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A Componente Q do Fator X é de fato um

Mecanismo de Incentivo à melhoria da qualidade?


Edith Angélica Arca B. Pena e Rodolfo Ribeiro de Oliveira
EP 404 – Economia do Setor Eletro Energético
Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI

Resumo  Neste artigo, pretende-se apresentar os principais pelo preço (Price Cap). Um componente crucial nessa moda-
conceitos associados aos modelos econômicos de regulação, bem lidade tem sido o Fator X. Neste modelo, o regulador estabe-
como as premissas adotadas para escolha do modelo a ser utili- lece uma tarifa inicial que passa por um reajuste anual, por u m
zado no Brasil. Em especial, tem-se como objetivo discutir as me- índice de preços ao consumidor, diminuindo de um Fator X,
todologias adotadas pelo regulador brasileiro para incentivar a
melhoria da qualidade dos serviços prestados por meio das tari- cuja finalidade consiste em compartilhar com os consumidores
fas. Essa discussão se dará através da análise dos resultados do os ganhos de produtividade e eficiência da concessionária.
processo de Reajuste Tarifário Anual – RTA do ano de 2014 e da
atualização da metodologia a ser utilizada nos próximos eventos Neste trabalho abordam-se os diferentes métodos de regula-
tarifários. Como efeito, ao final almeja-se avaliar se a metodolo- ção econômica, embora se dê maior ênfase a regulação por in-
gia escolhida pelo regulador pode ser considerada um mecanismo centivo. A Inglaterra foi o primeiro país a introduzir a regula-
de incentivo à melhoria da qualidade. ção através da redução dos custos (Price Cap) que é um mé-
todo que tem como objetivo incentivar as empresas reguladas
Palavras-chaves  Modelos de Regulação, Mecanismos de In- a reduzir os seus custos e a aumentar a eficiência e a produti-
centivos, Indicadores de Qualidade, Parcela B, Fator X e Compo-
vidade. Também será apresentado como estes conceitos foram
nente Q.
adaptados para serem adotados no setor elétrico brasileiro, em
especial os mecanismos de incentivo adotados para incentivar
a melhoria da qualidade via benefícios/penalizações na tarifa.
I. INT RODUÇÃO
Dentro das atribuições da Agência Nacional de Energia Elé-
A energia elétrica é essencial no dia-a-dia da sociedade e pri-
trica – ANEEL, destaca-se a realização das revisões tarifárias
mordial para o desenvolvimento do país. Para isto existe toda
periódicas. Estas revisões tarifárias abrangem reposiciona-
uma estrutura de geração, transmissão, distribuição e comerci-
mento das tarifas de fornecimento de energia elétrica preser-
alização da energia elétrica para garantir a continuidade e a
vando o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de con-
qualidade do fornecimento.
cessão, determinação do Fator X que será aplicado nos reajus-
tes tarifários anuais, entre outros.
No contexto da qualidade, vários aspectos devem ser consi-
derados, como a escassez dos recursos, aumento da concorrên-
Na composição do Fator X, a ANEEL introduziu o uso de
cia, novas tecnologias e qualidade de vida dos cidadãos, assim,
índices de qualidade, Componente Q, para ajustar as tarifas por
faz-se necessário que agências reguladoras implementem polí-
meio da valoração da qualidade dos serviços prestados. Assim,
ticas com o intuito de incentivar a redução dos custos operaci-
a qualidade passou a ser uma variável decisiva nos custos ge-
onais sem prejuízo a qualidade dos serviços prestados .
renciáveis, propiciando uma visão mais abrangente do desem-
penho das empresas e que permite determinar um valor mais
Em monopólios naturais, juntamente com os mecanismos de
adequado para o Fator X.
incentivos emana o problema de assimetria de informações en-
tre as distribuidoras e o regulador. Por isso, a questão a ser
Neste contexto, tem-se como objetivo neste artigo discutir as
respondida pelo regulador é definir quais são os custos que de-
metodologias adotadas pelo regulador brasileiro para incenti-
vem ser considerados no processo de formação das tarifas para
var a melhoria da qualidade dos serviços prestados por meio
garantir a modicidade tarifária e os interesses dos acionistas.
das tarifas. Essa discussão se dará através da análise dos resul-
Portanto, é importante introduzir políticas de incentivos efica-
tados do processo de Reajuste Tarifário Anual – RTA do ano
zes, de forma que as distribuidoras possam dar mais atenção à
de 2014 e da atualização da metodologia a ser utilizada nos
maneira como aplicam os seus recursos.
próximos eventos tarifários. Como efeito, ao final almeja-se
avaliar se a metodologia escolhida pelo regulador pode ser
As agências reguladoras devem ser capazes, também, de in-
considerada um mecanismo de incentivo à melhoria da quali-
centivar as distribuidoras a prestarem serviços com melho r
dade.
qualidade. Foi a partir de 1995 que os contratos de concessão
entre a união e as concessionárias de distribuição introduziram
o modelo de regulação econômica conhecida como serviço
II. MODELOS DE REGULAÇÃO ECONÔMICA Este tipo de regulação visa o aumento ou a diminuição do
preço praticado pelas concessionárias até um determinado li-
Na década de 80, houve avanços importantes quanto a inter- mite máxi mo durante o período regulatório. A ssim, além de
venção do estado na economia, principalmente na conduta dos não permitir que os concorrentes mais fortes utilizem os seus
setores considerados monopólios naturais (agua, gás e eletrici- poderes para prejudicar os seus concorrentes diretos, salva-
dade). Estes avanços foram obtidos a partir da experiência do guardam ainda os interesses dos consumidores e permite, tam-
modelo de regulação econômica adotado por países como Es- bém, que haja a possibilidade de renovação da cadeia produ-
tados Unidos, Canadá e Reino Unido [1]. tiva e de investimentos na inovação e no desenvolvimento da
tecnologia [5].
Segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos –
ERSE [2], a regulação tem os seguintes objetivos: i) corrigir a A regulação técnica e os instrumentos de regulação por in-
ineficiência do mercado; ii) corrigir eventuais falhas de mer- centivo à qualidade do serviço também se mostram muito i m-
cados; e iii) eliminar o abuso de poder dos monopólios. portantes para o desenvolvimento do setor elétrico, pois inse-
rem barreiras para que a redução do custo operacional incenti-
Deste ponto de vista é imprescindível a criação de um mer- vado pela regulação econômica não seja realizada de forma
cado suficientemente organizado e com uma estrutura robusta. imprudente e em detrimento da qualidade do serviço prestado
Para viabilização deste mercado é importante o acompanha- [6].
mento e a intervenção de agências de reguladoras , pois o regu-
lador deve garantir que o negócio de distribuição possa ser Questões técnicas e econômicas se confrontam na hora de
atrativo aos investidores, que os consumidores recebam um estruturar a regulação, por tal motivo sempre existem fatores
serviço de qualidade adequada e que o regramento do mercado como a qualidade de fornecimento e formação das tarifas que
regulado seja devidamente atendido. ainda precisam ser aperfeiçoadas.

