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uma queda da taxa de juros, que, por sua vez, estimula investimentos e consumo (aumenta
demanda agregada!), com o objetivo de que a economia cresça, isto é, gere emprego e renda.
Por outro lado, se eu tenho uma inflação alta e desejo seu controle: Pela corrente
monetarista/ Novo Clássica, o Estado poderia intervir mediante políticas fiscais e
monetárias contracionistas.
Política Fiscal Contracionista: Redução dos gastos do governo; redução das transferências
governamentais, aumento da tributação.
Política Monetária Contracionista: Redução da oferta de moeda, que provoca aumento da
taxa de juros e, por sua vez, a redução de investimentos e consumo (redução da demanda
agregada), com o objetivo de reduzir os preços/inflação..
Ex: Se o Banco central controla a oferta de moeda (diminui a oferta de moeda), os bancos vão
ter menos dinheiro para emprestar, logo eles aumentam a taxa de juros, no qual acaba-se
reduzindo a demanda, que, consequentemente, leva a redução dos preços e, por sua vez, a
redução da inflação, que é o objetivo do governo. No entanto, isso reduz o emprego e,
portanto, cabe destacar que a economia é a arte de fazer escolhas. Neste caso, a inflação era
pior do que a taxa de desemprego.
c) Função alocativa (Que é a função mais importante para o setor elétrico!) → associada ao
fornecimento de bens públicos, isto é, associada as falhas de mercado.
O ideal do ponto de vista econômico é a eficiência de mercado. No entanto, existem uma série
de fatores que levam a situações em que o mercado não consegue obter esta eficiência.
Antes mesmo de discutir as falhas de mercado cabe destacar um valor fundamental para a
existência do Estado: a proteção dos direitos de propriedade e a garantia dos contratos. Sem
elas, seria muito difícil o estabelecimento de mercados.
Uma economia pode ser considerada “Pareto Eficiente” quando há uma alocação ótima de
recursos (otimilidade de mercado), isto é, o mercado funciona sob concorrência perfeita (um
elevado número de firmas que não apresentam capacidade de determinar os preços, que são
determinados pela interação entre a oferta e a demanda no mercado).
Entretanto, a situação ótimo de Pareto é uma condição teórica, pois, na prática, existem as
falhas de mercado (fatos que levam a inadequações no funcionamento do mercado).
Mas a lógica é que quanto mais longe a economia estiver da condição de Pareto Eficiente,
mais se justifica a intervenção do Estado.
As falhas de mercado, podem ser subdivididas entre: falhas de competição, bens públicos,
externalidades, mercados incompletos e assimetrias de informação. No caso do setor elétrico,
as falhas de competição e a assimetria de informação são as mais relevantes.
O ideal seria que houvesse uma concorrência perfeita (Receita Marginal = Custo Marginal =
Preço), de modo que haja um lucro normal. Onde não se consegue cobrar um extra preço pq
não tem poder de mercado devido a inúmeros produtores e consumidores, pq não há
barreiras para entrada ou saída e pq não há poder de mercado.
Se, por acaso, na concorrência perfeita o produtor cobrasse um preço maior que o custo
marginal, isso estimularia a entrada de concorrentes no mercado, o que levaria o preço de
novo para igual ao custo marginal.
No entanto, na prática é muito difícil de se obter uma concorrência perfeita, o que há é uma
concorrência imperfeito, que é a chamada falha de competição.
Poder de Mercado (poder de monopólio) - Capacidade da firma em fixar preços acima do
custo marginal, auferindo, dessa forma, lucros extraordinários. O poder de mercado é o
primeiro elemento que caracteriza a falha de mercado.
No entanto, ainda que não haja combinação de preço (infração) e a interação ocorra
pq o mercado é concentrado, cabe ao Estado ainda a chamada advocacia das
concorrências, isto é, tentar de todas formas (mediante legislações,
desregulamentações etc. ) reduzir os impedimentos a entrada de novas empresas
neste setor para estimular maiores níveis de competição.
