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IESC – LEISHMANIOSE

ANOTAÇÕES A linfoadenomegalia pode ocorrer antes,


O caso é autóctone ou importado? durante ou após o aparecimento da lesão.
Caso autóctone: contraído pelo enfermo na zona de A úlcera típica de LC é geralmente indolor e
sua residência. costuma localizar se em áreas expostas da pele; tem
Caso importado: contraído fora da zona onde se fez o formato arredondado ou ovalado; mede de alguns mm
diagnóstico. até alguns cm.
A Leishmaniose é uma doença infecciosa, LC Cutânea - Representa o acometimento
causada por parasitas do gênero Leishmania. primário da pele. A lesão é geralmente do tipo úlcera.
Dois tipos: tegumentar americana (LTA ou LC) LC Disseminada – incomum. Caracterizada pelo
e visceral (LV). aparecimento de múltiplas lesões papulares.
TRANSMISSÃO LC Recidiva Cútis - ativação da lesão nas
bordas, após cicatrização da lesão, mantendo se o
fundo com aspecto cicatricial.
LC Difusa – Inicia de maneira insidiosa, com
lesão única e má resposta ao tratamento evolui de
forma lenta com formação de placas e múltiplas
nodulações não ulceradas recobrindo grandes
extensões cutâneas.
Leishmaniose visceral:
Conhecida como “barriga dágua”, calazar.
Fase aguda/período inicial: caracteriza o início
da sintomatologia que na maioria dos casos inclui febre
com duração inferior a quatro semanas, palidez
cutâneo mucosa e hepatoesplenomegalia. O estado
geral do paciente está preservado, o baço geralmente
não ultrapassa a 5 cm do rebordo costal esquerdo.

Período de estado: febre irregular, geralmente


associada a emagrecimento progressivo, palidez
cutâneo mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia.
Período Final: sem diagnóstico e tratamento,
evolui progressivamente para o período final, com
febre contínua e comprometimento mais intenso do
estado geral. Instala se a desnutrição (cabelos
quebradiços, cílios alongados e pele seca), edema dos
membros inferiores que pode evoluir para anasarca.
Nestes pacientes, o óbito geralmente é determinado
por infecções bacterianas e/ou sangramentos.
DIAGNÓSTICO
LC: o período de incubação varia entre 2 Com base na característica da lesão que o
semanas e 2 meses. paciente apresenta, associado a anamnese, na qual os
LV: Período de Incubação: O período de dados epidemiológicos são de grande importância.
incubação é bastante variável tanto para o homem Deve ser feito o diagnóstico diferencial de
(entre 2 a 6 meses) como para o cão (de 3 a 7 meses). outras dermatoses granulomatosas que apresentam
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS lesões semelhantes à LTA e que podem ser
Leishmaniose Cutânea: confundidas, como tuberculose cutânea, hanseníase,
Mácula (1-2 dias)  pápula que aumenta infecções por fungos blastomicose e esporotricose
progressivamente  úlcera. úlcera tropical e neoplasmas.
Laboratorial: exame em esfregaços corados, LMucosa: indivíduo com presença de lesão de
exame histopatológico, cultura, inóculo em animais. mucosa de vias aéreas superiores, principalmente
Outros métodos diagnósticos são: Pesquisa do nasal, em paciente residente ou exposto à área de
DNA do parasito; Teste de Montenegro; Reação de transmissão.
Imunofluorescência Indireta. A LT é uma doença de notificação compulsória,
TRATAMENTO em que todo caso confirmado deve ser notificado e
Atualmente utiliza se um antimonial, investigado pelos serviços de saúde, por meio da ficha
pentavalente, Glucantimeo (antirnoniato de N de investigação.
metilglucamina). Classificação epidemiológica de caso
O MS preconiza o uso de 20 mgSb5 +/kg autóctone ou importado.
peso/dia, durante 20 dias, para a leishmaniose cutânea Uma vez detectado um caso importado, após
e 30 dias para leishmaniose cutaneomucosa. sua investigação, este deverá ser notificado no Sinan e
Recomenda se a continuação do tratamento ao serviço de saúde estadual ou municipal do local
até completa cicatrização da úlcera. provável de infecção.
A via de administração é geralmente
intramuscular, mas também pode ser feito
endovenoso ou local.
A droga não deve ser utilizada em pacientes
cardíacos e nem em mulheres grávidas, pois o
antimônio pode provocar alterações
eletrocardiográficas e também é abortivo.
As lesões ulceradas podem sofrer
contaminação secundária, razão pela qual devem ser
prescritos cuidados locais como limpeza com água e
sabão e se possível compressas com KMn04
(permanganato de potássio) na diluição de 115 000 ml
de água.

EFEITOS COLATERAIS DOS MEDICAMENTOS


Artralgia, mialgia, inapetência, vômitos, pirose,
prurido, febre, fraqueza, tontura, insônia, hepatite
com aumento de transaminases e FAL, dor abdominal,
insuficiência renal aguda e cefaleia.
CRITÉRIO DE ALTA
São essencialmente clínicos:
O desaparecimento da febre é precoce e
acontece por volta do 5.º dia de medicação, a redução
da hepatoesplenomegalia ocorre logo nas primeiras
semanas.
Ao final do tratamento o baço geralmente
apresenta redução de 40% ou mais, em relação à
medida inicial.
A melhora dos parâmetros
hematológicos(hemoglobina e leucócitos) surgem a
partir da segunda semana .
O ganho ponderal do paciente é visível, com
retorno do apetite e melhora do estado geral.
O seguimento do paciente tratado deve ser
feito aos 3, 6 e 12 meses após o tratamento e na última
avaliação se permanecer estável, o paciente é
considerado curado.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Definição de caso suspeito:
LC: indivíduo com presença de lesões de pele
ulceradas ou não com três semanas ou mais de
evolução em paciente residente ou exposto à área de
transmissão.

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