Você está na página 1de 6

Carolina Cavalcante

 Vasodilatação: as extremidades podem


Traumatismo estar quentes
 ⬇ PA
Cranioencefálico  ⬇ FC: se lesão medular alta

Choque Medular
Escala de Coma de Glasgow
Não é choque propriamente dito, é uma
lesão medular que leva a um quadro
neurológico.

 “pancada” na medula

Clínica

 Flacidez
 Arreflexia
 Abolição do reflexo bulbo cavernoso

Fraturas de Crânio

São frequentes, entretanto, não estão


A função da escala de coma de Glasgow é relacionadas obrigatoriamente com um
avaliar a gravidade do TCE: quadro clínico adverso, ocorrendo muitos
casos de lesão cerebral grave em que não se
 Leve: 13-15 observam fraturas cranianas.
 Moderado: 9-12
 Grave: ≤ 8 (proteger a via área do Sendo assim, o diagnóstico de uma fratura no
paciente) crânio nunca deve retardar a avaliação ou o
tratamento de uma lesão cerebral.
OBS GLASGOW-P: Glasgow – Resposta
pupilar = 1-15 O principal significado clínico das fraturas é
que este grupo de pacientes apresenta um
risco maior de hematomas intracranianos.
Choque Neurogênico
Identificam-se quatro grupos de fraturas:
É um problema hemodinâmico.
1. Fraturas lineares simples
Fisiopatologia 2. Fraturas com afundamento
3. Fraturas abertas
Provocado por trauma medular. Com a lesão 4. Fraturas de base do crânio
medular, ocorre a diminuição da aferência
simpática para os vasos, sem isso, ocorre a Fratura da Base do Crânio
vasodilatação o que leva a hipotensão.
Quanto mais alta a lesão, pode perder a Geralmente passam despercebidas no
aferência para o coração, causando exame radiológico, sendo seu diagnóstico
bradicardia. clínico:

Clínica  Rinorreia: fístula liquórica através do nariz


 Otorreia: fístula liquórica através do
 Hipotensão: “choque” mesmo ouvido
 Hemotímpano: sangue no ouvido médio
Carolina Cavalcante
 Sinal de Battle: equimose na região Lesão Axonal Difusa – LAD
mastóidea ou pré-auricular
 Sinal do Guaxinim: equimose bilateral Definição: é primariamente um diagnóstico
periocular da anatomia patológica, sendo caracterizada
por ruptura de axônios.

Fisiopatologia: as alterações estruturais


ocorrem por lesão por cisalhamento
(tangencial) dos prolongamentos axonais, em
ambos os hemisférios, por forças de
aceleração e desaceleração entre camadas
ATENÇÃO: NÃO PASSAR NADA PELO corticais e subcorticais. O mecanismo do
NARIZ DO PACIENTE (CNG) trauma parece ser explicado por aceleração
rotacional da cabeça

Conduta: suporte + observação


Lesões Cerebrais Difusas
A clínica se manifesta com:
Causa: são produzidas pela desaceleração
súbita do sistema nervoso central dentro do  Perda súbita de consciência com
crânio com interrupção da função cerebral. duração MAIOR que 6 horas: pode
reverter ou não
Elas podem ser duas:
 TC inocente: ausência de lesões
1. Concussão Cerebral expansivas, a TC não consegue visualizar
2. Lesão Axonal Difusa (LAD) a lesão microscópica

Concussão Cerebral (“Nocaute”)  Glasgow baixo

 Perda súbita da consciência: é uma Lesões Cerebrais Focais


perda transitória, por até 6 horas, de
função neurológica (geralmente da
As lesões focais são restritas a uma
consciência)
determinada área do encéfalo, podem
 Função neurológica: amnésia
exercer efeito de massa, com desvio da linha
retrógrada ou confusão associada,
média, ou podem levar à hipertensão
frequentemente, à perda temporária da
intracraniana, caso atinjam volume
consciência.
significativo.

Amnésia Retrógrada: o indivíduo se recorda somente As principais lesões focais são:


dos fatos ocorridos depois do trauma sofrido,
esquecendo-se dos fatos passados. 1. Hematoma Subdural
 A memória na concussão usualmente é recuperada
em uma sequência temporal, com os eventos mais 2. Hematoma Extradural (Epidural)
distantes do momento do trauma sendo relembrados 3. Hematoma Intraparenquimatoso
primeiro.

Conduta: observação clínica, além de não


deixar ocorrer novamente.
 Na maioria das vezes não faz exame
de imagem
Carolina Cavalcante
Hematoma Extradural/Epidural
 Fator de Risco: atrofia cortical (idoso
 Local: Espaço Epidural [risco de queda] e alcoólatra)

 Vaso Lesado: artéria meníngea  Clínica: progressiva

 Frequência: mais raro  Imagem: crescente (hiperdensa)

 Fator de Risco: trauma intenso no osso


temporal

 Clínica: intervalo lúcido


 A perda inicial da consciência ocorre
devido à concussão cerebral; após um
tempo inferior a seis horas, o paciente
recobra a consciência, período
conhecido como intervalo lúcido;
quando o sangue que está se
acumulando no espaço epidural atinge
volume considerável, o doente Hemorragia Subaracnóidea
apresenta piora neurológica súbita,
podendo evoluir com herniação do
úncus
 Herniação: midríase homolateral à
lesão e paresia dos membros
contralaterais ao hematoma

 Imagem: biconvexa

Hematoma Subdural

 Local: Espaço Subdural

 Vaso Lesado: veias ponte

 Frequência: mais comum


Carolina Cavalcante
Hematoma Intraparenquimatoso Tratamento da PIC

 Medidas iniciais: elevação da cabeceira


(15-30°), centralização da cabeça, colar
cervical bem posicionado  facilitam a
drenagem gravitacional do edema

