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SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA

Lesões
( Classificação, Prevenções e
Curativos)

Profs. Giselle Cristina e Angelo Ribeiro


PELE:

A pele é o maior órgão


que reveste e delimita
o corpo, representa
15% do peso corporal e
é composta de três
camadas: Epiderme,
derme, hipoderme ou
tecido subcutâneo.
Cada camada da pele tem características e
funções diferentes:
1ª EPIDERME: A epiderme está em constante renovação, as células mais antigas
são substituídas por outras mais novas em uma renovação que ocorre em
média a cada 12 dias.

2ª DERME: contém fibras proteicas, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações


nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As fibras são produzidas por
células chamadas fibroblastos, que permitem a elasticidade, tração e
conferem maior resistência à pele.

3ª HIPODERME: Formada por células de gordura e faz conexão entre a derme e


a fáscia muscular; atuando como reservatório energético, isolante térmico,
proteção contra choques mecânicos, fixação dos órgãos e modelando a
superfície corporal.
quando falamos em lesão o
que vem na sua cabeça?
O QUE É UMA FERIDA?

Ferida é uma interrupção


na continuidade de um
tecido corpóreo. Tal
interrupção pode ser
provocada por algum
trauma, ou ainda ser
desencadeada por uma
afecção que acione as
defesas do organismo.
Classificação das feridas quanto as
causas
• Intencional ou cirúrgica: É programada e em condições
assépticas.
• Acidental ou traumática: Imprevista
Classificação das feridas pelo
mecanismo/agente causal
• Incisas/cortantes: instrumento cortante
• Contusas: Instrumento rombo (lembrar da queda, golpe)
• Lacerantes: margens irregulares, tração
• Perfurantes: pequenas aberturas, profundas
• Mistas
Classificação das feridas por risco de
contaminação

• Limpas: não há abertura do sistema digestivo,


respiratório ou geniturinário. Risco de infecção de 1-
5%
• Potencialmente contaminadas: abertura controlada
do sistema digestivo, respiratório ou geniturinário, sem
extravasamento de fluidos. Risco de infecção de 3-11%
• Contaminadas: abertura dos sistemas ou trauma, com
extravasamento de fluidos. Risco de infecção de 10-17%
• Infectadas: contato com tecidos infectados.
Classificação das feridas quanto a
profundidade dos planos atingidos
• Superficial: Atinge apenas a epiderme.
Ex: flictena

• Perda parcial: Atinge a derme.


Ex: lPP estágio II.

• Perda total: atinge as camadas mais


profundas como tecido subcutâneo,
músculos e ossos.
EX: lPP estágios III e IV.
Classificação de Feridas Complexas

• Traumáticas
• Cirúrgicas (deiscências) AGUDAS
• Necrotizantes
• LPP

• Ulcerações diabéticas
• Úlceras vasculares
CRÔNICAS
• Feridas inflamatórias
• Feridas por radiação
CICATRIZAÇÃO

Mecanismo de cascata, complexo uma vez que exige do


organismo a ativação, produção e inibição de um grande
número de componentes celulares e moleculares que irão
participar e efetivar o processo de cicatrização.
Fases do processo Cicatricial
1ª Fase- Inflamatória ou exsudativa:
Duração: 1-4 dias
Ativação do sistema de coagulação (PLAQUETAS E COÁGULOS)
Vasodilatação

Este processo resulta na liberação de substâncias para formação da


matriz extra celular provisória que constitui o suporte para a
migração de células inflamatórias, seguida da ativação dos
mecanismos de proteção e preparação dos tecidos para o
desenvolvimento da cicatrização.

Sinais clínicos: hiperemia, calor edema e dor


Fases do processo de reparação:

HEMOSTASIA

VASODILATAÇÃO DOS VASOS ÍNTEGROS

ATRAÇÃO DAS CÉLULAS DE DEFESA

LIMPEZA

ATIVAÇÃO DO PROCESSO CICATRICIAL SUBSEQUENTE;


CARACTERISTICAS DO EXSUDATO
As colorações mais frequentes são as esbranquiçadas, as
amareladas, as avermelhadas, as esverdeadas e as
achocolatadas.

