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Internato de Atenção Básica 2024.

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UBS RECANTO VERDE

LESÃO POR PRESSÃO (LP)


Professores: Drª Flávia Pedrosa
Preceptora: Drª Cintia Botelho Bravin
Acadêmicos: Edimar Júnior Catroli Vargas
Vitor Melhorin Borlini

MURIAÉ, FEVEREIRO DE 2024. 1


CASO CLÍNICO

Drª C. B. B. Médica responsável pela Unidade Básica de Saúde


do bairro Recanto Verde, recebeu uma solicitação da agente
comunitária de saúde responsável da microárea 03, para uma
avaliação de uma paciente acamada a cerca de cinco anos.

Chegando ao domicilio...
CASO CLÍNICO

29/01/2024: R. L. R. R., 78 anos, sexo feminino, casada, aposentada


como diretora escolar, católica praticante, residente da cidade de
Muriaé-MG no bairro Recanto Verde com o esposo e seu filho
divorciado.
SUBJETIVO
• QP: Visita domiciliar para acompanhamento de paciente sarcopênico

•HDA: Paciente com queixa de ansiedade generalizada, associada a taquicardia e labilidade


emocional, acamada ha cerca de cinco anos devido a complicações na indução anestésica
de uma cirurgia após fraturar a clavícula esquerda. Seu esposo, atual cuidador, relata que ha
cerca de cinco meses sua esposa iniciou perda ponderal e há três meses surgiram lesões em
região sacro-ilíaca, que no início era uma pequena lesão em bolha, que após três dias foi
rompida e vem sofrendo alteração de extensão, com leve odor. Queixa de dor, nega febre e
demais sintomas.
SUBJETIVO

•HPP: HAS, DM, histórico de AVC, depressão maior e cardiopata.


Medicamentos: Selozok 25mg (1-0-0) , Pantoprazol 40mg (1-0-0), Edistid 100mg (0-1-0), Risperidona
1mg (0-1-0), Glifage XR 500mg (0-1-0), Mirtazapina 30mg (0-0-1), Venzer 16mg (1-0-0), Noripurum
(0-1-0), Oxalato de escitalopram 20mg (1-0-0), Bromoprida 10mg (1-0-0), Mitor (1-0-1), Depakene
ER 250mg (0-0-1).
Nega cirurgias prévias, hemotransfusão, cartão de vacina regular, nega alergia medicamentosa.
SUBJETIVO

• HF: Mãe faleceu aos 97 anos, sem motivo relatado; Pai: faleceu aos 77 anos sem motivo relatado.
•HV: Nega etilismo e tabagismo, sedentária, alimentação pastosa via oral.
•HS: Reside com o esposo e o filho (renda familiar : 7 salários mínimos)
OBJETIVO

•Paciente com face de dor, anictérica, acianótica, afebril 35,3°C; hipocorada (1+/4+), PA: 130/85
mmHg; FC: 75 b.p.m.; FR: 18 i.r.p.m.; SatO2: 95% A.A.; IMC: 14,2
• AC: RCR, BNF em 2T.; pulsos simétricos e rítmicos.
• AR: MVUA, SRA;
•ABD: flácido, escavado, RHA + em todos quadrantes.
•Osteomuscular: MMSS c o m força preservada; MMII com força preservada , panturrilhas livres,
com pulsos palpáveis bilateralmente e presença de feridas.
OBJETIVO

 Presença de lesão por pressão em região sacral, com tecido já necrosado , com odor fétido e
secreção purulenta, com aproximadamente 15 cm de extensão e 3 cm de profundidade em
tecido com granulação.

Fonte: www.scielo.br/j/rbcp/a/PxMt5hM63ygWSmBLYYt5cmM/
AVALIAÇÃO

 Hipóteses diagnósticas: sarcopenia grave ?


DM descompensada ? Sepse cutânea ? Tag?
PLANO
INTRODUÇÃO

• A qualidade na assistência e a segurança do paciente vêm sendo discutidas nos


últimos 15 anos no âmbito dos cuidados à saúde, ensino, pesquisa e sociedade.

• A ocorrência de eventos adversos é um problema grave e os danos causados


têm implicações significativas na mortalidade, morbidade, qualidade de vida,
pois afetam negativamente os pacientes em todos os contextos da assistência à
saúde.
Ribeiro BS, Silva MC, 2017
INTRODUÇÃO

A Lesão por Pressão (LP) é considerada um dos indicadores negativos de qualidade


assistencial dos serviços de saúde e de enfermagem e sua prevenção é importante,
considerando o contexto do movimento global pela segurança do paciente.

A LP representa um grave problema envolvendo o sofrimento de pessoas, aspectos


econômicos e um desafio interdisciplinar, uma vez que consome grande quantidade de
recursos do sistema de saúde e horas de assistência de enfermagem, devido ao seu
tratamento prolongado e de alto custo.
DEFINIÇÃO

Qualquer interrupção na continuidade da pele, que afete a integridade tissular


definimos como ferida. Também é definida como uma deformidade ou lesão que
pode ser superficial ou profunda, fechada, ou aberta, simples ou complexa, aguda
ou crônica.

