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ESTÁGIO EM CLÍNICA CIRURGICA

FERIDAS

FASES DA CICATRIZAÇÃO
⮚ FASE INFLAMATÓRIA: células da pele é exposta a sinais de fase aguda, sendo a hemostasia o primeiro estágio
da cicatrização, onde ocorre a interrupção do sangramento após dano vascular. De 48 -96h após a lesão, ocorre
a vasodilatação e a lesão apresenta sinais clínicos de inflamação (dor, calor, edema, rubor).
⮚ FASE PROLIFERATIVA: tem início em torno do 4º dia após a lesão. Mada por três etapas: epitelização,
angiogênese e formação de tecido de granulação. É a fase responsável pelo fechamento da lesão.
⮚ FASE DE MATURAÇÃO: fase de deposição organizada de colágeno e maturação da ferida.

O metabolismo muda de acordo com a idade da pessoa. A cicatrização depende de alguns fatores como idade, estado
nutricional, sistema imunológico, psicológico.

Em feridas secas, deve-se usar pomadas


Em feridas úmidas deve-se usar placas de hidrocoloide ou ocluir com gaze.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS


⮚ Quanto a origem as feridas, podem ser:

✔ Iatrogênicas: resultam de algum procedimento;

✔ Fatores externos: causadas pelo manuseio de substâncias inflamáveis ou pressão contínua;

✔ Traumáticas: resultantes de traumas, acidentes ou violência;

✔ Intencionais ou cirúrgicas: feridas previsíveis e assépticas.

✔ Patológicas: decorrentes de doença.

⮚ Quanto ao mecanismo de lesão as feridas podem ser:


✔ Incisas ou cortantes: provocadas por agentes cortantes como faca, bisturi, etc. suas características são
predomínio do comprimento sobre a profundidade; bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas; Na ferida
incisa, o corte geralmente possui a mesma profundida em toda a extensão. Na cortante a parte mediana é mais
profunda.

✔ Contusas: As feridas contusas são produzidas por objeto rombo e são caracterizadas por traumatismo das
partes moles, hemorragia e edema. São caracterizadas por forma estrelada, borda irregular e escoriadas, fundo
irregular, vertentes irregulares, pouco sangrantes.

✔ Lacerantes: normalmente causadas por compressão ou tração, a pele é esmagada de encontro com o objeto
causador da lesão. Possui bordas irregulares e normalmente pequenas aberturas na pele

✔ Perfurantes: provocadas por instrumentos com ponta e gume. São caracterizadas por pequenas aberturas na
pele, mas internamente pode haver comprometimento de órgãos.

⮚ Quanto ao grau de contaminação as feridas podem ser:

✔ Limpas: são produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como digestório,
respiratório e genito-urinário.
✔ Limpas-contaminadas: também chamadas de potencialmente contaminadas. Há contaminação grosseira, como
nas ocasionadas por facas ou em situações cirúrgicas que houve abertura de sistema contaminados.
✔ Contaminadas: há reação inflamatória, são as que tiveram contato com fezes, terra. Também são consideradas
contaminadas as que já se passou 6 horas após o ato que resultou a ferida
✔ Infectadas: apresentam sinais nítidos de infecção.

TIPOS DE NECROSE EM FERIDAS


Necrose representa a lesão celular irreversível e eventual morte celular devido a processos patológicos. Ocorre por
estímulos nocivos vindo de fora de célula e quase sempre está associado a respostas inflamatórias agudas ou crônicas,
além de processos degenerativos. Pode ser diferenciada em vários tipos, e cada um está associado a determinado tipo
de agente lesivo e determinadas características teciduais após a necrose.
⮚ NECROSE COAGULATIVA: os tecidos apresentam uma textura firme, pois durante o processo de necrose, ocorre
a calcificação de resíduos de gordura, esta calcificação forma sais de cálcio, fazendo com que a célula morta se
calcifique. Uma causa frequente a necrose coagulativa é a isquemia, a redução parcial ou total do fluxo
sanguíneo para um órgão ou região do corpo comprometendo as funções metabólicas celulares, pela hipoxemia
ou anorexia, falta de nutrientes e a não eliminação das excretas.

⮚ NECROSE LIQUEFATIVA: é praticamente a junção de outros dois tipos de necrose, em geral ocorre em membros
como os inferiores. Ocorre a necrose coagulativa por falta de suprimento de oxigênio levando as células a
sofrerem hipoxia e junto com a necroso coagulativa, ocorre a necrose liquefativa devido a infecção por
microrganismos oportunistas, fazendo com que mais leucócitos sejam recrutados ao local da lesão. A zona
necrosada adquire consistência mole, pastosa ou mesmo liquefeita (esfacelo).
Esfacelo é um tecido necrótico que se apresenta como uma massa branca, cinza ou amarelada, que cobre a
ferida e impede a cicatrização.

BIOFILME: são agregados bacterianos incorporados em uma barreira fina de açucares e proteínas. Esta barreira protege
os microrganismos do sistema imunológico. O biofilme é a causa mais importante de cicatrização tardia e persistente
em feridas. Deve-se suspeitar de biofilme em feridas cicatrizáveis, que não cicatrizam, quando todas as medidas
apropriadas foram tomadas.

O tratamento mais adequado para biofilme é o uso de PHMB (polihexametileno biguanida)


⮚ ÚLCERAS ARTERIAIS: são chamadas de isquêmicas e são causadas pela obstrução das artérias: o sangue não
chega de forma adequadas aos tecidos, deixando de nutrir e oxigenar as células. Resultando em morte celular e
consequentemente lesões. São associadas a aterosclerose, pois diminuem ou interrompem o fluxo sanguíneo.
São feridas crônicas, de difícil cicatrização, dolorosas e em casos mais graves pode ocorrer a amputação do
membro afetado.

Ao exame clínico encontramos:


✔ Mais frequentes em regiões abaixo do maléolo e nas extremidades dos pododáctilos;

✔ Ferida com borda regular;

✔ Dor noturna;

✔ Perda de pelos nas extremidades;

✔ Pele brilhante;

✔ Pulso periférico fraco ou ausente;

✔ Tempo de enchimento capilar prolongado;

✔ Pele fria

Fatores de risco para úlceras arteriais são: tabagismo, diabetes descontrolada e dislipdemias.
O tratamento normalmente é cirúrgico e a compressão e CONTRAINDICADA.

