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PARA ENFERMEIROS
ORIENTADORA
COLABORADORAS
Natália Sousa
Graduada em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Coordenadora de Enfermagem do Hospital Geral de Fortaleza - HGF
Apresentação
Esse guia rápido é fruto de uma intervenção desenvolvida no Internato supervisionado
Universidade de Fortaleza, que se deu a partir de uma intervenção em uma unidade hospitalar
cuidado.
atividades educacionais para o cuidado de pacientes com úlcera por pressão. Este guia não
pretende esgotar este tópico de forma alguma, Por se tratar de um tema amplo e com constante
progresso científico, este guia visa orientar a prática educativa do serviço apartir da resolução de
Esperamos que este conteúdo seja útil no processo de educação das pessoas sobre curativos e
6. Referências .........................................................................................………………….....................23
Conceito Teórico Sobre Lesão Por Pressão (LPP)
“ Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou de outro artefato. A lesão pode se apresentar em
pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou
prolongada em combinação com o cisalhamento. A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode
também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição ” (NPUAP, 2016).
1.Pressão Contínua:
A pressão excessiva ou contínua em uma área de lesão ou proeminência óssea pode prejudicar a irrigação
sanguínea, dificultando a cicatrização.
2. Cisalhamento:
Quando o cliente desliza na cama, a pele das nádegas não o acompanha o movimento, ficando presa na cama.
Isso pode causar dobras na pele que podem se transformar em feridas. Um dos hábitos que favorece esse
deslizamento é apoiar as costas na cabeceira da cama.
3. Fricção:
Ocorre quando duas superfíceis ficam esfregando uma contra a outra podendo causar feridas. Uma das
causas comuns é arrastar o cliente em vez de levantá - lo. A umidade piora os efeitos da fricção.
4. Umidade:
Ressalta - se que é importante realizar o controle da umidade no leito do cliente (STUQUE, A.G., et al., 2017).
Fonte. Cartilha de Orientação sobre prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - Universidade Federal Fluminense (UFF).
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FATORES EXTRÍNSECOS DA LPP
1. Idade Avançada :
As pessoas idosas são mais propensas as feridas e cicatrização lenta devido a problemas nutricionais,
comprometimento imunológico, problemas circulatórios, problemas respiratórios, ressecamento da
pele,fragilidade capilar, produção de vitamina D, angiogênese, dificuldade de cicatrização e diminuição da
espessura da derme.
2. Doenças Concomitantes:
Doenças, tais como, HAS, DM, doenças hepáticas, renais, vasculares e cancêr podem retardar ou impedir a
cicatrização de feridas.
3. Condições Nutricionais:
Os nutrientes são essenciais para a cicatrização das feridas. A falta de alguns nutrientes pode prejudicar o
processo de cicatrização. Os pacientes devem ser acompanhados com exames laboratoriais e medidas
antropométricas para avaliar o estado nutruicional.
4. Drogas Sistêmicas:
Alguns medicamentos, tais como, corticóides, quimioterápicos, penicilina e anti-inflamatórios pode prejudicar
a cicatrização.
Fonte. Cartilha de Orientação sobre prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - Universidade Federal Fluminense (UFF).
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Avaliação da Lesão Por Pressão (LPP)
AVALIAÇÃO DO CURATIVO
A avaliação das feridas por pressão deve ser realizada durante as trocas de curativos e registradas no
prontuário do paciente. A avaliação deve incluir as características da lesão, tais como, estadiamento, tipo de
tecido, presença de exsudato, espaço morto, bordas e pele adjascentes.
LPP TISSULAR
PROFUNDA Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível,
devido a cobertura densa de esfacelo ou escara.
Fonte. Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM- EBSERH (2020)
.
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CONTEÚDO BACTERIANO
A ferida pode apresentar conteúdo bacteriano, sendo caracterizada em diferentes formas:
Limpa: Lesão feita em condições assépticas e que está isenta de microrganismos.
Limpa Contaminada: Lesão com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e atendimento, sem
contaminação significativa.
Contaminada: Lesão com tempo superior a 6 horas entre o trauma e atendimento, com presença de
contaminantes mas sem processo infeccioso local.
