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Feridas e lesões

Classificação

Profª. Enfª. Esp. Nayara Helena Kuhn Vieira


Feridas
De acordo com o tempo
• 1. Feridas Agudas: Decorrentes de cirurgias ou traumas, que respondem
rapidamente ao tratamento e em geral cicatrizam sem complicações

• 2. Feridas Crônicas: Cicatrização lenta, de longa duração, que apresentaram


complicações no processo e sequência ordenada da reparação tecidual, podendo
ser recorrentes
De acordo com o agente causal

• Lesões Cirúrgicas: produzidas por um instrumento cortante,


limpas, com bordas ajustáveis e passíveis de reconstrução

• Lesões Traumáticas provocadas acidentalmente por diversos


agentes: mecânicos, físicos e químicos
Ferida cirúrgica ou Ferida Operatória
Ferida traumática
Ferida Crônica
Ulcerativas

• Escavadas, circunscritas na pele, formadas pela morte e expulsão do


tecido, resultantes de traumatismo ou doenças relacionadas com o
impedimento do suprimento sanguíneo, podendo ser decorrentes de
pressão, alterações vasculares e complicações do Diabetes Mellitus.
Ulcerativas
De acordo com o grau de
contaminação
Limpa

• Não apresentam sinais de infecção


• Feitas em condições assépticas.
• Probabilidade de infecção é baixa, em torno de 1 a 5 %
• Nenhuma entrada nos tratos respiratórios, alimentar, genitourinário
ou orofaríngeo
Ferida limpa
Ferida limpa-contaminada
• Tecidos colonizados por flora bacteriana pouco numerosa, sem
processo infeccioso.
• Ex: acidente doméstico, situações cirúrgicas em que houve contato
com o sistema gastrointestinal, respiratório ou genitourinário. Risco
de infecção é de 10%
Limpa-contaminada
Ferida contaminada
• Tecidos colonizados por flora bacteriana
considerável, mas não virulenta.
• Ex: feridas cirúrgicas em que há quebra na
assepsia
• Feridas acidentais com mais de 6 horas de
trauma
• Risco de infecção de 20 a 30%.
Ferida Infectada
• Potencialmente colonizadas por
detritos ou microrganismos

• Evidencia sinais de infecção


como tecido desvitalizado,
exsudação purulenta e odor
característico.
Tipos de tecidos
Tecidos Viáveis
• Granulação
• Epitelização

Tecidos Inviáveis
• Esfacelo desvitalizado
• Necrose
Granulação
• De coloração vermelho vivo ou rosa
Esfacelo
• De cor amarelo e cinza
Necrose
• De coloração cinza, marrom e preta
Fases da cicatrização
• Inflamatória

• Proliferativa

• Maturação
Fase inflamatória
• Também conhecida como fase exsudativa
• Dura de 1-4 dias
• Formação do coágulo sanguíneo
• A ferida fica edemaciada
Fase proliferativa
• Também chamada de fase fibroblástica ou do tecido conjuntivo
• Dura de 5-20 dias
• Produção de colágeno
• Forma-se o tecido de granulação
• Aumenta a força tensional da ferida
Fase da Maturação
• Fase de diferenciação, reabsortiva, de remodelação ou de platô
• Dura 21 dias a meses ou anos
• Os fibroblastos deixam a ferida
• A força tensional aumenta
• As fibras de colágeno se reogarnizam para reduzir o tamanho da
ferida
Fase de Maturação
Cicatrização da ferida
• Primeira Intenção

• Segunda Intenção

• Terceira Intenção
Cicatrização por primeira intenção

• Fechamento imediato das feridas por meio de sutura simples


• Quando não há perda de tecido
• As bordas da ferida encontram-se aproximadas
• A formação de cicatriz é mínima
Cicatrização por segunda intenção

• Feridas infectadas (abscessos)


• Feridas onde houve perda de tecido
• As extremidades da pele ficam distante umas das outras
• As granulações se formam e aumentam até encherem a área deixada
pelo tecido destruído
• Células cutâneas (epitélio) crescem sobre as granulações
Cicatrização por terceira intenção

• A ferida é deixada aberta por um período, funcionando como


cicatrização por segunda intenção
• Feito sutura posterior, cicatrizando como primeira intenção
• Cicatriz mais profunda e mais ampla
Fatores que afetam a cicatrização
Deiscência da ferida
• Ruptura da incisão cirúrgica ou da ferida
Evisceração
• Protusão do conteúdo da ferida
Lesão por pressão
• Úlcera por pressão

• “Lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre


uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação
entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção”
Lesão por pressão
• Causam dano considerável aos pacientes, dificultando o
processo de recuperação funcional, frequentemente
causando dor e levando ao desenvolvimento de infecções
graves
LPP
LPP
• Estágio I: Edema + eritema da pele ainda intacta
• Estágio II: Escarificação da pele
• Estágio III: Dano da espessura total da pele, indo até o músculo sem
atravessá-lo
• Estágio IV: Destruição de todos os tecidos, inlusive muscular e ósseo
Estágio I
• Pele intacta com hiperemia de
uma área localizada que não
embranquece, geralmente
sobre proeminência óssea.
• A área pode apresentar-se
dolorosa, endurecida ou
amolecida, mais quente ou
mais fria
Estágio I
• A pele de cor escura pode não apresentar embranquecimento visível:
sua cor pode diferir da pele ao redor.
• Feridas em estágio I podem ser difíceis de detectar em pessoas de
pele com tonalidades escuras.
Estágio II
• Perda parcial da Derme
• Apresenta-se como úlcera superficial com o leito de coloração
vermelho pálida
• Pode apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato
seroso), intacta ou aberta/ rompida
Estágio II
Estágio III
• Perda de tecido em sua espessura total
• A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso,
tendão ou músculo
• A profundidade da úlcera por pressão em estágio III varia conforme a
localização anatômica
Estágio III
Estágio III
• A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não possuem
tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste
estágio
• Ossos e tendões não são visíveis nem diretamente palpáveis
Estágio IV
• Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão
• Pode haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do
leito da ferida
• A exposição de osso/tendão é visível ou diretamente palpável
Estágio IV
Proeminência óssea
Regiões de incidência
Regiões de incidência
Escala de Braden
Etapas de prevenção da LPP
1. Avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes
2. Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LPP de todos os
pacientes internados
3. Inspeção diária da pele
4. Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele
hidratada
5. Otimização da nutrição e da hidratação
6. Minimizar a pressão
Medidas preventivas
Risco baixo (15 a 18 pontos na escala de Braden)
• Cronograma de mudança de decúbito
• Otimização da mobilização
• Proteção do calcanhar
• Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso
de superfícies de redistribuição de pressão.
Medidas preventivas
Risco moderado (13 a 14 pontos na escala de Braden)

• Continuar as intervenções do risco baixo


• Mudança de decúbito com posicionamento a 30°
Medidas preventivas

Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden).


• Continuar as intervenções do risco moderado;
• Mudança de decúbito frequente;
• Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a
30º
Medidas preventivas

Risco muito alto (≤ 9 pontos na escala de Braden)


• Continuar as intervenções do risco alto
• Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena
perda de ar, se possível
• Manejo da dor
Inspeção meticulosa da pele
Manter a pele sempre seca e
hidratada
Mudança de decúbito
Ergonomia profissional
Tecnologia
Uso de colchões específicos
Utilizar material de apoio
Cuidados com a nutrição
Roupas de cama adequadas

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