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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA POLÍCIA FEDERAL


Disciplina: Noções de Economia
Prof.: Edmo Menini
2013 2

MATERIAL DO PROFESSOR
AULA 4
Continuação de Estado regulador e produtor

Instrumentos regulatórios
a) Tarifas: política definida e estável;
b) quantidades;
c) Restrições à entrada e à saída e os padrões de desempenho;

Requisitos Essenciais
a) Independência do órgão regulador (agência);
b) Existência de instrumento que incentive a eficiência produtiva e alocativa
No Brasil associamos o Contrato de Concessão

O foco sobre os serviços públicos


– Por serem serviços de “interesse público”, estabeleceu-se como critério a regulamentação
dos serviços de utilities para justificar a intervenção do governo em se considerando a
indispensabilidade e o risco de solução de continuidade que expõe a sociedade a riscos
substanciais;
– As falhas de mercado também são apontadas como motivo de regulação por parte do
governo por serem serviços estreitamente ligados ao conceito de monopólio natural

Monopólio Natural
– Estrutura quando o custo médio mínimo (Cme min) de produção ocorre a uma taxa de
produção suficiente para abastecer todo o mercado a um preço de mercado que cobre todos
os custos.
– Lucros extraordinários: PE > Cme;
– Esta condição inibe a entrada de outras empresas no mercado porque a concorrência não é
capaz de estabelecer preços suficientemente lucrativos para atrair investimentos adicionais.

(Cespe/UnB/Analista Legislativo/Câmara dos Deputados/2002)


22 ( ) Quando existe um único concessionário, o estabelecimento de cláusulas impositivas visa impedir
abusos do poder de mercado que assumam a forma da prática de preços monopolistas.

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(Cespe/UnB/Agente de PF/2002)
Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público, a de regulação deve
levar em conta o tratamento diferenciado imposto por circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque
os ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou
ainda os de unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação ou às
atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori que tal ou qual atividade
se conforme ou não dentro de sua noção.
Corolário lógico dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma como o
sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que dirá que gama ou elenco de
atividades se inclui no seu âmbito.
Pedro Henrique Poli de Figueiredo. “Uma contribuição para o conceito de regulação do serviço público no
Brasil”. In: Marco regulatório, no 1 (com adaptações).

23 ( ) Regulação de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas que busca
melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado ou aumentar o bem-estar social dessa
alocação.
24 ( ) A regulação visa criar sistemas de competição em setores que tendem a funcionar sob o regime
de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos importantes, grande
proporção de investimentos irreversíveis, gerando barreiras à entrada de novos investidores.
25 ( ) A regulação visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação, utilização de
recursos naturais e efeitos da poluição.
26 ( ) Um aspecto que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de informação, que
consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e não a transferir, pois o Estado
deve deixar que o mercado encontre seu ponto de equilíbrio.
27 ( ) Uma política adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis, tendo presente que
regulação não é apenas fixar preço.

(Cespe/UnB/Analista Legislativo/Câmara dos Deputados/2002)


28 ( ) A regulamentação dos planos de saúde explica-se pelo fato desse mercado estar sujeito a
diferentes assimetrias de informação, tais como seleção adversa e risco moral (moral hazard) e,
também, pelo fato de existirem muitas empresas no setor, tornando-o fortemente competitivo.

(UnB/CESPE/2009/Agente PF)
Com relação à regulação de mercados, julgue os itens a seguir
29 ( ) A economia da informação trata das probabilidades de alguns agentes deterem mais
informações que outros, o que pode levar a uma situação de desequilíbrio no mercado. A
informação assimétrica, na situação conhecida como seleção adversa, tem servido como uma
das justificativas para a aplicação de taxas de juros historicamente elevadas no Brasil, sendo o
cadastro positivo apontado como uma das opções para amenizar o problema.

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Controle sobre o Monopólio


Em virtude da possibilidade do Monopolista manipular o preço de mercado, para garantir aos serviços
públicos uma “ tarifa justa” algum controle deve existir sobre a concessionária.

3 modelos básicos de tarifação


1) Tarifação pelo custo do serviço = regulação da taxa interna de retorno;
2) Tarifação com base no custo marginal
3) Sistema de “teto-preço” (price cap).

