possibilidade real de ganho e de uma nova economia. Exemplos e negócios
econômicos compartilhados: Airbnb; Uber, etc.

A colaboração, o compartilhamento e a confiança entre as pessoas, profissionais de todas as


carreiras é fundamental para o presente momento e para o futuro.

Economia Criativa (leia o artigo)


1
A economia criativa foi definida pelo autor inglês John
Howkins como o envolvimento de atividades nas quais os indivíduos exercitam a sua imaginação
para explorar o seu valor econômico. São processos que envolvem a criação, produção e
distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual
como principais recursos produtivos.

Trata-se de um conceito emergente que utiliza a interface entre a criatividade, cultura, economia,
inovação e tecnologia em um mundo contemporâneo dominado por imagens, sons, textos e
símbolos (UNCTAD, 2010).

Originou-se na Inglaterra, na aplicação de políticas públicas agressivas para enfrentar a mudança da


indústria manufatureira para a Ásia. A migração das indústrias causou desemprego e abandono de
algumas das regiões das cidades.

A classe criativa é encarada como todos aqueles que criam para ganhar a vida: cientistas,
engenheiros, artistas e músicos, assim como outros profissionais criativos em direito, medicina e
economia. Hoje, essa classe representa cerca de 30% da força de trabalho dos Estados Unidos.
Esses profissionais estão mudando não apenas a maneira como trabalhamos e vivemos, mas
também nossos propósitos sociais, o que nós queremos de nossas comunidades.

Nesses termos, todos os bens tangíveis de uma indústria não se tornam mais essenciais do que ter
pessoas que compartilhem o conhecimento criativo – principal ativo de uma organização hoje – em
seu ambiente de trabalho, para administrar e operar esses recursos escassos.

Cidades Criativas – o termo “smart city”, em português “cidade inteligente”, surgiu no final dos
anos 90, em um movimento que defendia novas políticas de planejamento urbano. Uma cidade é
1
considerada inteligente quando o investimento em capital humano e social e a infraestrutura de
comunicação são combustíveis para o crescimento econômico e elevada qualidade de vida,
considerando também uma boa gestão dos recursos naturais e governança corporativa.

Alguns exemplos de cidades criativas: Amsterdam (Holanda); Dubai (Emirados Árabes).


Florianópolis (Brasil) está pleiteando essa classificação.

Continuem lendo e estudando o assunto em nossa bibliografia recomendada e por meio de pesquisas
autônomas.

Para conhecer mais sobre o conteúdo de nossa quarta unidade,


Clique aqui e leia a Parte III, Capítulo XV (2017) Noções sobre Crescimento e
Desenvolvimento Econômico); Parte III, Cap. XV. de Nogami (2016,
Crescimento e Desenvolvimento Econômico).
Leiam também os artigos: Artigos: Economia Criativa: da discussão do conceito
à formulação de políticas públicas (Serra e Fernandez, 2014); Economia
Criativa: novas oportunidades baseadas no capital intelectual, de Costa (2011); e
Economia Compartilhada e Consumo Colaborativo: o que estamos pesquisando?
SILVEIRA, PETRINI e SANTOS (2016).

Nesses textos recomendados, você vai se deparar com o seguinte conteúdo:


 Noções sobre Crescimento e Desenvolvimento Econômico
 Economia da Inovação;
 Economia Compartilhada;
 Economia Criativa.
1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Luís Cesar G. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Manole,
2014.
1
COSTA, Armando Dalla. Economia Criativa: novas oportunidades baseadas no capital intelectual.
In: Economia & Tecnologia, Ano 7, Vol. 25. Curitiba: Economia & Tecnologia, 2011.
DRUCKER, Peter F. Introdução à Administração. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
GREMAUD, Amaury Patrick [et al]. Manual de Economia. Equipe de professores da USP. 7 ed.
São Paulo: Saraiva, 2017.
HOWKINS, John. The Creative Economy. 2 ed. EUA: Penquin, 2013.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MOCHÓN, Francisco. Economia de Empresas. São Paulo: Pearson, 2013.
NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios da Economia. São Paulo: Cengage,
2016.
SERRA, Neusa; FERNANDEZ, Rafael Saad. Economia Criativa: da discussão do conceito à
formulação de políticas públicas. In: Revista da Administração e Inovação, V. 11, nº 4, p. 355 –
372. São Paulo: RAI, 2014.
SILVEIRA, Lisilene Mello da; PETRINI, Maira; SANTOS, Ana Clarissa Matte Z. dos. Economia
Compartilhada e Consumo Colaborativo: o que estamos pesquisando? In: Revista de Gestão –
REGE, 23 – pg. 298-305. Porto Alegre: REGE, 2016.
TAGLIAFERRO, Manoela Pierina. O meu? O nosso? A era da Economia Colaborativa. In: 23º
CIAED. Foz do Iguaçu: 23º CIAED, 2017.
THOMPSON JR., Arthur A.; STRICKLAND III, A. J.; GAMBLE, John E. Administração
Estratégica. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
VASCONCELLOS, Marcos Antônio Sandoval de. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas,
2015.
VACONCELLOS, Marcos Antônio Sandoval de; GREMAUD, Amaury Patrick. Economia
Brasileira Contemporânea. São Paulo: Atlas, 2017.

DE ESCRITURAÇÃO
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