Infectada: Presença de agente infeccioso local e lesão com evidência de intensa reação inflamatória e destruição
de tecidos, podendo haver pus.
Odor: Produzido por bactérias e tecidos em decomposição.
Fonte. Manual de Padronização de Curativo - Município de São Paulo (SP) (2021) .
TIPO DE EXSUDATO
Drenagem de
Drenagem aquosa, Drenagem Drenagem de Drenagem de
consitência semi-
de coloração conscitência consistência um consistência
espessa e/ou turva
tranparente ou aquosa, de pouco espessa e espessa e de
de coloração
levemente coloração fina de coloração coloração
amarelada ou
amarelado/ambar avermelhada à avermelhada. amarelada,
acastanhada.
com aspecto de rosa. acastanhada ou
plasma. esverdeada.
Fonte. Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020) .
QUANTIDADE DE EXSUDATO
Quantidade de exsudato:
Nenhum/ Seco: Curativo primário não tem fluido, é seco; pode estar aderido na lesão.
Pequeno/Úmido: Curativo primário apresenta pequena quantidade de fluido/secreção.
Moderado / Molhado: Curativo primário apresenta-se extensivamente molhado, mas não ocorre
extravasamento; a frequência de troca é normal para o tipo de curativo.
Grande/Saturado: O curativo apresenta-se extensivamente molhado e o extravasamento poderá estar
ocorrendo; a pele perilesional poderá estar macerada; a troca de curativo é necessária com mais frequência
para o tipo de curativo utilizado.
Fonte: Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020)
.
PRESENTE
Espaço morto abaixo da Canal que se aprofunda Canal entre uma viscera e
pele íntegra. leito da ferida. a pele.
MORFOLOGIA
Descrever a localização e a
profundidade em
centímetros.
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Fonte: Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020).
BORDA DA FERIDA
PELE ADJACENTE
ÍNTEGRA
PELE
ADJASCENTE
PRESERVADA
1 Pele sem lesões.
ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE
PELE ADJACENTE
PREJUDICADA 1 Dor;
Anestesia;
Formigamento.
CONSITÊNCIA
2 Edema;
Endurecida.
TEMPERATURA
3 Quente;
Fria.
COLORAÇÃO
4 Pálida;
Avermelhada.
TEXTURA
5 Descamada;
Ressecada;
Masserada.
INTEGRIDADE
6 Vesículas/Bolhas;
Erosão.
Fonte: Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020).
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MORFOLOGIA DA FERIDA
• Tuberosidades isquiáticas;
• Pés;
• Espinha dorsal torácica;
• Calcanhares.
Ferida Profunda
Ferida Cavitária
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AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE
Área
A pele encontrasse intacta
Vermelhada Sem
exsudato
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Limpeza e Preparo do Leito da Ferida
TIPOS DE TECIDOS
1.Teciado Viável :
Tecido Epitelial: Novo tecido de coloração róseo ou brilhante, que se desenvolve a partir das bordas ou
como “ilhas” na superfície da lesão.
Tecido de Granulação: Vermelho vivo ou róseo, brilhante, úmida e granular ou vermelho pálido e opaco (em
risco).
. 2. Tecido Inviável :
Necrose de Coagulação (Escara): Caracterizada pela presença de crosta preta ou marrom, seco, endurecido
e bem aderido.
Necrose de Liquefação (Amolecida): Tecido amarelo - esverdeado e/ou quando a lesão apresenta infecção,
secreção purulenta.
Desvitalizado/Fibrinoso: Tecido de coloração amarelada ou esbranquisada, que adere ao leito da ferida e se
apresenta como cordões ou crostas grossas, podendo ainda ser mucinoso (esfacelo).
Fonte. Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020) .
Manual de Padronização de Curativo = Município de São Paulo (SP) (2021) .
LIMPEZA DE FERIDA
1°
Limpe suavemente a ferida e a pele 3°
1° ao redor (não esfregue) no momento 2°
Seque a região perilesional,
PASSO de cada troca de curativo usando PASSO aplicando no leito da ferida a
Soro Fisiológico 0,9% e gaze com
cobertura indicada. Cobrir com o
movimentos rotatórios de dentro
curativo secundário.
para fora, local mais limpo para o
mais sujo
2°
Aplique pressão suficiente para
IMPORTANTE limpar a ferida sem danificar o tecido
ou levar bactérias para a lesão sem
Utilize todas as faces da causar trauma ao leito da ferida. 3°
gaze apenas uma vez. Examine o leito da ferida e a pele PASSO
adjascente (coloração, exsduato,
granulação, sinais de infecção.