No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL


é o agente responsável por instituir as regras de mercado de C. Modelo Price Cap (Preço Teto)
energia elétrica visando assegurar a sustentabilidade do setor.
O modelo Price Cap é a base do sistema de regulação por
A. Teoria dos Monopólios Naturais incentivos mais utilizado internacionalmente. De acordo com
[1], este modelo oferece benefícios tarifários às empresas ca-
De acordo com [3] tem-se um monopólio natural quando é pazes de melhorar a sua eficiência e produtividade acima do
mais rentável satisfazer os interesses dos consumidores tendo patamar estabelecido pelo regulador durante determinado pe-
apenas uma única empresa do que ter duas ou mais num deter- ríodo. Dito de outra forma, oferece-se benefícios aos conces-
minado mercado relevante. Identificam-se alguns problemas sionários para reduzirem os seus custos e aumentar a produti-
importantes com os monopólios naturais por existir u m vidade de forma a aproximarem-se das empresas mais eficien-
“ perde-e-ganha" entre a eficiência alocativa e a eficiência pro- tes no mercado regulado consideração.
dutiva.
Os incentivos constituem o principal instrumento do regula-
Por um lado, a eficiência alocativa pressupõe a existência de dor e a calibração correta dos mesmos é fator primordial para
quantidade ótima de empresas no mercado para que se possa minimizara a assimetria de informações. Este cenário leva a
fixar preços iguais ao custo marginal. Porém, esta ideia revela- uma ponderação justa dos custos operacionais para formação
se controversa, na medida em que não representa o interesse das tarifas, bem como induz os concessionários a adotarem u m
das concessionárias e, portanto, justifica-se a intervenção do comportamento econômico racional visando ao aumento da
governo pela via da regulação. eficiência das empresas.

B. O Sistema de Regulação por Incentivos Nota-se que este modelo apresenta a vantagem de atenuar
consideravelmente o risco moral, bem como auxilia a redução
A implementação de instrumentos de incentivos à competi- sistemática dos custos operacionais e diminui o risco de cap-
ção deve ser viabilizada pelo órgão regulador. Nos países tura pelo regulador dos investimentos realizados na concessão.
como EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, Chile, entre outros nos
quais implementou-se o sistema de regulação por incentivos, Surgiu como alternativa aos modelos anteriores, pois este
este modelo tem-se consolidado de forma bastante aceitável. permite melhorias em termos da maximização do bem-estar
social e incentiva as empresas a serem mais eficientes, le-
O problema da regulação por incentivos é a poss ibilidade de vando-as, portanto, a apostar mais na inovação e no desenvol-
coordenação entre os concessionários a fim de ocultar seus vimento de tecnologias [7].
verdadeiros custos e, por consequência, obter tarifas mais ele-
vadas. A visão original da regulação por incentivos difere da D. Modelo Cost Plus (Reconhecimento dos Custos)
realidade, pois muitos sistemas políticos não mantêm as pre-
missas adotadas quando da assinatura dos contratos de conces- O modelo Cost Plus é o mais tradicional e se caracteriza pelo
são, como por exemplo na América Latina já ocorreu a rene- reconhecimento dos custos operacionais declarados pelas em-
gociação e até extinção unilateral destes contratos [4]. presas, por isso também é conhecido como regulação pelo
custo do serviço.
Este modelo apresenta diversos pontos de atenção, a começar como um fator de eficiência e nos EUA é considerado como
pelo superfaturamento dos custos declarados pelas empresas ganho resultante da produtividade [3].
dado que o modelo leva em consideração os custos marginais,
pois, a priori, esta modalidade de remuneração não garante a Nesta teoria, o regulador incentiva as empresas a adotarem
recuperação do capital investido [4]. uma estratégia de custos eficientes. O esforço resultante do au-
mento da produtividade ou da eficiência irá também beneficiar
Neste cenário, muitas vezes o regulador intervém no sentido os consumidores finais, quer pela via da redução do preço e/ou
de subsidiar a empresa com o montante equivalente às “ per- pelo aumento da qualidade dos serviços.
das” e garantir a sustentabilidade econômica das concessões.
Porém este subsídio pode não ser benéfico, nem para os con- É importante citar que, no modelo original, as perdas pelo
sumidores nem para o próprio setor, na medida em que o con- mau gerenciamento dos recursos por parte das concessionárias
cessionário deixa de ter incentivos para melhorar sua eficiên- não deveriam ser transferidas para os consumidores. Bernstein
cia. & Sappington [8] apresentaram um modelo simples para de-
terminar o Fator X, esta aplica-se a todos os serviços das em-
E. Modelo Revenue Cap (Receita Teto) presas reguladas, a taxa de inflação da economia não é afetada
pelos preços estabelecidos no setor regulado.
O modelo Revenue Cap é bastante similar ao Price Cap, po-
rém neste caso os benefícios tarifários concedidos às empresas Neste modelo simples o Fator X reflete a diferença entre taxa
capazes de melhorar a sua eficiência e produtividade acima do de crescimento da produtividade total dos fatores no setor re-
patamar estabelecido pelo regulador durante determinado pe- gulado e a taxa de crescimento da produtividade na economia
ríodo ficam limitados a receita máxima permitida. A metodo - e a diferença na taxa de crescimento dos preços dos fatores no
logia Price Cap permite às concessionárias aumentar ou dimi- setor regulado e a taxa de crescimento dos preços dos fatores
nuir o nível de preço, mediante um índice que representa a taxa em outros setores da economia.
da inflação diminuindo do Fator X. Por outro lado, a Revenue
Cap engloba essas duas variáveis, ou seja, a inflação e a vari- H. Experiência Internacional
ação da produtividade [7].
De forma sucinta, apresenta-se na Tabela I um resumo da
A Revenue Cap, ao contrário dos outros modelos, tem como experiência internacional quanto a atuação do regulador e o
objetivo aumentar a eficiência económica através da limitação método escolhido para atuar em seu mercado [1].
de ganhos permitidos às concessionárias. Assim, busca-se in-
centivar as empresas a utilizarem de maneira mais eficiente e T ABELA I. EXP ERIÊNCIA I NTERNACIONAL
eficaz os seus recursos e aumentar da produtividade. Devido País Controle Regu- Utilização Incentivo aos inve sti-
latório do Fator X me ntos
ao sinal mais consistente dos incentivos o modelo tem sido Elevado
Valor de referência + in-
mais utilizado na formação de tarifas de mercados regulados. Chile (empresa mo- Não
centivos a modernização
delo)
Elevado
F. Modelo Yardstick Competition (Regulação por compara- (valores de refe- Valor unitário de referên-
ção) Colômbia Não
rência por com- cia
ponente)
Nesta metodologia os parâmetros da empresa eficiente po- Elevado
EUA (custo do ser- Sim Diversos incentivos
dem ser obtidos de empresas reais [1]. O regulador primeira-
viço)
mente observa o comportamento das concessionárias e pos te- Mudando de ele-
Grã-Beta- Benchmark + X totex +
riormente realiza uma comparação adotando a estratégia de nha
vado para mode- Sim
fundos de investimento
benchmarking para comparar uma determinada empresa co m rado
outras [4]. É uma metodologia que normalmente é utilizada Benchmark + X totex +
Moderado (reve-
Alemanha Sim fator de expansão + fator
para regular os monopólios regionais dado a similaridade das nue cap)
de qualidade
concessões, o que facilita a comparação entre as empresas . Elevado Valor de referência + fator
Espanha (empresa mo- Sim de expansão + fator de
delo) qualidade
G. Conceito de Fator X Moderado
Itália Sim Só para smart grid
(price cap)
O Fator X representa o compartilhamento dos ganhos Moderado Benchmark + incentivo a
Noruega Não
apropirados pelas empresas dado determinado período de (price cap) qualidade
Moderado
análise. De forma prática, a taxa de inflação descontado o Austrália Sim Benchmark
(price cap)
Fator X é o componente cons iderado para o reajusta das tarifas
[8]. Apesar da popularidade de regulação do modelo Price
Cap, na prática, existe pouca orientação s obre como
determinar este fator.

