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Úlceras por pressão

(UPP)
DEFINIÇÃO

• As úlceras por pressão são lesões cutâneas e/ou de tecidos


moles, superficiais ou profundas, secundária a um aumento
pressão externa, localizando-se geralmente próximas às
proeminências ósseas;
• Uma quebra da continuidade da pele caracteriza-se uma
ferida, que pode ser classificada de acordo com a sua causa,
em traumática, cirúrgica, isquêmica ou por pressão.
• Pacientes cadeirantes, acamados ou debilitados são os mais
acometidos pelas úlceras por pressão.
Epidemiologia

• As úlceras de pressão estão entre as lesões mais dispendiosas e


preveníveis.
• De 11 a 60% dos pacientes hospitalizados apresentam algum tipo de
ulcera por pressão.
• Determinadas condições estão associadas a prevalência e incidência
muito elevadas: quadriplegia (60%), fraturas femorais (incidência de
66%) e tratamento intensivo (incidência de 33%).
Carga tissular

• A carga sobre os tecidos é causada por pressão, fricção e atrito e é


exacerbada pela umidade e pela temperatura.
Carga tissular
Úlcera por pressão
Classificação
• A classificação adotada para úlcera de pressão baseia-se na
profundidade do acometimento e no limite entre os tecidos lesados:
- Grau I: é uma resposta inflamatória aguda, nas camadas da pele.
Apresenta eritema em pele íntegra, persistente mesmo após o alívio
da pressão sobre o local. A identificação da lesão grau I é dificultada
em indivíduos com pele negra.
- Grau II: perda tecidual envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A
úlcera é superficial e apresenta-se clinicamente como uma bolha,
abrasão ou cratera rasa.
- Grau III: comprometimento do tecido subcutâneo, podendo-se
estender mais profundamente, até a fáscia muscular. Representa
perda completa da pele.
- Grau IV: comprometimento mais profundo, com destruição extensa
de tecidos, ulceração de espessura completa com tração extensiva,
necrose tecidual, dano ao músculo, ossos e estruturas de suporte.
Úlcera por pressão
COMO OCORRE ESSA LESÃO?
Tamanho da Lesão

Comprimento x Largura = ÁREA


Profundidade

• Dano tecidual sem solução de continuidade na superfície da ferida;


• Superficial- abrasão, bolha ou cratera rasa.
• Plana/nivelada com a superfície da pele, e / ou elevado acima da
mesma;
• Cratera profunda com ou sem descolamento de tecidos adjacentes;
• Sem possibilidade de visualização das camadas de tecidos devido à
presença de necrose;
• Comprometimento de estruturas de suporte tais como tendão, cápsula
de articulação.
Tecido Necrosado
• Necrose branca/cinza: Pode aparecer antes da ferida abrir, a superfície da
pele está branca ou cinza;

• Esfacelo amarelo, não aderido: Fino, espalhado por todo o leito da ferida;
facilmente separado do tecido da ferida;

• Esfacelo amarelo, frouxamente aderido: Espesso, viscoso, pedaços de


fragmentos, aderido ao leito da ferida;

• Tecido preto, macio e aderido: Tecido saturado de umidade; firmemente


aderido ao leito da ferida; 

• Tecido preto / duro, firmemente aderido: Tecido firme e duro, fortemente


aderido ao leito e às bordas da ferida (como uma crosta dura / casca de
ferida).
Tecido de Granulação
• Tecido de granulação é o crescimento de pequenos
vasos sanguíneos e de tecido conectivo para preencher feridas
de espessura total.
• O tecido é saudável quando é brilhante, vermelho vivo, lustroso e
granular com aparência aveludada. 
• Quando o suprimento vascular é pobre, o tecido apresenta-se de
coloração rosa pálido ou esbranquiçado para o vermelho opaco.
Exsudato

• Sanguinolento: Fino, vermelho brilhante;


• Serosanguinolento: Fino, aguado, de vermelho pálido
para róseo;
• Seroso: Fino. Aguado, claro;
• Purulento: Fino ou espesso, de marrom opaco para
amarelo;
• Purulento pútrido: Espesso, de amarelo opaco para
verde, com forte odor.
Bordas
• Indistinta, difusa: Não há possibilidade de distinguir claramente
o contorno da ferida;
• Aderida: Plana / nivelada com o leito da ferida, sem presença
de paredes;
• Não-aderida: Presença de paredes, o leito da ferida é mais
profundo que as bordas;
• Enrolada para baixo, espessada / grossa: De macia para firme
e flexível ao toque;
• Hiperqueratose: Formação de tecido caloso ao redor da ferida
e até as bordas;
• Fibrótica, com cicatriz: Dura, rígida ao toque.
Pele peri-ulceral
• Cor da Pele ao Redor da Ferida: a partir da borda avalie quatro
cm de pele ao redor da ferida.

As pessoas de pele escura apresentam colorações


“vermelho brilhante” e “vermelho escuro” como um
escurecimento normal da pele ou roxo, e  conforme
a cicatrização vai ocorrendo o novo epitélio apresenta coloração
róseo  e poderá nunca vir a escurecer.
Edema de tecido periférico
• A pele edemaciada sem formação de sulco apresenta-se
brilhante e esticada.

