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UNIDADE II

Fisioterapia
Neurofuncional

Profa. Ma. Kelly Sanches


Patologias do Sistema Nervoso Central:
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
 Resulta da ação de uma força física externa aplicada sobre os elementos do crânio: couro
cabeludo, calota craniana, meninges, encéfalo.

 Comprometimento funcional temporário ou definitivo.

 Problema de saúde pública: maior incidência em jovens.

 Associação com acidentes automobilísticos, violência urbana, quedas e prática


de esportes radicais.

 Manifestações clínicas: rebaixamento do nível de consciência,


alterações cognitivas e comportamentais, motoras,
autonômicas e sensoriais.
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
 Tipos de força física: impacto ou inercial.

 Fisiopatologia: lesões primárias x lesões secundárias.

 Lesões primárias: contusões, fraturas, lacerações e lesão axonal difusa (LAD).

 Lesões secundárias: hematomas intracranianos, hipertensão intracraniana (HIC) e lesão


cerebral isquêmica cerebral.

A B C
Fonte: adaptado de: McQuillain; Thurman (2016).
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Traumatismo Cranioencefálico (TCE) – Lesões focais e difusas
Hematoma intracraniano LAD

Fontes: Drummond Neto (2016).


Soares et al. (2004, p. 683).
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
 Hipertensão Intracraniana (HIC): Figura: representação da HIC
descompensação entre o liquor, o
sangue e o encéfalo.

 Avaliação do nível de consciência:


Escala de Glasgow.

 Escala de Glasgow:
classificação do TCE
Fonte: Aquino (2019, p. 15).
Patologias do Sistema Nervoso Central: classificação TCE

 Leve (ECG 13-15): pode ocorrer perda da consciência ou amnésia (<30min); ausência de
fratura, contusão ou hematoma.

 Moderado (ECG 9-12): perda da consciência e/ou amnésia (>30min, porém <24h), pode
ocorrer fratura de crânio.

 Grave (ECG 3-8): perda da consciência e/ou amnésia por >24h, inclui fratura, contusão
e hematoma.
Interatividade

As lesões traumáticas do encéfalo são situações clínicas graves que podem levar ao óbito ou
então deixar sequelas que modificarão a vida do paciente e de sua família. Sobre essa
condição clínica, podemos afirmar:

a) A prática de esportes radicais é a principal causa de traumatismo cranioencefálico.


b) A HIC é uma lesão secundária, principal causa de óbito após o TCE.
c) São lesões secundárias encontradas no TCE: LAD, contusões e fraturas cranianas.
d) As úlceras de decúbito não são complicações na fase hospitalar do paciente com TCE.
e) A LAD é um acometimento difuso dos neurônios encefálicos
no TCE, sendo considerada uma lesão secundária.
Resposta

As lesões traumáticas do encéfalo são situações clínicas graves que podem levar ao óbito ou
então deixar sequelas que modificarão a vida do paciente e de sua família. Sobre essa
condição clínica, podemos afirmar:

a) A prática de esportes radicais é a principal causa de traumatismo cranioencefálico.


b) A HIC é uma lesão secundária, principal causa de óbito após o TCE.
c) São lesões secundárias encontradas no TCE: LAD, contusões e fraturas cranianas.
d) As úlceras de decúbito não são complicações na fase hospitalar do paciente com TCE.
e) A LAD é um acometimento difuso dos neurônios encefálicos
no TCE, sendo considerada uma lesão secundária.
Patologias do Sistema Nervoso Central: lesão medular

 Anatomia e fisiologia auxiliam na determinação do quadro clínico.


 Quadro clínico: alterações motoras, sensitivas e autonômicas.

Epidemiologia:
 População jovem (15 a 30 anos).
 Sexo masculino.
 Acidentes automobilísticos, quedas de altura, violência urbana e mergulho.
 As causas traumáticas são as mais frequentes.
Patologias do Sistema Nervoso Central: lesão medular

 Fisiopatologia: lesões primárias x lesões secundárias.


 Fase aguda: choque medular.
 Fase crônica: lesão completa x lesão incompleta.

Fase aguda:
 Plegia.
 Anestesia superficial e profunda.
 Arreflexia e hipotonia muscular.
 Ausência de respostas autonômicas.
Patologias do Sistema Nervoso Central: lesão medular

Fase crônica: lesão completa


 Ausência de movimentos ativos abaixo do nível de lesão.
 Ausência de sensibilidade abaixo do nível de lesão.
 Possível presença de respostas reflexas medulares abaixo do nível de lesão.

