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INSTITUTO SUPERIOR MUTASSA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO


PÓS-LABORAL

Curso de Contabilidade e Auditoria

Tema: Estruturas de Mercado

Docente: dr. Eusébio

Chimoio, Abril de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASSA
UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO
PÓS-LABORAL

Curso de Contabilidade e Auditoria

Tema: Estruturas de Mercado

Discentes:
 Márcia da Luz Domingos Fernando
 Samuel Naene Júnior

Trabalho de pesquisa, a ser entregue


Instituto Superior Mutassa no curso
Contabilidade e Auditoria, 2º ano, para fins
avaliativos na cadeira de Microeconomia
Sob orientação do Docente: dr. Eusébio

Chimoio, Abril de 2023


Índice
1.0 Introdução ......................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos .................................................................................................................... 5
1.1.1. Gerais ....................................................................................................................... 5
1.1.2. Específicos ............................................................................................................... 5
1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 5
2.0. Estruturas de Mercado ....................................................................................................... 6
2.1. Concorrência perfeita: ...................................................................................................... 6
2.1.1 Determinação dos preços na concorrência perfeita: ....................................................... 6
2.1.1 Oferta e demanda na concorrência perfeita: ................................................................... 7
3.0. Monopólio:....................................................................................................................... 9
3.1 Características do monopólio: ........................................................................................... 9
3.1.1 Determinação dos preços no monopólio: ..................................................................... 10
3.1.2 Oferta e demanda no monopólio: ................................................................................. 10
3.1.3 Custo social do monopólio: .......................................................................................... 11
3.1.4 Discriminação de preços: ............................................................................................. 12
3.1.5 Políticas públicas: ......................................................................................................... 13
4.0 Concorrência monopolística: .......................................................................................... 14
4.1 Características da concorrência monopolística: ............................................................... 14
4.2 Oferta e demanda e Determinação dos preços na concorrência monopolística: .............. 14
4.3 Ineficiência na concorrência monopolística (longo prazo): ............................................. 15
4.4 Propaganda: ..................................................................................................................... 16
4.5 Conclusões sobre a concorrência monopolística: ............................................................ 17
5.0. Oligopólio: ..................................................................................................................... 17
5.1 Características do oligopólio: .......................................................................................... 18
5.2 O equilíbrio no oligopólio: .............................................................................................. 18
5.3 Tamanho do oligopólio: .................................................................................................. 19
5.4 Teoria dos Jogos e o Dilema dos Prisioneiros: ................................................................ 19
6.0 Conclusão........................................................................................................................ 21
7.0 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 22
1.0 Introdução
O presente trabalho visa elucidar as características que identificam a microeconomia, seria
impossível falar de Economia se não entendermos as Estruturas de Mercado. Sendo nosso
objeto de estudo, buscaremos entender quais são estas estruturas, o que são e como isso interfere
no sistema econômico de um Estado, além é claro, entender em que isso afetaria nossas vidas,
nosso dia-a-dia e como reagiria a economia se caso, o Estado, não intervisse de alguma maneira
nesta estrutura.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais
 Conhecer as estruturas de Mercado e distingui-los uma da outra;

1.1.2. Específicos
 Descrever as Teorias de cada tipo de Mercado;
 Apresentar os gráficos das estruturas de Mercado;

1.2. Metodologia
A metodologia usada para a realização do trabalho, foi entretanto na consulta bibliográfica e a
internet que constituiu na leitura e sobretudo na análise de várias obras que debruçam sobre o
tema em causa. Os autores das referidas obras, estão devidamente citadas dentro do trabalho e
bibliografia final

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2.0. Estruturas de Mercado

Estruturas de mercado. Mercado é um contexto onde ocorre o comércio de bens e serviços que

servem à sociedade. A estrutura de mercado diz respeito à capacidade das empresas de

influenciar o preço dos produtos.

2.1. Concorrência perfeita:

É um mercado competitivo, em que uma empresa é pequena em relação ao mercado em que

opera — não tem capacidade de influenciar o preço do produto. O preço do produto é ditado

pelo próprio mercado.


Adam Smith: “é a concorrência, com cada comerciante tentando vender mais que o outro, que
derruba os preços, beneficiando toda a sociedade”.

“O mercador ou o comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por

uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem estar da

sociedade”.

