1) No setor elétrico, a falha de mercado observada é a de monopólio
natural, onde se verifica que um produto de difícil substituição, em
razão das tecnologias existentes, pode ser produzido a um custo menor por uma única empresa do que por mais firmas. Tal propriedade é conhecida como subaditividade da função custo e é de grande interesse para as distribuidoras e transmissoras de energia elétrica. Por fim, cabe frisar a existência de altas economias de escala e escopo que influencia preponderantemente as características do setor elétrico, configurando o monopólio natural.
2) No intuito de mitigar a falha de mercado no setor elétrico, surge a
necessidade de uma agência regulatória neste mercado específico, fazendo surgir a necessidade de imposição de regras e mecanismos que garantam a estabilidade deste mercado, sem que haja grandes custos sociais, buscando um equilíbrio econômico e financeiro. Isto se deve ao fato de o monopólio natural estar diretamente relacionado com à existência de custos que podem variar para mais ou para menos do que o ponto de equilíbrio, acarretando em situações nas quais ou a receita marginal é menor do que o custo marginal, dando prejuízo; ou os preços podem ser fixados muito acima pelas empresas monopolistas, causando ônus social. Assim sendo, a solução é que o regulador fixe um preço no qual permita a firma cobrir seus custos médios, obtendo um lucro aceitável sobre o capital investido, bem como atender a uma quantidade maior de usuários.
3) É fundamental uma regulação feita de forma autônoma, isto é, por
uma agência reguladora com corpo técnico qualificado e confiável, sem interferência política, de modo a inspirar uma maior eficiência e credibilidade do sistema. Desta forma, por meio da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, surgiu a principal envolvida no processo de mitigar a falha de mercado no setor elétrico: A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Quando fatores externos provocam um aumento nas tarifas de conta de luz, o Estado pode até interferir e reduzir tributos para manter ou diminuir os custos para o consumidor. No entanto, cabe sempre a ANEEL analisar cada situação individualmente e decidir se haverá ou não reajuste, assim como o valor dele, quando aprovado.
Metodologia de Cálculo Da Tarifa de Uso Do Sistema de Distribuição Aplicável À Centrais de Geração de Energia Elétrica Com Base em Sinal Locacional