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Alanne Paula I 7E

➜ O TCE é definido como qualquer lesão Consequência de lesão direta com a cabeça
decorrente de um trauma externo na região da durante o instante do agravo inicial, que provoca
cabeça, que possa gerar alterações anatômicas lesões focais extracranianas;
do crânio, comprometimento funcional das
EX: Contusões, lacerações, hematomas externos e
meninges, do encéfalo ou de seus vasos;
fratura de crânio.
➜ É a principal causa de morte em jovens;

➜ As causas mais frequentes são: 2. LESÃO SECUNDÁRIA:


1. Acidentes automobilísticos – Tem evolução ao longo das horas e dos dias
(principalmente em adolescentes e adultos seguintes após a ocorrência da lesão inicial,
jovens) cerca de 50%; resulta do suprimento inadequado de nutrientes e
oxigênio às células;
2. Quedas – (principalmente idosos) cerca de
30%;
A identificação, prevenção e o tratamento de
3. Causas violentas – (PAF ou PAB) cerca de lesão secundária são os principais focos do
20%. manejo inicial de formas graves de lesão
cerebral traumática!!
➜ Aproximadamente, ocorre 1 TCE a cada 15
segundos, 1 óbito a cada 5 minutos e 1 sequela a Toda abordagem ao paciente vítima de TCE é
cada 5 minutos;
para evitar/reverter o problema para que não
➜ Se houver rebaixamento do nível de ocorra lesão secundária.
consciência, trata-se como TCE até que se prove
o contrário;
➜ Quando suspeitar de um TCE?
➜ Tipos de TCE: lesões de couro cabeludo, fraturas
 Na avaliação da cinemática do trauma, há
de crânio, lesão cerebral difusa, lesão focal, lesão
suspeita de acometimento direto da
penetrante;
região craniofacial;
➜ Pesquisas apontam que nem todas as lesões
cerebrais ocorrem no momento do  Suspeita de acometimento indireto da
trauma/impacto, o dano ao encéfalo em região craniofacial por mecanismos de
consequência da lesão traumática ocorre de duas aceleração e desaceleração;
maneiras:
 Em todos os pacientes traumatizados com
alteração do nível de consciência.
1. LESÃO PRIMÁRIA:

➜ LESÕES ESPECÍFICAS DA CABEÇA E PESCOÇO:


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 Lesões de couro cabeludo:  Olhos de guaxinim – equimose periorbital;

- Pequenas lacerações que podem resultar em


hemorragia abundante, por se tratar de uma
região bastante vascularizada;

- Podem ocorrer lesões mais complexas, como a de


degloving (escalpelamento/desluvamento) que
podem levar a um choque hipovolêmico e
exsanguinação;

- Pode ocorrer: abrasão, laceração, contusão,


hematoma subgaleal;  Hemotimpano – sangue na membrana
timpânica.
- Crianças são mais propensas a hipovolemia.

 Fraturas da face:
 Fraturas do crânio:
- Muitas lesões nessa região causam hemorragia
- As fraturas lineares correspondem a
importante e podem resultar em fraturas ou
aproximadamente 80% dessas lesões;
deslocamento dos dentes para dentro da via
- Pode ou não ocorrer lesão cerebral ou da dura- aérea, podendo causar obstrução.
máter abaixo da fratura;

- Fraturas com afundamento: são causadas por


 Lesões da laringe:
fortes impactos que podem projetar fragmentos
ósseos para dentro do tecido cerebral - Golpe violento na região do pescoço;
subjacente e normalmente exigem cirurgia em até
- Em casos de comprometimento da via aérea, a
24h após a lesão;
cricotireoidostomia pode salvar a vida do
- Fraturas sem afundamento: não exigem paciente;
tratamento cirúrgico, mas necessitam de avaliação
- Caracterizadas por:
rigorosa do paciente;

- Em fraturas abertas sem afundamento: realiza-se  Alteração na voz;


sutura + antibioticoterapia;
 Contusão no pescoço;
- Fratura com afundamento: cirurgia;
 Perda da proeminência da cartilagem
tireóidea (pomo de adão;
- Fraturas da base do crânio:
 Hemoptise;
 Deve ser suspeitada quando houver
drenagem de LCR através das narinas  Enfisema subcutâneo no pescoço.
(rinoliquorreia) e/ou dos ouvidos
(otoliquorreia);
 Lesões dos vasos cervicais:
 Sinal de Battle – equimose em região
mastoidea; - Lesões abertas desses vasos podem causar
hemorragia severa, além do perigo adicional de
embolia gasosa;

- Em casos de hematoma expansivo, a anatomia


normal pode ser distorcida e comprometer a via
aérea.