⮚ ÚLCERA VENOSA: são causadas pela má circulação sanguínea, consequência, nas maiorias das vezes de fatores
genéticos. A úlcera venosa consiste na dificuldade do retorno do fluxo sanguíneo dos membros inferiores para o
coração. Causando estagnação do sangue nas pernas, causando varizes e edema, prejudicando a oxigenação
tecidual.

Ao exame clínico encontramos:


✔ Lesões acima do maléolo;

✔ Bordas irregulares;

✔ Dor na parte da tarde;

✔ Exsudativas

✔ Edema;

✔ Hiperpigmentação (dermatite ocre);


o Fatores de risco: mulheres, pacientes sedentários, pessoas que ficam muito tempo e pé.
o O tratamento tem como base repouso com pernas elevadas e bandagem compressiva (bota de ulna.

ATENÇÃO!
Os tratamentos para as úlceras venosa e arterial são bastante distintos. A úlcera arterial não pode ter compressão local;
já para a úlcera venosa, a compressão local é indicada.

TIPOS DE EXSUDATO
Exsudação é uma parte natural da cicatrização. O exsudato possui o papel de fornecer nutrientes para ativar o
metabolismo celular e regular a umidade da região lesionada. O exsudato pode ser classificado como:
⮚ Seroso: coloração clara, originado a partir do soro do sangue e secreções celulares. Geralmente surge nas fases
de desenvolvimento de reações inflamatórias agudas e nos estágios precoces de infecção bacteriana.
⮚ Sanguinolento: coloração vermelho vivo e indica ruptura de vasos.
⮚ Serosanguinolento: vermelho claro ou rosado.

⮚ Purulento: coloração amarelada, esverdeada, marrom e pode apresentar odor fétido. Geralmente indica
infeção.

ITB – ÍNDICE TORNOZELO – BRAQUIAL


Exame complementar não invasivo que auxilia no diagnóstico da doença arterial obstrutiva dos membros inferiores.
Este índice é calculado pela razão da pressão sistólica braquial direita ou esquerda (o maior valor) com a pressão
sistólica das artérias maleolares tibial anterior ou posterior (o maior valor). Possui baixo custo é necessita apenas de um
esfigmomanômetro e sonar doppler. Serve também como indicador de doença aterosclerótica em outras partes do
corpo e como marcador prognostico para eventos cardiovasculares.

Fórmula: ITB D: maior PAS do MI


Maior PAS braquial
Valores entre 0,9 e 1,3 estão dentro da faixa de normalidade

Protocolo de medição do ITB


✔ O paciente deve permanecer em repouso por 5 a 10 minutos em decúbito dorsal horizontal.
✔ Não deve ter fumado por pelo menos 2 horas antes.
✔ O manguito do esfigmomanômetro deve ter largura de pelo menos 40% da circunferência do membro.
✔ Deve-se proceder a aferição da PAS nas duas artérias braquiais normalmente.
✔ O manguito deve ser colocado na perna com sua borda distal 2 cm acima do maléolo medial.
✔ Deve ser aferida a PAS nas artérias pediosa (no dorso do pé) e tibial posterior (posterior ao maléolo medial)
✔ O método de aferição do fluxo (sonar Doppler, estetoscópio ou esfigmomanômetro eletrônico) deve ser o
mesmo para os quatro membros.
Colocamos abaixo um vídeo exemplificando o processo:

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
Existem três formas pelas qual uma ferida cicatriza, que vai depender da quantidade de tecido lesionado ou danificado e
da presença ou não de infecção.
⮚ Primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são apostas ou aproximadas, havendo
perda mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo. A formação de tecido de granulação não é visível.
⮚ Segunda intenção: ocorre perda excessiva de tecido com presença ou não de infecção. A aproximação das
bordas não é possível. As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização.
⮚ Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre
principalmente quando há presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser
suturada posteriormente.

TIPOS DE CURATIVOS
⮚ Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluidos, atua como barreira mecânica, impedindo a perda de
fluidos. Também promove isolamento térmico e veda a ferida, para impedir formação de crosta.
⮚ Curativo compressivo: permite a redução do fluxo sanguíneo.

⮚ Curativo aberto: realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos.

⮚ Curativo semi-oclusivo: curativo absorvente, é realizado em feridas cirúrgicas, drenos e feridas exsudativas.
⮚ Curativo úmido: usado para irrigar a lesão com determinada solução tópica;
Os curativos dividem-se em:
✔ Primários: quando usado em contato direto com o tecido lesada.

✔ Secundários: colocado sobre o curativo primário.

DEISCÊNCIA DA SUTURA CIRÚRGICA


Complicação grave na qual as bordas da ferida, que estão unidas por uma sutura acabam abrindo e se afastando o que
aumenta o risco de infecção e dificulta a cicatrização.

PERIODO PERIOPERATÓRIO
⮚ Pré-operatório: inicia quando se identifica a necessidade de uma intervenção cirúrgica e termina com a
transferência do paciente para a mesa cirúrgica. Divide-se em:
✔ Pré-operatório mediato: vai do momento da decisão cirúrgica até 24 h antes da cirurgia.

✔ Pré-operatório imediato: 24h antes da cirurgia até a admissão no cc.

⮚ Transoperatório: inicia-se no momento que o paciente é admitido no cc e termina quando é admitido na SRPA.

⮚ Pós-operatório: tem início com a admissão na SRPA e termina após avaliação na unidade de internação ou no
consultório médico. Pode ser dividido em:
✔ Pós-operatório imediato: vai da admissão na SRPA até as primeiras 24h após a cirurgia.

✔ Pos operatória mediato: vai de 24 a 48h após a cirurgia.

✔ Pos operatório tardio: a partir das 48 h da cirurgia e persiste enquanto o paciente necessitar de
cuidados.

TIPOS DE CIRURGIA
⮚ Quanto a finalidade:

✔ Cirurgia diagnóstica: realizada com objetivo de se levantar um diagnostico (biopsia e laparotomia


exploradora);
✔ Cirurgia curativa: realizada com objetivo de cura (excisão de tumor ou apêndice inflamado);

✔ Cirurgia reparadora: realizada com objetivo de reparar (reparação de múltiplas feridas);

✔ Cirurgia reconstrutora ou cosmética: realizada com objetivo estético ou corretivo (mamoplastia,


bleforoplastia);
✔ Cirurgia paliativa: realizada com objetivo de alívio da dor ou corrigir um problema, compensar algum
distúrbio e melhorar a qualidade de vida do paciente (colostomia, gastrostomia).