Fase crônica: lesão incompleta


 Retorno da sensibilidade na área perianal.
 Síndromes medulares.
Patologias do Sistema Nervoso Central: lesão medular

Síndromes medulares:
Lesões incompletas da medula
Síndrome medular central
 Síndrome de Brown-Séquard
(hemissecção medular).
 Síndrome da cauda equina.
Síndrome de Brown-Séquard
 Síndrome anterior.
 Síndrome posterior.
Tracto
corticoespinhal
Síndrome medular anterior

Tracto espinotalâmico anterior

Fonte: adaptado de: https://bit.ly/3yrCU9H.


Patologias do Sistema Nervoso Central: lesão medular – complicações

 Úlceras de decúbito.
 Incontinência e infecção urinária.
 Ossificação heterotópica.
 Hipotensão postural.
 Disrreflexia autonômica.
 Cálculo e insuficiência renal.
 Trombose venosa profunda.
 Espasticidade e deformidades articulares.

Fonte: https://bit.ly/2WGm61K.
Interatividade

É exemplo de complicação clínica observada nos pacientes com lesão medular durante a fase
denominada aguda ou choque medular:

a) Espasticidade.
b) Insuficiência renal crônica.
c) Ossificação heterotópica.
d) Hipotensão postural.
e) Cálculos renais.
Resposta

É exemplo de complicação clínica observada nos pacientes com lesão medular durante a fase
denominada aguda ou choque medular:

a) Espasticidade.
b) Insuficiência renal crônica.
c) Ossificação heterotópica.
d) Hipotensão postural.
e) Cálculos renais.
Patologias do Sistema Nervoso Central: afecções gânglios da base

 Circuitos neurais complexos com neurotransmissores


diferentes, localizados no diencéfalo e TC.

 Gânglios da base: estriado (putamen e caudado),


substância negra (parte compacta e reticulata), núcleo
subtalâmico de Luys e globo pálido (interno e externo).

 Lesão: síndromes hipercinéticas (coreia, atetose,


distonia) e hipocinéticas (doença de Parkinson).

Fonte: https://bit.ly/38sJIcO
Patologias do Sistema Nervoso Central: afecções gânglios da base

Doença de Parkinson:
 Doença progressiva causada pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos da
substância negra (parte compacta).
 Parkinsonismo x Doença de Parkinson.

Epidemiologia:
 Prevalência: 50 a 150/100.000 casos.
 Idosos > 60 anos. Formas precoces são possíveis.
 Manifestações motoras e não motoras.
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Afecções gânglios da base – Doença de Parkinson
Manifestações motoras:

 Acinesia/bradicinesia.
 Hipertonia plástica/rigidez.
 Tremor de repouso.
 Instabilidade postural.
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Afecções gânglios da base – Doença de Parkinson
Manifestações não motoras:
 Demência.
 Hipotensão postural.
 Sialorreia.
 Constipação intestinal.
 Seborreia.

Tratamento:
 Medicamentoso e cirúrgico.
Interatividade

A doença de Parkinson é uma das formas de acometimento dos gânglios da base, estrutura
complexa localizada no diencéfalo. Das manifestações motoras, o tremor é o principal
mencionado pelas pessoas leigas. Sobre esse sintoma, é possível afirmar:

a) Está presente durante os movimentos ativos.


b) É observado durante o sono.
c) Predomina na região proximal dos membros inferiores.
d) Predomina na musculatura distal dos membros superiores.
e) É verificado somente na fase inicial da doença.
Resposta

A doença de Parkinson é uma das formas de acometimento dos gânglios da base, estrutura
complexa localizada no diencéfalo. Das manifestações motoras, o tremor é o principal
mencionado pelas pessoas leigas. Sobre esse sintoma, é possível afirmar:

a) Está presente durante os movimentos ativos.


b) É observado durante o sono.
c) Predomina na região proximal dos membros inferiores.
d) Predomina na musculatura distal dos membros superiores.
e) É verificado somente na fase inicial da doença.
Patologias do Sistema Nervoso Central:
Doenças desmielinizantes – esclerose múltipla
 Doença desmielinizante caracterizada por um processo inflamatório que acomete a bainha
de mielina do SNC.
 Fisiopatologia: propriedades fisiológicas da bainha de mielina.
 Etiologia: natureza autoimune associada a fatores genéticos e ambientais.
 Surto: manifestação clínica que pode ocorrer em qualquer região de substância branca
do SNC.