• Para identificar o edema com formação de


sulco/depressão/escavação  comprima firmemente o local com
um dedo durante cinco segundos; ao ser aliviada a pressão
exercida os tecidos não retornam a posição prévia e aparece
um sulco/escavação.

• Crepitação é o acumulo de ar ou gás nos tecidos.


Endurecimento do Tecido Periférico:

• O endurecimento é reconhecido pela firmeza anormal dos


tecidos periféricos. 

• Avalie beliscando cuidadosamente os tecidos.

• O endurecimento resulta em uma inabilidade de se pinçar os


tecidos.
Fatores de risco para úlceras de
pressão
• Causas físicas da imobilidade
• Causas cognitivas da imobilidade
• Sensibilidade diminuída
• Umidade excessiva
• Edema
• Desnutrição
• Assistência ao cliente
Tratamento

• Medicação
• Mudança de decúbito
• Estimular função precocemente
• Curativos especiais
• Fisioterapia: microcorrentes, laser e US
• PREVENÇÃO
CURATIVOS ESPECIAIS
Fisioterapia

• A fisioterapia atua na prevenção das úlceras de pressão, promovendo


mudança de decúbito, exercícios ativos e passivos, estimulando a
deambulação e avaliando a integridade da pele.
• Nos processos ulcerativos, o principal objetivo da fisioterapia vai ser
acelerar o processo de cicatrização diminuindo os riscos de
complicações como infecção. Possibilitando um retorno mais rápido
para as atividades sociais e de vida diária.
• Para esse objetivo poderão ser utilizados recursos como: laserterapia,
US e microcorrentes (MENS)
LASERTERAPIA
LASERTERAPIA

• Atua na pele aumentando a migração de fibroblastos (células de


cicatrização), e consequentemente a formação de colágeno, que é
promovido pela dilatação dos vasos sanguíneos, gerando melhores
condições para a cicatrização rápida da úlcera.
• Possui algumas contra-indicações: em pessoas com neoplasia
diagnosticada, focos infecciosos e gestantes.
Protocolos mais usados:
• He-Ne 632.8 nm 4J/cm2 5mW
• AS-GA 904nm 6J/cm2 45mW
• AS-GA 904nm 3J/cm2
Texto retirado do artigo :

• “...a laserterapia de baixa intensidade é eficaz na aceleração do


processo cicatricial. Porém, percebe-se que não há um consenso
quanto aos parâmetros. Há autores que utilizam a forma de
varredura, enquanto outros utilizam a forma de aplicação pontual,
além de variáveis importantes como o número de sessões, dose e
tempo de irradiação. “
ULTRASSOM TERAPÊUTICO

• Em modalidade de penetração profunda, é uma forma de energia


mecânica que consiste em vibrações de alta frequência. Isso acelera a
cicatrização da ferida pois aumenta a fase inflamatória, estimulando
células (macrófagos) a liberarem fatores de crescimento e agentes
químicos que são necessários para o desenvolvimento de um novo
tecido conjuntivo, ou seja, pele nova.
•  Não há consenso quanto aos parâmetros a serem utilizados na
terapia ultrassônica em úlceras dérmicas
ULTRASSOM TERAPÊUTICO

• Efeitos térmicos significativos podem ser obtidos usando intensidade


entre 0,5 e 1,0 w/cm²
MICROCORRENTES (MENS – Micro Eletrical
Neuro Stimulation)
MICROCORRENTES (MENS – Micro Eletrical
Neuro Stimulation)

Efeitos fisiológicos:
- Restabelecimento da bioeletricidade tecidual ( o que aumenta o
metabolismo das células afetadas )
- Incremento à síntese de ATP em 500%
- Aumenta o transporte de membranas
- Aumenta o transporte ativo de aminoácidos
- Aumenta a síntese de proteínas em 30 – 40%
- Ação no sistema linfático
Efeitos terapêuticos:
- Analgesia
- Aceleração do processo de reparação tecidual
- Reparação de fraturas / aumento da osteossíntese
- Anti-inflamatório
- Bactericida
- Redução de Edema
MICROCORRENTES (MENS – Micro Eletrical
Neuro Stimulation)

Contra-Indicações:
- Psoríase
- Gestantes
- Pós-parto
- Primeiros 6 meses de amamentação
- Próteses metálicas
- Marcapassos
- Neoplasias
- Alergia à corrente
- Osteomielite
MICROCORRENTES (MENS – Micro Eletrical
Neuro Stimulation)

75 a 100 µA
Reparação Tecidual: 
Feridas Dérmicas: 50 µA
Cicatrização: 80 µA
Queimaduras 2º Grau: 20 a 100 µA
CONCLUINDO...

• A úlcera de pressão representa uma condição comum, mas


potencialmente previsível vista principalmente em populações de alto
risco, como os pacientes idosos e os com debilidade física.
• O desenvolvimento das úlceras de pressão pode interferir com a
recuperação funcional, pode ser complicada por dor e infecção, e pode
contribuir para o prolongamento do período de internação hospitalar.
• Estudos indicam que o custo associado com o tratamento das úlceras
de pressão é o terceiro mais alto, vindo depois das doenças
oncológicas e cardiovasculares..
• A prevenção é prioridade máxima e envolve a participação de médicos,
fisioterapeutas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e os membros
da família.

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