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SISTEMA NERVOSO CENTRAL, PERIFÉRICO

E AUTÔNOMO:

Aula 02
Ma. Karina Faine
Anatomia do crânio
8 ossos
Ímpares

1-Frontal
1-Occipital
1-Esfernóide
1-Etmóide

Pares

2-Parietais
2-Temporais
Anatomia do encéfalo
Telencéfalo: córtex cerebral e corpo caloso
Diencéfalo: Tálamo e hipotálamo
Divisão e função dos
lobos cerebrais
Meninges

Espaço entre o crânio e a dura-máter:


espaço epidural
A medula espinhal ou espinal é
um cordão cilíndrico, composto
de células nervosas, localizada
no canal interno das vértebras.

Sua função é estabelecer


a comunicação entre o corpo e
o sistema nervoso, e agir
também nos reflexos,
protegendo o corpo em
situações de emergência em
que é preciso que haja uma
resposta rápida.

Apesar de ser confundida com


a medula óssea, aquela está
relacionada com a produção de
células sanguíneas, a medula
espinhal faz parte do sistema
nervoso central.
31 pares de nervos
espinhais

8 cervicais
12 torácicos
5 lombares
5 sacrais
1 coccígeo

Se estende do final do tronco


encefálico até a altura da segunda
vértebra lombar, depois torna-se
cauda equina constituída somente
por nervos
A coluna vertebral é o eixo
central do corpo responsável por
sustentar a nossa posição
bípede. A coluna vertebral é constituída por 33
vértebras
Ela também constitui um
Vértebras Cervicais: 7 vértebras;
importante eixo de comunicação Vértebras Torácicas: 12 vértebras;
entre o sistema nervoso central Vértebras Lombares: 5 vértebras;
e periférico, através da medula Vértebras Sacrais: 5 vértebras fundidas;
espinhal, contida no canal Vértebra Coccígea: 4 vértebras fundidas.
medular da coluna vertebral.
Obs: atlas (C1) e áxis (C2)
A coluna também é formada por
tecidos moles como músculos,
ligamentos, cápsulas, tendões e
discos, sendo estas estruturas
responsáveis pela flexibilidade
da coluna vertebral.
Com exceção da 1ª e 2ª vértebras
cervicais, atlas (C1) e áxis (C2),
respectivamente, todas as vértebras
possuem 7 elementos básicos:
• Corpo;
• Processo Espinhoso;
• Processo Transverso;
• Processos Articulares;
• Lâminas;
• Pedículos;
• Forame Vertebral.
Traumatismo crânio encefálico

• O TCE é uma lesão decorrente de algum trauma na região do encéfalo (parte


interna do crânio), ou seja, ocorre quando uma força externa causa um
ferimento traumático no cérebro
• São lesões graves e o tratamento de urgência é de extrema importância
Classificação das lesões

• Lesões Primárias
ocorrem como resultado direto das forças envolvidas no evento
traumático:
• as contusões e lacerações da superfície cerebral (que ocorrem na parte
inferior dos lobos frontal e temporal, quando o cérebro choca-se contra a
base do crânio).
• A lesão difusa do axônio (relacionada com o cisalhamento que rompe os
axônios nervosos na substância branca cerebral);
• Lesão vascular difusa, com hemorragias no cérebro;
• Contusão dos nervos cranianos (com mais frequência do nervo olfatório)
• Laceração do pedículo hipofisário.
Classificação das lesões
• Lesões Secundárias
resultam do evento traumático, com manifestação mais tardia, sugerindo
que podem ser evitáveis.

• Hemorragia intracraniana (extradural, subdural, subaracnóide ou


intracerebral);
• Edema cerebral;
• Aumento de pressão intracraniana;
• Danos cerebrais associados à hipóxia;
• Infecção intracraniana (em particular, nas lesões penetrantes);
• Hidrocefalia;
Classificação do TCE
Tipos de traumatismo
Quanto ao mecanismo

Fechado Penetrante
Causados por quedas, Quando ocorre lesão da
atropelamentos, acidentes dura-máter e são
automobilísticos e agressões provocadas, principalmente,
por armas de fogo ou armas
brancas
Classificação do TCE
Tipos de traumatismo
Quanto a gravidade
É baseada na pontuação obtida na escala de coma e de alterações da consciência de Glasgow
(ECG) e pode ser leve (ECG 13 a 15), moderado (ECG 9 a 12) ou grave (ECG 1 a 8)

Lesões graves
Lesões leves Lesões intermediárias podem ocorrer posteriormente à lesão
Perda de consciência bem rápida períodos médios de inconsciência leve ou intermediária
Com ligeira amnésia que pode durar Pode durar mais de uma hora É caracterizado por inconsciência profunda
mais ou menos uma hora Apresenta Edema ou hemorragia cerebral
A recuperação é mais lenta
Quadro clínico pode vim (isso é detectado pela hemorragia
Ocorre sonolência por até uma cerebral)
acompanhado de ansiedade, tontura,
semana após o trauma, agitação, Observação: são os mais graves pois o
mal-estar, podendo persistir por mais
dias tontura cefaleia paciente pode entrar em um quadro de
coma profundo.
para que possamos
observar a evolução do
paciente a cada
anotação, mais uma vez,
facilitando o
entendimento do
próximo profissional a
respeito do nível de
saúde do paciente