Quadro clínico:
 Síndromes neurônio motor superior e cerebelar.
 Acometimento medular e de tronco cerebral.
Patologias do Sistema Nervoso Central: Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

 Doença neurodegenerativa e progressiva que acomete o sistema motor nos níveis bulbar,
cervical, torácico e lombar.
 Forma familiar (origem genética, 20%) e esporádica (80%).
 Após confirmação diagnóstica: prognóstico de vida médio entre 5 a 10 anos.

Quadro clínico:
 Sintomas primários: degeneração dos motoneurônios, fraqueza muscular, fasciculações,
cãibras, espasticidade, disartria e disfagia, dispneia e labilidade emocional.
 Sintomas secundários: complicações associadas, distúrbios
psicológicos, do sono, constipação, sialorreia, hipoventilação
crônica e dor.
Patologias do Sistema Nervoso Periférico: neuropatias periféricas

 SNP: formas e causas variadas de acometimento, porém há um padrão geral nas


manifestações clínicas.

Classificação:
 Mononeuropatia: acometimento de um nervo. Ex.: lesão nervo fibular.
 Mononeuropatia múltipla: acometimento assimétrico de vários nervos.
Ex.: neuropatia diabética.
 Polineuropatia: acometimento simétrico de diferentes nervos.
Ex.: Síndrome de Guillain Barret.
Patologias do Sistema Nervoso Periférico: neuropatias periféricas

Quadro clínico geral:


 Função motora: fraqueza muscular distal, hipotonia e hipotrofia muscular,
hiporreflexia tendínea.
 Função sensitiva: comprometimento inicial de predomínio distal, com distribuição na forma
“bota e luva”.
 Função autonômica: anidrose, hipotensão ortostática, redução de lágrima e saliva,
incontinência urinária e fecal, impotência sexual.

Diagnóstico: eletromiografia, biópsia, análise do LCR.


Patologias do Sistema Nervoso Periférico: lesões nervosas traumáticas

 Neuropraxia: lesão discreta, alteração sensitiva e motora, mas sem perda estrutural
do nervo.

 Axonotmese: lesão estrutural do axônio, acompanhada de degeneração Walleriana do


segmento distal.

 Neurotmese: transecção total do nervo, com necessidade de intervenção cirúrgica, menor


grau de prognóstico funcional.
Interatividade

As causas das lesões nervosas periféricas são muito variadas e essas lesões resultam em
limitações funcionais aos seus portadores. Sobre essas lesões é possível afirmar:

a) Na neuropraxia há lesão estrutural do nervo.


b) A espasticidade é a alteração de tônus observada nos pacientes com neuropatia.
c) A neurotmese é uma transecção total do nervo que requer tratamento cirúrgico.
d) As neuropatias desmielinizantes possuem pior prognóstico funcional.
e) O acometimento dos nervos na polineuropatia é assimétrico.
Resposta

As causas das lesões nervosas periféricas são muito variadas e essas lesões resultam em
limitações funcionais aos seus portadores. Sobre essas lesões é possível afirmar:

a) Na neuropraxia há lesão estrutural do nervo.


b) A espasticidade é a alteração de tônus observada nos pacientes com neuropatia.
c) A neurotmese é uma transecção total do nervo que requer tratamento cirúrgico.
d) As neuropatias desmielinizantes possuem pior prognóstico funcional.
e) O acometimento dos nervos na polineuropatia é assimétrico.
Referências

 AQUINO, A. P. Tomografia de crânio em situações de urgência: necessidade de diagnóstico


versus custos e radiação. 2019. Dissertação (Mestrado em Tecnologia minimamente Invasiva
e Simulação na área de Saúde) – Centro Universitário Christus (Unichristus), Fortaleza,
2019. Disponível em: https://bit.ly/3yz8thL.
 DRUMMOND NETO, F. Choques sofridos por Tiago Luís e Arrascaeta alertam sobre perigos
da concussão. Hoje em dia, maio 2016. Disponível em: https://bit.ly/3kvERNi.
 MCQUILLAN, K. A.; THURMAN, P. A. Traumatic brain injuries. Musculoskeletal Key, jul.
2016. Disponível em: https://bit.ly/3mMLjm6.
 SOARES, C. M.; CARVALHO, A. C. P.; RODRIGUES, A. J.
Hemorragia intraparenquimatosa encefálica espontânea.
Arquivos Neuropsiquiatria, v. 62 (3-A), p. 682-688, 2004.
Disponível em: https://bityli.com/v2RED.
ATÉ A PRÓXIMA!

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