CME- CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO


É uma unidade especializada dentro das instituições de saúde responsável pelo processamento de materiais,
desempenhando uma função crítica na prevenção de infecções relacionadas a assistência à saúde. É importante que
seja uma área autônoma e independente do Centro Cirúrgico, é o setor responsável pela conservação, mas que tenha
uma localização próxima dos ambientes que mais necessitam.
A CME funciona 24h por dia, e depende de profissionais qualificados para uma condução eficiente das suas etapas.
Também deve ser equipada adequadamente para evitar o surgimento de infecções hospitalares. Os procedimentos
realizados são: limpeza, desinfecção, esterilização, preparo, armazenamento e distribuição de itens, como roupas
cirúrgicas e instrumentais.
A Anvisa é quem estabelece as diretrizes para o funcionamento adequado. As normas abrangem todas as ações
relacionadas ao setor. Existem algumas etapas que precisam ser realizadas para que os instrumentos e equipamentos
sejam adequadamente limpos, desinfetados e esterilizados para evitar a propagação de infecções:
⮚ Recepção e limpeza: primeira etapa do processo, em que os instrumentos e equipamentos sujos, são recebidos.
Os itens são inicialmente inspecionados para determinar o grau e o tipo de contaminação. Deve existir um fluxo
unidirecional, ou seja, os materiais devem se mover de uma área suja para uma área limpa para evitar
recontaminação de materiais limpos. Após a recepção ocorre a limpeza, com objetivo de remover a sujeira e os
detritos biológicos dos materiais. A limpeza pode ser manual ou mecânica. Na limpeza manual, escovas podem
ser utilizadas para limpar os locais de difícil acesso. Na limpeza mecânica são utilizadas lavadoras ultrassonicas
ou termodesinfectadoras.
⮚ Desinfecção: etapa que se destina a reduzir a quantidade de microrganismos presentes nos materiais, mas não
necessariamente elimina todas as formas de vida microbiana. Utiliza desinfetantes químicos ou físicos para
destruir a maioria dos microrganismos patogênicos. É importante ressaltar que a desinfecção deve ser seguida
por enxague adequado para remover os resíduos químicos que podem interferir com a etapa de esterilização.
⮚ Preparação e acondicionamento: após a limpeza e desinfecção, os materiais são preparados para esterilização.
Essa fase engloba uma série de atividades que preparam os itens para o processo de esterilização e para o
posterior armazenamento.
✔ Inspeção e preparação: após limpeza e desinfecção, os materiais devem ser cuidadosamente
inspecionados para verificar se ainda há sujeira ou detritos presentes. Devem ser verificados quanto a
integridade e funcionalidade. Instrumentos danificados devem ser substituídos e enviados para reparo.
✔ Acondicionamento: é o processo de embalar os instrumentos em materiais apropriados antes da
esterilização. O objetivo do acondicionamento é proteger os itens de contaminação após a esterilização
durante o armazenamento e manuseio as embalagens devem ser resistentes a penetração de
microrganismos e permitir a penetração do agente esterilizante. As embalagens incluem papel grau
cirúrgico, tecido de algodão, bolsas e envelopes de esterilização, containers rígidos. Cada pacote deve
conter um indicador químico interno e um externo que mostrara se as condições de esterilização foram
atingidas.
✔ Selagem: após a embalagem, os pacotes devem ser selados para evitar a entrada de microrganismos. A
selagem pode ser realizada com fita adesiva para embalagem de papel ou tecido, ou com seladoras de
calor.
✔ Rotulagem: cada pacote deve ser rotulado com informações como o conteúdo do pacote, a data de
esterilização e o operador responsável. Esse passo é importante para a rastreabilidade dos pacotes e
para garantir que os pacotes sejam usados dentro do prazo de validade da esterilização.
⮚ Esterilização: etapa mais crítica do processamento. Os materiais são expostos a agentes esterilizantes que
destroem todos os microrganismos. Existem vários tipos de esterilização, cada um com suas vantagens e
desvantagens. O principal método é a esterilização a vapor, por ser eficiente e de baixo custo. O vapor sob
pressão penetra em materiais e destrói microrganismos rapidamente. Nem todos os materiais podem ser
esterilizados no vapor, nesse caso esterilização como oxido de etileno ou peroxido de hidrogênio podem ser
utilizados. O monitoramento regular e a manutenção adequadas das autoclaves são essenciais para garantir a
eficácia da esterilização a vapor. Isso inclui a realização de testes biológicos e químicos regularmente, bem como
a verificação da temperatura e tempo durante cada ciclo de esterilização, dependendo do material que está
sendo esterilizado.
⮚ Armazenamento: após a esterilização, os materiais são armazenados em uma área limpa e seca, mantendo-se
na embalagem de esterilização até o momento do uso, para garantir que permaneçam estéreis. Alguns pontos
devem ser considerados:
✔ Condições de armazenamento: o local de armazenamento deve ser limpo, seco, bem ventilado, e
protegido de luz direta do sol. As condições de temperatura e umidade devem ser controladas para
evitar a proliferação de microrganismos.
✔ Organização: os itens devem ser organizados de maneira lógica e sistemática para facilitar a
recuperação quando necessário. A organização pode ser feita com base no material, frequência de uso,
tamanho.
✔ Rotação de estoque: é recomendado usar o sistema de rotação de estoque Itens esterilizados primeiro,
devem sair primeiro para garantir que nenhum item fique armazenado por muito tempo.
✔ Manuseio: o manuseio deve ser feito com cuidado para evitar danos as embalagens.

