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TRAUMATISMO CRANEO-ENCEFÁLICO  Hematoma

 É uma agressão mecânica contra o craneo da qual vai Rutura de um vaso, provocando
resultar uma lesão do crâneo e/ou encéfalo. uma acumulação de sangue no
tecido, formando uma elevação.
 O TCE constitui qualquer agressão que acarrete lesão
anatômica ou comprometimento funcional do couro
cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.
 Feridas/soluções de continuidade

Traumatismo Craniano Traumatismo Encefálico


 Lesões Cranianas e Cerebrais
A fisiologia e severidade diferentes em cada grupo.
Epidemiologia:
São divididas em:
̵ Grave problema de saúde pública
1. Fraturas do crânio
̵ 1ª causa de morte nas pessoas com <40 anos
2. Lesão cerebral difusa
3. Lesão focal
Causas:
 Acidentes de viação (40% a 50%)
1. FRATURAS DO CRÂNIO
 Quedas várias Base do crânio
 Agressões É indicativa de que o trauma cranioencefálico foi intenso.
 Acidentes desportivos As fraturas de base de crânio podem levar a fístulas liquóricas
 Acidentes de trabalho caracterizadas pela perda de líquido céfalo-raquidiano pelo ouvido
(otorreia), ou pelo nariz (rinorreia).
 Mergulhos em águas pouco profundas
Sinais sugestivos de fraturas de base de crânio:
– equimose na região mastóide (retroauricular) (sinal de Battle)
Etiologia – equimose periorbitária (sinal de Guaxinim)
Caso o paciente que sofreu a fratura de base de crânio precise de uma
• Aceleração do Crânio
sonda sempre deve-se priorizar sondas orogástricas/oroenterais, pois
Choque sobre crânio imóvel – (traumatismo direto)
a sonda nasogástrica/nasoenteral pode passar nessa fratura.
• Desaceleração do Crânio
Paragem brutal do crânio – (traumatismo direto ou
indireto por contragolpe)

Tipo de Lesões
Lesões Primárias Lesões Secundárias
Resulta da lesão mecânica Não está diretamente
que ocorre no momento do relacionada com o
trauma e que decorre do mecanismo do trauma.
impacto. Geralmente não Ocorre após o trauma inicial 2. LESÃO CEREBRAL DIFUSA
pode ser amenizada por e é definida como uma lesão Tipo de lesão craniana que atinge o cérebro como um todo e
intervenções médica. neuronal decorrente da
decorre de forças cinéticas que levam à rotação do cérebro
resposta local ou sistémica
dentro da caixa craniana.
da lesão inicial. Ex: edema,
sangramento contínuo, 2 tipos:
paralisia facial, …  Concussão
Movimentos súbitos da cabeça, com rápida aceleração ou
desaceleração. Alteração transitória (> 6 horas) da função
LESÕES PRIMÁRIAS neurológica como amnésia pós-traumática, expressão a
facial de confusão, desorientação, perda de coordenação,
 Lesões do Couro Cabeludo
respostas verbais e motoras retardadas e fala arrastada.
Geralmente não apresentam lesões cerebrais e complicações
apesar da aparência dramática.
 Lesão axonal difusa
 Equimose
Mecanismo de trauma envolve
Rutura de vaso (devido a traumatismo ou enfraquecimento mecanismos de aceleração e
da parece vascular) provocando um extravasamento do rotação levando a laceração dos
sangue para fora do vaso. axónios na substância branca.
Manchas planas, difusas e irregulares Geralmente responsável pelo coma
logo após o trauma.
3. LESÃO FOCAL Sinais de Agravamento:
É uma lesão causada por trauma direto no encéfalo e  Alteração estado consciência (aumento da PIC)
geralmente necessita de tratamento cirúrgico de urgência.  Midríase homolateral
3 tipos:
 Hemiparésia contralateral
 Contusão
Lesão grave em que o cérebro é contundido com  Vómitos
possível hemorragia superficial.  Sinal Babinsky positivo - reação anormal
Doente inconsciente por mais de alguns segundos ou
 Alteração S. Vitais:
minutos, pulso fraco, respiração superficial, pele fria
 ↑ Tensão arterial
e pálida (quadro similar ao choque).
 Frequência cardíaca diminui e depois sobe
 ↓ Frequência respiratória
 Laceração
 ↑ Temperatura
Consiste na perda de continuidade de tecido
cerebral havendo défices neurológicos.
Geralmente a laceração está associada a contusão e
fratura do crânio.

 Hemorragias
- Hemorragias meníngeas
- Hemorragias cerebrais.