O que mudou
turma???
Abertura pupilar
Classificação do TCE
Tipos de traumatismo
Quanto a morfologia

Lesões extracranianas: Fraturas de crânio: lineares, Lesões intracranianas: podem


lacerações de couro cominutivas, com ser focais (hematoma
cabeludo (podem ser fonte afundamento ou diastáticas. extradural, subdural ou
importante de A ocorrência de fraturas intraparenquimatoso) ou
sangramento) e aumenta significativamente o difusas (concussão, lesão
hematomas subgaleais risco de lesões intracranianas. axonal difusa e inchaço
cerebral).
Hematoma intraparenquimatoso
ou contusão:
ocorre principalmente nos lobos
frontal e temporal e pode se
expandir em poucas horas.

Entre a dura máter e Entre o crânio e a dura-


aracnoide máter Lesão na Artéria
meníngea média
alteração imediata do nível de
consciência e déficits focais perda inicial da consciência,
(hemiparesia, alterações seguida de intervalo lúcido,
pupilares e convulsões) e, subseqüentemente,
piora neurológica.
Hemorragia subaracnóidea
(entre aracnoide e pia-mater)

Pode causar irritação


meníngea e, tardiamente,
hidrocefalia. A imagem
tomográfica é de área linear
ou tortuosa, hiperdensa,
acompanhando as fissuras e
os sulcos.

Hemorragia intraventricular:

pode ocorrer isoladamente e


levar à hidrocefalia obstrutiva.
Concussão caracteriza-se pela presença de sintomas neurológicos sem nenhuma
lesão identificada, mas com danos microscópicos, dependendo da situação,
reversíveis ou não

Ocorre perda momentânea da consciência, seguida de amnésia passageira. Não há alterações


tomográficas e em poucas horas o paciente retorna à normalidade. Além de lapsos de memória,
ela pode incluir náuseas, cefaleia, tonteira, zumbidos, irritabilidade, depressão e algum grau de
regressão no desenvolvimento neuropsicomotor, distúrbios visuais e da movimentação dos olhos.
Devido ao cisalhamento ocorre inconsciência imediata e prolongada. As lesões, em geral, são
microscópicas (tomografia normal) ou podem ser visualizados pontos hemorrágicos em substância
branca subcortical, no corpo caloso e no mesencéfalo.
Classificação do TCE
Etiologia
Quais são as causas dos traumatismos cranianos?

As causas mais comuns de


traumatismos cranianos são
todas aquelas condições os acidentes
atropelamentos,
que implicam num choque automobilísticos
mecânico (pancada) com a
caixa craniana, como:

movimentos bruscos de
quedas, lesões perfurações, fraturas de
aceleração e desaceleração,
cortocontusas, crânio,
etc.
Sinais clínicos do TCE

TCE leve TCE grave


• Vômito • Perda de líquor
• Perda de equilíbrio craniano
• Amnésia por mais de 5 • Fratura exposta de
minutos crânio
• Alteração do nível de • ECG menor que 8
consciência e sinais
neurológicos
Sinais clínicos do TCE
Fratura de base de crânio

Equimose
periorbital (olhos
Equimose retro- de guaxinim)
auricular: Sinal de
Battle
Complicações e sequelas
• Dependendo da área cerebral afetada, temos os déficits de força,
acometendo por exemplo um único membro do corpo (monoparesia,
se parcial, monoplegia, se completa), braço e perna do mesmo lado
(hemiparesia/hemiplegia), pernas (paraparesia/paraplegia) ou todos
os quatro membros (tetraparesia/tetraplegia).
• A perda da fala (afasia) ou alteração dela (disfasia)
• Déficits de sensibilidade (parestesias, anestesias)
• Lesões de nervos cranianos específicos, muitas vezes decorrentes de
fraturas, inchaço cerebral ou hematomas, podem ocasionar perda do
olfato, cegueira, estrabismo, surdez, vertigens (tonturas) ou paralisia
de um lado da face
Complicações e sequelas
• Cefaleia pós-traumática
• Palidez, sudorese, sensação subjetiva de desequilíbrio, podendo
evoluir para desmaios
• Estado vegetativo → destruição das porções cerebrais superiores
envolvidas com as funções mentais sofisticadas, poupando as
atividades do tálamo e tronco cerebral, particularmente os ciclos
sono/vigília, a regulação da temperatura corpórea, a respiração e a
frequência cardíaca
• Entende-se por
traumatismo
raquimedular (TRM)
lesão de qualquer
causa externa na
coluna vertebral,
incluindo ou não a
medula ou as raízes
nervosas, em
qualquer dos seus
segmentos (cervical,
dorsal,
lombossacro).
Traumatismo raquimedular
Etiologia

