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TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

PROF: Enf. Matheus Godoi


Trauma Craniano

• As lesões cerebrais moderadas a graves ocorrem em cerca de 100.000


vítimas de trauma anualmente. As taxas de mortalidade das lesões
moderadas e graves são de 10% e 30%, respectivamente. Daqueles que
sobrevivem a estas lesões, entre 50% e 90% apresentam algum grau de déficit
neurológico permanente.
Trauma Craniano
Anatomia

• O cérebro é dividido em hemisfério direito e esquerdo. O hemisfério


dominante é aquele que contém o centro da linguagem. Este é o hemisfério
esquerdo em todos os indivíduos destros e em cerca de 85% dos indivíduos
canhotos.
• O cérebro é composto por vários lobos:

 Frontal. Contém os centros da emoção, função motora e expressões da


fala no lado dominante .
• Parietal. Responsável pela função sensitiva e orientação espacial.
• Temporal. Regula algumas funções da memória; contém a área para recepção
e integração da fala em todos os indivíduos destros e na maioria dos canhotos.
• Occipital. Contém o centro da visão.
• TRONCO CEREBRAL

• Mesencéfalo e ponte. Contém o sistema reticular ativador, que é responsável


pelo nível de consciência .
• Medula. Contém o centro de controle cardiorrespiratório.
 CEREBELO

• Controla a coordenação e o equilíbrio.


Trauma Craniano
• O encéfalo tem a capacidade de auto-regular o fluxo de sangue que recebe
quando se encontram estresses fisiológicos. O fluxo sanguíneo cerebral (FSC)
permanece praticamente constante, com discretas alterações na pressão
sanguínea; no entanto, começa a diminuir quando a pressão arterial média
(PAM) cai abaixo de 60 mm Hg. Outro parâmetro fisiológico importante é a
pressão de perfusão cerebral (PPC), que é calculada pela diferença entre a
PAM e a pressão intracraniana (PIC).
• PPC = PAM - PIC
Trauma Craniano
• A pressão arterial média normal varia de 85 a 95 mm Hg, a pressão
intracraniana é considerada normal abaixo dos 20 mm Hg. Portanto, a pressão
de perfusão cerebral (PPC) está normalmente entre 70 e 80 mm Hg.
• A pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial (PaC02)
também tem efeitos sobre o FSC. A elevação da paC02, além do seu valor
normal que é de 35 a 45 mm Hg, produz dilatação das arteríolas cerebrais
(aumentando o FSC), ao passo que a diminuição da PaC02 produz
vasoconstrição cerebral (diminuindo o FSC).
Trauma Craniano
Fisiopatologia

• A LCT pode ser dividida em duas categorias:

1) Lesão cerebral primária (trauma direto no encéfalo associado com lesões


vasculares) representado por danos graves às células nervosas (neurônios) como
resultado direto de uma agressão inicial, independente do mecanismo de lesão.
• 2) Lesão cerebral secundária refere-se a uma extensão da magnitude da lesão
cerebral primária devido a fatores que resultam em déficit neurológico
permanente mais extenso. As causas da lesão cerebral secundária podem ser
divididas em sistêmicas e intracranianas.
• 2.2)Fatores intracranianos: o edema cerebral e os hematomas intracranianos e
ambos podem provocar o aumento da PIC (denominada hipertensão
intracraniana).

• 2.1)Fatores sistêmicos que podem levar à lesão cerebral secundária


frequentemente podem ser identificados e tratados no ambiente pré-hospitalar.
Estes fatores incluem hipóxia, hipercapnia, hipocapnia, anemia, hipotensão,
hiperglicemia e hipoglicemia.
Causas Intracranianas

• CONVULSÕES: Hipóxia decorrente de problemas tanto na via aérea como na


ventilação pode induzir convulsões generalizadas, assim como a hipoglicemia e
as alterações eletrolíticas. O tecido cerebral isquêmico ou lesado pode ser
foco irritável e produzir convulsões. Convulsões podem agravar a hipóxia
preexistente decorrente de dano à função respiratória. Além disso, atividade
cerebral maciça associada a convulsões generalizadas esgotam rapidamente os
níveis de oxigênio e glicose, piorando ainda mais a isquemia cerebral.
Causas Intracranianas

• EDEMA CEREBRAL E HEMATOMAS INTRACRANIANOS: O edema cerebral


frequentemente ocorre no local da lesão cerebral primária. Fluido intracelular
pode se acumular no interior dos neurônios lesados, e a lesão pode levar à
liberação de substâncias inflamatórias que permitem que o fluido extravase
através das membranas capilares, aumentando o fluido intersticial no tecido
cerebral. À medida que o edema se desenvolve, um ciclo perigoso pode se
estabelecer porque o edema prejudica ainda mais o fornecimento de oxigênio
comprometendo o tecido isquêmico adjacente, resultando em mais edema.
Trauma Craniano
Concussão Cerebral

A concussão é uma alteração da função mental ou do nível de consciência,


causada por um traumatismo craniano.