 LESÕES DO OSSO
 Fraturas lineares/esquirolosas
 Com ou sem afundamento
 Com ou sem perda óssea
 Fratura isolada tábua interna do osso
Sinais e sintomas de Hipertensão Intracraniana:
 Alteração do estado de consciência
Fraturas da base → envolvem o osso petroso
 Vómitos
– Fístulas – otorragias (sangue) e otorraquis (LCR)
 Sonolência
– Rinorragias – rinorraquis (LCR)
 Cefaleias
Fraturas do rochedo  Alteração das pupilas–midríase/miose/-anisocória
– Otorragia  Irritabilidade
– Paralesia do VII par (nervo facial)  Lateralização motora
– Paralesia do VIII par (nervo vestibulococleares)  ↑ TA
 ↓ Respiração
Atenção às fraturas junto à artéria meníngea média!!  ↑ Temperatura
 ↓ F.C com ↑ PIC, mas depois ↑ Circulação →
Traumatismo Aberto – comunicação com o exterior
entrarem falência
Traumatismo Fechado – sem comunicação com o exterior

Parésia Plegia
LESÕES DAS MENINGES (hematomas) Perda de parte da Perda grave ou completa
motricidade de um ou de força muscular e de
 Hematoma EXTRADURAL/EPIDURAL
mais músculos do corpo, movimentos devido a
Devido a laceração da artéria meníngea média por de forma temporária ou uma lesão neurológica
traumatismo direto e secção da dura máter. Hematoma permanente, ou seja, a (dos centros nervosos ou
em expansão. paresia causa apenas das vias motoras) ou
Frequente na região tempero-parietal → são os mais limitação, fazendo com devido a lesões do
graves/evolução rápida (Intervalo Livre pequeno) que alguns movimentos sistema muscular.
não sejam realizados
Sinais: corretamente.
 Perda progressiva da consciência
 Diminuição da força motora lado oposto
(contralateral)
 Pode aparecer pupila fixa e dilatada homolateral (mesmo
lado da lesão)
 Bradicardia e anisocoria
Avaliação dos Reflexos Tendinosos  Hematoma SUB-ARACNOIDEU
Acumulação de sangue entre a aracnóide e pia mater por
rutura de artérias cefalorraquidianas.
Há hemorragia difusa.
Hidrocefalia por obstrução da circulação.

Sinais:
 Síndrome meníngeo (cefaleias, rigidez da nuca e
confusão)
 Náuseas, vómito, fotofobia
 Punção lombar – LCR sanguinolento

A presença de reflexos patológicos é sempre sinal de lesão


da via piramidal.

Punção Lombar

Normal Anormal

 Hematoma SUB-DURAL
Acumulação de sangue entrw a duramater e a aracnóide.
Agudo: Ocorre nas primeiras 24 horas
Crónico: + de 10 dias/após semanas ou meses
O crónico é mais frequente em homens, idosos, alcoólicos e
tratamentos com anticoagulantes.

Sinais:
 Há flutuações do estado de
consciência (síndrome cerebral
orgânico)
 Alterações pupilares
 Hemiparésia
 Pode ficar assintomático até 15
dias, piorando depois devido à
expansão do hematoma
LESÕES ENCEFÁLICAS LESÕES SECUNDÁRIAS
 Hemorragia intracerebral Decorre de uma agressão que se inicia no momento do acidente,
Hemorragias com volume > 5ml resultante da interação de fatores intra e extra cerebrais, sendo eles:
Mais frequente nos lobos temporais e frontais
– Hipóxia (diminuição / baixa concentração de oxigénio nos tecidos)
- Sem intervalo livre
– Hipocapnia (diminuição da concentração de dióxido de carbono no sangue arterial)
- Aumento da PIC (estase pupilar, cefaleias, vómitos)
– Hipercapnia (aumento da concentração de dióxido de carbono no sangue arterial)
- Défice neurológico depende das áreas afetadas e do tamanho da hemorragia
– Hipoglicemia e hiperglicemia
Contusões cerebrais → edema cerebral → Medicação anti-edematosa
– Hipotensão arterial; choque
 Edema cerebral – Crise convulsiva; Edema cerebral