A partir de 1982 este fator foi incorporado ao modelo de


regulação Price Cap, na Inglaterra, após privatização da
British Telecom. Esta política foi adotada pela primeira-mini s -
tra Margareth Thatcher. Na Inglaterra este fator é considerado
III. MODELO DE REGULAÇÃO A DOT ADO NO BRASIL periódica, é feito o reposicionamento das tarifas, que se baseia
em regras diferentes daquelas aplicadas ao reajuste tarifário.
O Setor Elétrico Brasileiro apresentou até hoje três tipos de
modelos de regulação tarifaria: Pelo Custo do Serviço, Pelo B. Composição da Tarifa
Custo Marginal e Pelo Preço Teto, este último em vigor para o
subsetor de distribuição [9]. No Brasil, o Price Cap foi defi- A composição da tarifa é elemento fundamental em qualquer
nido pelo Estado na época de privatização das empresas, análise ou esforço que se faça na disciplina da política tarifária
quando o modelo de regulação por custo foi substituído por um porque o baixo percentual de 29% (segmento de distribuição)
modelo de regulação por incentivos. Este modelo deve garantir define o limitado campo de atuação da Aneel nos eventos de
às empresas uma receita que cubra seus custos não-gerenciá- Revisão Tarifária Periódica [10]. A parcela referente à distri-
veis e gerenciáveis. buição de energia elétrica é composta pela soma dos custos
gerenciáveis e dos custos não gerenciáveis.
As políticas tarifárias implementadas devem seguir um con-
junto de regras como os interesses do consumidor, que quer a Os custos gerenciáveis são os custos administrados pela pró-
tarifa justa; do concessionário, que quer a remuneração ade- pria distribuidora. Fazem parte as despesas de operação e ma-
quada de seus investimentos, bem como a cobertura de seus nutenção, a cota de depreciação e a remuneração dos investi-
custos de operação e do governo, que tem a responsabilidade mentos. Estes custos também são chamados de Parcela B. O
pela garantia de oferta do serviço [10]. custos não-gerenciáveis são os custos repassados para a tarifa
de energia e independem da gestão da empresa distribuidora,
Dessa forma, ao invés de ter gastos e repassá-los integral- por exemplo, a compra de energia, os encargos setoriais e a
mente à tarifa paga pelo consumidor, as empresas recebem in- transmissão. Estes custos também são chamados de Parcela A.
centivos para serem o mais eficiente possível e diminuir suas
despesas. O modelo de regulação por incentivos prevê, tam- C. Conceito e Finalidade do Fator X
bém, o repasse de parte do ganho de eficiência das empresas
aos consumidores por meio do reajuste anual e da revisão tari- Com a aprovação Lei nº 8.987/1995, que dispõe sobre o re-
fária periódica conduzidos pela ANEEL. gime de concessão e permissão da prestação de serviços públi-
cos, adotou-se o regime tarifário Price Cap. Nesta modalidade,
A. Procedimentos de Revisão Tarifária fixa-se a maior tarifa que pode ser cobrada pelo serviço pres-
tado e transfere-se ao concessionário o risco de auferir ganhos
O Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET tem ca- (receita maior que as despesas) ou suportar perdas (receita me-
ráter normativo e consolida a regulamentação acerca dos pro- nor que as despesas).
cessos tarifários [11]. O PRORET foi aprovado pela Resolu-
ção Normativa nº 457/2011, sendo que ele está organizado em Este regime tarifário tem como principal objetivo estimular
12 módulos, que por sua vez estão subdivididos em submódu- de forma constante os concessionários a promover a melhori a
los que contemplam cada etapa do processo. da eficiência operacional e, em contrapartida, a modicidade ta-
rifária. Dessa forma, por proporcionar incentivos para que as
A ANEEL define a Revisão Tarifária como o processo de concessionárias atinjam os patamares esperados de eficiência
revisão dos valores das tarifas cobradas aos consumidores pe- este regime também é conhecido por regulação por incentivos.
las distribuidoras. Isso dependerá das mudanças ocorridas nos
custos e no mercado, tanto interno quanto externo, da eficiên- Com a aprovação Lei nº 9.427/1996, que disciplinou o re-
cia da empresa, da necessidade de obter tarifas mais justas e gime das concessões de serviços públicos de energia elétrica,
retorno adequado aos acionistas. estabeleceu-se de forma clara que o regime econômico e finan-
ceiro da concessão de serviço público de energia elétrica com-
Este processo traz ganhos também para os consumidores , preende “ a contraprestação pela execução do serviço, paga
pois prevê mecanismos que incentivam as distribuidoras a re- pelo consumidor final com tarifas baseadas no serviço pelo
duzirem os custos operacionais e a serem mais eficientes na preço”, bem como consignou que o presente regime tarifário
prestação dos serviços sem abrir mão da qualidade. Esses ga- compreende a “ apropriação de ganhos de eficiência empresa-
nhos são repassados aos consumidores na revisão tarifária sub- rial e da competitividade”.
sequente.
Com efeito, em meio à nova política tarifária do setor, co m-
A Revisão Tarifária Periódica ocorre a cada quatro anos, em pete ao regulador, conforme disposto nos dispositivos legais
alguns casos três anos, com o objetivo de preservar o equilíbrio apresentados, “estimular o aumento da qualidade e produtivi-
econômico-financeiro da concessão. A Revisão Extraordinária dade” do serviço, bem como “incentivar a competitividade”
pode ocorrer a qualquer tempo, independentemente dos reajus- do mercado.
tes e revisões, se houver alterações significativas comprovadas
nos custos da concessionária. Por tal motivo, os contratos de concessão de distribuição de
energia elétrica estabelecem meios para que os ganhos de efi -
O Reajuste Tarifário Anual tem por objetivo repassar os cus- ciência sejam compartilhados entre as concessionárias e os