✔ Verificação da integridade: antes de serem usados os pacotes devem ser inspecionados para garantir
que as embalagens não estejam danificadas e que os indicadores mostrem que a esterilização foi
eficiente.
✔ Validade da esterilização: as datas de validade devem ser respeitadas. Após o vencimento, os materiais
devem retornar e um novo processo deve ser realizado.
⮚ Distribuição: os materiais esterilizados são distribuídos para as várias unidades e salas cirúrgicas dentro do
hospital conforme necessário. Envolve a entrega segura e eficiente de instrumentos e suprimentos esterilizados
as áreas usuárias. Engloba algumas etapas:
✔ Sistema de distribuição:
Ativa: os materiais são levados as unidades solicitantes pela equipe da CME.
Passiva: as unidades requisitantes vêm buscar os materiais na CME.
Sistema misto: combina os dois métodos.
✔ Programação: a distribuição dos materiais deve ser programada de acordo com as necessidades das
áreas usuárias. Isso pode ser feito com base em uma programação regular ou conforme a necessidade.
✔ Transporte: os materiais esterilizados devem ser transportados de maneira que proteja sua integridade
e esterilidade. Isso pode envolver carrinhos fechados ou embalagens protetoras.
✔ Entrega: ao entregar os materiais, deve-se verificar se os itens corretos estão sendo entregues ao local
certo. Deve-se confirmar a recepção e garantir que sejam armazenados corretamente.
✔ Registro: a CME deve manter registro precisos da distribuição de materiais. Isso pode incluir
informações como tipo e quantidade de itens distribuídos, data e hora da distribuição e local de
entrega.
✔ Segurança: durante todo o processo de distribuição, a segurança do pessoal e a manutenção da
esterilidade dos materiais devem ser priorizadas.
⮚ Controle de qualidade: durante todo o processo, devem ser realizados controles de qualidade para garantir que
todas as etapas sejam executadas corretamente e que os materiais estejam efetivamente estéreis. Isso inclui a
verificação do funcionamento das máquinas, testes de indicadores biológicos e químicos para confirmar a
eficácia da esterilização, e a monitorização das condições de armazenamento. Esse processo envolve alguns
processos:
✔ Monitoramento dos processos de limpeza e desinfecção: envolve a verificação visual dos itens para
garantir que estão limpos, assim como a utilização de indicadores químicos ou testes de biocarga para
confirmar a eficácia de desinfecção.
✔ Controle de qualidade na esterilização: inclui o uso de indicadores químicos e biológicos para garantir
as condições adequadas de esterilização foram alcançadas. Deve confirmar a integridade das
embalagens.
✔ Monitoramento de equipamentos: envolve a manutenção regular e inspeção de todos os
equipamentos utilizados na CME, incluindo lavadoras, autoclaves e esterilizadores. Os registros de
manutenção devem ser mantidos.
✔ Treinamento e educação de funcionários: os profissionais devem ser treinados e educados sobre os
procedimentos corretos de limpeza, desinfecção e esterilização.
✔ Auditoria e inspeção: devem ser realizados regularmente para verificação de conformidade com as
diretrizes e regulamentos de controle de infecção.
✔ Documentação e registro: todas as atividades de controle de qualidade devem ser documentadas e
registradas para permitir a rastreabilidade e a revisão dos processos.

PAPEL DO ENFERMEIRO NA CME


O enfermeiro é responsável por garantir o preparo correto dos materiais necessários. É preciso que ele tenha
habilidades técnicas para desenvolver todas as tarefas. Também é necessário possuir habilidades administrativas e de
gestão humana. E necessário possuir conhecimentos teórico sobre os tipos de processamento de produtos, quais são as
substâncias mais indicadas para cada tarefa e como avaliar a efetividade das ações.

CENTRO CIRÚRGICO
Centro cirúrgico é um ambiente especializado dentro de um hospital onde são realizadas cirurgias e outros
procedimentos invasivos. Trata-se de um espaço complexo e tecnicamente equipado, projetado para garantir a eficácia
e segurança de procedimentos cirúrgicos, bem como para prevenir a ocorrência de infecções. Este ambiente é dividido
em zonas:
⮚ Zona de proteção: é a área do centro cirúrgico que está em contato direto com o restante do hospital, dessa
forma, estando mais propensa a contaminação. É nela que se dá toda a entrada e saída de pessoas e materiais
do centro cirúrgico. É composta de:
✔ Vestiário;

✔ Área de transferência (local de entrada e saída dos pacientes, onde ocorre a troca da maca da
enfermaria pela maca do centro cirúrgico);
✔ Expurgo (área de recebimento, limpeza, desinfecção e guarda de materiais e objetos utilizados no
centro cirúrgico, de onde seguirão para serem esterilizados e acondicionados para uso.
⮚ Zona limpa: é composta pelos setores de apoio e suporte no centro cirúrgico. São elas:

✔ Secretaria: responsável pela parte administrativa;

✔ Conforto médico: local de descanso dos profissionais;

✔ Salas como recepção de pacientes, SRPA, acondicionamento de materiais e esterilização, sala de


equipamentos e materiais e sala de serviços auxiliares.
⮚ Zona estéril: parte do centro cirúrgico com menos grau de contaminação, nela só se pode transitar utilizando
máscara. É composta de:
✔ Corredor de acesso: acesso a salas cirúrgicas e lavabos;

✔ Lavabo: área de escovação;

✔ Sala de operação.

OBJETIVOS DO CENTRO CIRÚRGICO


⮚ Prestar cuidados cirúrgicos de alta qualidade;

⮚ Promover a segurança do paciente;

⮚ facilitar a colaboração e a comunicação eficaz;


FUNÇÕES DO CENTRO CIRÚRGICO
⮚ realização de procedimentos cirúrgicos: varia desde procedimentos menores a cirurgias mais complexas;

⮚ preparação para a cirurgia: é responsável pela preparação adequadas dos pacientes para cirurgia, o que pode
incluir avalição pré-operatória, aconselhamento e preparação física.
⮚ Cuidados pré-operatório: responsável pelo monitoramento dos pacientes enquanto eles de recuperam da
anestesia, pela gestão da dor e pela detecção e tratamento de possíveis complicações;

ESTRUTURA FISICA DO CENTRO CIRÚRGICO


O CC é projetado para maximizar a eficiência, segurança e higiene. Embora sua configuração varie, geralmente inclui:
⮚ Sala de operações: são espações esterilizados, onde os procedimentos são realizados. Devem ser
suficientemente grandes para acomodar a equipe cirúrgica e todos os equipamentos necessários. Deve conter
sistema de ventilação para minimizar a propagação de patógenos.
⮚ Área de pré-operação ou admissão: área onde os pacientes são preparados para a cirurgia. Pode envolver a
confirmação da identidade do paciente, o procedimento a ser realizado, a realização de exames físicos, a
administração de medicamentos pré-operatórios e a preparação do sítio cirúrgico.
⮚ Sala de recuperação pós-anestésica: local onde são levados pôs cirurgia, são monitorados enquanto se
recuperam da anestesia. A equipe de enfermagem monitora os sinais vitais, gerencia a dor e identifica
quaisquer intercorrência pós-operatória.
⮚ CME: área responsável pela limpeza, desinfecção e esterilização do material cirúrgico. Deve ser separada da
área cirúrgica para evitar contaminação.
⮚ Área de suporte: podem incluir vestiários, áreas de descanso, espaços de lavagem de mãos e armazenamento
de equipamentos e suprimentos.

ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO


No centro cirúrgico a enfermagem é composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem, que desempenham
atividades fundamentais para organização e andamento das cirurgias. O centro cirúrgico é considerado uma das áreas
mais complexas do hospital, exigindo um alto nível de coordenação e integração entre diversos profissionais de saúde e
áreas de apoio. Sua complexidade se deve a alguns fatores:
⮚ Variedade dos procedimentos cirúrgicos: O centro cirúrgico pode realizar procedimentos cirúrgicos de diversas
especialidades, desde cirurgias simples até as mais complexas. Cada especialidade tem suas próprias exigências
de equipamentos, medicamentos e suprimentos, o que aumenta a complexidade na gestão desses recursos.
⮚ Necessidade de coordenação de equipes: O centro cirúrgico envolve a coordenação de várias equipes,
incluindo cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, instrumentadores e outros
profissionais de apoio. Cada equipe tem sua própria função e responsabilidades, e a comunicação e a
coordenação são essenciais para garantir a segurança e o sucesso do procedimento cirúrgico.
⮚ Alto nível de precisão e esterilização: O centro cirúrgico exige um alto nível de precisão e esterilização, com
rígidas normas e protocolos para prevenir a infecção e outras complicações. Isso inclui a limpeza adequada dos
equipamentos e instrumentos, a utilização de roupas e acessórios adequados e a manutenção de um ambiente
asséptico.
⮚ Exigências legais e regulatórias: O centro cirúrgico está sujeito a regulamentações e exigências legais, incluindo
a necessidade de manter registros precisos dos procedimentos e pacientes, além de seguir normas de
segurança e qualidade estabelecidas pelos órgãos regulatórios.

IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO


A enfermagem desempenha um papel crucial no centro cirúrgico, sendo responsável por várias atividades essenciais
para garantir a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes. Dentre elas estão:
⮚ Enfermeiros: Eles desempenham um papel de liderança, coordenando a equipe de enfermagem, desenvolvendo
planos de cuidados, comunicando-se com a equipe cirúrgica, defendendo o paciente e fornecendo cuidados pré,
intra e pós-operatórios.
⮚ Avaliação pré-operatória: O enfermeiro é responsável por realizar uma avaliação completa do paciente antes
da cirurgia. Isso inclui a revisão do histórico médico do paciente, a avaliação de seu estado físico e mental, e a
identificação de possíveis riscos ou complicações que possam surgir durante a cirurgia. O enfermeiro também
deve garantir que o paciente entenda o procedimento e dar a ele a oportunidade de fazer perguntas.
⮚ Planejamento de cuidados: Com base na avaliação, o enfermeiro elabora um plano de cuidados individualizado
para cada paciente. Este plano detalha a abordagem da equipe para o cuidado do paciente antes, durante e
após a cirurgia, e é revisado e atualizado conforme necessário.
⮚ Coordenação da equipe de enfermagem: O enfermeiro geralmente serve como o líder da equipe de
enfermagem no centro cirúrgico, supervisionando os técnicos e auxiliares de enfermagem e garantindo que
todos os membros da equipe estejam trabalhando juntos de forma eficaz.
⮚ Comunicação com a equipe cirúrgica: O enfermeiro é um ponto central de comunicação entre a equipe
cirúrgica, o paciente e a família do paciente. Ele ou ela deve garantir que todas as informações relevantes sejam
comunicadas de maneira oportuna e precisa.
⮚ Defesa do paciente: O enfermeiro atua como um defensor do paciente, garantindo que os direitos do paciente
sejam respeitados e que o paciente esteja recebendo cuidados de alta qualidade. Isso pode incluir a garantia de
que o consentimento informado foi obtido, que a privacidade do paciente está sendo protegida e que as
preocupações do paciente estão sendo adequadamente abordadas.
⮚ Educação do paciente e da família: O enfermeiro tem um papel importante na educação do paciente e de sua
família, tanto antes quanto após a cirurgia. Isso pode incluir a explicação do procedimento, o que esperar
durante a recuperação e quaisquer instruções específicas de cuidados pós-operatórios
⮚ Preparação do paciente: o enfermeiro é responsável por preparar o paciente para o procedimento cirúrgico,
fornecendo informações sobre o processo, cuidados pré-operatórios, além de avaliar e monitorar o estado de
saúde do paciente.
⮚ Preparação do ambiente: o enfermeiro é responsável por preparar o ambiente cirúrgico, garantindo que os
equipamentos e instrumentos estejam em perfeitas condições, que os suprimentos estejam disponíveis e que as
normas de esterilização e limpeza sejam seguidas.
⮚ Assistência durante o procedimento: A enfermagem é responsável por auxiliar o cirurgião durante o
procedimento, fornecendo os instrumentos necessários, monitorando o estado do paciente e respondendo a
quaisquer necessidades imediatas
⮚ Administração de medicamentos e anestesia: A enfermagem é responsável pela administração de
medicamentos e anestesia conforme prescrição médica, garantindo a dosagem correta e a segurança do
paciente.
⮚ Monitoramento e cuidados pós-operatórios: A enfermagem é responsável por monitorar o estado do paciente
após o procedimento cirúrgico, avaliando os sinais vitais e o nível de dor, além de administrar medicamentos e
cuidados conforme prescrição médica.
⮚ Gerenciamento de riscos e segurança: o enfermeiro é responsável por identificar e gerenciar os riscos
associados ao procedimento cirúrgico, incluindo a prevenção de infecções, reações alérgicas e outras
complicações, garantindo a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