Tarifação pelo custo do serviço = regulação da taxa interna de retorno


Características
– forma mais tradicional para o monopólio natural;
– foca a eficiência distributiva;
– Preços devem remunerar os custos totais e conter margem que proporcione uma taxa
interna de retorno atrativa ao investidor

Problemas derivados
– dificuldade de avaliar os custos que orientarão o preço devido a assimetria de informações
entre o monopolista e o órgão regulador;
– indefinição a priori sobre a taxa de retorno arbitrada;
– não oferece incentivos para a empresa minimizar custos gerando ineficiência produtiva
com a remuneração garantida ao produtor, prejudicando os consumidores por repassar
custos de investimentos desnecessários.

Tarifação com base no custo marginal


Características
– surge como forma de superar os problemas gerados pelo modelo de tarifação pelo custo do
serviço;
– procura aproximar os preços dos diversos produtos aos seus custos específicos,
transferindo ao consumidor os custos incrementais necessários ao sistema para seu
atendimento;
– tarifas diferenciadas: residencial, comercial, industrial
– proporciona melhor eficiência alocativa e aproveitamento da capacidade instalada.

Problemas
– assimetria de informação e de ineficiência produtiva;
– remuneração do monopolista exclusivamente pelo critério do custo marginal pode gerar
prejuízos;
– exigência de sofisticados modelos tarifários devido aos custos fixos elevados –
principalmente do setor elétrico – para serem rateados junto aos consumidores;
– complexidade do levantamento de dados necessários para seu desenvolvimento.

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Sistema de “teto-preço” (price cap)


Características
– Regra de reajuste por um índice de preços, descontando-se um coeficiente que tem como
objetivo o repasse para o consumidor da redução de custos decorrente do aumento de
produtividade;
– Estipula um choque de custos – limite – que estimula o aumento da eficiência produtiva;

Problemas
– Preço previamente estipulado as firmas tendem a minimizar os custos para se apropriarem
de lucros excedentes;
– Dificuldade de repasse da redução dos custos para os consumidores;
– Persistem então problemas de ineficiência alocativa e distributiva

(Cespe/UnB/Analista Legislativo/Câmara dos Deputados/2002) Acerca do papel do Estado na


regulação e na fiscalização da atividade econômica, fundamental para o funcionamento das
economias de mercado, julgue os itens abaixo.
30 (...) No modelo tarifário do tipo price cap, se o crescimento exigido em termos de produtividade for
muito elevado, os ganhos de produtividade reverterão unicamente em aumentos da lucratividade e,
portanto, não serão repassados aos consumidores.

(Cespe/UnB/PCPA/2006)
31) Acerca da regulação de mercados, assinale a opção correta:
a) Os principais objetivos da regulação de mercados são o bem-estar do consumidor e a melhoria da
eficiência alocativa, distributiva e produtiva da indústria envolvida.
b) Todo tipo de monopólio natural deve ser coibido pelo regulador a fim de que promova a concorrência
por meio da quebra desse monopólio.
c) A prática de preços baixos deve ser incentivada pelo regulador e devem ser utilizados todos os
instrumentos necessários para que os preços baixem, independentemente das conseqüências sobre o
setor produtivo regulado.
d) Cabe ao regulador promover a concorrência entre empresas de um mesmo setor, o que permite a
formação de barreiras à entrada de novas empresas no setor em questão.

Edital – Políticas fiscal e monetária; outras políticas econômicas

Política Fiscal e Monetária


• Clássicos:
Dicotomia: Lado real é separado do lado monetário.
Hipótese: Aceitação da Teoria Quantitativa da Moeda (TQM).
M.V=P.y

Lei de Say – “toda oferta cria a sua própria demanda”


PARA OS ECONOMISTAS CLÁSSICOS, A MOEDA NÃO DESEMPENHA A FUNÇÃO DE RESERVA DE VALOR,
NÃO FAZENDO SENTIDO SUA MANUTENÇÃO EM FORMA DE SALDO MONETÁRIO OCIOSO (NO
COLCHÃO!)

