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QUALIDADE - QLD
Resumo
Esta pesquisa apresenta uma contribuição para a avaliação da qualidade nos serviços
em cooperativa, tendo como base a visão do usuário/associado por meio das
dimensões da qualidade. Investiga comparativamente as relações entre variáveis de
grau de importância e grau de satisfação, tendo como objeto de estudo os
usuários/associados de uma Cooperativa de Crédito. O principal benefício dessa
pesquisa é proporcionar, à partir aos interessados uma avaliação realista da prestação
de seus serviços. A pesquisa teórica abrangeu conceitos de dimensões e ambiente da
qualidade, bem como a importância do cliente externo para a obtenção da mesma. Para
a pesquisa de campo foi realizado um questionário junto aos clientes da Cooperativa de
Crédito. Os resultados finais possibilitaram identificar aspectos que devem ser
melhorados para aumentar a competitividade, como também resultados que são pontos
fortes hoje que devem ser monitorados e valorizados para acompanhar satisfações
futuras dos usuários/associados.
Abstract
Introdução
Qualidade
Dimensões da Qualidade
DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS
Refere-se às características
Desempenho
operacionais básicas de um produto.
São os adicionais dos produtos. Em
alguns casos é difícil separar as
Características características do desempenho, pois
as duas dimensões baseiam-se no
funcionamento básico do produto.
Reflete a probabilidade de um mau
funcionamento de um produto ou
Confiabilidade falha em um determinado período.
Envolve o conserto e a manutenção
do produto.
O grau em que o projeto e as
características operacionais de um
Conformidade
produto estão de acordo com padrões
pré-estabelecidos.
Refere-se ao ciclo de vida útil do
produto. Neste caso, a durabilidade
passa a ser o uso que se consegue
Durabilidade de um produto antes de ele se
quebrar e que possa, de preferência,
ser substituído por outro, ao invés de
se realizar constantes reparos.
Refere-se à rapidez, cortesia,
competência e facilidade de reparo.
Atendimento Os consumidores hoje não estão
preocupados somente se o produto
tem qualidade, mas também com a
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Para Deming (1990, p.138) o cliente, imediatamente ao usar o serviço, tem uma
percepção da qualidade do mesmo. Medir algumas características da qualidade é,
aparentemente fácil, pois geralmente entende-se, que é necessário somente qualificá-
las, como por exemplo a exatidão da documentação, velocidade de expedição,
credibilidade do tempo de entrega, cuidado no manuseio e cuidado no trânsito. O autor
alerta, no entanto, que a avaliação da qualidade do serviço realizada hoje não será a
mesma avaliação passando um a dois anos, pois o cliente pode mudar sua expectativa
e a percepção do serviço oferecido. Também, aparecem alternativas de serviço que
satisfarão o cliente, e o serviço oferecido antes pode deteriorar com o tempo. Portanto,
é necessário que haja um processo contínuo de monitoração das percepções dos
clientes sobre a qualidade do serviço, identificando as causas das discrepâncias
encontradas e adoção de mecanismos adequados para a melhoria. A qualidade,
portanto, é dependente do conhecimento da percepção da qualidade dos clientes
externos do serviço. O que era perfeitamente aceitável como serviço no passado pode
não mais atingir as expectativas dos clientes. Segundo Mirshawka (1998), não é
somente a qualidade de serviço que varia, mas as bases nas quais a qualidade é
julgada também diferem e mudam. O que é um nível aceitável de serviço para um
cliente, pode não ser para outro, logo é importante sempre avaliar o que satisfaz o
consumidor.
Gianesi e Corrêa (1994, p. 91-97) defendem que, para avaliar as expectativas
dos clientes com relação à qualidade dos serviços oferecidos, é necessário especificar
critérios e dimensões da qualidade. Esses autores argumentam que existem alguns
atributos dos serviços essenciais – julgados pelos clientes como mais importantes - e
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outros dos serviços periféricos. A questão é saber quais as dimensões que os clientes
mais priorizam no serviço, e, para tanto, faz-se necessário uma pesquisa com clientes
de determinado segmento do mercado pretendido. Pode-se, desta forma, estabelecer
estratégias mais realistas e, reduzir, assim, os riscos de incerteza em processos de
tomada de decisão. Estes autores definiram um conjunto de dimensões de avaliação do
serviço, combinando visões de diferentes autores e observações empíricas de
trabalhos. Os resultados são mostrados no quadro abaixo:
DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS
Condições físicas que
circundam a atividade de
prestação de serviços, tais
Tangíveis
como instalações,
equipamentos, aparência dos
funcionários, dentre outras.
Conformidade com a prestação
do serviço anterior, pois o
Consistência cliente sabe o que esperar do
serviço, transmitindo
segurança ao usuário.
É a habilidade e o
conhecimento para executar o
Competência serviço de acordo com as
necessidades técnicas dos
clientes.
Refere-se a prontidão da
Velocidade do Atendimento empresa na prestação do
serviço.
É a percepção de quanto é
agradável e avalia o nível de
prazer que o cliente tem em
Atendimento/atmosfera
participar ou estar presente no
processo da prestação do
serviço.
É a capacidade de adequação
rápida a mudanças na
operacionalização do serviço.
