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ÚLCERA DE PRESSÃO,

VENOSA, ARTERIAL E
NEUROPÁTICAS
ÚLCERA DE PRESSÃO
LESÃO POR PRESSÃO
DEFINIÇÃO
É uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou
estrutura subjacente, geralmente sobre uma
proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou
de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.

Esta enfermidade é caracterizada por quadro


doloroso, associado a outras complicações, tendo
custo emocional e financeiro muito alto.

(National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2007)


LESÃO POR PRESSÃO

As áreas mais acometidas são


aquelas regiões em que as
proeminências ósseas ficam
logo abaixo da pele, não
havendo proteção de camadas
de tecido muscular e de
gordura.

Áreas localizadas de isquemia e


necrose tecidual, que se
desenvolvem pela compressão
prolongada dos tecidos moles
entre proeminências ósseas e a
superfície externa.
LOCALIZAÇÕES MAIS FREQUENTES

Localizações mais frequentes: isquiática (24%), sacrococcígea (23%), trocantérica (15%), e calcânea (8%). Outras
localizações incluem maléolos laterais (7%), cotovelos (3%), região occipital (1%), e região escapular.
Pressão

Cisalhamento ou Tracção

Fricção

Compressão

Temperatura/Umidade
Pressão

A pressão modifica o fluxo do sangue na pele e nos


tecidos abaixo dela, principalmente nas regiões com
maior saliência óssea. A pressão feita sobre a pele se
espalha por camadas mais profundas em formato de
cone, causando lesões internas que muitas vezes não
podem ser visualizadas. Verdadeiros túneis são formados
e podem não ser identificados facilmente, acarretando
em lesões muito avançadas e trazendo sofrimento ao
paciente.
Fricção

É a resultante entre o atrito da pele com a superfície sobre a qual ela está
exposta e contribui para causar:
• abrasão das camadas superficiais da pele
• dano dos tecidos internos
• lesão da pele
• cisalhamento interno
Cisalhamento

Quando duas camadas de células são


puxadas em sentidos contrários, ocorre
ruptura das conexões entre elas,
lesionando os tecidos. O cisalhamento é
comum nas trocas de leito e nas cabeceiras
elevadas em demasia, pois nestas ocasiões
acontece atrito da pele com o tecido da
cama
Perfusão
Défict Idade
Hipotensão; Tecidual
Nutricional Avançada
Prejudicada;

Mobilidade e Diminuição do
sensibilidade Peso corporal; Drogas; nível de
Reduzida consciência

Dor
Alterações do nível da consciência ou da cognição

A consciência é o estado mental que nos


mantêm alertas. Se alterada, há confusão,
sonolência e até mesmo o estado de coma.
Já a cognição é o que mantém as pessoas
orientadas, lúcidas e independentes.
Problemas Circulatórios

O envelhecimento leva o coração a


aumentar um pouco e desenvolve
paredes mais espessas e câmaras
discretamente maiores. O
enrijecimento das paredes do coração
relacionado à idade impede o
ventrículo esquerdo de se encher tão
bem e, às vezes, pode resultar em
insuficiência cardíaca, sobretudo em
pessoas idosas com outras doenças
como hipertensão arterial,
obesidade e diabetes.
Incontinência Urinária

A incontinência, seja ela urinária,


fecal ou uma combinação das duas,
sempre foi tradicionalmente
relacionada com as lesões por
pressão (LPP), estando presente na
maior parte das escalas da avaliação
de risco de desenvolver LPP (EVRUPP)
a incontinência ou a umidade da pele
como um fator de risco para ter em
conta.
Incontinência Fecal

A umidade causa nos pacientes com incontinência urinária e fecal


um risco para o surgimento das úlceras por pressão, devido ao
contato direto da urina e fezes com a pele. A etiologia da lesão por
pressão é predita pelas escalas de avaliação
Alterações de Sensibilidade da pele

