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Traumatismo Crâneo-Encefálico

BANGU BIYELA
Residente em Imagiologia - HCM

ISCISA, Maio de 2019


Conteúdos
• Introdução
• Revisão anatômica da cabeça
• Epidemiologia do TEC
• Causas
• Classificação
• Quadro clínico
• Diagnóstico
• Tratamento
• Conclusões
• Referências
Introdução
• O Traumatismo Crâneo-encefálico (TCE) ocorre quando uma força
externa causa um ferimento traumático as tecidos da cabeça.
• É uma das principais causas de morte e de invalidez no mundo,
especialmente em crianças e adultos jovens.
Breve Revisão Anatômica da cabeça
• A cabeça é uma região anatômica que forma a
parte superior do corpo e está fixada ao tronco
pelo pescoço.
• O seu esqueleto é formado por uma caixa
óssea, o crâneo.
• Divide-se funcionalmente em 2 partes
• Neurocrâneo e
• Viscerocrâneo
Fig 1
Funções:
• Abriga e protege o encéfalo;
• Abriga e protege órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato e
gustação), além de vasos e nervos;
• Dá passagem ao ar e alimento através de aberturas;
• Participa da mastigação através da maxila, mandíbula e dentes
• Local de inserção de músculos
Neurocrânio
O neurocrânio fornece o
invólucro para o cérebro e
as meninges encefálicas,
partes proximais dos
nervos cranianos e vasos
sanguíneos.
É formado por 8 ossos:
Frontal, Temporal(2),
esfenoide, parietal(2),
occipital, etmoide . Fig 2 Abóbada craniana
Fig 2 Base do crânio
Cont

Fig 3 Meninges Fig 4 Corte axial da


cabeça
Epidemiologia

Graf 1. Fonte: Livro de registo de


Internamentos da Neurocirurgia HCM
Epidemiologia
Intervenção Neurocirúrgica de Urgência

70

60

50

40

30

20

10

0
Traumatismo CE Trauma Vértebro-Medular Hidrocefalia Outros

2015 2016 2017 2018 Gráf 2 Fonte: Livro


de registo Cirúrgico
Causas

• Acidentes automobilísticos
• Agressão física
• Quedas
• Outos Acidentes (desportivo, etc)
Classificação
• Gravidade (Escala de Coma de Glasgow)
• Graus de leve, moderado a grave.
• Morfologia
• Localização das lesões
• Traumatic Coma Data Bank (TCDB) ou Marshall
• Lesões focais
• Lesões difusas (tipo I a IV)
Classificação
Lesões Extracranianas • Lesões Intracranianas
• Couro cabeludo • Meninges
• Hematomas • Hematoma subdural
• Lacerações • Hematoma epidural
• Fracturas do crâneo • Parênquima
• Abóbada • Cerebelo
• Base
Quadro clínico
• É extremamente variável e muitas vezes difícil de avaliar nos
Politraumatisados
• Podem estar presente:
• Cefaleia
• Alteração do estado mental
• Convulsões
• Déficit neurológico focal (ex: hemiparesia, etc)
Quadro Clínico cont
• Sinais clínicos
• Equimose periorbitária
(Guaxinim)
• Rinolicorragia
• Otolicorragia
• Paralisia facial periférica
• Hipoacúsia
• Equimose retroauricular (sinal de
Battle)
Diagnóstico
• História Clinica: Mecanismo da lesão
• Exame físico
• Traumatismo Facial ou no couro cabeludo
• Nível de consciência
• Sinais de fratura da abóbada e base do crâneo
• Pesquisa de sinais de drenagem Licórica
• Radiologia
• Rx do crâneo
• TAC
• Ressonância Magnética
Diagnóstico Imagiológico
das lesões
Exames de Imagem
Hematoma Epidural
• Localizado entre o crânio e a dura-
mater.
• É uma imagem lenticular
biconvexa.
Hematoma subdural
• Localizado entre a dura-mater e
a aracnoide.
• Imagem em lua crescente.
Lesões intraparenquimatosas
• Encontram-se dentro
do parênquima
encefálico
• Traduzem-se por
imagens
hiperdensas.
Indicações para requisição de TAC CE de
urgência
• 1. Nível de consciência ≤ 8/15 após estabilização do doente
• 2. Não melhoria do nível de consciência em doentes com 9-14/15
após terapêutica inicial
• 3. Deterioração do nível de consciência durante observação
• 4. Convulsões focais ou generalizadas após TCE
• 5. Sinais de focalização independentemente do nível de consciência
• 6. Fracturas da abóbada com afundamento
• 7. Sinais de Hipertensão Intracraniana (vómitos + cefaleia intensa)
Tratamento
Inicialmente garantir:
• o suporte respiratório,
• manutenção adequada de ventilação, oxigenação (SPO2>90%)
• e pressão arterial (PA). (PAD>90mmHg)
• Sutura de todas feridas sangrantes
• Analgesia adequada e antibióticos (Fraturas expostas)
• Controle e profilaxia das convulsões

• Eventualmente Cirúrgico
Critérios de abordagem cirúrgica
Conclusões
• O TCE é uma das principais causas de morte por trauma no nosso país
e de sequelas muitas vezes permanentes e incapacitantes, com
grande prejuízo tanto para a vítima como para os seus familiares.
• O manejo correto dos doentes pode evitar a morte e prevenir a
continuidade do dano cerebral e sequelas.
• A consideração dos critérios de pedido do TAC CE de urgência é muito
importante para evitar radiação desnecessária.
OBRIGADO

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