Flexibilidade Devido a inúmeras incertezas
no processo podem acontecer
falhas e a flexibilidade pode
resolvê-las.
Todo cliente têm uma
Credibilidade/segurança percepção do risco. É condição
fundamental a organização
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Metodologia
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Com fins específicos, este trabalho teve seu foco voltado para aplicação do
método racional dedutivo com relação à pesquisa científica da Gestão de Qualidade na
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Municipais de Vitória da
Conquista (Sicoob Credcoop) em Vitória da Conquista, procurando fazer averiguações
das expectativas e percepções dos usuários/associados na utilização dos serviços.O
método científico desenvolvido neste trabalho, voltado para aplicação nas práticas
Administrativas, apresenta-se sob a forma de pesquisa bibliográfica e quantitativa
acerca dos dados pesquisados, coletados e analisados, a fim de obter os resultados
propostos.
A pesquisa foi realizada em 2008 junto aos servidores municipais de Vitória da
Conquista, usuários/associados da Cooperativa, e que, portanto, são usuários e
associados da Cooperativa de Crédito em questão. O presente trabalho utilizou a
pesquisa de campo, com aplicação de questionários, a fim de se ter uma percepção da
satisfação dos clientes e levantamento de informações da história, estrutura
administrativa e operacional da cooperativa. O questionário foi constituído de nove
blocos de perguntas (três perguntas em cada bloco), totalizando 27 perguntas para
grau de satisfação e 27 perguntas para o grau de importância atribuídos pelos
usuários/associados da Cooperativa de Crédito. A fonte inspiradora maior da
elaboração do questionário, foi o referencial teórico anteriormente exposto,
especialmente, as concepções de Dimensões da Qualidade expostas por Gianasi e
Correia.
Quanto à população e amostra, tem-se um universo de 1498
usuários/associados. Classifica-se essa população de usuários/associados por se
entender que as pessoas que utilizam os serviços da cooperativa em questão são, ao
mesmo tempo, usuários e associados. Não há, portanto, outro público que utiliza destes
serviços. Segundo Mattar (1996, p.22), quando a população for pequena ou quando
houver facilidades em obtê-la, pode-se delimitar a amostra em apenas 10% da
população em estudo. E foi esse o caso da presente pesquisa. Participaram, portanto,
da pesquisa, 148 respondentes. O método de amostragem foi definido como uma
amostra não-probabilística. Ainda segundo Mattar(1996, p.156), a amostragem não-
probabilística é “ aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a
amostra depende, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador”. Dentre os tipos
de amostra não-probabilística optou-se pela amostra por conveniência (ou acidental),
na qual, de acordo com Mattar (1996, p.100), “o elemento pesquisado foi auto-
selecionado, ou selecionado por estar disponível no local e no momento em que a
pesquisa estava sendo realizada”.
Tangíveis
No critério Tangíveis, 55% dos entrevistados avaliam como muito importante e 42%
como importante. Quanto ao grau de satisfação, dos clientes da cooperativa que
responderam o questionário, 53% consideram-se muito satisfeitos e 42% satisfeitos, o
que reflete um alto grau de satisfação destes em relação aos serviços prestados.
Comparativamente, o grau de satisfação em relação a este critério está na mesma
proporção. Infere-se, desta forma, que o requisito Tangíveis, que refere-se às
condições físicas que circundam a atividade de prestação de serviços, tais como
instalações, equipamentos, aparência dos funcionários, dentre outras são avaliadas em
alto grau de importância e satisfação pelos respondentes.
Consistência
Competência
Velocidade de Atendimento
importante (31%) e 3% consideram pouco importante. 51% estão muito satisfeitos, 44%
se dizem satisfeitos e 5% pouco satisfeitos.
Atendimento/Atmosfera
De modo geral esse critério é bem avaliado, pois 63% dos clientes o
consideram como muito importante, 36% como importante e 1% como pouco
importante. Questionados sobre a satisfação, 63% se consideram muito satisfeitos, 33%
se dizem satisfeitos, 3% pouco satisfeitos e 1% se manifesta insatisfeito. Segundo
Gianesi e Corrêa (1994), “este critério refere-se a quão agradável é a experiência que o
cliente tem durante o processo de prestação do serviço”. A percepção do cliente como
muito importante e o fato desta Cooperativa alcançar esse percentual é uma vantagem
competitiva, pois,quando o usuário/associado necessitar do serviço, ela certamente
será lembrada. Ainda que em percentual pequeno, 3% declarou-se “pouco satisfeito” e
1% para “insatisfeito”. Neste sentido, há um grau de insatisfação a ser considerado. A
empresa deve, portanto, avaliar o motivo e abrir ações corretivas, para conter e, quem
sabe, reduzir tal índice.
Flexibilidade
Credibilidade/Segurança
Acesso
Gianesi e Corrêa (1994) Embora a avaliação tenha se apresentado alta nos dois casos,
a Cooperativa deve avaliar a sua localização devido ao percentual de “muito
importante” ser superior ao “de muito satisfeito” e procurar identificar o que pode ser
feito para facilitar o acesso dos clientes.
Custo
Considerações Finais
Referências
PALADINI, Edson P. Gestão da qualidade: teoria e prática. 2ª ed. – São Paulo: Atlas,
2004.