Nesses casos há espaço para o governo intervir na economia mediante políticas de defesa da
concorrência, tanto por meio de órgãos antitruste, bem como por meio da advocacia da
concorrência.
Uma indústria é um monopólio natural se o custo de produção de um bem ou serviço por uma
única firma é menor do que em duas. Ou seja, a produção por um número maior de firmas
traria ineficiência. Ex: distribuidoras e transmissoras de energia elétrica.
A propriedade em que os custos para produzir uma dada quantidade x do produto em uma
única firma é menor do que em duas, chama-se de subaditividade da função custo e pode ser
representada na seguinte condição: 𝑪𝒂 (𝒙∗ ) < 𝑪𝒃 (𝒙𝟏 ) + 𝑪𝒄(𝒙𝟐)
Ou seja, o custo de produção de uma única firma (A) é menor que o custo de distribuir a
produção em mais de uma firma (B e C). Logo, é mais barato/eficiente produzir apenas por
uma firma (A).
E o que faz com que aconteça o monopólio natural? A Presença de Elevados CUSTOS FIXOS de
Produção, associadas a grandes economias de escala (que representam a redução dos custos
de produção à medida que a produção se amplia).
A lógica é a seguinte: Se eu tenho um setor produtivo onde os custos fixos de instalação são
tão relevantes q faz, inclusive, com que o custo variável seja negligível, a produção só será
eficiente se eu produzir por uma única firma.
Diante disso, se esta firma cobrar um preço superior ao preço competitivo, não será
prejudicada pela atração de competidores potenciais, como deveria ser. Isto porque nas
estruturas de mercado caracterizadas por monopólios naturais, há elevados custos fixos e uma
baixa capacidade de competição da firma entrante em relação à firma incumbente.
Caso o preço de monopólio natural não fosse regulado, o monopolista cobraria o preço de
monopólio, que seria muito caro para o usuário, bem como a quantidade oferta, seria muito
baixa.
A solução é fixar um preço igual ao custo médio, que é um preço fixado pelo regulador que
permitirá que a firma cubra seus custos médios e, além disso, aufira um lucro normal sobre o
capital investido, além de atender a uma quantidade maior de usuários.
Desafios regulatórios
• Mas o monopólio não gera ineficiências econômicas? Neste caso, o benefício gerado pelas
invenções, ideias, avanços tecnológicos etc. supera a ineficiência gerada pelo monopólio
temporário da patente ou direito autoral.
Simplesmente porque caso o Estado não dê o direito temporário para o inventor (a empresa
de Pesquisa & Desenvolvimento) e para o escritor, eles não terão incentivos para gerar
inovações (ter-se-ia uma estagnação da sociedade tanto em termos de tecnologia, bem como
dos níveis de produtividade).
Por sua vez, sem a inovação, não se tem crescimento econômico a longo prazo e, portanto,
haverá uma estagnação da sociedade tanto em termos de desenvolvimento como de bem
estar social.
• Bens Públicos - Bens que não podem ser ofertados pelo mercado ou, caso ofertados, serão
ofertados em quantidade insuficiente. Ex: A defesa nacional (forças armadas), ruas, a
iluminação pública, a justiça e os faróis marítimos.
A ideia é que uma vez que eu faço a estrutura para o farol marítimo, todo navio que passar por
aquela região utilizará daquele farol, sendo impossível fazer a cobrança/estabelecer um
sistema de preços. A falha de mercado aí é que nenhuma empresa privada conseguiria
controlar os consumidores e, portanto, não conseguiria cobrá-los, o que sugestiona a
intervenção do Estado na economia.
• Bens privados x Bens Públicos Puros – Enquanto os bens Privados tem características de
rivalidade do consumo e possibilidade de exclusão do consumo (indivíduos podem ser
excluídos do consumo se não pagarem por ele), os bens públicos não tem rivalidade no
consumo (consumo de um determinado bem/serviço por uma pessoa não diminui/impede o
consumo por outra pessoa, isto é, uma vez estabelecido o bem, o consumo adicional é
inexistente.) e são bens não excluíveis (a exclusão do consumo é impossível. Logo, a utilização
de um sistema de preços é impossível, porque os consumidores não têm nenhum incentivo a
pagar pelo bem, o que impede que o mercado encontre uma alocação eficiente de recursos.)
