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ESTRUTURAS DE MERCADO
GOIÂNIA
2016
JORDANA PORTILHO NEVES
ESTRUTURAS DE MERCADO
GOIÂNIA
2016
SUMÁRIO
1 ESTRUTURAS DE MERCADO.........................................................................5
1.1 COMPETIÇÃO PERFEITA...............................................................................................5
1.2 MONOPÓLIO.......................................................................................................................7
1.3 O MERCADO DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA..................................................10
1.3.1 MERCADO DE CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA...........................................10
1.3.2 MERCADO OLIGOPOLÍSTICO..................................................................................11
2 CONCLUSÃO.....................................................................................................13
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................14
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1 ESTRUTURAS DE MERCADO
O modelo competitivo está baseado nas suposições que são restritas e improváveis de
serem satisfeitas em qualquer mercado mundial. Indústrias que exibem muitas das seguintes
características são ditas perfeitamente competitivas.
De acordo com a teoria, sob competição perfeita, a demanda para muitas mercadorias são
provenientes de um grande número de compradores, que agem independentemente um do outro,
raramente fazendo qualquer esforço consciente para influenciar o preço. A oferta é também
provida por muitos produtores pequenos cuja produção individual não é suficiente para
influenciar o preço de mercado. Portanto, a essência do conceito é que o mercado é inteiramente
impessoal. Isto é, a força de barganha dos compradores e vendedores é fraca.
A firma competitiva é uma unidade produtiva típica em um mercado perfeitamente
competitivo, que não tem condições de afetar os preços dos insumos que ela utiliza na produção,
tampouco consegue alterar o preço do seu produto. Isso porque o volume transacionado por essa
unidade produtiva é tão pequeno que se torna insignificante em relação ao volume total
transacionado pelo mercado.
Os principais pressupostos adotados para caracterizar um mercado perfeitamente
competitivo são:
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Pressuposto: 1. Grande número de agentes: Existe um grande número de agentes
econômicos, de modo que o volume transacionado por cada um, individualmente, é desprezível
em relação ao volume total transacionado nesse mercado. Isso significa que cada agente, por
representar uma parcela muito pequena desse mercado, não consegue afetar os preços.
2. Produto homogêneo: O produto transacionado por um sub-conjunto de agentes é
substituto perfeito do produto transacionado por qualquer outro no seu conjunto total. Isso
significa que não existem características específicas que diferenciem esses produtos.
3. Perfeita informação: Os agentes econômicos têm perfeita informação dos preços
praticados nos mercados de insumos e de produto, das rendas e da tecnologia de produção, de
modo que a estrutura de custos de produção, distribuição e comercialização é completamente
conhecida por cada agente nesse mercado.
4. Livre mobilidade dos agentes, insumos e produtos: Não existem barreiras que impeçam
a entrada e a saída de agentes, insumos e produtos nesse mercado.
Nesse mercado, nenhum agente econômico, ao tomar sua decisão individualmente, é
capaz de influenciar os demais nem tampouco é passível de sofrer qualquer influência deles. O
mercado perfeitamente competitivo pode ser, então, definido da seguinte forma:
Definição: O mercado competitivo é a estrutura caracterizada pela presença de um grande
número de pequenos agentes econômicos (produtores, consumidores e proprietários dos
recursos), produzindo e transacionando um produto perfeitamente homogêneo, sem nenhuma
barreira que impeça a entrada e a saída de qualquer agente, insumo ou produto no mercado Em
uma estrutura de mercado caracterizada por um número grande de pequenos agentes, competindo
entre si, só pode existir um único preço – o preço de mercado. Nesse mercado, os agentes
econômicos não têm condições de afetar os preços dos insumos e do produto, comportando-se
como meros tomadores de preços. No entanto, os agentes como um todo podem afetar as decisões
individuais por meio das chamadas economias e deseconomias externas As economias ou
deseconomias externas podem ser classificadas em pecuniárias e tecnológicas (As externalidades
pecuniárias se processam através dos mecanismos de formação dos preços de mercado, enquanto
que as externalidades tecnológicas afetam de alguma forma o consumo e a possibilidade de
produção das firmas. Este capítulo trata apenas dos efeitos externos pecuniários, deixando as
externalidades tecnológicas para serem tratadas quando da apresentação da teoria do bem-estar
social.)
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1.2 MONOPÓLIO
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firmas operando nessa indústria.), patentes e franchises), mas também devido ao fato do
monopolista ser o único proprietário de um fator de produção essencial à produção ou algum
processo secreto de produção.
