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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CAMILA KAREN MOURA LOPES (20171103323)

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

MÓDULO CONSULTA DE ENFERMAGEM

Professora: Geandra Quirino

Cabo Frio
2021.2
Ferramenta TIME para avaliação de feridas

A ferramenta TIME tem por objetivo a sistematização do cuidado as feridas, a


partir da avaliação e estabelecendo intervenções visando a cicatrização. Sua
aplicação considera quatro parâmetros avaliados para avaliação e manejo das feridas.
Os parâmetros são baseados nos problemas que o leito da lesão apresenta, que
podem dificultar na cicatrização. A letra “T” refere-se à identificação do tecido na lesão,
o “I” sobre os sinais de inflamação ou infecção que podem existir, o “M” refere-se ao
exsudato e desequilíbrio de umidade, e o “E” concerne à característica da borda da
ferida.
A letra T do acrômio avalia se há tecido inviável, como presença de necrose,
esfacelo e fibrina, que são ambientes favoráveis para o crescimento de bactérias que
promovem inflamação e infecção. O desbridamento do tecido inviável é recomendado
para reduzir o número de microorganismos, biofilme e toxinas que atrapalham na
melhora clínica da ferida
A letra I referente a inflamação e infecção. A inflamação é a resposta
imunológica do organismo para combater microorganismos, mas quando ela persiste
por tempo prolongado pode levar a infecção. A infecção da ferida contribui para a
contaminação, colonização da ferida, e até mesmo infecção sistêmica. Os sinais
clínicos de infecção são: atraso na cicatrização, dor, aumento do exsudato seroso,
mudança na cor do leito da ferida, tecido friável, tecido de granulação ausente ou
anormal, pus e odor.
A letra M relata o desequilíbrio da umidade, a avaliação do exsudato e etiologia
dele. O meio úmido é importante para cicatrização, mas seu excesso pode levar a
maceração das bordas retardando o processo de cicatrização. Contudo, uma ferida
ressecada influencia a lenta migração de células epiteliais o que limita a regeneração
da pele.
A letra E, referente a borda epitelial. As margens da ferida precisam estar bem
definidas. A margem com espaço morto, inflamadas, com excesso de umidade devem
ser controladas para o tratamento correto da ferida.
É importante reconhecer todos os fatores que influenciam nos resultados das
intervenções, visto que uma avaliação errônea pode levar ao aumento do tempo do
processo de cicatrização.
AVALIAÇÃO DAS FERIDAS A PARTIR DA FERRAMENTA TIME

PACIENTE 1

Característica da ferida: Úlcera venosa em uso de bota de Unna.

T Leito da ferida com tecido epitelizado e de granulação, com camada pequena


de esfacelo bem aderido
I Inflamação (edema evidenciado); potencial de contaminação
M Ressecada
E Bordas difusas e irregulares
PACIENTE 2

Característica da ferida: Ferida traumática que evoluiu para ferida crônica com
características venosas.

T Ferida com tecido desvitelizado:


escara e pouca quantidade de
esfacelo
I Presença de infecção
M Exsudato aparentemente seroso
E Bordas maceradas

Figura 1 - antes da consulta de


enfermagem

T Leito da ferida com maior


quantidade de tecido de
granulação, e pouca quantidade
de esfacelo.
I Potencial de contaminação
M Exsudato serosanguinolento
E Bordas róseas aderidas

Figura 2 - depois da intervenção do enfermeiro


PACIENTE 3

Característica da ferida: Deiscência em incisão cirúrgica (amputação a nível de joelho)

Atenção: Paciente com insuficiência arterial

T Leito da ferida com extensa área


de tecido inviável/desvitalizado,
escara e esfacelo
I Com presença de infecção e
colonização crítica
M Exsudato purulento
E Bordas irregulares e maceradas
REFERÊNCIAS
BAHIA, Secretaria de Administração do Estado da Bahia. PLANSERV: Assistência à
Saúde dos Servidores do Estado da Bahia. Coordenação de Gestão de Projetos de
Saúde. Coordenação de Prevenção. 83 P. Normas e Diretrizes para Prevenção e
Tratamento de Feridas. Salvador: PLANSERV 2010/Revisão 2013. Disponível em:
https://www.planserv.ba.gov.br/wp-content/uploads/docs-
planserv/prestadores/protocolo_clinico/diretrizes_feridas_final_2013.pdf.
COUTINHO JÚNIO, NFL; BEZERRA, SMG; BRANCO, NFLC; CARVALHO, MDR;
ROCHA JÚNIOR, K; FERREIRA, LFO; ROCHA, ESB. Ferramenta TIME para
avaliação de feridas: concordância interobservador. ESTIMA, Braz. J.
Enterostomal Ther., 18: E1720, 2020. Disponível em:
https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/875/321

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