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DIREITO ECONÔMICO
O estado compreende que o processo legislativo é lento e, portanto, não consegue entrar naquele
grau de sofisticação, se abrindo, então, para fontes privadas (não estatais), permitindo que elas
também disciplinem com suas normas.
Como o instrumento maior e mais tradicional é a lei e ela tem um processo lento de produção
(não dá pra correr atrás de Ferrari com fusca!), então surge a figura da deslegalização de temas.
Ou seja, em lugar de tratar tudo como lei, o Estado reconhece que ela é lenta e muitas vezes
imprecisa (pq é fruto de um percurso q não espelha muita técnica, mas um questão de grupos de
interesse) e faz a opção de tratar disso num plano mais técnico que é através de agências
reguladoras.
Portanto, o Estado estabelece regras, princípios e diretrizes gerais na lei, mas permite que a
agência reguladora discipline com suas normas, que retiram seu FUNDAMENTO DE
VALIDADE de outra norma superior, q é a lei.
No direito econômico temos muitas fontes formais não tradicionais. Elas são chamadas de
formais pq estão documentadas (estão em algum texto!) e de não tradicionais pq não derivam de
um processo legislativo (processo político de aprovação!).
No direito econômico temos as fontes subsidiárias que, se não condicionam, ao menos passam a
estabelecer alguns parâmetros para nossa atuação.
Ex: Estudo sobre os aspectos legais e econômicos dos serviços e passageiros via uber.
Cabe destacar a Lei de Liberdade Econômica editada em 2019 que diz basicamente que
não vai exigir autorizações “desnecessárias”.
Desta forma, percebe-se que há uma ferramenta produzida pela ciência econômica que
passa a ser condição para a prática de atos por parte do regulador. (Praticamente é uma
consagração da ciência econômica como auxiliar do direito econômico.)
Na parte de Garantia de Livre Iniciativa consta que é dever da Adm Pública evitar o
abuso do direito regulatório. Aí diz, por exemplo, que não se pode aumentar os custos
de transação sem demonstração de benefícios. E aí que entra a ciência econômica para
auxiliar quanto a isso.
b) Fonte de Ciência Política – Fonte que traz uma série de insumos para compreender a
dinâmica das forças políticas que atuam e direcionam o funcionamento do Estado,
principalmente aquelas que regulam a atividade econômica.
É preciso dominar alguns conceitos da ciência política para ter condições de explicar
para o legislador/parlamentar o que precisa ser ajustado, de acordo com a experiência
política.
Ex: Quando coloca o controle político das agências, quando se pede algum tipo de
esclarecimento sobre alguma medida, quando aprova um decreto legislativo que susta
uma determinada norma que exacerbou das funções regulamentares da agência, você
está praticando um controle político.
E esses mecanismos são geralmente colocados com muita gente achando que os
reguladores são sempre bons, mas a verdade é que tem muita gente que senta na cadeira
a serviço de uma causa.
Não é o correto, mas faz parte do jogo político e, por isso, é preciso criar instrumentos
para mitigar esse “desvio de rota”.
Então, da mesma forma que o Estado dá proteção à agência, ele tbm não quer que crie
um insulamento técnico pq senão amanhã senta um na cadeira de diretor da Aneel, por
exemplo, e acaba com toda a matriz hidrelétrica alegando que está prejudicando o meio
ambiente.
Daí vem, por exemplo, a ideia de se ter mandato nas agências reguladoras.
Desta forma utiliza-se de normas premiais, onde invés do Estado estabelecer padrões de
conduta mediante sanções, ele lança mão de incentivos e estímulos para atrair a adesão
voluntária dos agentes econômicos.
Ex: O Estado não obriga ninguém a implantar uma indústria na zona franca de Manaus,
mas oferece benefício fiscal para quem fizer.