Embora não exista concorrência direta, o monopolista sempre enfrenta uma concorrência
indireta, que se dá por meio dos próprios produtos substitutos imperfeitos, bem como para que o
seu produto possa ocupar um lugar no orçamento do consumidor.
Da forma como foi estabelecido para a firma competitiva, continua-se postulando o
seguinte comportamento otimizador por parte do monopolista:
Postulado: Maximização do lucro – o monopolista escolhe o nível de utilização de
insumos e, portanto, o nível de produção, de modo a maximizar o seu lucro, condicionado à
tecnologia disponível e aos preços dos insumos.
O monopolista tem o poder de estabelecer preço acima do seu custo marginal de
produção. A capacidade que o monopolista tem de estabelecer preços acima do seu
custo marginal estabelece a possibilidade para cobrança de preços diferenciados por distintas
unidades de um mesmo produto. Essa estratégia de cobrança diferenciada, a qual é denominada
de discriminação de preços, é uma forma do monopolista aumentar os seus lucros e pode ser
definida da seguinte forma:
Definição: Discriminação de preços é a prática da cobrança diferenciada de preços a
diferentes consumidores por diferentes unidades de um mesmo produto, sem que haja
justificativa de custos.
Existem várias modalidades de discriminação de preços. Uma forma bastante utilizada
pelos monopolistas, denominada de discriminação de segundo grau, é a cobrança de preços
diferenciados por diferentes quantidades de produto. Esse é o caso específico dos descontos
oferecidos por quantidades adicionais. Embora haja cobrança diferenciada de preços em função
da quantidade comprada, pessoas distintas que compram a mesma quantidade pagam o mesmo
preço, não havendo diferença alguma de preço para a mesma quantidade.
A forma de discriminação de preço mais comumente utilizada, a qual é denominada de
discriminação do terceiro grau, é aquela em que cobram-se preços diferenciados para diferentes
pessoas. A cobrança de meia entrada para estudantes é uma prática comum na maioria das salas
de cinema do país. Essa cobrança é possível porque o estudante, geralmente em uma faixa etária
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mais baixa e com um menor poder aquisitivo, pode ser diferenciado das outras pessoas através da
apresentação da carteira de estudante.
Outro exemplo de discriminação de preços é o desconto oferecido pelas farmácias para
aposentados na compra de medicamentos, os quais apresentam, em geral, um baixo poder
aquisitivo. Essa diferenciação de preço só é possível porque o aposentado encontra-se em uma
faixa etária mais elevada e por isso ele é um grande usuário de medicamentos. Esse aposentado
pode ser distinguido dos demais clientes, através da apresentação da sua carteira da seguridade
social. Grande parte dos profissionais liberais, ao estabelecer o preço pelo serviço prestado,
costuma cobrar preços diferentes de seus clientes, cobrando mais dos consumidores que
demonstram sinais exteriores de riqueza e menos daqueles que não apresentam tais sinais. Por
exemplo, ao ser procurado por duas senhoras necessitando de uma idêntica operação de
lipoaspiração, um médico pode cobrar um preço mais elevado da senhora mais bem vestida,
demonstrando um poder aquisitivo maior, do que daquela normalmente vestida.
Obviamente que a prática de cobrança diferenciada pressupõe certas condições mínimas
que terão que ser satisfeitas. A primeira condição para que seja possível a discriminação de
preços é que o monopolista possa segmentar os seus mercados. Essa segmentação só é possível
com diferentes categorias de consumidores, as quais possam ser efetivamente diferenciadas de
acordo com a sua sensibilidade a preços, através de distintas elasticidades preço da demanda.
Ademais, para que o monopolista tenha condições de efetivamente cobrar preços diferenciados
em mercados segmentados, é necessário que exista algum mecanismo que impeça o processo de
arbitragem. A arbitragem é a prática de comprar ao preço mais baixo e vender ao preço mais alto.
Com a arbitragem, o monopolista que discrimina preços receberia apenas o preço mais baixo.
Uma forma tradicional de impedir tal processo é proibindo que os consumidores possam revender
o produto do monopolista.
A distribuição de eletricidade no Brasil é um bom exemplo para caracterizar as duas
condições básicas para discriminação de preços. Ao escalonarem suas tarifas progressivamente,
em função do consumo, as distribuidoras de energia elétrica cobram preços diferenciados de seus
consumidores. Essa prática só é possível porque os consumidores podem ser segmentados em
sub-mercados, de acordo com o seu consumo registrado. Os consumidores mais pobres são
aqueles que, por terem menos pontos de luz em suas residências, consomem menos, e, portanto
pagam menores tarifas. Por outro lado, os consumidores mais ricos, por terem um padrão de
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consumo mais elevado, acabam pagando tarifas mais elevadas e, portanto, pagam
proporcionalmente mais pela energia que consomem.