A concorrência perfeita é uma estrutura de mercado ideal, mas na prática os mercados não

funcionam em condições ideais. É muito mais comum encontrar estruturas de mercado

imperfeitas (monopólios, monopsônios, oligopólios, oligopsônios, etc.)

Na competição perfeita, os produtos são homogêneos e há diversidade de ofertantes e de

consumidores, sendo que estes têm poder de escolha.

Características da concorrência perfeita:


 há muitos compradores e vendedores no mercado;
 produtos são homogêneos (indiferenciáveis);
 existe informação perfeita (ou completa) — consumidores sabem exatamente quais são os
preços praticados no mercado;
 livre entrada de firmas e compradores no mercado.

2.1.1 Determinação dos preços na concorrência perfeita:

 empresas são tomadoras de preço (não determinam os preços); consumidores também são
tomadores de preço.

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 receita total é proporcional à quantidade produzida e vendida (RT=P*Q); receita média é
igual ao preço (RM=P*Q/Q); receita marginal corresponde à mudança na receita total
resultante da venda de uma unidade adicional e é igual ao preço RMg=P (isto se aplica
apenas para empresas em mercados perfeitamente competitivos).
 P = CMg = CMe (o preço é igual ao custo marginal e ao custo médio) e P = RMg = D (o
preço é igual ao custo marginal e igual à receita marginal);
 implicação — lucros econômico é zero — há remuneração dos fatores de produção.

2.1.1 Oferta e demanda na concorrência perfeita:

 curva da demanda de mercado é negativamente inclinada (maior o preço, menor a


demanda)
 curva da oferta de mercado é positivamente inclinada
 ponto de equilíbrio — preço de equilíbrio
 empresa individual: curva de preço é horizontal, pois a empresa é uma tomadora de
preços
 empresa individual: A curva de demanda é horizontal porque se o preço estiver acima do
equilíbrio, não haverá compradores para a empresa individual; se o preço estiver abaixo do
equilíbrio, há prejuízo para a empresa
 curva de demanda individual é horizontal (P = RMg = D) — significa que não há lucro
econômico.
 maximização dos lucros se dá no ponto em que o CMg=RMg, que é equivalente ao ponto
de mínimo do custo médio da empresa. Esta regra de maximização de lucros se aplica para
todas as empresas em qualquer estrutura de mercado.
 P=CMg=CMe=RMg=D →porque a empresa é uma tomadora de preços, a receita marginal
é igual ao preço.
 se RMg > CMg, aumentar produção aumenta lucro e vice versa (produzir uma unidade a
mais gera mais receita do que custo).

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Entrada e saída de empresas na concorrência perfeita:
 curva de custo marginal da empresa determina a quantidade ofertada para cada nível de
preço, portanto, a curva de custo marginal é também a curva de oferta da empresa. Há
diferenças no curto e longo prazo.
 no curto prazo, a empresa paralisa suas atividades quando o custo variável médio é maior
que o preço praticado no mercado (P<CVMe). Se o preço não cobre o custo variável médio,
a empresa estará em melhor situação se parar de produzir temporariamente (a firma ainda
paga custos fixos, mas perderia ainda mais dinheiro se continuasse produzindo)
 no curto prazo, a curva de oferta da empresa é a curva de custo marginal acima da curva de
custo variável médio (CMg>CVMe)
 no longo prazo, a empresa sai do mercado se o preço for menor do que do que o custo médio
de produção (P<CMe)
 no longo prazo, a curva de oferta da empresa é representada pela parte da curva de custo
marginal acima da curva de custo médio (CMg>CMe) — se o preço estiver abaixo do custo
médio, a empresa sai do mercado.
 a entrada de novas empresas no mercado ocorre quando há lucro econômico, ou seja,
quando o preço excede o custo médio de produção (P>CMe); quando ocorre o oposto, há
saída de empresas do mercado

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 processo de entrada e saída de empresas tende a igualdar custo médio e preço, assegurando
lucro econômico zero no mercado competitivo;
 no equilíbrio de longo prazo, as empresas operam em escala eficiente
 a curva de oferta de longo prazo é horizontal, no ponto em que o preço é igual ao custo
médio mínimo (consistente com lucro econômico zero).
 Lucro econômico zero: custo total inclui custo de oportunidade, portanto, a receita da
empresa deve compensar os custos de oportunidade do investimento — lucro econômico é
zero, mas lucro contábil é positivo.