PREVENÇÃO DE INFECÇÕES
A prevenção de infecções é uma prioridade absoluta no centro cirúrgico, dado que os pacientes estão em um estado
vulnerável durante e após a cirurgia.
Aqui estão algumas das práticas mais importantes para a prevenção de infecções:
⮚ Higiene das Mãos: A higiene adequada das mãos é a medida mais simples e eficaz para prevenir a transmissão
de infecções. Isso inclui a lavagem das mãos com água e sabão ou a utilização de um desinfetante à base de
álcool antes e depois de cada contato com o paciente.
⮚ Uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI): A equipe deve usar EPI adequado, que pode incluir luvas,
máscaras, óculos de proteção, aventais e outros, dependendo do procedimento.
⮚ Esterilização de Instrumentos e Equipamentos: Todos os instrumentos e equipamentos utilizados na cirurgia
devem ser adequadamente limpos e esterilizados para eliminar microrganismos.
⮚ Preparação do Sítio Cirúrgico: O sítio cirúrgico deve ser adequadamente preparado e desinfetado antes da
cirurgia. Isso pode incluir a remoção de pelos, a limpeza da pele com um antisséptico adequado e a aplicação de
campos estéreis para isolar a área.
⮚ Profilaxia Antibiótica: Quando indicado, os pacientes devem receber antibióticos antes da cirurgia para prevenir
infecções. A seleção, o tempo e a duração do antibiótico devem ser adequadamente escolhidos.
⮚ Manejo de Resíduos e Fluidos Corporais: Resíduos e fluidos corporais devem ser adequadamente manuseados
e descartados para evitar a propagação de infecções.
⮚ Controle de Fluxo de Pessoas: O número de pessoas e o movimento dentro do centro cirúrgico devem ser
minimizados para reduzir o risco de infecção.
⮚ Monitoramento e Vigilância: As taxas de infecção devem ser constantemente monitoradas, e qualquer
aumento deve ser investigado para identificar e corrigir as causas subjacentes.

Cada membro da equipe do centro cirúrgico tem um papel a desempenhar na prevenção de infecções, e a adesão
consistente a essas práticas é essencial para manter a segurança do paciente.

Verificação Pré-operatória

A verificação pré-operatória é um componente crucial da segurança do paciente no centro cirúrgico. Este processo
envolve uma série de checagens e preparações para garantir que o paciente esteja pronto para a cirurgia e que todos os
aspectos do procedimento estejam corretamente planejados e comunicados à equipe cirúrgica.
Alguns dos elementos principais da verificação pré-operatória incluem:
⮚ Confirmação de Identidade: A equipe deve confirmar a identidade do paciente, geralmente verificando o nome
completo, a data de nascimento e outras informações identificáveis. Isso é feito para garantir que o paciente
certo esteja sendo preparado para a cirurgia correta.
⮚ Verificação de Consentimento: O consentimento livre informado do paciente para o procedimento cirúrgico
deve ser verificado. Isso inclui a confirmação de que o paciente compreendeu os riscos e benefícios da cirurgia,
as alternativas disponíveis e o que esperar durante a recuperação.
⮚ Verificação do Procedimento e do Local Cirúrgico: A equipe deve verificar o procedimento que será realizado e
o local cirúrgico. Isso pode envolver a marcação do local da cirurgia no corpo do paciente, se aplicável.
⮚ Avaliação de Saúde: A condição de saúde do paciente deve ser avaliada, incluindo quaisquer condições médicas
existentes, alergias e a utilização de medicamentos. Testes pré-operatórios, como exames de sangue ou
imagens, também podem ser revistos neste momento.
⮚ Jejum: A equipe deve confirmar que o paciente seguiu as instruções de jejum para minimizar o risco de
aspiração durante a anestesia.
⮚ Preparação para Anestesia: A equipe de anestesia deve revisar a avaliação pré-anestésica do paciente e
confirmar o plano de anestesia.
⮚ Checklist de Segurança Cirúrgica da OMS: Muitos centros cirúrgicos utilizam a Lista de Verificação de Segurança
Cirúrgica da Organização Mundial da Saúde, que é uma ferramenta desenvolvida para reduzir os erros e os
eventos adversos que podem ocorrer durante a cirurgia.
Esses passos ajudam a garantir que o paciente esteja pronto para a cirurgia e que todos os membros da equipe
cirúrgica estejam cientes e preparados para o procedimento planejado. A verificação pré-operatória é um
componente chave da segurança do paciente e ajuda a prevenir erros cirúrgicos.

PREPARAÇÃO DA SALA DE CIRURGIA


A preparação adequada da sala de cirurgia é vital para a segurança e eficácia do procedimento. A sala de cirurgia deve
ser preparada e verificada antes da chegada do paciente.
Aqui estão alguns aspectos importantes para a preparação da sala de cirurgia:
⮚ Limpeza e Desinfecção: A sala de cirurgia deve ser meticulosamente limpa e desinfetada entre cada
procedimento para minimizar o risco de infecções. Isso inclui a limpeza de todas as superfícies, o piso, e a
substituição de cortinas ou lençóis usados.
⮚ Configuração do Equipamento: Todo o equipamento necessário para a cirurgia deve ser verificado e preparado.
Isso pode incluir equipamentos de anestesia, monitores de sinais vitais, equipamento de iluminação,
equipamento cirúrgico e qualquer outro equipamento especializado necessário para o procedimento.
⮚ Preparação dos Instrumentos Cirúrgicos: Os instrumentos cirúrgicos devem ser cuidadosamente limpos,
esterilizados e organizados de maneira que estejam facilmente acessíveis durante a cirurgia. A contagem de
instrumentos é um passo crucial para garantir que todos os instrumentos estejam presentes no início e no final
da cirurgia.
⮚ Preparação dos Materiais de Consumo: Materiais de consumo, como luvas, gazes, suturas, drenos e outros,
devem ser preparados e dispostos de forma que estejam facilmente acessíveis.
⮚ Verificação da Funcionalidade do Equipamento: Todo o equipamento deve ser verificado para garantir que
esteja funcionando corretamente. Isso pode incluir a verificação da máquina de anestesia, monitores,
equipamento de diatermia, equipamento de aspiração e assim por diante.
⮚ Ajuste da Temperatura e Iluminação: A temperatura da sala deve ser ajustada para um nível confortável para o
paciente e a equipe, e a iluminação deve ser verificada para garantir que o local cirúrgico possa ser claramente
visualizado.
⮚ Verificação da Lista de Verificação Cirúrgica: Antes da chegada do paciente, a equipe deve verificar a lista de
verificação cirúrgica para garantir que todos os preparativos foram concluídos.
A preparação adequada da sala de cirurgia é um aspecto crucial da segurança do paciente e da eficácia da cirurgia. É
responsabilidade de toda a equipe garantir que a sala esteja pronta para receber o paciente e realizar a cirurgia.