 Passo 02: anestesia e analgesia

 Passo 03: terapia osmolar (salina ou


manitol)
Tratamento Cirúrgico

 Hematomas sintomáticos com


pequenos desvios da linha média ≥ 5
mm

 Hematomas assintomáticos com


espessura maior do que 15 mm.
 Passo 04: hiperventilação leve* e por
período curto (PCO2 30-35 mmHg)

Abordagem na TCE

Medidas Gerais

 Inicias: realizar com atenção o “ABCDE”

 Pressão arterial – Paciente hipotenso  Passo 05: se nenhuma das medidas


com TCE grave: salina 3% 250 ml bolus anteriores funcionaram, deve realizar
depois 50-100 ml cirurgia
 Monitorização da PIC: paciente com TCE Retirada do Colar Cervical
grave
 PIC alvo: < 20-22 mmHg
Regra Nexus
 PPC alvo (PAM-PIC): 60-70 mmHg
Pode retirar o colar cervical do paciente,
 Deixar o paciente normotenso,
sem a necessidade de exame de imagem,
normotermia
desde que:
Carolina Cavalcante
 Ausência de dor na linha média cervical  Presença de lesão encefálica de causa
 Ausência de déficits focais neurológicos conhecida, irreversível e capaz de causar
 Ausência de intoxicação morte encefálica
 Sem outras lesões dolorosas que distraem  Ausência de fatores tratáveis que possam
o paciente confundir o diagnóstico
 Estado de alerta normal  Tratamento e observação no hospital pelo
período mínimo de 6 horas (se a causa
Regra Canadense “C-SPINE” primária for encefalopatia hipóxico-
isquêmica, a observação deve ser de 24
Regra para a retirada de colar sem horas)
radiografia.  Temperatura corporal (esofagiana, vesical
ou retal) > 35°C
Na dúvida manter colar e não aplicar a  Saturação de oxigênio > 94%
regra se: lesão não traumática, Glasgow <  PAS ≥ 100 mmHg ou PAM ≥ 65 mmHg
15; instabilidade dos sinais vitais; idade < 16 para adultos
anos; paralisia aguda; cirurgia medular  Até 5 meses incompletos: PAS 60 e
prévia; doença vertebral conhecida; gravidez. PAM 46
 5 meses-2 anos incompletos: PAS
80 e PAM 60
 2 anos-7 anos incompletos: PAS 85
e PAM 62
 7-15 anos: PAS 90 e PAM 65

Diagnóstico

É necessário:

A. 2 exames clínicos: presença de coma


não perceptivo e ausência de função e
reflexos de tronco cerebral
 2 Médicos diferentes e capacitados:
 Não podem ser da equipe de
captação
 Pelo menos 1: neurologista ou
neurocirurgião ou intensivista ou
emergencista
 Outro médico: > 1 ano de
experiência ou > 10 determinações
ou cursos de capacitação
 Intervalo entre os 2 exames:
 7 dias completos-2 meses
incompletos: 24 horas
 2 meses completos-24 meses
incompletos: 12 horas
 > 2 anos: 1 hora
Morte Encefálica
B. Teste de apneia: confirma a ausência de
Avaliação Inicial movimentos respiratórios
 Realizado 1 única vez
Para abrir o protocolo de morte encefálica,  Comprova a ausência de movimentos
é necessário: respiratórios na presença de
hipercapnia (PaCO2 > 55 mmHg)
 Coma não perceptivo  Ventilar o paciente com O2 a 100%
 Ausência de reatividade supraespinhal durante cerca de 10 minutos  tira
 Apneia persistente o respirador  instala um cateter
Carolina Cavalcante
traqueal de O2 a 6L  avalia se o
paciente tem reflexo  Ventilação: volume inspiratório de 10
ml/kg; PEEP 5 cm H2O; gasometria
C. Exame complementar: comprovar a periódica
ausência de atividade encefálica
 Ausência de perfusão sanguínea  Controle da hipotermia: focos de luz;
encefálica: angio-TC; angio-RM; infusão e ventilação aquecidos; manta
cintilografia; Doppler transcraniano
OU  Correção de distúrbios: hidroeletrolíticos;
 Ausência de atividade elétrica ácido-básico
encefálica: eletroencefalograma
OU  Antibiótico e proteção ocular (gaze
 Ausência de atividade metabólica umedecida)
encefálica: PET-TC e extração
cerebral de O2

Conduta Após o Diagnóstico

1. Notificação obrigatória

2. Notificação da captação e distribuição


de órgão (notificação independe da
vontade de doar ou não)

3. Óbito deve ser constatado no momento


do diagnóstico de morte encefálica

Avaliação do Potencial Doador

Critérios para o paciente ser doador:

 Inexistência de contraindicações
clínicas e laboratoriais como:
 Insuficiência orgânica
comprometedora: IR, cardíaca,
hepática, pancreática e medular
 Doença infectocontagiosa: HIV,
Chagas, hepatites
 Sepse ou IMOS
 Doença degenerativa crônica e com
transmissibilidade
 Neoplasias malignas: exceto tumor
restrito ao SNC, basocelular e cérvix
uterino in-situ

Cuidados Básicos com o Potencial Doador

 Em caso de PCR, as manobras de


reanimação devem ser tentadas

 Garantir acesso vascular

 Tratamento da hipotensão: reposição


volêmica com cristalóide ou colóide; uso de
dopamina ou outra droga vasoativa

Você também pode gostar