3.0. Monopólio:

Segundo Vasconcellos (2006, p.167), uma empresas vende um produtos único e estabelece seu

preço; clientes não têm opção de escolha.

3.1 Características do monopólio:

 Um único vendedor e muitos compradores. Ex: energia elétrica


 Produto único — que não possui equivalentes ou substitutos próximos. Ex: areia
 Barreiras à entrada de novas empresas no mercado — esta é a causa fundamental da
existência de monopólios.
 Origem da barreira à entrada:
1. controle da matéria prima (uma única empresa detém um recurso chave para produção);
2. regulação governamental — governo garante a uma única empresa o direito de vender o
bem ou serviço (ex: licença); ou patentes (ex: medicamentos); ou direitos autorais; etc.);
3. barreiras de ordem econômica ou relacionadas ao processo de produção — são
os monopólios naturais (uma única empresa pode ofertar um bem ou serviço a um custo

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menor que 2 ou mais, devido a economias de escala. ex: energia elétrica, alto investimento
inicial).

Quando a empresa é um monopólio natural, o custo médio cai continuamente, devido à economia

de escala (nos demais casos, a curva CMe tem forma de U)— como resultado, uma única

empresa pode produzir qualquer quantidade a um custo menor e não precisa se preocupar com a

entrada de outros competidores.

3.1.1 Determinação dos preços no monopólio:

 Capacidade de influenciar o preço de seu produto (é a principal característica do monopólio)


— tem origem no poder de mercado;
 Alteração no preço é feita pelo ajuste da quantidade ofertada
 O preço é maior que o custo marginal: P>CMg (na concorrência perfeita o preço é dado e
equivale a P=CMg)
 O preço também é maior que o custo médio P>CMe, o que significa que o
monopólio possui lucro econômico.
 Os lucros não são ilimitados, pois dependem da demanda (preços mais elevados reduzem
as vendas).

3.1.2 Oferta e demanda no monopólio:

 lado da oferta é representado pelo monopolista, que tem total controle sobre as quantidades
ofertadas
 maximização dos lucros também se dá no ponto CMg=RMg (mesmo que na concorrência
perfeita). A diferença é que o preço será maior que o CMg: P>CMg
 produção e preço: quantidade produzida é dada pela interseção CMg=RMg, após determinar
a quantidade, o monopolista então usa a curva de demanda (que está acima) para encontrar
o maior preço possível que induzirá os consumidores a comprar aquela quantidade
 decisão de produção: se a empresa produz abaixo do nível em que RMg=CMg (ou seja,
RMg>CMg), há incentivo para aumentar a produção; se a empresa produz acima do nível
RMg=CMg (RMg<CMg), há incentivo para diminuir a produção.

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 para que as vendas aumentem, é necessário diminuir o preço. Isto pode acontecer sempre
que RMg<P (na concorrência perfeita, o aumento das vendas não depende da redução do
preço, pois as empresas são tomadoras de preço (RMg=P); se o preço reduz, a empresa tem
prejuízo)
 na condição de único produtor, o monopolista se baseia na demanda de mercado para
determinar seu nível de produção e preço — estratégia de preços depende do
comportamento do consumidor.
 a curva de demanda do monopolista é a curva de demanda do mercado, tem inclinação
descendente (na concorrência perfeita, a curva de demanda da empresa é horizontal)
 quanto mais elástica for a demanda, mais sensíveis ao preço são os consumidores e mais
próximo o preço estará do custo marginal. Neste caso, a curva da demanda é mais
horizontal, e há menos poder de monopólio
 se a demanda for menos elástica, os consumidores são menos sensíveis ao preço (ex: gastos
hospitalares, energia elétrica) e o formato da curva de demanda é mais vertical; para estas
mercadorias, os monopolistas auferem lucros maiores
 No monopólio não há curva de oferta — o nível de produção é determinado pelo custo
marginal e pelo formato da curva de demanda — isto porque o monopolista não é um
tomador de preço, ele determina o preço ao mesmo tempo em que escolhe a quantidade
produzida — esta decisão é vinculada à demanda.