REFLEXÃO
Não, pois apesar de se encontrar normas de conteúdo econômico em todos ramos do direito,
como o direito civil com seus contratos de translação de riquezas que tem conteúdo econômico,
mas não é uma norma de DE. Então, muitas vezes a heterogeneidade, característica do DE, ela
se reflete no dia a dia na medida que nem tudo que se trata em DE é fruto originalmente dela.
Sim. A ordenação, a centralidade do conteúdo econômico. O direito Civil, por exemplo, quando
faz o contrato não se preocupa com a parte econômica, ele se preocupa em garantir que aquele
que firmou o contrato tinha capacidade jurídica para isso (idade, discernimento etc.), tinha o
nível de informação adequado (consciência do que estava fazendo!) e se não teve a sua vontade
viciada por algum elemento como, por exemplo, a necessidade (ex: alguém te apontando
arma!).
O DE, por exemplo, se preocupa com a fixação de um preço de revenda. Pode ter preço
sugerido, mas se colocar obrigatório, é uma infração a ordem econômica pq tem-se como
resultado prático que todo lugar terá o mesmo valor, logo, retira a possibilidade de concorrência.
Logo, o DE não se preocupa com a capacidade dos agentes econômicos como o direito civil,
mas, sim, com o resultado econômico.
É qualquer coisa que as pessoas (agentes econômicos) fazem para obter os bens necessários
para satisfazer suas necessidades econômicas.
É uma atividade humana relacionada a produção, circulação, consumo ou troca de produtos e
serviços.
Abarca tanto as atv. exercidas pelo Estado (serviços públicos) quanto aquelas exercidas pelos
agentes privados (Sentido Estrito).
O Estado pode até atuar para induzir competição, mas sempre em condições iguais, ou
seja, sem benefícios fiscais. (Ex: Caixa Econômica)
Sujeita-se ao regime de Direito Privado
2.3 Reflexão
b) Estado social (ou bem-estar social) – A premissa é de que o Estado deve intervir no
domínio econômico, não só para o mercado funcionar bem, mas também pq é dever do
Estado garantir o bem estar dos seus cidadãos, não só no campo social como também no
prestacional.
Para tal, explora atividade econômica (Constituição de empresas estatais para a oferta
de bens, produtos e serviços); atua de forma orientada para garantir o bem-estar de
seus cidadãos (Exploração da AE deve observar preceitos de justiça social); e vê a
propriedade com função social (não no sentido de distribuir terras para todos, mas
aquele que tem a titularidade de determinada propriedade precisa garantir que seja usada
a serviço de geração de riqueza. / Busca evitar que a propriedade seja usada de maneira
absoluta pq entende que toda riqueza deve estar a serviço da produção de outra riqueza.)
d) Estado neoliberal (ou regulador) - Crença que o Estado tem recursos escassos/
limitações e menor eficiência que o agente privado para a implementação/exploração de
certas atividades, apresentando uma visão restrita acerca do papel do Estado (Atuação
estatal deve restringir-se à correção de distorções no funcionamento dos mercados).
Nesse contexto, o Estado intervém no domínio econômico de forma direta (casos mais
estratégicos, como forças armadas) ou mediata (Isto é, por intermédio, como os casos
das concessões e constituição de órgãos/entes reguladores).
• Intervenção - Compreenderia o agir do Estado em uma seara que não lhe seria natural
(“domínio econômico”). Limitar-se-ia, assim, à AE em sentido estrito.
Formas de Intervenção:
a) Banco central? Indireta, sob a modalidade de direção, isto é, com normas impositivas.
b) Infraero? Direta, sob a modalidade de participação, concorrendo com as empresas
privadas, pois também existem empresas privadas especializadas em infraestrutura
aeroportuária.
c) Anatel? Indireta, sob a modalidade de direção (estabelecendo normas impositivas) e de
indução (tenta incentivar a agir de forma correta).
d) Correios? Direta, sob modalidade de absorção, pq é a única que pode prestar esse serviço
(atividade exclusiva do governo!).