• Frequentemente está associado a trauma cranioencefálico ou


politrauma.
• Quedas
• Mergulho em águas rasas
• Acidentes automobilísticos
• Esportes
• Acidentes por arma de fogo
• Mecanismos de lesão: hiperextensão, hiperflexão, compressão,
rotação, torção lateral e tração
Epidemiologia
• Referente à lesão medular, estima-se em mais de 11 mil vítimas
anualmente, acometendo nove homens para cada mulher.
• A média de idade das vítimas é de 30,4 ± 15,5 anos.
• O coeficiente de incidência de lesão medular no Brasil é de 71 novos casos
por milhão de habitantes.
• A região Nordeste apresentou uma incidência de 91 casos, seguida pela
Centro-oeste com 79 casos e a Sudeste com 71 registrados.
• As regiões Norte e Sul apresentam as mais baixas incidências, com 49 e 38
casos por milhão, respectivamente.
• Em cada região, as causas mais frequentes são os acidentes de trânsitos,
seguidos de mergulhos, quedas e perfurações por arma de fogo.
Achados clínicos
• O mecanismo dessas lesões em sua maioria é a fratura ou a fratura e
luxação.
• Metade das lesões ocorre na coluna cervical, um sexto na região
torácica e um terço na região lombossacra.
• O trauma é a causa mais comum da síndrome de transecção da
medula espinal.
• Uma hemissecção da medula (síndrome de Brown-Sequard) é rara e
normalmente associada à lesão penetrante por projétil ou faca
Mecanismo de lesão
Paraplegia: paralisia de ambas as pernas
Tetraplegia: paralisia de ambos braços e pernas
Sinais clínicos
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO TRM
• Choque medular: O choque medular é definido como um estado de completa arreflexia
da medula espinhal, que ocorre após traumatismo grave na medula → ausência total da
sensibilidade, dos movimentos e do reflexo bulbo cavernoso
• Choque neurogênico: queda da pressão arterial, acompanhada de bradicardia→ lesão
do sistema nervoso simpático medular e consequente vasodilatação dos vasos viscerais e
das extremidades, associadas à perda do tônus simpático cardíaco, não permitem que o
paciente consiga elevar a frequência cardíaca
• Trombose venosa profunda: Vasodilatação e acúmulo de sangue perifericamente →
imobilidade
• Disrreflexia autonômica: Geralmente ocorre nas lesões acima de T5, mais precisamente
nas lesões cervicais. Tem como sinais e sintomas: hipertensão arterial, sudorese profusa,
rubor facial, congestão nasal e cefaléia latejante
• Bexiga neurogênica: Depois de uma lesão grave da medula espinhal a bexiga é
inicialmente contraída, e paciente não tratados irão desenvolver retenção aguda
• Pneumonia: tetraplegia oferece risco aumentado de infecção devido à paresia do
diafragma e/ou músculos intercostais, o que prejudica a capacidade de eliminar
secreções
Caso clínico
• Exame Físico
• Paciente do sexo masculino, 26 anos,
pardo, chega ao Pronto Socorro em • Paciente embriagado. Se apresenta consciente,
protocolo de trauma trazido pelo Corpo de obedece a comandos, confuso e abertura ocular
Bombeiros, devido a atropelamento por à voz, somando pontuação 13 na Escala de Coma
carro há 20 minutos com ejeção da vítima. de Glasgow, podendo ser associada ao quadro de
Deu entrada neste serviço nitidamente embriaguez.Sem estigma de trauma torácico
embriagado, porém sem perda de ou Abdominal. Apresentava pupilas isocóricas e
fotorreagentes. Oroscopia e otoscopia sem
consciência, convulsões ou vômitos e em alterações. Sinais vitais: PA: 130×90 mmHg ; FC:
Glasgow 13. Não foi capaz de informar 92 bpm; FR: 14 irpm. Aparelho cardiovascular:
alergia medicamentosa, antecedentes Ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas
patológicos ou se faz uso de medicamentos normofonéticas, sem sopros; Aparelho
contínuos. respiratório: Murmúrio vesicular universalmente
audível, sem esforço respiratório; Abdome:
Flácido, indolor à palpação, timpânico, sem
massas ou visceromegalias, com peristalse
aumentada, sem pontos dolorosos. Exame dos
membros: Escoriações em região escapular
esquerda e MI esquerdo, sem sangramento ativo,
sem edema ou hematoma.
Exame complementar
• Exame complementar
• Tomografia computadorizada (TC) de crânio
em corte axial, em janela de parênquima
evidenciando uma coleção hiperdensa •
biconvexa frontotemporoparietal de grande
volume, sugestiva de hematoma extradural
agudo. Presença de hematoma subgaleal
adjacente.
• A reavaliação
• Após 40 minutos da admissão, paciente
apresentou anisocoria pupilar com midríase
em lado direito. Hemiplegia em lado
esquerdo, localizava a dor, abertura ocular a
dor, nenhuma resposta verbal, somando
pontuação na Escala de Coma de Glasgow
de 9.
Questões para orientar a discussão...
• 1. Em relação a gravidade, qual a
classificação segundo glasgow o
paciente apresenta nos dois•
momentos?
• 2. Por que a reavaliação do paciente
com TCE é importante?
• 3. O que significa anisocoria pupilar
com midríase do lado direito ?
• 4. Onde se localiza as regiões que
apresentam hematomas segundo a TC?

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