3.1.3 Custo social do monopólio:

 Do ponto de vista do consumidor, o preço mais elevado torna o monopólio indesejável


 Do ponto de vista da empresa, o preço maior torna o monopólio altamente desejável

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 O monopólio leva a uma alocação de recursos diferente dos mercados competitivos e o
resultado pode não maximizar o bem estar econômico total. Como o monopolista produz
menos que a quantidade socialmente eficiente — a quantidade produzida é menor e o preço
é maior — alguns consumidores potenciais não compram o produto →resultado ineficiente.
 A ineficiência do monopólio pode ser medida pelo triângulo do peso morto: sua área
representa o excedente perdido devido à forma como o preço é definido no monopólio.

 segundo a análise econômica, o lucro do monopólio não é necessariamente um problema


para a sociedade — o lucro em si representa uma perda de excedente dos consumidores e
um ganho no excedente da empresa — para a sociedade como um todo, o lucro não gera
perda de excedente.
 O problema da estrutura do monopólio deve-se ao fato de que a empresa produz e vende a
um nível menor do que aquele que maximiza o excedente total — o problema tem origem
na quantidade ineficientemente baixa de produção, conectada ao alto preço, que
desincentiva alguns compradores.

3.1.4 Discriminação de preços:

Mankiw (2013), O monopolista, devido ao seu poder de monopólio, pode utilizar diferentes

estratégias de vendas para maximizar seus lucros, principalmente através da discriminação de

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preços. O monopolista pode ofertar a mesma quantidade a preços diferentes ou pode vender

diferentes quantidades pelo mesmo preço.


 a discriminação de preços é a prática de vender o mesmo produto a diferentes preços para
diferentes consumidores — requer poder de mercado
 é uma estratégia que maximiza os lucros do monopolista — consegue cobrar de cada
consumidor um preço mais próximo de sua disposição a pagar do que seria possível com
um preço único;
 requer a capacidade de separar os consumidores de acordo com sua disposição a pagar;
 pode aumentar o bem estar econômico — elimina (ao menos em parte) a ineficiência
inerente ao monopólio — aumento no bem estar por meio do aumento do excedente do
produtor.
 Exemplos: promoções leve 2 pague 1; meia-entrada; promoções em passagens aéreas;
cupons de desconto; bolsas de estudo.

3.1.5 Políticas públicas:

Para Marcos Cintra (1986) o monopólio possui custos sociais (diminui o bem estar da

sociedade), o que justifica a existência de leis de defesa da concorrência (leis antitruste, previne

fusões), regulação de preços de certos setores (ex: energia elétrica ou da água), estatização de

monopólios naturais (problema é que setor privado tem mais incentivo para reduzir custos do

que setor público).

Comportamento de empresas que têm controle sobre os preços é diferente das empresas em

mercados competitivos. O monopolista produz menos que a quantidade socialmente eficiente e

cobra preços acima do custo marginal, o que gera um peso morto. Este peso morto pode ser

minimizado pela discriminação de preços. Em alguns casos, o poder público deve tomar

providências. Em certo sentido, monopólios são comuns, muitas empresas têm algum controle

sobre seus preços, já que seus produtos não são idênticos aos oferecidos por outras empresas (ex:

marcas). Mesmo assim, é raro que uma empresa tenha substancial poder de monopólio, em geral,

este poder é limitado, pois poucos produtos são verdadeiramente únicos e muitos têm substitutos

ou similares.

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4.0 Concorrência monopolística:

Parece uma concorrência, mas produtos não são homogêneos. Tem características tanto da

concorrência perfeita quanto do monopólio.

A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado imperfeita em que várias empresas

vendem produtos similares, mas não idênticos — cada empresa tem um monopólio sobre seu

produto.