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ESCOLHA DO CURATIVO
Vale lembrar que nem todos os produtos são apropriados para todas as
feridas e suas fases de cicatrização, cada um tem sua fase específica .
Proteger o
Granulação;
tecido de A seleção de curativo deve
Fibrina;
Tipo de Tecido granulação; estar baseada no tipo de
Escara;
Remover o tecido.
Secreção.
leito
necrótico.
Feridas infectadas
Localizada; Providenciar o requerem antimicrobiano
Inflamação e Difusa; controle oral e IV;
Infecção Sistêmica; bacteriano. Não use curativos oclusivos
em lesões infectadas.
A seleção do curativo
Dor Dor contínua; depende do tipo da dor do
Realizar o
Dor ao trocar cliente.
controle de dor.
curativo. O curativo não pode
aderente.
Selecionar
Odor curativos que
Feridas sem Caso haja odor, certifique
promova
odor. da causa do odor.
redução de
odor.
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DESBRIDAMENTO DA LPP
TIPOS DE DEBRIDAMENTO
Enzimático
Com bisturi Autolítico Mecânico
Químico
É importante lembrar que o tipo de desbridação com bisturi deve ser executado
por um médico experiente e/ou enfermeiro(a) capacitado (a).
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Coberturas para Tratamento Disponíveis na
Instituição
ESCOLHA DO PRODUTO
OBJETIVO DO EXSUDATO
ESTÁGIO DA LPP CURATIVO IDEAL
TRATAMENTO
Curativos absorvente
Estágio 3 Manter o equilíbrio da com moderada
umidade no leito da ferida. exsudação à intensa,
hidrofibras e espumas .
OU
Curativos de alta
Limpar, desbridar, abosorção: Espuma e
Estágio 4 absorver exsudato e hidrofibras para controle
preencher o espaço morto. de umidade e bacteriano
no leito da ferida.
LEGENDA
SEM EXSUDATO
POUCO EXSUDATO
MÉDIO EXSUDATO
INTENSO
EXSUDATO
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TIPO DE DISPOSITIVO DE FIXAÇÃO
Fonte: Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020).
TIPOS DE COBERTURAS
Gazes Esterelizadas
Lesões superficiais/profundas e secas/exsudativas
Fonte: Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão - UFTM - EBSERH (2020).
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TIPO DE MATERIAL - GAZE COM SORO FISIOLÓGICO 0,9% (SF)
TIPO DE
Cobertura primária.
TRATAMENTO
O curativo deve ser trocado toda vez que estiver saturado com
a secreção ou, no máximo, a cada 24 horas. Quando na
PERÍODO DE TROCA
presença de pouco exsudato, a gaze deverá ser umedecida
duas a três vezes ao dia, com SF0,9%.
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TIPO DE MATERIAL - ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL – AGE
O curativo deve ser trocado toda vez que estiver saturado com a
PERÍODO DE TROCA secreção ou, no máximo, a cada 24 horas.
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TIPO DE MATERIAL - Papaína Gel 10%
Cobertura Primária.
TIPO DE TRATAMENTO
Cobertura em GEL: É mais indicada nas seguintes situações: ferida com tecido
de granulação com pouco exsudato, necrose acompanhada de granulação com
exsudato moderado a abundante e úlcera venosa.
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TIPO DE MATERIAL - Papaína Creme 10%
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TIPO DE MATERIAL - Kollagenase
a cada 24h.
PERÍODO DE TROCA
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TIPO DE MATERIAL - Cavilon™ Película Protetora
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TIPO DE MATERIAL - PÓ HIDROCOLÓIDE
1. Limpe a ferida;
2. Agite suavemente o frasco e espalhe o produto na área desejada;
MODO DE USAR 3. Espalhe o pó uniformemente utilizando gaze;
4. Retire o pó excedente antes de aplicar o adesivo de um bolsa de
estomia ou inserir o curativo.