2.3. Externalidades
São situações em que a ação de indivíduo ou firma afeta outros indivíduos ou firmas
(sociedade em geral), seja impondo custos sem compensar (externalidade negativa) ou
benefícios sem ser beneficiado (externalidade positiva). Em ambas há a produção de uma
ineficiência de mercado.
Tal condição gera uma ineficiência de mercado, pois estimula a produzir mais
externalidades negativas, tornando os níveis de produção maior que o nível desejável da
sociedade.
Exemplo: Geração de gases de efeito estufa, queimadas/desmatamentos e poluição do
ar/água. A ideia é de que quando eu uso um veículo que não possui um equipamento de
controle de poluição, eu reduzo a qualidade do ar, impondo um custo à sociedade.
Solução: Taxação das externalidades; regulação (em especial regulação ambiental);
utilização do sistema legal para a solução da controvérsia; negociação de permissões (Ex:
os créditos de carbono) etc.
b) Externalidades Positivas – Quando uma firma ou indivíduo gera benefícios extras a
sociedade em geral, sem receber todo o benefício de sua produção, isto é, sem uma
recompensa pelo bem produzido a sociedade em geral (Ex: uma empresa de Pesquisa &
Desenvolvimento que não consegue adequadamente estabelecer suas patentes).
[Benefício privado do produtor é menor que o benefício da sociedade]
Tal condição gera uma ineficiência de mercado, pois estimula a produzir menos, tornando
os níveis de produção menor que o nível desejável (não são definidos adequadamente os
incentivos para o produtor.)
Exemplo: “se eu planto uma linda flor no jardim em frente à minha casa, meus vizinhos
podem se beneficiar de vê-la.”, “uma plantação de maçãs gera uma externalidade
positiva para um vizinho criador de abelhas”, Benfeitorias feitas pelo setor público em
uma determinada localidade (ex: terceira ponte do Lago Sul), spillovers
(transbordamento) do conhecimento de determinadas pesquisas etc.
Solução: Estabelecimento de direito de propriedade (patentes e direitos autorais, por
exemplo), provisão pública etc.
Observação extra: Imagine se cortam as patentes, por conta do grande estado de
calamidade por causa do COVID, para que se produza mais rápido por outros
laboratórios. O mundo até poderia vencer esta pandemia mais rápido, mas, por outro
lado, desincentivaria a pesquisa e os laboratórios, trazendo maiores problemas no futuro
já que esta não foi nem será a última pandemia.
A questão que faz isto ocorrer não é que a demanda não compense os custos de produção
(custo de produzir inferior à disposição de pagar pelos consumidores), mas que existe uma
série de riscos que o produtor não consegue gerenciar/mensurar adequadamente, isto é,
não está disposto a assumir, decidindo não produzir.
Ex: Setor de Seguros - Governo normalmente tem atuado como provedor de seguros (Ex:
seguros no setor agrícola), bem como constituindo garantias e fundos garantidores (Ex:
mercado agrícola, exportações, seguro estudantil etc.);
Mercado de capitais e o mercado de crédito – São incompletos, sendo necessária a
provisão desses serviços por parte do governo.
Ex: O mercado financeiro no Brasil não provê suficiente crédito de longo prazo, inclusive
para o setor de infraestrutura → atuação dos bancos públicos e, em particular, do BNDES.
Também temos o caso de garantias para micro e pequenas empresas (bancos dificilmente
querem assumir este risco, sendo necessária a participação do Estado) e a garantia para o
crédito estudantil (Banco não quer assumir risco de financiar os estudos da faculdade para
a pessoa pagar quando se formar, com o dinheiro do trabalho, pq sabem que há risco da
pessoa não conseguir o trabalho ou ser demetida!)
Nos mercados onde os bens são complementares, se cada empresa age isoladamente, elas
não serão capazes de atender ao interesse público, mas agindo conjuntamente elas
conseguirão.