4.1 Características da concorrência monopolística:

 Existem muitas empresas (que competem pelo mesmo grupo de consumidores), cada
empresa é pequena em relação ao mercado;
 Produtos são diferenciados (embora sejam substitutos próximos); as empresas competem
vendendo produtos diferenciados, mas altamente substituíveis
 Cada empresa tem certo poder sobre seus preços, pois o produto oferecido é diferente dos
demais; mas o poder de monopólio é limitado. Quanto menor a diferenciação do produto,
menor o poder de monopólio.
 O consumidor tem poder de escolha, mas é uma escolha relativa, dentro do que é
apresentado;
 Não existem barreiras à entrada (é fácil entrar no mercado quando este é lucrativo) — as
empresas podem entrar e sair livremente, cada uma produzindo sua própria marca ou seu
produto diferenciado; por isso, no longo prazo, o lucro econômico tende a zero.
 Ex.: praça de alimentação de shoppings — muitas lojas, mas cada uma oferece um produto
específico; mercado de refrigerantes, xampus, cervejas artesanais

4.2 Oferta e demanda e Determinação dos preços na concorrência monopolística:

 maximização de lucros também ocorre quando CMg=RMg


 regra de maximização do lucro da concorrência monopolística segue a do monopólio: a
empresa escolhe a quantidade em que CMg=RMg e então usa a curva de demanda para
determinar o preço (como os produtos são diferenciados, a curva de demanda da empresa é
descendente)

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 há diferenciação de produto e certo poder de monopólio, portanto, assim como no
monopólio, o preço é maior que o custo marginal: P>CMg (na concorrência perfeita,
P=CMg), significa que o também possui lucro econômico.
 Mas o lucro econômico ocorre somente no curto prazo. No longo prazo, a lucratividade
atrai novos concorrentes, deslocando a demanda de curto prazo da empresa para a esquerda,
pois novos concorrentes entraram no mercado, reduzindo sua demanda individual.

 A produção da indústria como um todo aumenta por causa da entrada de novas empresas,
mas a produção da empresa diminui em relação à situação de curto prazo
 No longo prazo não há lucro econômico, pois o preço será igual ao custo médio P=CMe
(isto ocorre devido à entrada e saída de empresas)
 Entretanto, mesmo no longo prazo, o preço continua maior que o custo marginal P>CMg,
ou seja, persiste algum grau de poder de mercado.

4.3 Ineficiência na concorrência monopolística (longo prazo):

 na concorrência perfeita, o ponto de equilíbrio se dá no custo médio CMe mínimo, o que


não ocorre na concorrência monopolística
 O preço acima do custo marginal é uma fonte de ineficiência →peso morto
 ineficiência de longo prazo na concorrência monopolística é representada pelo peso
morto → é o excedente que seria gerado caso o preço se deslocasse até o ponto em que a

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demanda de longo prazo cruza o custo marginal CMg, ou seja, D=CMg (neste ponto, a
quantidade seria maior e o preço menor).

 há excesso de capacidade — tangência entre a demanda e o custo médio não ocorre no ponto
de mínimo do CMe, ou seja, na escala eficiente da empresa. É mais lucrativo operar com
excesso de capacidade do que aumentar a produção.
 margem de lucro acima do custo marginal —condição de lucro econômico zero garante que
o preço é igual ao custo médio, mas não garante que o preço se iguala ao custo marginal
 relação entre preço e custo marginal é a diferença chave entre competição perfeita e
concorrência monopolística: há lucro para cada unidade a mais vendida (pois o preço é
maior que custo marginal), assim, a empresa estará sempre interessada em conquistar novos
consumidores (cada unidade extra vendida representa lucro, pois o preço excede custo
marginal).
 outra ineficiência é que o número de empresas pode não ser ideal — podem haver mais ou
menos que o desejável e pode haver muitos ou poucos produtos;
 não há garantia de que o excedente é maximizado; as ineficiências nesta estrutura são sutis,
difíceis de mensurar e difíceis de consertar.

4.4 Propaganda:

 a publicidade é uma característica natural da competição monopolística — empresas


vendem produtos diferenciados e cobram preços acima do custo marginal (unidade extra,
lucro extra). Portanto, elas têm incentivos para atrair mais compradores para seu produto.

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 Críticas à propaganda: empresas podem manipular gostos e preferências; propaganda pode
impedir competição, convencendo os consumidores de que os produtos são mais diferentes
do que são na realidade
 Defesas à propaganda: fornece informação aos consumidores; promove a competição (mais
informação sobre preços e bens ou serviços disponíveis); sinaliza qualidade do produto
(empresas gastam mais com propaganda quando produto é bom)
 Em geral, marcas gastam mais com publicidade e cobram preços mais elevados por seus
produtos — debate sobre marcas centradas na questão da racionalidade do consumidor.
Críticos argumentam que marcas fazem consumidores perceber diferenças que não existem
(irracionalidade incentivada pela propaganda). Defensores argumentam que marcas são
forma útil de garantir qualidade aos consumidores e incentivam a manutenção de alta
qualidade do produto.