tos não gerenciáveis e atualizar monetariamente os custos ge- consumidores. Esse compartilhamento se operacionaliza com
renciáveis. O reajuste acontece na data estabelecida no con- o reajuste do valor da Parcela B da receita da concessionária,
trato de concessão, esses reajustes só ocorrem nos anos situa- definido na revisão tarifária periódica, a partir do indicie que
dos entre as revisões tarifárias periódicas. No ano da revisão
corrige a inflação deduzido de uma parcela que reflete o co m- Este cenário incentiva o uso de índices de qualidade como a
partilhamento dos ganhos de eficiência. Componente Q que oferece benefícios/penalizações via tarifa
para as concessionárias elevarem seu padrão de qualidade.
O equacionamento previsto nos contratos de concessão e que
explicita a lógica apresentada acima é utilizada para o cálculo D. Evolução do Fator X ao longo dos ciclos tarifários
do Índice de Reajuste Tarifário – IRT aplicado sobre as tarifas
homologadas nas revisões tarifárias periódicas, pode ser tradu- Visando a estimular a entrada de novos investidores e dado
zido conforme apresentado em (1)1 . o período de transição entre o regime tarifário “ Serviço pelo
Custo” para “ Serviço pelo Preço”, ocorrido entre assinatura
𝑉𝑃𝐴 1 +[𝑉𝑃𝐵 0 ×(𝐼𝑉𝐼−𝑋)] dos contratos de concessão e 1º CRTP, o Fator X foi estabele-
𝐼𝑅𝑇 = (1)
𝑅𝐴 0 cido igual a zero de forma a permitir que as concessionárias se
apropriassem de todo ganho de produtividade naquele período
Conforme expresso em [12], pode-se concluir, portanto, que [14].
o Fator X:
Para o 1º CRTP, o Fator X foi subdividido em uma parcela
(i) consiste no instrumento previsto nos contratos de referente ao compartilhamento de ganhos de produtividade es-
concessão de distribuição de energia elétrica para perados derivados da mudança na escala do negócio por incre-
que, no processamento dos reajustes tarifários, os mento do consumo de energia elétrica na área de concessão
ganhos de produtividade experimentados pelas (XE ), uma parcela que avalia a qualidade pela ótica do consu-
distribuidoras no transcurso do ciclo tarifário se- midor obtido do resultado da pesquisa Índice ANEEL de Sa-
jam compartilhados com os consumidores de tisfação do Consumidor – IASC (XC) e uma parcela para apli-
energia elétrica; cação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA para
o componente mão-de-obra da Parcela B da concessionária
(ii) estimula a concessionária a reduzir seus custos (XA ) [15]. As componentes XC e XA eram calculadas em cada
gerenciáveis, ao permitir-lhe a apropriação dos reajuste e XE era fixada na revisão tarifária.
ganhos de produtividade, incentivando-a a ser
mais eficiente do que o parâmetro estabelecido Para o 2º CRTP, o Fator X deixou de considerar a compo -
pelo regulador; e nente XC e a componente XE passou a valorar as receitas e des-
pesas futuras da concessionária, dado um determinado cresci-
(iii) comprime as tarifas, na medida em que reverte, mento de mercado e uma previsão de investimentos [16].
em prol da modicidade tarifária, parte dos ganhos
de eficiência experimentados pelo agente de dis- Nos dois primeiros Ciclos de Revisões Tarifárias Periódicas,
tribuição. a metodologia utilizada pela ANEEL para calcular o Fator X
foi a do Fluxo de Caixa Descontado – FCD. A metodologia
Para corrigir o comportamento dos monopólios naturais com consiste em projetar os fluxos de receitas e despesas até a re-
relação à qualidade se propõem exigências mínimas de quali- visão tarifária seguinte e calcula-se o Fator X como sendo o
dade para todos os consumidores, no caso do Price Cap incen- redutor do fluxo de receitas, de modo que os fluxos de receitas
tivos refletindo os ganhos e perdas para os consumidores de- e despesas tenhamo mesmo Valor Presente Líquido – VLP, ou
vido a variações na qualidade do produto. seja, que o equilíbrio definido no momento da revisão tarifária
se preserve ao longo do ciclo tarifário, revertendo à modici -
Em [13] os autores indicam que para obter melhor eficiência dade tarifária os ganhos potenciais de produtividade” [17].
econômica a regulação deve combinar incentivos como, recei-
tas tarifárias e penalidades, visando melhorias em custos de Para o 3º CRTP, buscando simplificar o método de cálculo
qualidade e benefícios para os consumidores. do Fator X e reduzir a assimetria de informação nos processos
tarifários, a metodologia utilizada para definir o Fator X pas-
As interrupções de energia mais notáveis ocorridas no Brasil sou ser a da Produtividade Total dos Fatores – PTF. O ponto
foram nos anos 2009, 2010 e 2011. Estes acontecimentos co- central a mudança metodológica, mesmo com a evolução do
locaram em evidencia a importância econômica e o valor so- FCD, deve-se a divergências significativas entre as projeções
cial da qualidade dos serviços de transmissão e de distribuição da receita de Parcela B e do mercado para o Primeiro e o Se-
de eletricidade. Outro fator importante é a crescente penaliza- gundo Ciclos o que efetivamente se realizou [12].
ção pelo regulador, isto chama a atenção e levanta questiona-
mentos quanto à eficácia dos regulamentos da qualidade dos A nova metodologia consiste basicamente em definir os ga-
serviços. De acordo com [6] este tipo de regulamentos incen- nhos potenciais de produtividade para cada concessionária, ba-
tiva a redução de custos sem o devido compromisso com a seada no crescimento de mercado verificado, e um ajuste em
prestação do serviço adequado. função da qualidade na prestação do serviço. Ou seja, o Fator
X deverá ser calculado por meio da metodologia da Produtivi-
dade Total dos Fatores, a qual compreende a soma das compo-
nentes Ganhos de produtividade da atividade de distribuição