• Sanguinolento: Fino, vermelho brilhante;


• Serosanguinolento: Fino, aguado, de vermelho pálido para
róseo;
• Seroso: Fino. Aguado, claro;
Purulento: Fino ou espesso, de marrom opaco para amarelo;
• Purulento pútrido: Espesso, de amarelo opaco para verde,
com forte odor. É um líquido composto por células e
proteínas, produzido por alguns microrganismos
(estafilococos, pneumococos, meningococos – bactérias
produtoras de pus)
Fases do processo Cicatricial

2ª Fase- Proliferativa
Ocorre após a reação inflamatória inicial.
Duração: 2 semanas

Compreende os seguintes estágios:


• Granulação: é a formação de um tecido novo composto de novos
capilares (angiogênese), da proliferação e da migração dos
fibroblastos responsáveis pela síntese de colágeno.
• Epitelização: é a etapa que levará ao fechamento das superfícies da
lesão, por meio da multiplicação das células epiteliais da borda
• Contração: reduz o tamanho das lesões, com a ação especializada dos
fibroblastos.
Fases do processo Cicatricial
3ª Fase- Maturação e remodelagem

Inicia-se com a formação do tecido de granulação e da


reorganização das fibras de colágeno proliferado, estendendo-se
por meses após a reepitelização.

É responsável pelo aumento da força de tração. Nesta fase


ocorre a reorganização do processo de reparação da lesão, com
depósito de colágeno.
A cicatrização tem aspecto plano; posteriormente, enrijece-se e
se eleva.
Fase
inflamatória

Fase
proliferativa

Maturação e
remodelagem
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO:
• Primeira intenção: Incisão limpa em que as bordas estão
aproximadas; Existe pouca perda de tecido; Pouco ou nenhum
exsudato. Ex.: Feridas Cirúrgicas
• Segunda intenção: Pouco ou nenhum exsudato; É aquela que
permanece aberta; Onde existe uma perda significante de tecido e
onde as fases de cicatrização são bastante marcadas; Resposta
inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de tecido
de granulação, com epitelização visível. Ex.: Ulceras Venosas,
Lesões por pressão
• Terceira intenção: Ferida que fica aberta por um tempo
determinado; Ela ficará aberta só enquanto estiver com uma
infecção real e depois fechará. Ex.: Deiscência de sutura.
FATORES ADVERSOS A CICATRIZAÇÃO DA PELE :

• Sistêmicos:
•Condições nutricionais
•Oxigenação e perfusão tissular
•Diabetes Melitus (DM)
•Idade
•Imunossupressão
•Drogas Sistêmicas
FATORES ADVERSOS A CICATRIZAÇÃO DA PELE :
• Fatores Locais
• Infecção
•Tecido desvitalizado (necrose)
•Ambiente seco
•Uso de anti-sépticos
•Maceração
•Pressão, fricção
•Corpos estranhos
•Hematoma, edema, tensão na linha de sutura
•Tamanho da lesão
•Local da úlcera
Lesão por pressão:
Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou
tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo
médico ou a outro artefato. A lesão pode se apresentar em
pele íntegra ou como lesão aberta e pode ser dolorosa
(NPUAP; 2016).
PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO DE
LESÕES POR PRESSÃO

• Promover a prevenção da ocorrência de Lesões por


pressão (lPP) e outras lesões da pele.
• A maioria dos casos de UPP pode ser evitada por meio da
identificação dos pacientes em risco e da implantação
de estratégias de prevenção confiáveis para todos os
pacientes identificados como de risco.
Etapas da estratégia de Prevenção de
LPP
• Etapa 01- Avaliação de risco para lesões por
pressão na admissão de todos os pacientes;

OBS.: A escala de Braden (> 05 anos) é a ferramenta


mais amplamente utilizada dentre as várias
disponíveis. Em casos de pacientes pediátricos,
deve-se utilizar uma ferramenta apropriada,
como por exemplo, a escala de Braden Q (01 - 05
Anos).
23-19 - SEM RISCO
18-15- BAIXO RISCO
14-13- RISCO MODERADO
12-10- ALTO RISCO
<= 9- RISCO MUITO
ALTO
Etapas da estratégia de Prevenção de
LPP
• Etapa 02- Reavaliação diária de risco de
desenvolvimento de LPP de todos os pacientes
internados.
• Etapa 03- Inspeção diária da pele ( Examine a pele do
paciente cuidadosamente para identificar a existência
de LPP)
• Etapa 04- Manejo da Umidade: manutenção do paciente
seco e com a pele hidratada
Etapas da estratégia de
Prevenção de LPP