Alterações sensoriais (hipoestesias),


como na diabetes e deficiências de
vitaminas, diminuem a sensibilidade para
sentir a dor, a pressão sobre a pele, a
sensação de umidade e as pregas das
roupas. Esta perda da sensibilidade pode
acarretar em lesões graves,
principalmente nas saliências ósseas.
Sobrepeso ou Desnutrição

Pessoas que apresentam modificações


importantes nas suas condições nutricionais
ficam mais expostas a doenças. A lesão e a
cicatrização dos tecidos cutâneos estão
muito ligadas ao estado nutricional. Deve-se
sempre ter em mente acompanhar a
maneira como o idoso vem se alimentando,
criando um alerta quando há mudança de
quantidade de nutrientes ingeridos por
refeição
IDOSO E SÍNDROME
DA IMOBILIDADE
“ Complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de

todos os movimentos articulares e, por conseguinte, da

incapacidade da mudança postural” (Protocolo de Atenção à Saúde do idoso)


IMOBILIDADE Ou

“Conjunto de sinais e sintomas que surgem devido às

alterações multissistêmicas resultantes da inatividade

musculoesquelética” (LEDUC; LEDUC; SUGUINO, 2016).


Trata-se de um
instrumento de avaliação
do risco de
desenvolvimento de lesão
por pressão em
pacientes.

De acordo com os
resultados desta
avaliação, profissionais
de saúde conseguem
identificar os pacientes
em risco e aplicar
medidas preventivas para
evitar o desenvolvimento
das lesões por pressão.
AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

1) Localização anatômica;
2) Dimensão (comprimento, largura e profundidade);
3) Existência de trajetos fistulosos e cavitação;
4) Aspecto do leito da úlcera: tecido granulação e necrótico, sinais inflamatórios,
exsudado e suas características (quantidade, consistência, odor e coloração);
5) Aparência da pele circundante. O registo fotográfico a cores inicial e nas
reavaliações é especialmente útil na monitorização da resposta às medidas
terapêuticas.
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA ÚLCERA POR PRESSÃO PELA NPUAP-EPUAP
CATEGORIA/ESTÁGIO I

Hiperemia não branqueável da pele intacta


A pele intacta com hiperemia não branqueável de
uma área localizada geralmente sobre uma
saliência óssea. Descoloração da pele, calor,
edema, endurecimento ou dor também podem
estar presentes. Pele de pigmentação escura pode
não ter branqueamento visível.
CATEGORIA/ESTÁGIO II

Perda parcial da espessura da pele ou bolha


Perda parcial da espessura da derme
apresentando uma úlcera superficial com leito da
ferida vermelho-rosa, sem esfacelo. Também
podem apresentar como uma bolha preenchida
de soro ou serosanguinolenta intacta ou aberta /
rompida.
CATEGORIA/ESTÁGIO III

Perda total da espessura da pele (gordura visível)


Perda total da espessura do tecido. Tecido
adiposo pode ser visível, mas não há exposição
de osso, tendão ou músculo. Alguns esfacelos
podem estar presentes. Pode incluir
descolamento e túnel.
CATEGORIA/ESTÁGIO IV

Perda total de espessura de tecido (Músculo /


osso visível)
A perda total de espessura de tecido com
tendão, osso ou músculo exposto. Necrose ou
esfacelo podem estar presentes. Muitas vezes
incluem descolamento e túnel.
NÃO GRADUÁVEIS

Perda dos tecidos, na qual a base da úlcera


está coberta por tecido desvitalizado (amarelo,
acastanhado, cinzentos, verde ou castanho)
e/ou necrótico (amarelo escuro, castanho ou
preto) no leito da ferida.

Até que seja removido tecido desvitalizado


e/ou necrótico suficiente para expor a base da
ferida, a verdadeira profundidade e, por
conseguinte, a verdadeira Categoria/Grau, não
podem ser determinados.
LOCALIZAÇÕES
CINESIOTERAPIA

Visando a melhora da circulação sanguínea que reduz as complicações respiratórias e


potencializa a melhora no estágio cognitivo.