1
RA0 – Receita Anual, calculada considerando-se as tarifas homologadas na IVI – Índice de Variação da Inflação, neste caso é utilizado o Índice Geral De
“ Data de Referência Anterior”; Preços do Mercado - IGPM.; e
VPA1 – Valor da parcela A “Data de Referência em Processamento”; X – Número índice definido pela ANEEL visando representar o compartilha-
VPB0 – Valor da parcela B “Data de Referência Anterior”; mento de ganhos de eficiência.
(XP D ), Qualidade do serviço (XQ ) e Trajetória de custos opera- Na composição do Componente Q, os indicadores técnicos
cionais (XT) [18]. (DEC/FEC) têm peso de 70% e os indicadores comerciais
(FER/IASC/INS/Iab/Ico)3 têm peso de 30%. As concessioná-
Para o 4º CRTP, o Fator X basicamente manteve as compo - rias serão separadas em dois grupos de acordo com o porte.
nentes utilizadas no ciclo anterior. As discussões da Consulta
Pública nº 011/2013 e Audiência Pública nº 023/2014 (1ª e 2ª Os sete indicadores que compõem as parcelas de qualidade
fases) consistiram basicamente no aprimoramento das meto - técnica e comercial possuem seus próprios pesos, que serão
dologias para definição de cada uma das componentes. aplicados gradualmente até março de 2019. A variação má-
xima da Componente Q foi ajustada para ± 2% e também será
Destaca-se que para este ciclo buscou-se analisar não apenas inserida de forma gradual. O efeito combinado das duas alte-
a qualidade do serviço, mas também a qualidade do atendi- rações citadas acima pode ser observado na Tabela II e Tabela
mento comercial com a inserção de indicadores que mensuram III.
o desempenho das conces sionárias frente as reclamações, per-
cepção da qualidade sob a ótica dos consumidores e o atendi- T ABELA II. PERÍODO DE TRANSIÇÃO > 60 MIL UNIDADES CONSUMIDORAS
mento telefônico [19]. Indicador Abr/16 a Abr/17 a Abr/18 a Abr/19 a
mar/17 mar/18 mar/19 mar/20
DEC 30% 37,5% 45% 50%
E. Componente Q – Metodologia aplicada no 3º e 4º CRTP FEC 30% 30% 27% 20%
INS 0,75% 1,8% 4%
Primeiramente, observa-se que até o 3º CRTP pouco se falou ICO 0,375% 0,9% 3%
Iab 0,375% 0,9% 3%
na utilização de uma componente que pudesse ser utilizada FER 3% 7,2% 10%
como mecanismo de incentivo a melhoria da qualidade. Em IASC 3% 7,2% 10%
seguida, apresenta-se como foi operacionalizada a metodolo- TO TAL 60% 75% 90% 100%
gia do 3º CRTP referente ao Componente Q [18].

Os indicadores a serem observados serão aqueles que men- T ABELA III. PERÍODO DE TRANSIÇÃO < 60 MIL UNIDADES CONSUMIDORAS
suram a continuidade do fornecimento de energia elétrica Indicador Abr/16 a Abr/17 a Abr/18 a Abr/19 a
(DEC/FEC)2 e as concessionárias serão separadas emdois gru- mar/17 mar/18 mar/19 mar/20
DEC 30% 37,5% 45% 50%
pos de acordo com o porte. A cada ano civil, os indicadores FEC 30% 30% 27% 20%
apurados por cada uma das concessionárias de distribuição se- FER 3,75% 9% 15%
rão comparados com os limites definidos pela ANEEL para IASC 3,75% 9% 15%
obtenção do índice “ Ind.Qual (i)”. TO TAL 60% 75% 90% 100%

De posse, deste índice para cada uma das concessionárias, Para obtenção do Xi , sendo i cada um dos indicadores analisa-
estabelece-se um ranking de desempenho no qual quemestiver dos, as concessionárias devem ser divididas entre as que aten-
no primeiro quartil (melhores desempenhos) a intensidade do dem aos limites estabelecidos pela ANEEL e aquelas que não.
componente Q reduzida em 50% em caso de piora dos indica- Por sua vez, cada um desses dois grupos deve ser dividido em
dores de continuidade e quem estiver no quarto quartil (piores duas classes de distribuidoras: a composta por 25% das melho-
desempenhos) a intensidade do componente Q reduzida em res (ou piores) e a dos demais 75%.
50% em caso de melhora dos indicadores de continuidade
Sendo assim, para cada um dos indicadores teremos quatro
O Componente Q deve ser especificado em cada reajuste ta- curvas para obter no eixo y o percentual da parcela de quali-
rifário de acordo com a variação dos indicadores apurados dade (Xi ) dado o ponto no eixo x que representa a variação do
DEC e FEC, excetuando as interrupções decorrentes de falhas indicador (Δi ) nos dois anos anteriores. Observa-se que cada
nos sistemas de transmissão que atendemàs distribuidoras. Im- reta nos sete gráficos possui parâmetros distintos de tolerância,
portante destacar que, para evitar que variações atípicas dos inclinação, amplitude e saturação, o que permite calibrar o in-
indicadores de continuidade tenham impactos excessivos na centivo desejado, além de retratar da melhor maneira possível
definição das tarifas, limitou-se a variação do Componente Q a característica do parâmetro.
em ± 1% [12].
A sistemática apresentada pode ser melhor compreendida
No 4º CRTP, o Componente Q do Fator X passou a fazer observando a Fig. 1 e Fig. 2.
parte do contexto do Mecanismo de Incentivos – MI estabele-
cido pela ANEEL para melhoria da qualidade do serviço pres- Por fim, cabe destacar que para ambas as metodologias aqui
tado pelas distribuidoras aos seus consumidores, seja no âm- descritas deve-se ter em mente que a melhoria da qualidade de
bito técnico ou comercial. Em seguida, apresenta-se como foi um para o outro reflete em um sinal negativo para o Comp o -
operacionalizada a metodologia do 4º CRTP referente ao Co m- nente Q e, consequentemente, poderá ter um efeito de elevar a
ponente Q [20]. Parcela B das distribuidoras. Este racional também se aplica
quando ocorre a piora dos indicadores de um ano para o outro
que irá refletir um sinal positivo para o Componente Q e, por

2
DEC – Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora. INS – Indicador de Nível de Serviço do Atendimento Telefônico
FEC – Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora. Iab – Indicador de Abandono do Atendimento Telefônico; e
3
FER – Frequência Equivalente de Reclamação; Ico – Indicador de Chamadas Ocupadas do Atendimento Telefônico.
IASC – Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor;
consequência, contribuirá para a redução da Parcela das distri- na documentação disponível para a 2ª fase da Audiência Pú-
buidoras. blica nº 023/2014 que discutiu o aprimoramento das metodo-
logias de revisão tarifária.