Diferentemente do mercado perfeitamente competitivo − em que as firmas não têm poder
algum sobre o preço do produto, o qual é estabelecido pelo próprio mercado − o monopolista tem
totais condições de aumentar o seu preço simplesmente reduzindo sua produção. O nível de
produção que maximiza o lucro do monopolista é estendido até o ponto em que a receita obtida
ao vender uma unidade adicional (receita marginal) é exatamente igual ao custo dessa unidade
adicional (custo marginal). Nesse processo de maximização do lucro, o monopolista estabelece
um nível de produção que é menor que o nível que prevaleceria em um mercado perfeitamente
competitivo.
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mercado. entre o mercado monopolístico e o mercado de concorrência perfeita. A concorrência
monopolística se assemelha ao mercado de concorrência perfeita, no que concerne ao fato dos
lucros extraordinários serem dissipados com a entrada de novas firmas na indústria. Por outro
lado, a concorrência monopolística também apresenta uma característica particular do mercado
monopolístico, que é o fato do preço praticado nesse mercado ser maior que o custo marginal.
Em consequência, o mercado de concorrência monopolística é levado a estabelecer um nível de
produção menor que o nível socialmente ótimo, incorrendo em perdas de excedentes do
consumidor e produtor.
No limite, o mercado de concorrência monopolística tende ao monopólio. Isto é, se
houvessem barreiras que impedissem a entrada de firmas, de modo que apenas uma firma
pudesse operar na indústria, o equilíbrio resultante seria aquele de monopólio.
Por outro lado, se houvesse um número muito grande de firmas na indústria, produzindo
bens substitutos próximos, ao ponto de tornar a curva de demanda de cada firma bastante elástica,
então o equilíbrio nesse mercado tenderia ao equilíbrio de concorrência perfeita.
No limite, quando todos os bens são perfeitos substitutos, a curva de demanda das firmas
seriam horizontais (infinitamente elásticas), de modo que o equilíbrio resultante seria o de
concorrência perfeita.
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No mercado oligopolístico as firmas podem vender produtos homogêneos ou
diferenciados. No entanto, se os produtos são idênticos, pelo menos sob o ponto de vista dos
compradores, eles têm que ser vendidos pelo mesmo preço. Apenas quando os produtos
apresentam características que diferenciam uns dos outros é que eles podem ser vendidos a
preços diferentes.
A persistência de um mercado oligopolístico por um período muito longo de tempo é uma
implicação da existência de barreiras à entrada de novas firmas no mercado.
Um exemplo clássico de barreira que impede a entrada de firmas à indústria é a presença
de economias de escala, que torna inviável a existência de mais de umas poucas firmas no
mercado. Outros exemplos de barreiras à entrada são controle sobre um recurso estratégico,
franchises (patentes, licenças, e copyrights), altos requerimentos de capital e a existência de
capacidade ociosa, que faz a indústria não ser atrativa para concorrentes potenciais.
Assim, com base nessas características, pode-se então definir o mercado oligopolístico da
seguinte forma:
Definição: O oligopólio é uma estrutura de mercado caracterizada pela presença de um
número relativamente pequeno de firmas e uma forte interdependência entre elas, as quais podem
produzir produtos homogêneos ou heterogêneos, com alguma forma de barreira que impede a
livre entrada ou saída de firmas à indústria.
A existência de apenas dois produtores em um mercado é um caso especial de oligopólio,
o qual é denominado de duopólio. O mercado duopolístico é de fundamental importância porque
as principais características e os problemas resultantes da interdependência entre agentes podem
ser estudadas mais facilmente com apenas dois produtores.
Uma característica marcante de mercados de concorrência imperfeita é a rigidez de preços
que se verifica nesses mercados. Mesmo que as firmas experimentem alterações nos seus custos,
que justifiquem correções de preços, elas relutam em alterar seus preços. Esse comportamento é
explicado pelo fato de que as firmas temem que seus concorrentes interpretem erroneamente
ajustamentos de preços e se estabeleça uma guerra de preços, com prejuízos para todas as firmas
na indústria.
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2 CONCLUSÃO
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3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOLLY, C.M.; CLONTS, H.A. Economics Aquaculture. Ney York: Food Production Press,1992.
FIGUEIREDO. Material de acompanhamento das aulas. São Paulo, 2007.
KRUGMAN, Paul R. Introdução à Economia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 (5
exemplares).
VARGAS, M. A. Análise Microestrutura. Módulo 2. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009.
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