 Comoção cerebral
Perturbação transitória da consciência não deixando sinais neurológicos. As LS ocorrem dos processos que contribuem para morte celular após o trauma
inicial. No momento, da lesão, começa os processos fisiopatológicos que
 Contusão cerebral continuam a lesar o cérebro por horas, dias e semanas após a agressão inicial.
Necrose superficial do córtex com extravasão sanguínea.
Apresenta ponteado hemorrágico.
Principais causas de lesão cerebral secundária:
 Necrose cerebral → Hipotensão, Hipoxia
Discreta – epilepsia pós-traumática → Anemia, Febre
Extensa – leva a descerebração → Hiperglicemia, Hiponatremia
→ Sepsis, Coagulopatia, Hematomas
→ Edema cerebral, Hipertensão intracraniana
→ Herniação cerebral
→ Vasoespasmo
→ Hidrocefalia
→ Infeções
→ Convulsões, Lesões vasculares cerebrais
CLASSIFICAÇÃO DOS TCE  TCE LIGEIRO
◦ Estado Consciência EG =14 E 15

Escala de Glasgow - EG ◦ Excluem-se TRAUMATISMOS ABERTOS e DOENTES COM DÉFICITS FOCAIS


◦ Fatores de risco a considerar:
̵ Coagulopatias, alcoolismo, abuso de drogas
̵ Epilepsia, tratamento neurocirúrgico prévio,
̵ Idoso (>65 anos) e incapacitados

◦ Subgrupos:

Grupo 1
EG 15, sem perda de consciência, sem cefaleias e vómitos

Grupo 2
EG 15, perda transitória de consciência e/ou amnésia, cefaleias e
vómitos

Grupo 3
EG 14

 TCE MODERADOS (EG entre 9 e 13)


◦ Estado de consciência varia entre conversa desajustada num dt com
abertura espontânea dos olhos e boa resposta motora, até sons
incompreensíveis com eventual abertura dos olhos aos estímulos
dolorosos intensos
◦ Agravamento de 2 pontos – sinal de alarme
◦ Requer investigação e medidas terapêuticas urgentes

Total: EG = E1 V1 M4 = 6ET
Máximo 15 (Consciente)
•Não abre os olhos a estímulos dolorosos, tem edema palpebral  TCE GRAVE (EG entre 3 e 8)
Mínimo 3 (Quadro letal) ◦ Estado de consciência varia entre coma profundo (EG 3 a 5) sem
•Não responde a nada, está com entubação nasotraqueal
•Afasta-se da fonte de estímulo doloroso qualquer resposta a estímulos e coma superficial com resposta motora
ajustada sem abertura dos olhos
CRITÉRIOS PARA INVESTIGAÇÃO
Todos os doentes com sinais focais devem fazer TAC

O agravamento clínico dos doentes sem


lesão visível no RX ou na TAC implica a
realização de nova TAC.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AO DOENTE COM TCE Objetivo: Prevenir e / ou reduzir aumento de HIC e
possíveis complicações
NO LOCAL DO ACIDENTE: ✓ Elevar cabeceira doente (diminui edema cerebral)
A- Desobstrução vias aéreas
✓ Detetar precocemente agravamento do estado
B- Manter respiração neurológico (vigiar sinais de hipertensão intracranena)
C- Circulação – vigiar sinais vitais ✓ Administrar terapêutica prescrita
Evitar choque hipovolémico e controlar hemorragias ✓ Permeabilizar vias aéreas (aspirar secreções – SOS –
D- Avaliação neurológica aumenta PIC)

Avaliar estado de consciência ✓ Manter temperatura dentro dos parâmetros normais


Sinias de lesão neurológica (ex: lateralização
✓ Monitorizar estado de consciência
motora/alterações sensitivas)
✓ Observar / vigiar / registar reação e tamanho pupilar
Imobilizar fraturas
✓ Monitorizar sinais vitais
Cateterizar veia
Cobrir doente
Chamar 112
A Satisfação das N.H.F. da Pessoa com TCE
 Higiene e Conforto
 Alimentação
NO SERVIÇO DE URGÊNCIAS  Eliminação
A- Manter desobstrução vias aéreas → Entubação  Manter a temperatura corporal
endotraqueal se EG = <8  Respiração - Entubação se EG = ou < 8
B- Manter respiração adequada  Circulação (TA e FC)
C- Circulação – vigiar sinais vitais  Vestir e despir
Evitar choque hipovolémico e controlar hemorragia  Mobilização / Locomoção
Cateterizar veia / colheita sangue para análises  Comunicação
 Segurança
D- Avaliação neurológica
Avaliar estado de consciência
Sinais de lesão neurológica (ex: lateralização motora /
alterações sensitivas)
Detetar precocemente sinais e sintomas de
hipertensão intracraniana

Detetar outras possíveis lesões


(cabeça, tronco, medular, fraturas)

Realizar meios auxiliares diagnostico (RX, TAC)


Algaliar – se necessário
ATENÇÃO QUE SAI NO TESTE:
Posicionamento – padrão espático, se o utente tem
tendência a fechar à mão, tem de abrir por exemplo só para
te sentires integrada
para contrariar

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