• Etapa 05- Otimização da nutrição e da hidratação


• Etapa 06- . Minimizar a pressão
Mudança de decúbito ou reposicionamento;
Medidas preventivas para fricção e cisalhamento;
Materiais e equipamentos para redistribuição de pressão
(Colchões e camas de Prevenção, Suportes e etc)
MEDIDAS DE PREVENÇÃO

• Cuidados com a pele;


• Redução da sobrecarga
tissular e utilização de
superfícies especiais de
suporte;
• Cuidados com a
hidratação e a nutrição;
• Educação em saúde.
Pontos predisponentes para LESÃO por
pressão:
• Decúbito dorsal:

• Decúbito Ventral:
Pontos predisponentes para LESÃO por
pressão:
• Decúbito Lateral:

• Sentado:
Lesões por pressão:
• HIPEREMIA NÃO REATIVA A DIGITO PRESSÃO:
Eritema local, onde aplica-se digito pressão e não corre alteração
da coloração da pele, indicando dano a microcirculação local,
geralmente associado a edema e endurecimento local.
Estágio 1:
Pele íntegra com eritema
que não embranquece.
Estágio 2:
Acomete a epiderme com exposição
da derme. O leito da ferida tem
coloração rosa ou vermelha, úmido
e pode também apresentar-se como
uma bolha intacta (exsudato
seroso) ou rompida.
Estágio 3:
Perda da pele em sua espessura
total, na qual a gordura é
visível. Não há exposição de
ossos, tendões ou músculos.
Estágio 4:
Perda da pele em sua espessura
total e perda tissular com
exposição de músculos, tendões
e/ou ossos.
Não estadiável/ classificável

Perda da pele em sua espessura total


na qual a extensão do dano não pode
ser confirmada por estar encoberta
pela necrose.
Coloração vermelho escura,
Lesão de tecido profundo marrom ou púrpura,
ou Lesão Tissular Profunda persistente e que não
embranquece.
MUDANÇA DE DECúBITO
Úlcera neurotrófica
Causada por neuropatia periférica, em decorrência de algumas
patologias de base: tais como: Hanseníase, DM, alcoolismo.
As pessoas portadoras dessas patologias, que acometem nervos
periféricos, tem maior risco de desenvolver lesões das fibras
autonômicas, sensitivas e motoras.

• Lesões primárias como mão em garra, é caído e anquilose


(articulações endurecidas);

• Lesões secundárias como as paralisias musculares, fissuras, úlceras


plantares e lesões traumáticas.
Úlcera neurotrófica
=> Pele seca , inelástica, podendo ocasionar fissura;

=> Perda de sensibilidade protetora (térmica, dolorosa e tátil)ou


anestesia nas mãos e pés influenciam o surgimento de lesões
cutâneas;

=> “Rachaduras” ou fissuras nos membros superiores e inferiores são


muito comuns e, frequentemente atuam como porta de entrada para
processo infeccioso;

=> As fibras autonômicas quando acometidas, acarretam a


diminuição da produção de suas secreções.
ÚLCERA VENOSA X ARTERIAL
VENOSA X ARTERIAL
ÚLCERA HIPERTENSIVA

Aumento da parede arteriolar,


proliferação da camada interna,
degeneração da camada média e ,
ocasionalmente, trombose. Levando
á produção de áreas de isquemia e
necrose no terço inferior da perna.
• Bilateral: nas faces anterior,
lateral e posterior
• Pouco profunda;
• Base descorada e fundo
necrótico, exsudato escasso e a
dor é intensa.
É a separação da epiderme e/ou da derme. É uma
ferida traumática, comum nas extremidades dos
idosos, devido fricção ou cisalhamento.
Pode levar a perda parcial ou total da pele.
COMO AVALIAR
UMA FERIDA?
Tipos de tecido:
VOCÊ
SABE COM
AVALIAR UMA
FERIDA?
Mensuração de
feridas

Comprimento Largura Profundidade


Percentual do tecido presente:
• Muitas feridas contem uma combinação de diferentes tipos
de tecido;
• Importante descrever o percentual de tecido presente ao
avaliar uma lesão;
• Dividir a lesão em quatro (25%).
AVALIAÇÃO DA LESÃO:

LEITO

PELE
EXSUDATO
PERIFERIDA

BORDA ODOR
Aspectos das lesões: leito
Hipergranulação:

• Granulação em excesso mais elevada que a borda da


lesão.

