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21 Sintomas da

dengue (clássica e
hemorrágica)
Autor: Dr. Pedro Pinheiro
Atualizado em: 06/08/2021

Tempo estimado de leitura: 6 minutos.

Índice
1. Por que a dengue é perigosa?

2. Sinais e sintomas da dengue


clássica
Autor: Dr. Pedro Pinheiro
3. Sinais e sintomas da dengue
hemorrágica:
Atualizado em: 06/08/2021
4. Quadro clínico

4.1. Dengue sem sintomas

4.2. Dengue clássica

4.3. Rash da dengue

21 Sintomas da
4.4. Manifestações hemorrágicas do
dengue clássico
dengue
5. Quadro clínico(clássica
da dengue e
hemorrágica)
hemorrágica
5.1. Síndrome do extravasamento
plasmático
6. Alterações laboratoriais

7. Referências

Por que a dengue é perigosa?


A dengue é uma doença que não
possui uma taxa de mortalidade muito
elevada, com aproximadamente 40
óbitos para cada 100.000 casos
registrados (0,04%).

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Os óbitos pela doença ocorrem quase


que exclusivamente nos casos mais
graves, também chamados de dengue
hemorrágica, forma que cursa com
complicações, tais como choque
circulatório, hemorragia digestiva e
comprometimento de órgãos vitais,
como fígado, coração e sistema
nervoso central.

Ao contrário do que ocorre na dengue


simples, que tem baixa taxa de
mortalidade, na forma hemorrágica, o
número de óbitos é superior a 10%
dos casos.

A identificação precoce de casos


potencialmente graves é essencial
para que o tratamento seja iniciado o
mais rapidamente possível, o que é
capaz de reduzir a taxa de
mortalidade da dengue grave para
menos de 1%.

Neste artigo nós vamos focar apenas


nos sintomas da dengue e nos seus
achados laboratoriais, dando ênfase
às diferenças entre os casos simples
e os casos graves de dengue (dengue
clássico versus dengue hemorrágico).

Se você quiser saber mais detalhes


sobre esse assunto, incluindo
diagnóstico, tratamento, transmissão
e questões sobre mosquito Aedes
aegypti, acesse os seguintes artigos:

DENGUE –
Sintomas,Complicações e
tratamento
RECONHEÇA O MOSQUITO DA
DENGUE

Sinais e sintomas da dengue


clássica
Febra alta.
Dor cabeça.
Dor retro-orbital (dor trás dos
olhos).
Dor muscular.
Dor nas articulações e ossos.
Perda do apetite.
Fraqueza e cansaço.
Náuseas e vômitos.
Rash de pele (manchas
vermelhas).

Sinais e sintomas da
dengue hemorrágica:
Dor abdominal fortes e
persistente.
Vômitos persistentes.
Pele úmida, pálida, fria – sinais
clínicos de má perfusão dos
tecidos.
Sangramento pelo nariz, boca
ou gengivas.
Pontos vermelhos na pele.
Sonolência.
Agitação psicomotora e
confusão mental.
Sede excessiva – sinais de
desidratação.
Frequência cardíaca elevada.
Hipotensão arterial.
Dificuldade respiratória.
Coma.

Quadro clínico
O quadro clínico da dengue pode
variar desde casos praticamente
assintomáticos até situações
catastróficas, com hemorragias e
falência de múltiplos órgãos. A
dengue hemorrágica pode ocorrer
com qualquer um dos 4 sorotipos
existentes do vírus (DEN-1, DEN-2,
DEN-3 e DEN-4).

Na verdade, ela habitualmente surge


quando um paciente previamente
infectado por algum sorotipo contrai
novamente a doença, desta vez com
um novo sorotipo. Acredita-se que a
formas graves da dengue ocorram por
uma resposta exacerbada do nosso
sistema imunológico a esta segunda
infecção.

Portanto, pacientes que já tiveram


dengue em algum momento de suas
vidas e apresentam a sua segunda
infecção são aqueles que devem ser
observados com maior cuidado.

Dengue sem sintomas

Cerca de 15% das pessoas infectadas


pelo vírus da dengue não
desenvolvem sintomas, ou o fazem de
forma tão branda que nem sequer
suspeitam que têm a doença. A forma
assintomática da dengue é mais
comum em adolescentes e crianças
em idade escolar. Um estudo
realizado em mais de 2000 escolas na
Tailândia em 2002 demonstrou que
cerca de 53% das crianças que se
contaminam com o vírus da dengue
não desenvolvem doença febril de
forma relevante.

Ainda não está claro que se esse


grupo que desenvolve a primeira
infecção de forma assintomática
apresenta menos riscos de evoluir
para formas graves, caso venha a se
contaminar futuramente com um novo
sorotipo do vírus. O fato é que o
quadro de dengue hemorrágica
também é mais comum nos pacientes
mais jovens, o que nos mostra que
este grupo é o mais propenso a
desenvolver as formas mais brandas e
mais graves da doença.

Nos pacientes que desenvolvem


sintomas clínicos, a infecção costuma
ter duas formas de apresentação:
dengue clássica e dengue grave
(também chamada de dengue
hemorrágica).

Dengue clássica

A chamada dengue clássica ou sem


gravidade é a forma de apresentação
mais comum desta virose.

O período de incubação da dengue, ou


seja, o tempo de intervalo entre a
picada do mosquito Aedes aegypti
infectado pelo vírus e o aparecimento
dos primeiros sintomas, pode variar
de 3 a 15 dias. Na maioria dos casos,
porém, os primeiros sinais surgem
entre 4 a 7 dias após a picada.