ANESTESIA X SEDAÇÃO
⮚ Anestesia são medicamentos potentes onde ocorre a perda de qualquer tipo de sensibilidade dolorosa com
perda de consciência e certo grau de amnesia.
⮚ Sedação são medicamentos que induzem a perda da sensibilidade à dor com conservação das demais
sensações, incluindo a consciência.
TIPOS DE ANESTESIA
⮚ Geral (inalatória, intravenosa e balanceada): modalidade anestésica indicada para cirurgias mais complexas e
de grande porte. Compreende um estado inconsciente e reversível, obtido por via inalatória e/ou endovenosa
que é caracterizado por:
✔ Amnesia (perda temporária de memória);

✔ Inconsciência (hipnose);

✔ Analgesia (ausência de dor);

✔ Relaxamento muscular;
✔ Bloqueio dos reflexos autonômicos;
Não são passiveis de serem acordados, mesmo com estímulos dolorosos e perdem a capacidade da função
respiratória e necessitam de um suporte ventilatório.
⮚ Regional (periduaral, raquidiana e bloqueio de plexo nervoso): é usada em cirurgias mais simples, onde o
paciente pode permanecer acordado. Bloqueia a dor em apenas uma determinada região do corpo. A
complicação mais comum das anestesias raquidianas e peridural é a dor de cabeça, que ocorre quando há
extravasamento de liquor pelo furo feito pela agulha no canal espinhal. Essa perda de líquido provoca uma
redução da pressão do liquor ao redor de todo o sistema nervoso central, sendo esta a causa da dor de cabeça.
⮚ Combinada (geral e regional): é a utilização das duas anestesias – ministrando a peridural junto com uma
pequena dose de raquidiana.
⮚ Local: é usada para bloquear a dor em pequenas regiões do corpo.

FASES DA ANESTESIA
⮚ Indução anestésica: fase em que o paciente vai receber os primeiros medicamentos para início da cirurgia.

⮚ Fase transoperatória: o paciente mante-se anestesiado recebendo um fluxo constante de anestésico e oxigênio.
Nesta fase é administrado quantidades de soro adequadas para manter a PA e para o perfeito funcionamento
dos rins.
⮚ Recuperação pós-anestésica: fase do despertar do paciente. O tempo que o paciene leva para acordar é
variável.

TEMPO CIRÚRGICO
Todas as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos básicos:
⮚ Diérese (dividir, separar, cortar): consiste na separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a
abordagem de um órgão ou região. Pode ser mecânico ou físico.
⮚ Hemostasia (hemo= sangue + stasis = deter): processo através do qual se previne, detem ou impede o
sangramento. Pode ser feito por pinçamento ou ligadura dos vasos, eletrocoagulação ou compressão.
⮚ Exérese (cirurgia propriamente dita): é o tempo cirúrgico fundamental, que consiste na realização do
tratamento cirúrgico.
⮚ Síntese cirúrgica (junção, união): procedimento utilizado para aproximar ou coaptar as bordas de uma ferida,
com a finalidade de estabelecer a continuidade dos tecidos e facilitar as fases do processo de cicatrização.

FASES DA RECUPEAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA


Nos procedimentos cirúrgicos, recomenda-se que o paciente receba alta da sala cirúrgica e seja encaminhado para a
SRPA, para que possa se recuperar dos efeitos imediatos da anestesia e da cirurgia e posteriormente seja encaminhado
para enfermaria ou unidade ambulatorial e após algum tempo receba alta para seu domicílio. Com a finalidade de
organizar a recuperação do paciente, são descritos os seguintes estágios da recuperação pós-anestésica:
⮚ Fase I – despertar da anestesia: paciente é capaz de responder a estímulos verbais simples como abrir os olhos
e responder o próprio nome. Este estágio deve ocorrer na sala cirúrgica e finalizar com a transferência para a
SRPA.
⮚ Fase II – recuperação precoce: o paciente esta acordado e alerta e os parâmetros vitais estão próximo aso do
pré-operatório. Esse estágio ocorre na SRPA e finaliza com a alta para enfermaria ou na unidade ambulatorial.
⮚ Fase III – recuperação intermediaria: o paciente é capaz de caminhar sozinho e os efeitos colaterais como dor,
náusea, vômitos, tontura e hipotensão ortostática estão ausentes ou bem controlados. O paciente deverá ser
capaz de urinar e se alimentar sozinho e de forma espontânea. Esse período deverá ocorrer na unidade
ambulatorial ou enfermaria e será finalizado com a alta da instituição.
⮚ Fase IV – recuperação completa: o paciente encontra-se completamente recuperado. É uma fase com duração
de tempo variável.
A alta da SRPA ocorrera quando os efeitos da anestesia forem mínimos, não haja complicações cirúrgicas
evidentes e exista segurança suficiente de acordo com critérios estabelecidos.

COMPLICAÇÕES OCORRIDAS NA SRPA

As complicações cirúrgicas são condições ou eventos adversos que ocorrem após o procedimento cirúrgico. As
amis comuns incluem: hemorragia, infecções, lesões em órgão circundantes eventos tromboemboliticos
venosos, complicações da anestesia, dor, hipotermia, náuseas e vômitos, arritmias, hipertensão, hipoxia,
hipertermia, hipotensão, oliguria, agitação.

ESCALAS UTILIZADAS NO BLOCO CIRÚRGICO


ESCALA DE ALDRETE E KROULIK
Quando o paciente está na SRPA, ele deve ter todos os cuidados como monitorização e tratamento para que ele passe
por todas as fases da recuperação anestésica até a alta. O índice empregado para avaliação é o de Aldrete e Kroulik que
avalia cinco itens: respiração, circulação, atividade, consciência e saturação. Esse índice é um sistema numérico de
avaliação que permite a colheita de dados com critério pré-definidos. A escala atribui uma pontuação que varia de 0 a 2
para cada parâmetro como mencionado acima, onde 0 indica maior gravidade, 1 nível intermediário e 2 melhora de
função. A finalidade é avaliar o paciente submetido a ação de fármacos e técnicas anestésicas. Se o valor for acima de 8
na escala, é critério de alta da SRPA.