• Tecido esponjoso que ultrapassa a linha da pele impedindo


que as células epiteliais se espalhem pela lesão.
Aspectos das lesões: leito
Ferida com tecido de epitelização

Presença de fino tecido epitelial que recobre o tecido de


granulação.
Coloração rósea ou brilhante que se desenvolve a partir das
bordas ou como ilhas na superfície da lesão.
É um processo de reepitelização.
Aspectos das lesões: bordas
Aspectos das lesões: bordas
Maceração

Tecido esbranquiçado que surge nos bordos da lesão


Ocorre quando há excesso de umidade por aumento da
exsudação ou escolha inadequada de cobertura
Aspectos das lesões: bordas

• Hiperqueratose: é o espessamento da camada


córnea da pele formado ao redor da borda da
ferida.
Aspectos das lesões: bordas

Epibolia
• A borda enrola sobre si mesma inibindo o contato e
cessando a epitelização.

Imagem: Google Imagens


Localização

• Importante ter uma


ficha de avaliação que
permita a identificação
anatômica mais
fidedigna possível.
• A localização direciona
o tratamento, inclusive
tópico.
Tamanho da
lesão

Até 50cm² Pequena

51 – 150 cm² Média

151 – 250 cm² Grande

> 251 cm² Extragrande


Limites Anatômicos
Profundidade
• Comprimento x Largura x Profundidade = cm³
• Não é uma mensuração fidedigna
• Estimar 0,1cm em feridas rasas

(Harris, 2020)
Espaço morto

• Tunelização: cavidade com espaço


morto em fundo cego ou com
comunicação em aberturas.

• Descolamento de tecido: Caminhos


progressivos de destruição tecidual
ao redor de tecidos profundos.
Dor
• É o quinto sinal vital
• Requer abordagem multidisciplinar
• Deve ser valorizada e questionada quanto à intensidade
• É subjetiva, complexa e pessoal
• Analgesia pré-curativo
• Pode estar relacionada à infecção
• Diversas escalas adaptadas à idade, para sua
mensuração.
Imagem: Google Imagens
CURATIVOS
OBJETIVOS DO CURATIVO

• Tratar e prevenir infecções;


• Absorver exsudatos;
• Tratar e cicatrizar feridas;
• Eliminar fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização;
• Reduzir infecções.
Requisitos para um curativo:

• Boa tolerância térmica;


• Promover conforto ao paciente;
• Remover o excesso de secreção;
• Boa absorção para garantir a drenagem das
secreções;
• Ser impermeável à bactérias, favorecendo a
cicatrização;
• Não adesão à ferida.
PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS NA REALIZAÇÃO
DOS CURATIVOS:
Em relação ao ambiente:
Respeitar a privacidade do doente.
Manter o local com boa iluminação e condições
adequadas de higiene.
Manter a área física livre de circulação de pessoas,
durante o curativo.
Desligar ventiladores
Oferecer condições para lavagem das mãos.
Ser confortável para o doente e o profissional.
• PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS NA REALIZAÇÃO DOS
CURATIVOS:

Em relação ao material:
• Providenciar e utilizar o material necessário;
•Desprezar o material descartável utilizado no lixo,
•Providenciar a desinfecção e a esterilização do material não
descartável;
•Providenciar limpeza das salas, móveis e utensílios, de acordo com
as medidas de bio-segurança.
• PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS NA
REALIZAÇÃO DOS CURATIVOS:

Em relação à execução do procedimento:


• Promover o conforto do paciente.
•Avaliar necessidade de analgesia.
•Explicar o procedimento a ser realizado.
•Em ambiente hospitalar a técnica deverá sempre ser
asséptica.
•Após o procedimento evoluir no prontuário.
•Lavar as mãos antes e após o procedimento.
•Utilizar equipamentos de bioproteção;
•Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material
estéril;
•Reunir o material e levá-lo próximo ao leito do paciente.
•Limpar o carrinho de curativos antes e após com álcool à 70%.
•Comunicar o que vai ser realizado, explicando o procedimento e as
características do curativo a ser realizado.
•Colocar o paciente em posição que evite desconforto e exposição
excessiva.
• Utilizar luvas não estéril para a retirada do curativo,
• Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de
retirá-las;
• Utilizar luvas estéril para realizar o procedimento.
• Secar sempre as bordas da ferida, a fim de evitar maceração.
• Utilizar curativos que mantenham os princípios de um ambiente
favorável à cicatrização.
• Ocluir com adesivos hipoalergênicos.
• Observar as reações do cliente, especialmente reações alérgicas.
• Registrar o procedimento.
• LEMBRETES:
• Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos
contaminada;
• Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao
mesmo tempo em que troca de ferida contaminada;
• Quando uma mesma pessoa for trocar vários
curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de
incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta
não infectada, drenos e por último as colostomias e
fístulas em geral;
• LIMPEZA:
A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido
de granulação, preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de
trauma e/ou infecção. A melhor técnica de limpeza do leito da ferida é a
irrigação com jatos de soro fisiológico a 0,9% morno.
DESBRIDAMENTO

Instrumental
Conservador

Cirúrgico Autolítico

Desbridamento

Mecânico Enzimático
DESBRIDAMENTO
É a remoção de tecidos mortos, particulados ou corpos estranhos.
Garantindo, a diminuição da colonização de microorganismos no leito da
ferida. Pode ser realizado cirurgicamente ou com utilização de
instrumental o que garante um procedimento rápido invadindo
minimamente os tecidos vivos.
Tipos:
• Desbridamento Instrumental (conservador e cirúrgico):
Remoção do tecido morto, sem o risco de dor ou sangramento sendo
realizado por enfermeiro especialista ou médico.
• Desbridamento autolítico: processo seletivo de remoção da necrose
(preserva o tecido vivo) pela ação dos neutrófilos, eosinófilos e
basófilos; e das enzimas digestivas do próprio organismo do paciente.
É promovido pelo uso de produtos que garantam a umidade adequada
na ferida.
DESBRIDAMENTO
• Desbridamento químico: processo seletivo de remoção da necrose
(preserva o tecido vivo) por ação enzimática. Atualmente utilizamos
a papaína em solução ou gel, no mínimo a uma concentração de 2%.
• Desbridamento mecânico: utiliza-se a força física por técnicas de
fricção e irrigação sob pressão, pode ser realizado pelo enfermeiro
a cada curativo.
COBERTURAS

• SOLUÇÕES:

• Solução Fisiológica 0,9%;


• PVP-I (polivinilpirrolidona iodo a 10%)
• Clorexidina a 2% ou 4%
COBERTURAS

• HIDROCOLÓIDES:
• Composição: curativo sintético derivado da celulose natural,
externamente composto de poliuretano.
• Mecanismo de ação: expansão das partículas de celulose ao absorver
líquidos, criando um ambiente úmido, favorecendo desbridamento autolítico,
crescimento de novos vasos, tecido de granulação, protege as células de
traumas, da contaminação bacteriana, e mantém isolamento térmico.
• Indicação:
Tratamento de feridas limpas, com média e pequena quantidade de exsudato;
Prevenção de LPP em áreas de atrito;
COBERTURAS
• CONTRA-INDICAÇÃO:
• Feridas colonizadas ou infectadas;
• Feridas com necrose de coagulação;
• MODO DE USAR:
• Limpar a lesão com SF 0,9%
• Secar a área ao redor;
• Posicionar de forma que ultrapasse a borda da ferida, além de 2cm.
• FREQUÊNCIA DA TROCA:
• Saturação;
• Aspecto de bolha interna;
Nome Comercial: Tegasorb, Duoderm, Camfeel
COBERTURAS
HIDROPOLÍMEROS:
São almofadas geralmente compostas por três camadas
sobrepostas, sendo uma central de hidropolímero, que se expande
delicadamente à medida que absorve o exsudato.
É indicado para;
• Feridas exsudativas (c/ drenos);
• Feridas superficiais;
COBERTURAS
• FILME TRANSPARENTE:
Composição: membrana de poliuretano, coberto com adesivo hipoalergênico.
São coberturas finas, transparentes, semipermeáveis e não absorventes.
• Indicações:
• Pode ser usado em úlceras de pressão estágio 1 e 2;
• Lacerações de feridas superficiais, ou para cobrir ferimentos suturados;
• Para proteger o cateter sites e sites de dador
• Pode ser usado para proteger contra a fricção
• Contra-indicações:
• Deve ser aplicado a pele saúdavel, e não em pele envelhecida ou frágeis;
• Não usar em feridas exsudativas;
• Não use para feridas infectadas;
COBERTURAS
• Desvantagens:
• Maceração da pele ao redor da ferida;
• Ao remover o curativo, o cuidado deve ser tomado para garantir que
você não rasgue ou danifique a pele. Para remover, levante
o canto do curativo e puxe o filme para fora, em direção as bordas
da ferida para quebrar a barreira. É importante apoiar a pele ao
redor durante a remoção do curativo.
COBERTURAS