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Prevenção da LPP na Prática: Intervenções
Específicas
1..Cuidando da Pele :
Identificar sinais precoces de lesões causadas por pressão;
Utilizar Ácidos Graxos Essenciais (AGE), cremes de barreiras, filmes transparentes para proteção da
pele;
Identificar sinais de ressecamento, rachaduras, eritema, maceração, fragilidade, calor e enduração;
Uso de creme de barreira e sonda retal (se necessário para desvio de efluente);
Hidratar pele.
2. Reduzindo a Umidade :
Identificar e tratar causas de umidades;
Realizar higiene íntima após cada troca de fralda;
Incentivar o uso de comadre e dispositivos urinários (exemplo: jontex), mantendo as roupas de cama
sempre secas.
3. Avaliando a Pressão :
Realizar mudanças de decúbito a cada 2 - 3 horas;
Utilizar dispositivos de alívio de pressão tais como: colchões especiais (colchão pneumático),
travesseiros, almofadas de gel;
Aumentar a superficie de apoio na região onde está sendo exercida a pressão;
Proteger calcâneo manter os membros inferiores aquecidos;
Necessidade de elevação dos MMII (descompressão dos calcâneos);
Não utilizar almofadas tipo "donut" com furo no meio;
Realizar a elevação do calcâneo, não usar luvas com água para apoiar os calcâneos.
5. Estimulando a Movimentação:
Estimular a movimentação ativa, no caso do paciente restrito ao leito, sob acompanhamento;
Estimular o paciente a sentar no leito e/ou fora do leito com auxilio, minimizando o risco de quedas;
Utilização de traçados na mobilização do paciente;
Estimular a deambulação com auxílio, minimizando o risco de queda (Ministério da Saúde, 2013).
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AVALIAÇÃO DA LPP
Tempo de Avaliação da
Escala de Braden Classificação
existência lesão
Aspecto;
Estágio 1;
Localização;
Reavaliação diária Estágio 2;
Exsudato;
Estágio 3;
Borda;
Estágio 4;
Pele ao redor;
Não Classificável.
Dor ;
Tamanho;
Profundida.
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ESCALA DE BRADEN
ESCALA DE BRADEN
PONTUAÇÃO 1 2 3 4
Percepção
Sesorial:
Capacidade
Totalmente Levemente Nenhuma
de reagir à Muito limitado
limitado limitado limitação
pressão
causando
desconforto
Umidade:
Nível a qual a
Completament Ocasionalmente Raramente
pele é Muito molhado
e molhado molhado molhado
exposta a
umidade.
Atividades:
Confinado à Anda Anda
Grau de Acamado
FATORES DE RISCO
Mobilidade:
Capacidade
de mudar e Totalmente Bastante Levemente Não apresenta
controlar a imóvel limitado limitado limitações
posição do
corpo
Nutrição:
Provavelmente
Padrao usal Muito pobre Adequado Excelente
inadequado
de consumo.
Fricção e
Cisalhament
o: Ocorre
quando a
pele e a
superfície Problema em Nenhum
Problema
óssea se potencial problema
move contra
a superfície e
uma sobre a
outra.
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AVALIAÇÃO DO RISCO
Escalação do Braden
Risco Alto / Muito Alto Risco Moderado Risco Baixo Sem risco
10 - 12 / 6 - 9 13 - 1 4 15 - 16 > 17
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REFERÊNCIAS
Preto, 2014.
2. NPUAP. European Pressure Ulcer Advisory Panel, National Pressure Ulcer Ad- visory Panel.
Prevention and treatment of pressure ulcers: quick reference guide. Washington (DC):
seção 1, Brasília, DF, n. 152, p. 156, 7 out. 2018. ISSN 1677-7042. Disponível em:
https://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05012015/.
4. PÓ PARA ESTOMIA. Responsável Técnico Dra. Paula M. Rudow de Almeida. Rio de Janeiro:
tratamento de lesão por pressão. Livro digital. Rio de Janeiro: Universidade Federal
6. SARDO P, et al. Pressure Ulcer risk assessment: Retrospective analysis of Bra- den Scale scores
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