.
MUDANÇA DE DECÚBITO
Realizando exercícios ativos e passivos, observando e avaliando do estado geral do
paciente, bem como a integridade física da pele e seus anexos favorecendo a evolução
do processo de reparação tissular até o retorno das atividades de vida diária.

RECURSO ELETROTERMOFOTOTERÁPICO

Ultrassom, Laser, High volt, Alta frequência, Microcorrente e Corrente Galvânica.


Ozônioterapia
Potente oxidante, melhora a oxigenação
Ozônioterapia
sanguínea, promove o aumento da
flexibilidade dos eritrócitos, facilitando a
sua passagem pelos vasos capilares.
Garante um melhor suprimento de oxigênio
tecidual, reduzindo a adesão plaquetária,
atuando como analgésico e anti-
inflamatório estimulando o crescimento do
tecido de granulação e, em contato com
fluídos orgânicos, promovendo a formação
de moléculas reativas de oxigênio, as quais
influenciam eventos bioquímicos do
metabolismo celular, que proporcionam
benefícios à reparação tecidual, facilitando
o crescimento do tecido epitelial, inibindo
crescimento bacteriano, além de promover
o efeito antimicrobiano e fungicida
(Haddad, 2006; Traina, 2008)
Contraindicações Absoluta
deficiência grave de glicose6-
fosfato desidrogenes –G6PD
(Favismo)

Precaução
gravidez recente ou suspeita (por
questões deontológicas)

Contra indicações relativas


(para aplicações
sistêmicas)
Hipertireoidismo ou hipertensão
arterial descompensados, Anemia
grave, hemorragia recente de
órgãos, caquexia, Patologias com
alto estresse oxidativo
(compensar primeiro)
Laser de Baixa Intensidade
1. Laser vermelho 660nm
2. Potência: 100mW
3. Energia: 1 a 2J
4. Modo de aplicação: Realizar a aplicação
pontual sobre a lesão em contato na borda
e não contato no centro em forma de
“varredura” como indicadas no protocolo.
Aplicar 1 a 2J. Repetir a energia 3 vezes em
cada ponto.
5. Sugestão: 2 aplicações semanais.
ÚLCERA VENOSA
Fisiopatologia da úlcera venosa é decorrente da
insuficiência das válvulas das veias das pernas e da
associação do refluxo de sangue para as veias
superficiais. A falha no mecanismo fisiológico do
fluxo venoso desencadeia a hipertensão venosa em
deambulação, afetando a microcirculação, causando
danos às paredes, aumento da permeabilidades das
mesmas. Com o aumento da permeabilidade capilar
ocorre a liberação de macromoléculas do seu
interior para a pele, provocando alterações cutâneas,
que culminam com a ulceração do tecido.
TIPOS DE ÚLCERA VENOSA

A formação da úlcera pode estar associada ao acúmulo de líquido e o depósito de


fibrina no interstício formando manguitos, a deficiência de nutrientes e oxigênio
pode acarretar em ulcerações e necroses.

Outro mecanismo referido é a reação entre leucócitos e moléculas de adesão do


endotélio, tal processo pode desencadear inflamação e danos às válvulas venosas,
o que aumenta a susceptibilidade a formação de úlceras.
AVALIAÇÃO DA ÚLCERA VENOSA

• Edema • Bordas
• Eczema • Leito (avaliar tipo de tecido predominante
• Hiperpigmentação de acordo com a cor, aderência e
• Espessamento de tornozelo (valor < a 0,9 consistência)
indica anormalidade) • Mensuração (medida bidimensional)
• Localização • Exsudato (são extremamente exsudativas)
• Profundidade • Dor (leito seco e edema aumentam a dor)
TERAPIA MANUAL

TERAPIA COMPRESSIVA

TRATAMENTO CIRÚRGICO

ELETROTERMOFOTOTERAPIA
ÚLCERA ARTERIAL
As úlceras decorrentes de insuficiência arterial
geralmente possuem profundidade variável, pouca
exsudação, coloração de fundo pálido ou negro
devido à necrose, são extremamente dolorosas, de
odor forte e difícil cicatrização.