A base de dados foi organizada de forma que permitisse re-


fazer os cálculos para obtenção do Fator X, Parcela B e IRT
utilizados no RTA 2014, bem como simular a mudança meto -
dológica do Componente Q para o 4º CRTP. Também, permi -
tiu análises qualitativas referente a adequação do sinal regula-
tório dado pela regulamentação aprovada pela ANEEL, em es-
pecial quanto ao Componente Q como um mecanismo de in-
centivo eficaz para melhoria da qualidade da energia elétrica.

B. Avaliação da Metodologia utilizada no 3º CRTP

Os resultados homologados pela ANEEL para o Compo-


nente Q do Fator para o IRT 2014 foram utilizados para segre-
gar as distribuidoras em três grupos , sendo que cada um deles
reflete o impacto no Valor da Parcela B de cada uma das dis-
tribuidoras. A Tabela IV apresenta o perfil de cada um dos gru-
Fig. 1- Separação das concessionárias em grupos pos.

T ABELA I V. I MPACTO NA P ARCELA B DADO O COMP ONENTE Q HOMOLO-


GADO
Grupo Q td. Distribuidoras %
Ganhou 28 44,44%
Neutro 16 25,40%
Perdeu 19 30,16%

Para verificar a conformidade do sinal dado pelo regulador


via benefícios na tarifa visando a melhoria da qualidade dos
serviços prestados foram realizados testes lógicos conforme os
cenários descritos na sequência e os resultados obtidos são
apresentados na Tabela V.
Fig. 2- Exemplo de curva para o modelo aplicado a um indicador
No primeiro cenário, busca-se identificar se alguma distri-
buidora atendeu os limites regulatórios de seus indicadores de
continuidade DEC/FEC nos últimos 5 anos e teve seu valor
IV. A NÁLISE DO COMPONENT E Q COMO MECANISMO DE IN- homologado da Componente Q positivo ou neutro, ou seja, o
CENT IVO A MELHORIA DA Q UALIDADE Valor da Parcela B não foi afetado ou ele foi reduzido.

A. Formação da Base de Dados para análise No segundo cenário, busca-se identificar se alguma distribui-
dora não atendeu os limites regulatórios de seus indicadores de
Como primeiro passo para análise que se pretende neste ar- continuidade DEC/FEC nos últimos 5 anos e teve seu valor
tigo buscou-se organizar as principais informações referentes homologado da Componente Q negativo ou neutro, ou seja, o
ao processo de Reajuste Tarifário Anual – RTA referente ao Valor da Parcela B não foi afetado ou ele foi aumentado.
ano de 2014 4 das 63 distribuidoras do país.
T ABELA V. QUANTIDADE DE DISTRIBUIDORAS IDENTIFICADAS EM CADA UM
DOS CENÁRIOS
As informações econômicas foram obtidas no sitio da
Cená- Ganhou Neutro Pe rde u
ANEEL na seção de “Informações Técnicas / Tarifas - Docu- rio
mentos e Memórias de Cálculo” onde se encontram os docu- 1 - 4 5
mentos e memórias de cálculo referentes aos eventos tarifários 2 4 9 -
de cada concessionária. Já as informações técnicas foram ob-
tidas na seção “Informações Técnicas / Distribuição de Ener- Do cenário 1, observa-se distribuidoras que buscarammant er
gia Elétrica / Qualidade do Serviço e do Produto” onde se en- o padrão de qualidade dentro dos limites estabelecidos pelo re-
contram os limites e os valores apurados dos indicadores de gulador e foram penalizadas no evento tarifário em questão
continuidade DEC/FEC nos últimos 5 (cinco) anos 5 . As infor- com a redução do valor da Parcela B ou não foram incentiva-
mações comerciais e as demais necessárias para obtenção dos das por esta via a melhorarem ou manterem o padrão já atin-
resultados utilizando a metodologia do 4º CRTP foram obtidas gido.

4 5
Para a AMPLA foi considerado o RTA 2015, pois em 2014 a concessionária Escolheu-se o período de 5 anos de análise dado que desde a abertura da AP
passou por RT P. 040/2010 foi sinalizado a intenção da ANEEL de buscar mecanismos para in-
centivar a melhoria da qualidade.
Visando ilustrar esta análise, apresenta-se na Fig. 3, Fig. 4,
Fig. 5, Fig. 6, Fig. 7 e Fig. 8 o comportamento dos indicadores
DEC/FEC frente aos seus limites ao longo dos anos de 2010 a
2014, bem como o valor homologado da Componente Q para
algumas das concessionárias identificadas .

Fig. 7 – Evolução DEC/FEC – CPFL Piratininga

Fig. 3 – Evolução DEC/FEC – CERR

Fig. 8 – Evolução DEC/FEC – DME-PC

Do cenário 2, observa-se distribuidoras que oscilaram no


atendimento dos limites regulatórios dos indicadores, porém
foram beneficiadas pela metodologia ou não foram impactadas
no evento tarifário em questão.

Visando ilustrar esta análise, apresenta-se na Fig. 9, Fig. 10,


Fig. 4 – Evolução DEC/FEC – EDEVP Fig. 11, Fig. 12, Fig. 13 e Fig. 14 o comportamento dos indi-
cadores DEC/FEC frente aos seus limites ao longo dos anos de
2010 a 2014, bem como o valor homologado da Componente
Q para algumas das distribuidoras identificadas.

Fig. 5 – Evolução DEC/FEC – EPB

Fig. 9 – Evolução DEC/FEC – CELPA

Fig. 6 – Evolução DEC/FEC – BOA VISTA


Fig. 10 – Evolução DEC/FEC – CEMIG-D
Em que pese parte desse cenário ter origem em particulari-
dades da metodologia, como p.ex. considerar apenas a varia-
ção de um ano para o outro dos indicadores, o sinal dado pelo
regulador não foi bem absorvido pelos agentes.

Esta afirmação pode ser confirma a partir da Fig. 15 que de-


monstra que o percentual de distribuidoras que atendem aos
limites regulatórios aumenta quanto diminuímos a janela de
observação e, principalmente, quando levamos esta janela para
os anos que serão utilizados para realizar o cálculo do evento
tarifário em questão, o RTA 2014.
Fig. 11 – Evolução DEC/FEC – CEPISA

Fig. 12 – Evolução DEC/FEC – CEA Fig. 15 – Percentual de distribuidoras que atendem o limite regulatório dos
indicadores DEC/FEC

Outro ponto que chama atenção é que 19,23% das distribui-


doras que receberam bonificação via tarifa e 31,25% das dis-
tribuidoras que tiveram efeito neutro na tarifa, quando da apu-
ração dos indicadores de continuidade DEC/FEC utilizados no
IRT 2014 fizeram uso do expediente de expurgos de Interrup-
ção em Situação de Emergência – ISE acima da média Brasil.
Ainda, tem-se que seis concessionárias fizeram uso em dema-
sia deste expediente em mais de 60% dos indicadores apurados
nos últimos 5 anos consecutivos 6 .
Fig. 13 – Evolução DEC/FEC – CEAL
O uso inadequado do expediente de ISE vem sendo dura-
mente combatido pelo regulador, seja por meio de fiscalização
ou por aprimoramentos no regulamento 7 , pois torna injusta e
imprecisa a comparação entre o nível de qualidade entre as di-
ferentes distribuidoras [21].