Ex: empresas geradoras/transmissoras/distribuidoras de energia se complementam no
mercado de energia; logo, o mercado intervém na coordenação desse sistema.
Há casos, em especial nos países em desenvolvimento, que a coordenação entre empresas
ou mesmo setores demanda a ação do Estado (infraestrutura, infraestrutura urbana,
modernização de cidades etc.). Nesses casos pode ser necessário que o governo
estabeleça determinadas agências (órgãos governamentais, no geral) que proporcione
este tipo de coordenação.
Caso os mercados fossem completos, o próprio sistema de preços exerceria esta
coordenação; mas na presença de mercados incompletos, a atuação do Estado pode ser
necessária.
a) Seleção Adversa
Ou seja, mesmo que seu veículo seja de boa qualidade, a contaminação do mercado pelos
veículos de má qualidade faz com que TODOS os veículos sejam vendidos a preços mais
baixos.
A seleção adversa surge quando produtos de qualidades distintas são vendidos ao mesmo
preço, porque compradores e vendedores não estão suficientemente informados para
determinar a qualidade real do produto no momento da compra.
Ocorre quando as ações de um indivíduo ou de uma firma, que não podem ser observadas
por outra, influem na probabilidade ou magnitude de um pagamento associado a este
evento.
Quando o indivíduo não tem seguro de carro, estaciona em lugar seguro, põe alarme etc.
Mas quando põe seguro deixa o carro largado.
Ou seja, o indivíduo/firma tem um comportamento diferente, aumentando a quantidade
de problemas para a seguradora que, por sua vez, tende a aumentar o prêmio de risco
para todos os clientes, encarecendo o serviço.
Estudo de caso:
3. FUNDAMENTOS DE REGULAÇÃO
Trata das restrições nos preços, nas quantidades e nas condições de entrada e de saída a
que são submetidos os setores produtivos (particularmente os setores prestadores de
serviços públicos e de infraestrutura) e das condições de qualidade dos serviços
prestados.
a) diminuir o nível de incerteza para investidores, fixando regras claras e estáveis para
os serviços públicos.
b) criar competitividade e aumentar a eficiência no âmbito de vários segmentos por
meio dos seguintes fatores: remover restrições à entrada de competidores; assegurar
o acesso de novas firmas a equipamentos importantes de uma rede de infraestrutura
(troncos de telefonia, redes de transmissão de energia, gasodutos, oleodutos etc. –
trata-se da regulamentação do livre acesso); e fixar regras que incentivem inovações
tecnológicas, economia de custos e o fornecimento adequado dos serviços.
c) transferir parte dos benefícios da eficiência produtiva para a sociedade mesmo na
presença de monopólios (fato que poderá ocorrer nos momentos revisionais e no
estabelecimento do fator “x”).
d) institucionalizar a atuação do poder público em setores onde existem importantes
falhas de mercado.
3.3 Racionalidade/Objetivos da Regulação Econômica
Deve-se considerar que mesmo onde haja racionalidade econômica para a instalação de
algum aparato regulatório, a instalação de tal aparato resultará em uma condição
subótima, ou seja, em uma solução second-best
A teoria Second-Best estabelece que caso uma política (regulatória) ótima não é possível de ser aplicada,
os governantes podem empreender uma política que será a segunda melhor. Sendo assim, aplica-se não
a política desejável, mas a política possível.
• O problema relativo com a aplicação de uma política second-best é que, caso ela seja
incorretamente aplicada, implicando em reflexos em outros mercados, poderão ser geradas
distorções adicionais na economia → perdas adicionais de bem-estar derivadas da política.
• A possibilidade de ocorrência desse problema é tanto maior quanto maior for a assimetria de
informações presente na economia.
• Logo, fica evidente que a instituição de tal instrumento só se deve dar quando há
claramente alguma racionalidade econômica para que o mesmo seja instituído. Caso
contrário, fatalmente haverá redução do bem-estar social como resultado da política, isto
é, falhas de governo.