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MOEDA TEM SOMENTE DUAS FUNÇÕES:


• MEIO DE PAGAMENTO;
• UNIDADE DE CONTA
AGENTES SOMENTE DESEJAM MOEDA PELA SUA CAPACIDADE DE EFETIVAR TRANSAÇÕES ECONÔMICAS.

Determinação da Renda - Modelo Clássico


1) Modelo de equilíbrio que considera a redução do salário nominal (trabalhadores aceitam a redução
do salário nominal – Salários são flexíveis!
2) Lei de Say – “toda oferta cria a sua própria demanda”

TODA A PRODUÇÃO OFERTADA ENCONTRARÁ DEMANDA? IRRELEVANTE PARA OS ECONOMISTAS


CLÁSSICOS!
POR QUÊ?
TODA OFERTA ENCONTRARÁ COMPRADORES, OU SEJA, SUA PRÓPRIA DEMANDA.
NÍVEL DE PRODUÇÃO É EFETIVAMENTE O NÍVEL COMPATÍVEL COM O PLENO EMPREGO.

Ideias de Keynes - Equilíbrio abaixo do pleno Emprego


Clássicos
• salários nominais flexíveis;
• economia sempre caminha ao pleno emprego.
• Jamais haveria insuficiência de DA.
• Orçamento equilibrado

Hipótese de Keynes
• Equilíbrio da economia em situação de pleno emprego é uma possibilidade – um caso especial ou
clássico. Na realidade é muito provável que também ocorra equilíbrio na economia em situação de
desemprego de recursos.

• Trabalhadores não aceitariam redução de salários nominais (hipótese de rigidez dos salários
nominais);
• Ainda que aceitassem, economia não caminharia ao pleno emprego.
Por que?
• Na crise os empresários não investiriam.
• Proposta: aumento dos Gastos do Governo.

Contribuição de Keynes
• Idéia de que são as decisões de gasto que determinam a renda = DEMANDA AGREGADA EFETIVA

Determinação da Renda
Modelo Keynesiano Simples (MKS)

• Economia fechada: Não há renda enviada ou recebida do exterior, tampouco transferências


unilaterais;
• Economia sem governo: G=T=zero
• Depreciação de estoque inexistente e lucros distribuídos aos sócios ou acionistas

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• Taxa de juros (i) e Nível Geral de Preços (P) são constantes


Produto=Renda=Despesa
• Produto da economia é função apenas do número de trabalhadores empregados – curto prazo
Y=Produto=C+I+G+X-M: Y=C+I

Modelo Keynesiano Simples - MKS


• O CONCEITO DO MULTIPLICADOR DOS GASTOS AUTÔNOMOS OU MULTIPLICADOR KEYNESIANO
• CONCEITO DE KEYNES: SÃO AS DECISÕES DE GASTO QUE DETERMINAM A RENDA; E
• UMA VARIAÇÃO NO GASTO PROVOCA UMA VARIAÇÃO MAIS QUE PROPORCIONAL SOBRE A RENDA

Modelo Keynesiano Simples - MKS


• O EFEITO DO MECANISMO DO MULTIPLICADOR DOS GASTOS AUTÔNOMOS
• COMPRA DE UMA BOLSA POR $100!
• PERMITE QUE OUTRO AGENTE REALIZE OUTROS GASTOS, CONSIDERADA A PROPENSÃO
MARGINAL AO CONSUMO (PMgC = b = 0,80);
• SE b=0,80. DONO DA LOJA REALIZA GASTOS DE CONSUMO NO MONTANTE DE $80 (100x0,80);
NÃO PARA AÍ...

Modelo Keynesiano Generalizado (MKG) - Curva IS/LM


• 1937, John Hicks: “Mr Keynes and the Classics: A Suggested Interpretation”
Versão original do Modelo IS/LM:
– Execução de políticas fiscais e monetárias no pós-guerra;
– Sistema econômico organizado em dois mercados: mercado de bens (equilíbrio oferta e
demanda agregada – lado real) e mercado monetário (equilíbrio oferta e demanda por
moeda – lado monetário);
• MKS: equilíbrio independe do mercado monetário;
• MKG: equilíbrio depende do mercado monetário; economia fechada c/ governo, preços rígidos
(constantes)

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