Portanto, observa-se que a metodologia utilizada no 3º CRTP


para obter a Componente Q do Fator X não pode ser conside-
rado propriamente um mecanismo de incentivo a melhoria da
qualidade, mas tão um sistema tarifário de penalização/bonifi-
cação.

Fig. 14 – Evolução DEC/FEC – LIGHT


C. Evolução da Metodologia a ser utilizada no 4º CRTP
Diante dos resultados apresentados tem-se que a metodolo-
gia utilizada pela ANEEL visando incentivar a melhoria da Para testar os efeitos práticos da metodologia aprovada para
qualidade via benefícios na tarifa se mostra inconsis tente, uma o 4º CRTP obteve-se os novos valores da Componente Q que
vez que 34,92% das distribuidoras receberam um sinal incor- deveriam ser utilizados no IRT 2014 e, assim como na seção
reto via tarifa quanto ao seu padrão de qualidade. anterior, as distribuidoras foram segregadas em grupos que re-
fletem o impacto no Valor da Parcela B de cada uma delas.

6 7
Anualmente apura-se dois indicadores, DEC e FEC, no período de 5 anos O expediente de ISE é disciplinado na Resolução Normativa nº 664/2015, de
foram apurados dez indicadores. 16/06/2015, fruto das discussões realizadas por meio das Audiências Pública
nº 046/2010 e nº 052/2014 e Consulta Pública nº 017/2013.
A Tabela VI apresenta o perfil de cada um dos grupos e a Cená- Atendimento dos indicadores Ganhou Pe rde u
Fig. 16 apresenta uma comparação entre as metodologias do rio
1 T écnico e Comercial 7 -
3º CRTP e 4º CRTP. 2 T écnico 21 10
3 Comercial 1 5
T ABELA VI. I MPACTO NA P ARCELA B DADO O COMP ONENTE Q HOMOLO- 4 Nenhum 7 12
GADO
Grupo Q td. Distribuidoras %
Ganhou 36 57,14% Dos resultados, observa-se que o sinal regulatório de melho-
Perdeu 27 42,86% ria da qualidade via benefícios/penalizações nas tarifas está
mais adequado. Percebe-se que as concessionárias que busca-
ram atender os limites regulatórios dos sete indicadores consi-
derados pela metodologia obtiveram bonificações via tarifa.

Também, percebe-se que as distribuidoras que cumpri ram


apenas um dos grupos de indicadores, seja técnico ou comer-
cial, oscilaram em benefícios e penalizações. Porém, dado a
significância dado aos indicadores técnicos, percebe-se que as
distribuidoras que cumpriram apenas os indicadores técnicos
tiveram maiores chances de serem beneficiadas.

Um ponto de ressalva é que as distribuidoras que não conse-


guiram atender na plenitude nem os indicadores técnicos, nem
Fig. 16 – Quantidade de distribuidoras por grupo os indicadores comerciais, ainda foram beneficiadas. Em que
pese a metodologia permitir que distribuidoras que não aten-
dam seus limites possam obter benefícios frente a melhora sig-
Dos resultados obtidos, verifica-se que 31,75% das distribui- nificativa dos seus indicadores, cabe destacar que das sete dis-
doras mudaram de grupo conforme apresentado na Fig. 17. tribuidoras beneficiadas, quatro atenderam os limites de três
indicadores, duas atenderam os limites de dois indicadores e
uma atendeu o limite de apenas um indicador.

Em síntese, tem-se que a nova metodologia proporciona uma


distribuição mais justa dos benefícios via Parcela B entre as
distribuidoras que de fato buscam atender os limites regulató-
rios e, por consequência, prestar um serviço adequado.

Entretanto, a análise dos resultados merece cautela, pois o


histórico dos indicadores comerciais ainda é bastante reduzido
quando comparado ao histórico dos indicadores técnicos.
Como exemplo, cita-se o FER que passou a ser apurado a partir
do ano de 2012 e apenas em 2013 foram estabelecidos limites
Fig. 17 – Comportamento das distribuidoras com a mudança da metodolo-
gia regulatórios para o atendimento deste indicador.

Também, há de se ressalvar que o IASC já foi utilizado em


Para verificar a conformidade do sinal dado pelo regulador via ciclos anteriores, mas devido a subjetividade e descontinui-
benefícios na tarifa visando a melhoria da qualidade dos servi- dade8 da pesquisa foi retirado da metodologia em outras opor-
ços prestados foram realizados testes lógicos conforme os ce- tunidades. Cabe lembrar que este indicador é resultado da pes-
nários descritos na sequência e os resultados obtidos são apre- quisa junto ao consumidor residencial para avaliar seu grau de
sentados na Tabela VII. satisfação com os serviços prestados pelas distribuidoras.
No primeiro cenário, busca-se identificar quantas distribui- Por tal motivo a apuração deste indicador pode ser contami -
doras atenderam os limites regulatórios de todos os indicado- nada, tanto para o bem quanto para o mal, pela ocorrência de
res técnicos e comerciais. Já nos cenários dois e três, busca-se eventos extraordinários no período de apuração dos indicado-
identificar quantas distribuidoras atenderam os limites regula- res, como por exemplo, o desligamento por um tempo elevado
tórios de todos os indicadores técnicos ou de todos os indica- de um hospital devido a queima de um transformador de dis-
dores comerciais. Por fim, no cenário quatro busca-se identifi- tribuição e que gerou uma grande repercussão na mídia e, por
car quanta distribuidoras não atenderam na totalidade nem os consequência, na população da área de concessão.
indicadores técnicos nem os comerciais. Para cada um destes
cenários segregou-se as distribuidoras de acordo com o im- Também pode-se ser influenciada por ações tomadas pelas
pacto do Componente Q calculado no valor da Parcela B. distribuidoras apenas para satisfazer necessidades imediatas
T ABELA VII. QUANTIDADE DE DISTRIBUIDORAS IDENTIFICADAS EM CADA UM
dos consumidores durante o período de realização da pesquisa
DOS CENÁRIOS