Faz parte das Úlceras de membros inferiores 30% do


total, são crônicas e normalmente o paciente possui
uma doença arterial. Sua instalação é rápida e com
história de perda de pelos e membro frio.
AVALIAÇÃO DA ÚLCERA ARTERIAL

• Dor variável – moderada a intensa • Pouco exsudativa


• Piora ao repouso – perna em pêndulo • Pulso tibial filiformes ou ausentes
• Alívio da dor quando abaixa o membro • Ecodopller
• Claudicação intermitente • ITB ≤ 0,9
• Dedos dos pés, calcanhar, lateral da perna • Piora com elevação do membro
• Aspecto regular • Cianose
• Superficial ou profunda • Pode estar associado a diabetes.
TERAPIA MANUAL ELEVAR A CABECEIRA DA CONTROLE DE TABAGISMO E CAFEÍNA
CINESIOTERAPIA CAMA EM 20 CM TRIGLICERÍDEOS E
COLESTEROL

ELETROTERMOFOTOTERAPIA DIABETES PROTEÇÃO CONTRA LESÕES PARONÍQUIAS (INFLAMAÇÃO


TÉRMICAS, MECÂNICOS E AO REDOR DA UNHA) E
QUÍMICAS UNHA ENCRAVADA
ÚLCERA NEUROPÁTICA
O mecanismo básico da neuropatia é
multifatorial e pouco conhecido. Contudo, os
danos metabólicos gerados pela hiperglicemia,
hipoglicemia e deficiência insulínica estão
associados à desmineralização, e a degeneração
axonal.
O diabetes mellitus representa a principal causa da neuropatia
metabólica periférica, manifestação que incluí um amplo
espectro de disfunções estruturais e funcionais dos nervos
periféricos.

As úlceras plantares hansênicas geralmente são crônicas e a maioria dos


pacientes ignora o mecanismo de sua formação. A cronicidade e
gravidade do problema exigem dos pacientes o cuidado diário dos pés,
fato que leva muitas pessoas ao abandono do tratamento, deixando-se
vencer pelo desânimo e descrença na cicatrização das mesmas devido à
lentidão dos resultados.
TRATAMENTO TÓPICO

Medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele para a cicatrização do


úlcera neuropática

CINESIOTERAPIA
Consiste na reabilitação do paciente nos quadros pós cirúrgicos e com evolução de amputação de
membro.

ELETROTERAPIA
Ultrassom, Laser, High volt, Alta frequência, Microcorrente e Corrente Galvânica.
DOSIMETRIA DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA

EFEITO DESEJADO DENSIDADE DE POTÊNCIA

Analgésico 2 a 4 J/cm²

Circulatório 1 a 3 J/cm²

Regenerativo 3 a 6 J/cm²

Inflamatório 1 a 3 J/cm²
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
• J. A. ROCHA et al. ABORDAGEM TERAPÊUTICA DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO - Intervenções baseadas na
evidência. Serviço de Fisiatria. Hospital Geral de Santo António, S. A. Porto. Acta Med Port 2006; 19: 29-38.
• Furieri, F. P. M. et al. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA ÚLCERA POR PRESSÃO: UMA REVISÃO. Revista
Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 6(1): 69-80, jan-jun, 2015.
• Lima, M. P. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA CRÔNICA: estudo de caso.
• Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Prevenção de Úlcera por Pressão em ILPIs – Guia para
Cuidadores de Idosos.
• NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP); EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL
(EPUAP); PAN PACIFIC PRESSURE INJURY ALIANCE (PPPIA). Prevention and treatment of pressure ulcers:
clinical practice guideline. Osborne park: Cambridge Media, 2014
• Magalhaes FN, Dota L, Sasse A, et al. Ozone therapy
• Das G, Ray S, Ishwarari S, et al. Ozone nucleolyisis for management of pain and disibility in prolapsed lumber
intervertebral disc. A prospective cohort sudy. Interv Neuroradial. 2009
• NUPEN. Laserterapia. 2016,disponível em: hps://www.nupen.com.br/laser/laser-2/

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