• O diagnóstico de concussão é feito quando o doente que sofreu trauma


apresenta alterações na função neurológica, mais comumente perda de
consciência, não sendo identifica da nenhuma lesão intracraniana ao realizar
tomografia computadorizada. Outros achados neurológicos incluem déficits de
memória, amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. Fortes dores de cabeça,
tonturas, náuseas e vômitos acompanham a concussão.
Fraturas de Crânio

Um forte impacto pode produzir uma fratura


com afundamento de crânio na qual
fragmentos ósseos são dirigidos penetram no
tecido cerebral.
Equimose periorbital, muitas vezes referida
como "olhos de guaxinim", e o sinal de
Battle, em que se observa equimose na
região retroauricular.
Hematoma Intracraniano
Os hematomas intracranianos são divididos em três tipos - epidural, subdural e
intracerebral.

HEMATOMA EPIDURAL:
• Estes hematomas frequentemente resultam de impactos de baixa velocidade
no osso temporal, como um golpe por um soco ou uma bola de beisebol. A
fratura desse osso pouco espesso lesa a artéria meníngea média, resultando em
sangramento arterial que se acumula entre o crânio e a dura-máter.
HEMATOMA SUBDURAL :
• Ao contrário do sangramento arterial que produz o hematoma epidural, o
hematoma subdural geralmente resulta de sangramento venoso, pela lesão das
veias ponte que ocupam o espaço subdural, durante um impacto violento na
cabeça. Neste caso, o sangue irá se acumular no espaço subdural, entre a dura-má
ter e aracnóide. Déficits neurológicos focais podem aparecer imediatamente
após o trauma, ou os sinais podem demorar dias ou até meses para se apresentar.
HEMATOMA INTRACEREBRAL :

• Lesão de vasos sanguíneos intracerebrais pode produzir hematoma


intracerebral ou contusão cerebral. Embora essas lesões sejam resultado de um
trauma fechado, elas podem também ser decorrentes de trauma penetrante como
ferimento no cérebro por arma de fogo. No trauma fechado, as contusões
cerebrais podem ser numerosas. Um hematoma geralmente ocorre no local do
impacto quando o cérebro colide com a superfície interna do crânio (lesão de
"golpe"), e uma segunda lesão pode ocorrer no local oposto ao ponto de impacto
quando houver cisalhamento entre o cérebro e a caixa craniana (lesão de
"contragolpe").
Avaliação:
Vias Aéreas-Ruídos ventilatórios indicam obstrução parcial que pode ser
provocada pela língua ou por um corpo estranho. Vômito, sangramento e
edema decorrente de trauma facial comprometem a via aérea de um doente
com LCT.

Respiração
Avaliação neurológica- Durante o exame primário e após ter iniciado as
medidas apropriadas para tratar as alterações identificadas nas vias aéreas, na
respiração e na circulação, deve ser calculada a linha basal do escore da Escala
de Coma de Glasgow para avaliação mais precisa do nível de consciência do
doente .
• Avaliação:
A cabeça e a face do doente devem ser palpadas cuidadosamente à procura de
ferimentos, depressões ou crepitações. A saída de fluido claro pelo nariz ou
pelo ouvido pode ser LCR. Quando colocado em chumaço de gaze ou tecido o
LCR, pode se separar do sangue, produzindo "halo" amarelado característico.
O tamanho e a resposta pupilar devem ser reavaliados neste momento. Devido
à incidência de fraturas da coluna cervical em doentes com LCT, o pescoço
deve ser examinado para identificar dor e deformidades ósseas.
Avaliação:
Em doente cooperativo, deve ser realizado um exame neurológico mais
detalhado, avaliando a função motora e sensitiva em todos os membros. Déficits
neurológicos, como hemiparesia (diminuição da força muscular) ou hemiplegia
(paralisia), podem estar presentes em apenas um lado do corpo. Estes "sinais
de lateralização" são indicadores de LCT.
FIM!

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