ESCALA DE AGITAÇÃO -S SEDAÇÃO DE RICHMOND (RASS)


A escala RASS é um índice desenvolvido para identificar e classificar a agitação e intensidade de sedação em pacientes
internados. Essa escala é composta por um critério clínico, que deve ser utilizado durante a avaliação do paciente. Pode
ser utilizado em pacientes hospitalizados para definir nível de alerta ou agitação, principalmente em pacientes em
ventilação mecânica, para tentar prevenir sedação insuficiente ou excessiva. O seguinte critério deve ser utilizado, de
forma que apenas a característica que melhor se enquadrar na situação do paciente seja contabilizada:
Após o enquadramento do paciente, é verificada a pontuação, e há uma estratificação em três categorias.
Pontuação total: ≤ -3 = sugere-se diminuir ou modificar sedação.
Pontuação total: -2 a +1 = a dosagem é adequada.
Pontuação total: 2-4 = sugere-se aumentar a sedação e avaliar quanto a dor, ansiedade ou delírio.

É importante ressaltar que pontuações positivas mostram sinais de agitação, e pontuações negativas, sedação.

ESCALA DE GLASGOW
É uma escala utilizada com intuito de definir estado neurológico a partir da análise de seu nível de consciência.
Nem todos os pacientes podem ser aliados da mesma forma. Pacientes amputados e pacientes surdos, por exemplo,
não terão uma avaliação fidedigna, por isso podemos usar o campo NÃO TESTAVEL – NT.
Após fazer o somatório dos itens analisados, deve-se fazer análise da reação pupilar.

INEXISTENTE - NENHUMA PUPILA REAGE AO ESTÍMULO DE LUZ = 2


PARCIAL - APENAS UMA PUPILA REAGE AO ESTÍMULO DE LUZ = 1
COMPLETA - AS DUAS PUPILAS REAGEM AO ESTÍMULO DE LUZ = 0
Do valor do Glasgow, deve-se subtrair o valor a reação pupilar
Grau de lesão de acordo com a pontuação:

● Entre 13 e 15 – LEVE;
● Entre 9 e 12 – MODERADA;
● Entre 3 e 8 – GRAVE;
● Menor que 3 – COMA;

EXAME FISICO E EVOLUÇÃO

Paciente C.S.A, 48 anos, internada desde 09/10/2023, enfermaria 7, leito 5, realizou cirurgia de retirada de pólipo
uterino no dia 10/10/2023. Orientada autopsiquicamente e temporoespacialmente, Glasgow 15. Nega alergia, etilismo e
tabagismo. Relata hipotireoidismo, DM, hernia de disco região lombar e Soropositiva.

Ao exame físico:
CABEÇA:

● CRÂNIO: assimétrico, sem alterações. Cabelos com boa higiene.

● FACE:

✔ Olhos simétricos, pálpebras sem alterações, globo ocular sem alterações, esclerótica esbranquiçada,
conjuntiva normocoradas, pupilas isocóricas, fotorreagentes, córneas claras e transparentes.
✔ Nariz: simétrico, septo nasal alinhado, narinas pérvias, ausência de secreções.

✔ Pavilhão auricular: simétricos, normoimplantados, sem secreções.

✔ Boca/cavidade oral: normoimplantada.

⮚ lábios íntegros, úmidos, normocorados.

⮚ Gengivas integras.

⮚ Língua integra, rósea, mobilidade preservada, tamanho normal.

⮚ Palatos: íntegros.

⮚ Dentição: completa, higiene preservada

⮚ Orofaringe: sem alterações.

CERVICAL: mobilidade preservada. Forma e voluma normais. Linfonodos não palpáveis. Pulso carotídeo rítmico,

TÓRAX:

● SISTEMA RESPIRATORIO:

✔ INSPEÇÃO: tórax normal, FR:16 irpm, eupneica.

✔ PALPAÇÃO: sem alterações; frêmito toraco-vocal preservado.

✔ PERCURSÃO: som claro pulmonar.

✔ AUSCULTA: murmúrios vesiculares universalmente audíveis (MVUA).

● SISTEMA CIRCULATORIO:

✔ AUSCULTA: ritmo cardíaco normofonetico, bulhas cárdicas em 2 T (RCNF 2T)

● ABDOME:

✔ INSPEÇÃO: plano, flácido.

✔ AUSCULTA: ruídos hidroaeresos normais (RHA).

✔ PERCURSÃO: som timpânico e maciço nas áreas correspondentes.

✔ PALPAÇÃO: ausência de dor a palpação superficial e profunda.

● GENITALIA: ausência de linfonodos palpáveis em região inguinal. Diurese espontânea. SIC, eliminação intestinal
ausente desde a cirurgia. Genitália não examinada.
● REGIÃO POSTERIOR TORAX: pele integra, curvaturas normais, mobilidade preservada, dor em regão lombar
(relata hernia de disco).

● MMSS: força motora preservada, tônus muscular presente, linfonodos axilares não palpáveis, pulsos periféricos
palpáveis, enchimento capilar menor que 3seg., cacifo (-), AVP MSE, cateter 20, D2, sem sinais flogísticos,
fixação com filme transparente.
● MMII: força motora preservada, tônus muscular preservado, pulsos palpáveis, enchimento capilar menor 3
seg., cacico (-), sinal da bandeira (+).

DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM E PRESESCRIÇÃO

DIAGNÓSTICO PRESCRIÇÃO

Integridade da pele prejudicada relacionada a fatores 1- Avaliar presença de sinais flogísticos;


físicos caracterizada pela presença de dispositivo venoso. 2- Avaliar estado pérvio da via e realizar técnica de
turbilhonamento de 6/6h.

Risco de traumatismo vascular relacionado ao local de 1- Avaliar presença de sinais flogísticos;


inserção do cateter. 2- Avaliar estado pérvio da via e realizar técnica de
turbilhonamento de 6/6h.

Risco de nível sanguíneo de glicose instável devido a 1- Realizar HGT 30’ antes das refeições e 2 h após.
condição de saúde. 2- Realizar rodízio dos locais de exame;
3- Realizar rodízio dos locais de aplicação da insulina.

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