4.5 Conclusões sobre a concorrência monopolística:

 Concorrência monopolística é um híbrido entre o monopólio e a competição perfeita.


 Assim como no monopólio, a curva de demanda é descendente e, como resultado, o preço
é maior que o custo marginal.
 Assim como na competição, há muitas empresas e a entrada é livre, o que faz o lucro tender
a zero no longo prazo.
 Teoria descreve muitos mercados existentes na economia
 existência de certo poder de monopólio (decorrente da diferenciação dos produtos) implica
em preço mais elevado que na concorrência perfeita (observe que a curva D está sempre
acima da curva de RMg)
 se o preço diminuísse até o ponto em que CMg=D, o excedente total aumentaria na
magnitude do peso morto
 apesar de não haver lucro econômico no longo prazo, a empresa não produz no ponto de
custo médio CMe mínimo, portanto, há excesso de capacidade instalada e ineficiência → a
alocação de recursos não é ótima.

5.0. Oligopólio:

Poucas empresas dominando o mercado. Há um número reduzido de empresas ofertando um

produto ou serviço. Procura pelo bem/serviço é concentrado nas mesmas empresas. A


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concorrência pode estar presente em um oligopólio, mas é de forma reduzida. Existe o risco de

as empresas se combinarem para influenciar o preço do mercado.

O oligopólio é uma estrutura de mercado imperfeita, em que poucos vendedores oferecem

produtos similares ou idênticos. A taxa de concentração é uma medida de dominação do

mercado (proporção produzida pelas 4 maiores empresas do mercado).

Ex.: empresas aéreas, transportes coletivos, bancos, telefonia, montadoras

5.1 Características do oligopólio:

 poucos vendedores;
 produtos similares ou idênticos;
 interações estratégicas — ações de uma empresa podem ter grande impacto nos lucros de
outra empresa.
 Empresas são interdependentes — uma firma deve considerar como suas decisões afetam
as decisões de produção de todas as outras.
 Análise do oligopólio permite aplicação da Teoria dos Jogos (estudo do comportamento
individual em situações estratégicas). Esta teoria é útil para entender o oligopólio, em que
poucos jogadores interagem uns com os outros estrategicamente.
 No oligopólio, há uma tensão entre cooperação e auto interesse — para as empresas,
cooperação gera melhores resultados, pois permite que se comportem como um monopólio
(colusão e cartel).

5.2 O equilíbrio no oligopólio:

 Se as empresas do oligopólio agirem em cartel, o preço excede o custo marginal e a


produção é socialmente ineficiente.
 Cartel deve concordar com produção total e quantidade produzida por cada membro — cada
membro vai desejar parte maior do mercado, pois significa lucros maiores → acordo entre
membros é difícil, adicionalmente, leis antitruste proíbem explicitamente o acordo entre
oligopolistas quanto a preços e quantidades.
 Se cada empresa do oligopólio busca seu próprio interesse individual, a quantidade
produzida será maior, o preço será menor e o lucro total será menor que o do monopólio.

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 Equilíbrio de Nash: situação em que os atores econômicos interagem uns com os outros,
cada um escolhendo sua melhor estratégia, dadas as estratégias que os demais atores
escolheram
 Tensão entre cooperação e auto interesse — oligopolistas estariam em melhor situação se
cooperassem, isto permitiria atingir o resultado do monopólio. Como as empresas buscam
interesse próprio, elas não atingem a produção e o lucro máximo conjunto de um
monopólio.
 Por sua vez, o interesse próprio não leva o mercado para o resultado competitivo.
Quando as empreses de um oligopólio determinam individualmente a produção que maximiza
seus lucros, elas produzem mais que o nível de produção do monopólio, mas menos que o nível
da competição. O preço do oligopólio é menor que o do monopólio e maior que o preço
competitivo (na competição, P=CMg).