Domansky, 2014
COMO PREVENIR

• AVALIAÇÃO DOS RISCOS


• AVALIAÇÃO DA PELE
• APORTE NUTRICIONAL
• REPOSICIONAMENTO
• SUPORTE DE SUPERFICIE
REGIÕES MAIS ACOMETIDAS
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

ESTÁGIO 1 – Pele íntegra com eritema não


branqueável, após a remoção de pressão, ou
com alterações na sensação, temperatura ou
consistência. No cliente de pele escura pode
ser observado a descoloração da pele.

Pele íntegra com eritema


que não embranquece
Fonte: NPUAP, 2016
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

ESTÁGIO 2 – Perda parcial da espessura da pele


com exposição da derme. Leito da ferida é
viável, rosa ou vermelho, úmido e pode se
apresentar como um flictena com exsudato
seroso intacto ou rompido.

Perda da pele em sua espessura parcial


com exposição da derme
Fonte: B NPUAP, 2016 ,OILERSHOT PHOTO/SCIENCE PHOTO LIBRARY
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

ESTÁGIO 3 – Perda da espessura total da pele


com exposição de tecido adiposo. O tecido de
granulação e a borda despregada estão
frequentemente presentes. Esfacelo e/ou escara
podem ser visíveis.

Perda da pele em sua espessura total


FONTE: NPUAP, 2016 ,Roberto A. Penne-
Casanova/SCIENCE PHOTO LIBRARY
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

ESTÁGIO 4 – Perda da espessura total da pele e


perda tissular. Possível comprometimento de
fáscia, músculos, ossos, tendões e/ou nervos.
Esfacelo e/ou escara podem ser visíveis. Bordas
despregadas, descolamentos e/ou tunelização
ocorrem frequentemente.

Perda da pele em sua espessura


total e perda tissular
Fonte: NPUAP, 2016 ,Foto de Gordian Medical, Inc.
dba American Medical Technologies
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

NÃO CLASSIFICÁVEL - Perda da pele em sua


espessura total e perda tissular na qual a
extensão do dano não pode ser confirmada
porque está encoberta pelo esfacelo ou escara.
Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por
Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará
aparente. Escara estável (isto é, seca, aderente,
sem eritema ou flutuação) em membro
isquêmico ou no calcâneo não deve ser
removida. Perda da pele em sua espessura
total e perda tissular não visível
Fonte: NPUAP, 2016 ,Foto de Gordian Medical, Inc.
dba American Medical Technologies
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

Classificação do Sistema Red, Yellow,Black. Fonte: feridas topsy one.


CUIDADOS NECESSÁRIOS

LIMPEZATURA

Fonte: http://eerp.usp.br/feridascronicas/
VERMELHA AMARELA PRETA
CUIDADOS NECESSÁRIOS

Fonte: http://eerp.usp.br/feridascronicas/
TRATAMENTO

• Redução da pressão
• Tratamento direto de lesões
• Tratamento da dor
• Controle da infecção
• Avaliação das necessidades nutricionais
• Terapia concomitante ou cirurgia
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
RETOMANDO AO CASO...

• Orientar familiares sobre a importância em


mudar o paciente para posição de decúbito
• Sugerir o uso de colchão de casca de ovo
• Solicitar a avaliação da equipe multidisciplinar
(nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta,
enfermeiros e técnicos e assistente social)
• Prescrever analgesia
• Rever medicamentos de uso
• Solicitar exames laboratoriais
• Prescrever curativos diarios
Fonte: http://eerp.usp.br/feridascronicas/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o Exercício profissional da Enfermagem, e dá
outras providências. Disponível em: www.portalcofen.gov.br

Brasil. Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987 que regulamenta a Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe
sobre o Exercício profissional da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: www.portalcofen.gov.br

Brasil. Resolução COFEN nº 311/2007, aprova a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem. Disponível em: www.portalcofen.gov.br

Brasil. Resolução COFEN nº 358/2009, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional
de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: www.portalcofen.gov.br

Domansky RC, Borges LE. Manual de prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em evidências. 2.ed.Rio de
Janeiro: Rubio,2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Anvisa. Práticas seguras para Prevenção de Lesão por Pressão em Serviços de Saúde. Nota Técnica
GVIMS/GGTES nº 03/2017.Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para Prevenção de Úlcera por Pressão. Programa Nacional de Segurança do
Paciente. Brasília, 2013.

THULER, S. R.; DE PAULA, B. M. A. Guia de Boas Práticas: Preparo de Leito de Lesão e Desbridamento. Associação
Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências– SOBEST, São Paulo, 2017.

Santos ICRV, Oliveira RC, Silva MA. Desbridamento cirúrgico e a competência legal. Texto contexto - enferm.,
Florianópolis , v.22, n. 1, Mar. 2020.

Sobest. Associação Brasileira de estomaterapia. Disponivel em: www.sobest.org.br/texto/3


Jarvis C. Exame Físico e Avaliação de Saúde para a enfermagem. 6ed. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA. Classificação das lesões por pressão – Consenso NPUAP 2016 –
adaptada culturalmente para o Brasil. São Paulo: SOBEST, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Tratamento e controle de feridas tumorais e úlceras por
pressão no
câncer avançado. Rio de Janeiro: INCA, 2009.

BLACK, J. et al. O papel das coberturas na prevenção da lesão por pressão. London: World Union of Wound Healing
Societies, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão.
Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.

MALAGUTTI, W. KAKIHARA, C. T. (Eds.). Curativos, estomias e dermatologia: uma abordagem multiprofissional. São
Paulo: Martinari, 2010.
OBRIGADO!

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