A primeira manifestação da dengue


costuma ser um febre alta, ao redor
de 39ºC-40ºC, que surge de forma
súbita. Dor cabeça, dor retro-orbital
(dor trás dos olhos), dor muscular, dor
nas articulações, perda do apetite,
fraqueza, cansaço, manchas
vermelhas na pele, náuseas e vômitos
são sintomas que costumam vir logo
a seguir. A dor pelo corpo costuma
ser tão forte que a dengue também é
conhecida como a “febre quebra-
ossos”.

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O paciente com dengue não terá


necessariamente todos os sintomas
listados acima, mas boa parte deles
costuma estar presente. A febre alta
associada à mal-estar, dor de cabeça
e dores pelo corpo é forma de
apresentação mais comum, ocorrendo
em cerca de 80% dos casos.

A dengue também pode provocar


sintomas comuns a outras viroses
respiratórias, incluindo dor de
garganta, tosse ou nariz entupido. Um
terço dos pacientes podem ter um
quadro clínico muito parecido com
uma gripe mais forte, o que pode
dificultar o diagnóstico. Diarreia não é
muito comum, mas pode também
ocorrer. Fezes pastosas, por outra
lado, são frequentes e acometem
quase metade dos pacientes.

A febre alta dura de 3 a 7 dias, e no


momento que ela começa a baixar, os
outros sintomas também costumam
desaparecer. Um quadro de cansaço,
porém, pode ainda persistir por
algumas semanas após a resolução
dos sintomas. Alguns pacientes
apresentam um padrão bimodal da
febre, ou seja, depois que a febre
desaparece, ela volta subitamente por
mais 2 dias, para só então
desaparecer de vez.

Rash da dengue

O rash é um sinal que ocorre em mais


da metade dos pacientes, geralmente
após o 3º dia de febre. As manchas
na pele são tipicamente
avermelhadas, planas e distribuídas
por tronco e membros. As manchas
podem se coalescer, formando
imagens parecidas com mapas
geográficos, como pode ser visto na
foto ao lado.

Manchas na pele da dengue

Uma das características desse rash é


que ele evanesce momentaneamente
quando pressionamos a pele com os
dedos. As manchas da dengue não
costumam causar coceira, mas alguns
pacientes referem algum grau de
comichão.

O rash dura por volta de 3 dias e


desaparece sem descamar ou deixar
manchas na pele.

Manifestações hemorrágicas do
dengue clássico

Alguns autores têm preferido a


distinção entre dengue grave x não
grave, em vez de dengue clássica x
hemorrágica. Essa preferência faz
sentido porque nem toda dengue que
apresenta eventos hemorrágicos é
necessariamente dengue
hemorrágica. Sangramentos nasais,
da gengiva, na pele e até nas fezes
podem ocorrer no chamado dengue
clássico.

Conforme veremos a seguir, o que


caracteriza a dengue hemorrágica
(forma grave) não é necessariamente
a presença de hemorragia. Nem todos
os pacientes com sangramento têm a
forma mais grave da infecção.

Quadro clínico da dengue


hemorrágica
A dengue grave (forma hemorrágica) é
uma evolução desfavorável de um
quadro de dengue clássica.

Inicialmente, o quadro clínico é


exatamente igual, não sendo possível
distinguir quem evoluirá de forma
favorável ou desfavorável.

As complicações da dengue
hemorrágica costumam surgir entre o
3º e 7º dia de doença, geralmente na
mesmo momento que a febre costuma
melhorar. Na forma clássica, o
desaparecimento da febre indica que
a doença está acabando. Já na forma
hemorrágica, o final da febre costuma
marcar o início das complicações.

É por esse motivo que evolução da


dengue pode ser dividida em fase
febril (comum às formas graves e não
graves), fase crítica (momento em que
as complicações da dengue surgem) e
fase de recuperação, que é quando a
doença cura-se.

Como já referido, apesar do nome


dengue hemorrágica, o que define a
existência de gravidade não é a
presença de eventos hemorrágicos,
mas sim a ocorrência do que
chamamos de síndrome do
extravasamento plasmático.

Síndrome do extravasamento
plasmático

Acredita-se que a dengue hemorrágica


ocorra não por atuação direta do vírus
da dengue, mas sim por uma resposta
exacerbada do nosso sistema
imunológico, que acaba por criar uma
resposta inflamatória por todo o
organismo de forma mais intensa do
que a necessária para combater o
vírus invasor.

Uma das consequências mais graves


é a disfunção endotelial, que é uma
alteração das células que revestem os
vasos sanguíneos, fazendo com que
os mesmos fiquem mais permeáveis à
água. O aumento de permeabilidade,
que o ocorre principalmente nos
capilares (vasos de pequeníssimo
calibre), faz com que haja
extravasamento de plasma do sangue
para os tecidos ao seu redor (o
plasma é a parte do sangue que não
contém células. Ele é basicamente
água, proteínas e sais minerais).

Quando o extravasamento plasmático


é relevante, uma grande quantidade
de água sai dos vasos sanguíneos e
se deposita nos órgãos e tecidos.

Esse fato gera duas consequências


graves: a primeira é uma grande
redução do volume efetivo de sangue
circulante, que pode levar o paciente
ao que chamamos de choque
circulatório. A segunda consequência
é a mobilização de grandes volumes
de água para o pulmão, ocupando o
espaço que deveria ser reservado para
a absorção de oxigênio. O resultado
final é a falência respiratória, tal como
se o paciente estivesse se afogando.

Outro local onde a água costuma


acumular-se é a cavidade abdominal,
provocando um quadro chamado de
ascite.

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