• ALGINATO DE CÁLCIO:
• Composição: um polissacarídeo composto de cálcio. Realiza a
hemostasia, a absorção de líquidos, a imobilização e retenção
das bactérias na trama das fibras.
• Mecanismo de ação: este tipo de curativo tem propriedade
desbridante, hemostática e absorvente.
• Indicação: pode ser usado em úlceras infectadas e exsudativas
com cavidades ou fístulas.
COBERTURAS
COBERTURAS

• CARVÃO ATIVADO:
• Composição: cobertura composta de uma almofada contendo um
tecido de carvão ativado cuja superfície é impregnada com prata.
• Mecanismo de ação: alto grau de absorção e eliminação de odor das
úlceras. A prata exerce função bactericida, pode permanecer de 3 a
7 dias, quando a úlcera não estiver mais infectada. No início, a troca
deverá ser a cada 24 ou 48 horas.
COBERTURAS
• SULFADIAZINA DE PRATA:
• Composição: Sulfadiazina de prata a 1%,hidrofílico.
• Mecanismos de ação: íon prata causa precipitação de proteínas e
age diretamente na membrana citoplasmática da célula
bacteriana, tem ação bacteriostática residual.
COBERTURAS
• ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE):
• Composição: óleos vegetais polissaturados, composto de ácidos graxos
essenciais que não são produzidos pelo organismo, como: ácido linoléico,
ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E, e a lecitina de soja.
• Mecanismo de ação: promovem quimiotaxia (atração de leucócitos) e
angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), mantêm o meio úmido e
aceleram o processo de granulação tecidual.
COBERTURAS
• PAPAÍNA:
• Composição: enzima proteolítica retirada do látex do vegetal mamão
papaia. Pode ser utilizada em forma de pó ou em forma de gel.
• Mecanismo de ação: provoca dissociação das moléculas de proteínas,
resultando em desbridamento químico. Tem ação bactericida e
bacteriostática, estimula a força tênsil da cicatriz e acelera a
cicatrização.
Concentrações: 10% - desbridamento
4 a 6%-Presença de exsudato purulento
2% -Tecido de granulação
COBERTURAS

• COLAGENASE:
É uma das enzimas utilizadas no desbridamento químico. Ela
decompõe as fibras de colágeno natural que constituem o fundo da
lesão, por meio das quais os detritos permanecem aderidos aos
tecidos. Demonstra uma ação excitadora para o tecido de
granulação, com aceleração do seu crescimento e enchimento do
vazio da lesão, bem como sua epitelização.
COBERTURAS
• HIDROGEL:
• Composição:
É um gel transparente, formado por polímeros e copolímeros hidrofílicos
compostos de água (78 a 96%), uretanos, polivinilpirrolidona (PVP) e
polietilenoglicol.
Está disponível em forma de placa e gel.
• Mecanismo de ação:
Favorece a autólise e hidrata tecidos desvitalizados, facilitando sua
remoção. Em feridas livres de tecidos desvitalizados, propicia o meio
ideal para a reparação tecidual. Reduz a dor, dando uma sensação
refrescante.
Referências
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Programa Nacional de Segurança do Paciente; Ministério da Saúde/
Anvisa/ Fiocruz; 2013;
• HERDMAN, T. H.; KAMITSURU, S. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I:
definições e classificação 2018-2020. Tradução de Regina Machado
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• Butcher, Howard K. et. Al, Nic - Classificação Das Intervenções de
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Referências
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