5.3 Tamanho do oligopólio:

 à medida que o número de empresas aumenta, o mercado oligopolista tende a se assemelhar


mais ao mercado competitivo: o preço tende a se aproximar do custo marginal e a
quantidade produzida aproxima-se do nível socialmente eficiente
 Comércio internacional: quando há poucas empresas nacionais em determinada indústria,
um dos benefícios do livre comércio é que aumenta o número de ofertantes, aumenta a
competição e mantém o preço mais próximo do custo marginal (ex: indústria
automobilística). George Mankiw (2013, p282)

5.4 Teoria dos Jogos e o Dilema dos Prisioneiros:

 para atingir o resultado de monopólio, as empresas devem cooperar, o que é difícil de


estabelecer e manter, mesmo quando desejável.
 Oligopolistas gostariam de agir como um monopólio, mas o interesse próprio conduz para
a competição. História do dilema dos prisioneiros mostra por que oligopólios falham em
manter cooperação, mesmo quando esta é de seu interesse.
 Dilema dos Prisioneiros fornece maior clareza sobre por que a cooperação é difícil →o
dilema é um jogo entre dois prisioneiros capturados, que ilustra por que a cooperação é
difícil de manter, mesmo quando esta é mutuamente vantajosa.

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 Estratégia dominante: é aquela que é melhor para o jogador, independente da estratégia
escolhida pelos outros jogadores.
 Ex: para os prisioneiros, da perspectiva individual, a melhor estratégia é confessar, pois
em cada cenário, o tempo de cadeia é menor — esta é a estratégia dominante. Entretanto,
da perspectiva de ambos, a melhor estratégia seria que ambos ficassem em silêncio. Porque
cada um persegue seu próprio interesse, o resultado alcançado é pior para ambos.
 A cooperação é difícil de manter porque, individualmente, esta é uma decisão irracional
(contrária à estratégia dominante).
 Oligopólios têm dificuldade de manter resultados monopolistas (baixa produção, alto preço
e alto lucro)— o resultado conjunto é racional, mas cada oligopolista possui um incentivo
para trapacear: o interesse próprio
Exemplo: OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) → busca agir em cartel,

coordenando produção e preços → frequentemente, países traem acordos e aumentam produção,

aumentando sua proporção nos lucros.

Outro exemplo do Dilema dos Prisioneiros:


 corrida armamentista: armamento é a estratégia dominante para cada país, mas o resultado
mais desejável seria o desarmamento de todos (segurança nacional aumentaria para todos)
 Cooperação entre oligopolistas não é desejável socialmente, pois leva a uma produção
muito baixa e um preço muito alto .Falta de cooperação entre oligopolistas é desejável
porque aumenta o excedente total. Se oligopolistas não cooperam, a quantidade produzida
fica mais próxima do nível ótimo.
 Leis podem desencorajar cooperação, ao evitar fusões que levariam a um poder de mercado
excessivo e proibir que oligopolistas combinem preços e produção.

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6.0 Conclusão
Após estudarmos cada uma das estruturas de mercado dentro do sistema da microeconomia,
pudemos conhecer a atuação da empresa no mercado econômico, e como as empresas, através
destas estruturas influenciam na relação com os consumidores. Por outro lado, entendemos
também como as famílias são atingidas devido a formação de preços baseado nestas condições
que as estruturas definem.
Vimos que nesta relação empresa/consumidor, quando a balança é favorável para um, a grosso
modo, é desfavorável para o outro, ou seja, se uma empresa atinge elevados lucros se for um
mercado monopolista, em consequência, o consumidor arcará com preços exorbitantes, muito
além do que deveria ser. Em contrapartida, se o mercado oferecer maiores benefícios ao
consumidor, oferecendo, à este, preços extremamente baixo, significa que as empresas
sofreriam com baixíssimas margens de lucro. Então fica claro para entendermos que, para
equilibrar esta balança, seria sensato existir um mercado onde ambos se beneficiem, mas isso
é, definitivamente, impossível.

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7.0 Referências Bibliográficas
 ALBUQUERQUE, M. C. C. D. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1986.
 MANKIW, N. G. Princípios de Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning,
2013.
 PINDYCK, Robert S.;Rubinfeld, Daniel L.. Microeconomia. 7 ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2010
 VASCONCELLOS, M. A. S. D. Economia: Micro e Macro. 4. ed. [S.l.]: Atlas, 2006.

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