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DENGUE: MITOS E VERDADES

Fora a pandemia causada pelo novo coronavírus, a Saúde no Brasil é


desafiada pelos casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti , como:
dengue, chikungunya e zika. A semelhança dos sintomas com os da covid-19 é um
alerta para nos mantermos informados.

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de abril


deste ano, o Brasil já registra mais de 600 mil casos prováveis de dengue em 2020,
tendo 221 mortes pela doença. O infectologista, Mateus Westin, ressalta que a
principal diferença, entre covid-19 e dengue, são os sintomas respiratórios.

Além de possuírem alguns sintomas em comum, a dengue, a chikungunya e a


zika são cercadas de mitos e crenças populares não eficazes no tratamento da
infecção. Portanto, estar bem informado é fundamental para combater essas
arboviroses, principalmente neste período de pandemia.

DENGUE, CHIKUNGUNYA OU ZIKA?

Os sintomas iniciais da dengue são: febre alta (acima de 39°C), de início


abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza e
dor atrás dos olhos. A dengue clássica - mais leve - , tem duração de cinco a sete
dias. Já a dengue grave, pode levar a morte se não for tratada rapidamente.
Geralmente se manifesta em pessoas que já tiveram a doença. Após os sintomas
iniciais, a febre pode diminuir no terceiro ou quarto dia enquanto a doença evolui
com prostração, queda da pressão arterial, desidratação e possíveis hemorragias.

A febre chikungunya foi diagnosticada no Brasil pela primeira vez em 2014.


Seus sintomas iniciais são muito parecidos com os da dengue: febre alta abrupta e
mal-estar. As dores intensas nas articulações, nos pés, mãos, dedos, pulsos e
tornozelos, é o que a diferencia. O infectologista Hélio Bacha diz que “a forma mais
grave da chikungunya pode gerar dores crônicas nas articulações e os cuidados
poderão ser permanentes".

O zika vírus passa despercebido e não desenvolve sintomas. Seus sinais são
considerados leves e quando aparecem - febre, dor de cabeça, vermelhidão nos
olhos, dores nas articulações e manchas no corpo - são, na maioria das vezes,
curados espontaneamente após dez dias. Todavia, o zika vírus - em sua forma mais
grave - apresenta risco de complicações neurológicas como: encefalites, síndrome
de Guillain Barré e a microcefalia (que pode ocorrer em bebês de mulheres
infectadas durante a gravidez).
MITOS

● Entre as três doenças, a dengue é a menos preocupante


● Receitas caseiras, como chás ou suco de inhame cru, podem ajudar no
tratamento da dengue
● Consumir alimentos como alecrim, orégano e alho com o diagnóstico de
dengue pode causar hemorragia.
● Borra de café elimina o mosquito
● O Aedes aegypti sobe em edifícios mais altos
● É possível diferenciar a picada do Aedes aegypti e de um mosquito comum.
● Animais de estimação correm risco de contrair a dengue.
● Qualquer picada do mosquito transmite o vírus
● Quem já teve dengue está imune à doença para sempre
● O mosquito da dengue só se reproduz em água limpa.

VERDADES

● O Aedes aegypti só ataca durante o dia.


● Ao identificar os sintomas iniciais de dengue é necessário procurar
atendimento médico.
● Combate ao mosquito é a única forma de evitar as doenças.
● Água sanitária pode matar larvas do mosquito e ajudar no combate à
dengue.
● Hidratação ajuda no tratamento da dengue.
● O período de incubação da dengue varia entre 2 e 10 dias.
● O Aedes aegypti se reproduz mais rápido no verão.
● A dengue mata.
● Bromélias podem ser criadouros.
● Dengue comum pode virar hemorrágica

USO DA DIPIRONA EM CASOS DE DENGUE

O tratamento com Dipirona em casos de doenças transmitidas pelo Aedes


aegypti é, na maioria das vezes, apenas para aliviar os sintomas, pois a cura
acontece espontaneamente.

É preciso evitar analgésicos que contenham ácido acetilsalicílico, pois, como a


dengue diminui a quantidade de plaquetas no sangue (células responsáveis
pela coagulação), esse medicamento, que afina o sangue, torna o paciente
mais suscetível a hemorragias. O paracetamol também deve ser evitado.
Combinado com a dengue, ataca o fígado e pode causar infecções no órgão.
Lembre-se! Antes de tomar qualquer medicamento é indispensável consultar
um(a) médico(a) infectologista para receitar a dosagem e o período exato para tomar
Dipirona.

Informações captadas de publicações assinadas pelos médicos:


Dr. Hélio Arthur Bacha - CRM: 25973 - SP
Médico Infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Dr. Unai Tupinambas - CRM: 19208 - MG
Médico Infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da
UFMG
Dr. Paulo Olzon - CRM 19035-SP
Médico Infectologista, chefe da disciplina de clínica médica da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp)
Dr. Mateus Westin - CRM 39594 MG
Infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG

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