8
O resultado do IASC 2011 não foi divulgado pela ANEEL pois a pesquisa
realizada pela empresa que venceu a licitação em 2011 não foi validada.
e pelos próprios consumidores ao perceberem que suas respos-
tas podem impactar diretamente a definição da tarifa. Frente a es te cenária, o regulador juntamente com os agentes do
s etor buscou aperfeiçoar a metodologia ora contestada. Entretanto,
foram mantidas algumas premissas como i) concorrência entre as
Na esfera dos indicadores técnicos, importante observar que
concessionárias, pois o resultado final depende não somente da me-
o regulador forneceu um sinal claro quanto a melhoria espe- lhoria absoluta, mas também da melhoria relativa entre as concessio-
rada para o indicador DEC ao atribuir um peso significativo na nárias; ii) como mecanismo de incentivo, o novo modelo manteve a
composição da Componente Q. Este indicador normalmen t e geração de resultados positivos e negativos para todos os agentes, in-
está associado aos custos operacionais, ou seja, equipamentos dependente da classe em que es tão posicionados; e iii) o incentivo é
e pessoas disponíveis para o atendimento das ocorrências es calonado de acordo com a qualidade dos s erviços prestados. Con-
emergenciais. Esta significância é fruto do aumento que este ces sionárias com baixa qualidade são desestimuladas fortemente a pi-
indicador vem enfrentando nos últimos anos, conforme pode orar s eus serviços e são incentivadas fortemente a atingirem o padrão.
ser observado na Fig. 18. Concessionárias com qualidade elevada s ão incentivadas a manter ou
até melhorar s eus s erviços .

A o analisar os dados utilizando a metodologia do 4º CRTP , per-


cebe-se que os resultados parecem mais adequados uma vez que al-
gumas melhorias s ignificativas foram implementadas como i) maior
incentivo para atendimento dos padrões estabelecidos; ii)
t ransformação de função discreta para função contínua, de
forma a evitar que variações pequenas na fronteira provoquem
valores muito distintos no percentual a ser aplicado na Parcela
B; e iii) maior incentivo para melhoria contínua dos serviços,
pois o modelo anterior permitia resultados nulos (Q=0) para
concessionárias que se acomodam, ou seja, que ficam estagna-
das ou que ganham e perdem no mesmo percentual ano após
Fig. 18 – DEC e FEC Brasil de 2005 a 2014 ano.

Entretanto, a análise dos dados ainda não pode ser conside-


Porém, não se pode deixar de ressaltar que a elevação do
rada conclusiva dado o restrito histórico dos indicadores co-
DEC não é fruto exclusivo da deterioração da prestação do ser-
merciais e que os dados utilizados foram coletados em período
viço pelas distribuidoras, mas também devido ao aumento da
anterior a aprovação da metodologia e não se pode desconsi-
complexidade dos grandes centros (interrupções solicitadas
derar que haverá uma reação das distribuidoras no sentido de
por autoridades visando a segurança da população, impedi-
buscar a se adequar ao novo regulamento.
mento de acesso e congestionamentos). Como a metodologia
Por fim, em que pese a metodologia ter apresentado as me-
é fortemente influenciada pelo atendimento dos limites regu-
lhorias citadas, ainda não parece adequado classificá-la como
latórios, as distribuidoras com maior complexidade podem
um mecanismo eficaz a melhoria da qualidade dos serviços
acabar prejudicadas e as melhorias esperadas pelo regulador
prestados. Ainda tem mais semelhanças a um mecanismo de
podem não acontecer na velocidade esperada.
ajuste tarifário (penalização/bonificações) dado o desempenho
de indicadores pré-selecionados e que estão sujeitos a ações
Caba ainda relembrar que a metodologia ora analisada teve
ocultas das concessionárias e consumidores .
sua discussão iniciada em novembro de 2013, porém o format o
próximo ao que se encontra vigente só foi apresentado em
2015 e será implementada gradativamente até abril de 2019.
VI. REFERÊNCIAS
Por isso, os agentes ainda podem reagir de forma diferente do
que os dados do passado demonstram, ou seja, os esforços po-
[1] El Hage, F.; Delgado, M. “ Regulação Técnica e Econô-
dem ser direcionados para o cumprimento dos limites regula-
mica em Monopólios Naturais – Reflexões conceituais e me-
tórios e melhoria dos indicadores que até o terceiro ciclo não
todológicas no setor de distribuição de energia elétrica ”.
eram considerados.
Synergia Editora.
Diante do exposto, tem-se que a metodologia a ser utilizada
[2] Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos -
no 4º CRTP para obter a Componente Q do Fator X oferece
ERSE. “Novo Estatuto da Entidade Reguladora dos Servi-
sensíveis melhoras a aquela utilizada no 3 º CRTP e ainda ca-
ços Energéticos”. Disponível em:
rece de mais informações para verificar sua adequação como
<http://dre.pt/pdf1sdip/2012/09/18600/0541405426.pdf>.
um mecanismo de incentivo eficaz a melhoria da qualidade dos
Acesso em: 30/MAIO/2015.
serviços prestados pelas distribuidoras.
[3] Barros, A. (2013). “ Determinação do fator de eficiência
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
(Fator-X) no modelo de regulação Price-Cap para o setor
D o exposto neste trabalho, verifica-se que a metodologia utilizada de eletricidade em Cabo Verde”. Dissertação de Mestrado.
no 3º CRTP não propicia um s inal adequado quanto a melhoria na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Porto, Por-
qualidade ao i) beneficiar dis tribuidoras que apresentaram apenas tugal.
uma melhoria localizada nos seus indicadores de qualidade sem qual-
quer tendência de melhoria no longo prazo; e ii) penalizar distribui- [4] Gomez-Lobo E., A. (2007). “Bottom-up or top-do wn
doras que buscam atender os limites regulatórios dos indicadores de benchmarking in natural monopoly regulation: The case of
qualidade de forma cons tante.
Chile and The United Kingdom”. Regulatory Economi cs [15] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –
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30/MAIO/2015. [16] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –
ANEEL. Estabelece os conceitos gerais, as metodolog i as
[6] Pinheiro, T. “Regulação por Incentivo à Qualidade: aplicáveis e os procedimentos iniciais para realização do
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[11] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – [20] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –
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Acesso em: 30/JUN/2015.
[12] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –
ANEEL. Homologação da metodologia de tratamento re- [21] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –
gulatório para perdas não técnicas de energia elétrica para ANEEL. Aprimoramento da definição de Interrupção em
o terceiro ciclo de revisão tarifária periódica das concessi- Situação de Emergência - ISE, prevista na apuração dos
onárias de distribuição de energia elétrica, resultado da indicadores de continuidade do serviço de distribuição de
Audiência Pública nº 40/2010. Disponível em: energia elétrica. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Item%206%20- <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/ar-
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[13] Yu, W.; Jamasb, T.; Pollitt, M. “Incorporati ng the price


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Policy Research Group. 2007.

[14] AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA –


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