 Lesões do cérebro (intracranianas):


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DIFUSA: geralmente é produzida por rápidos - Normalmente causadas por de impacto direto ou
movimentos da cabeça, levando à interrupção de contragolpe;
funções cerebrais.
- Envolvem danos cerebrais e estruturais, por isso
 Concussão: são mais graves do que as concussões;
- Breve perda de consciência, com exame e TC - Herniação por compressão do tronco cerebral,
normal, sem dano estrutural; causada pela lesão, aumentando a PIC;
- Quadro clínico semelhante ao Alzheimer, - As manifestações dependem da área lesada;
caracterizado por transtorno de marcha e fala,
comprometimento de memória e alteração de - Lesões de golpe-contragolpe acontecem
personalidade; principalmente na região frontal e occipital;

- 20% dos casos evoluem para hematomas


- Subsequente retorno ao normal;
cirúrgicos.
- Pacientes podem ter leve sonolência ou confusão;

- A substância cinzenta, por ser mais pesada,


realiza o movimento de forma mais lente – comparado
à branca- e promove o cisalhamento/estiramento;

- O tratamento é feito por observação rigorosa e


prevenção de um novo TCE, principalmente nos
esportes.

 Hemorragias e Hematomas:

➜ Hemorragia meníngea:

* Subaracnóidea:

 Lesão axonal difusa: - Consiste na hemorragia no espaço subaracnóideo


(entre a pia-máter e a aracnoide), que pode se
- Lesões de alta velocidade, com estiramento ou estender para o parênquima cerebral e/ou para
chacoalhamento do tecido cerebral; dentro dos ventrículos cerebrais;

- Mini hemorragias (petéquias) na substância - Corresponde a cerca de 1-7% dos AVC;


branca do cérebro – cisalhamento de fibras
- Irritação meníngea: sangue no LCR, geralmente
nervosas;
inter-hemisférica, supra-selar (face superior do
- Coma profundo imediato; esfenoide);

- Edema cerebral e aumento da PIC; - Causada por ruptura de veias ou artérias da


base do crânio;
- Mortalidade em 30 a 40%.
- Tem o aneurisma como causa mais frequente;

- Cefaleia súbita e intensa, fotofobia, náuseas e


FOCAIS: podem ser divididas em contusões, vômitos;
lacerações, hemorragias e hematomas. Geralmente
são quadros graves e necessitam de tratamento - Tratamento clínico.
cirúrgico de urgência.

 Contusões: ➜ Hematomas intracranianos:

- Única ou múltipla; 1. Hematoma epidural ou extradural agudo:


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- Coleção de sangue entre o crânio e a dura- - Em geral, decorre do estiramento das veias entre
máter; o córtex e a dura-máter;

- É relativamente raro; - Normalmente ocorre de forma unilateral e está


localizado no hemisfério cerebral oposto ao
- Lesão de uma artéria dural, artéria meníngea
traumatizado;
média, a hemorragia a partir dessa artéria provoca
rápida pressão sobre o encéfalo; - A fratura de crânio pode ou não estar presente;

- É menos incidente em crianças e idosos, pois a - Pacientes idosos e alcoólatras são mais
dura-máter está mais aderida à tábua óssea nessas propensos;
faixas etárias;
➜ Sinais e sintomas:
- Geralmente o tecido cerebral não é lesado;
* Cefaleia, irritabilidade, vômitos, anisocoria,
- Associada às fraturas lineares temporais; alteração do nível de consciência, alterações
➜ Sinais e sintomas: sensitivas e motoras.

* Perda de consciência, seguido de um período de ➜ Tratamento:


lucidez; * Independente do escore na escala de Glasgow,
* Após certo período de lucidez, pode haver perda pacientes com hematoma maior que 5mm e desvio da
progressiva de consciência; linha média superior à 0,5mm na TCC devem ser
operados.
* Hemiparesia e anisocoria;

* A alteração pupilar indica compressão iminente 3. Hematoma subdural crônico (HSC):


do tronco cerebral;
- Pode ocorrer com pequenos traumas;
* Cefaleia, vômitos, confusão mental, crises
convulsivas e alteração do equilíbrio também podem - Pode piorar de 2 a 4 semanas após o trauma,
ocorrer. devido a expansão do hematoma;

➜ Tratamento: - Pacientes Idosos com atrofia cerebral.

* tratamento cirúrgico por meio de craniotomia ou


craniectomia, conforme localização e extensão do 4. Hematomas intracerebrais:
hematoma;
- Hemorragias intraparenquimatosas;
* A indicação cirúrgica é baseada no escore de
Glasgow, avaliação pupilar, idade do paciente, - Qualquer localização;
comorbidades e da TC;
- O déficit neurológico depende da área afetada
* O tratamento conservador pode ser feito em e do tamanho da hemorragia;
casos de pequenos hematomas, sem efeito de massa
- As hemorragias intraventricular e cerebelar estão
e sintomatologia clínica.
associadas a alta taxa de mortalidade;

Se não tratado rapidamente, pode evoluir para ➜ Podem ser causados por objetos penetrantes:
uma lesão secundária devido ao aumento da * PAF/PAB;
PIC!
* Não deve ser removido no local do trauma;

O prognóstico é bom se a intervenção for * Transporte com o corpo estranho fixo, para que
imediata!! o mesmo não produza lesões secundárias;

* PAF:

2. Hematoma Subdural agudo (HSA):  Mistura todos os tipos de lesão: fratura,


hematoma, hemorragias;
- É mais comum;
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 Quanto maior o calibre e velocidade do - Os locais para estimulação física na aferição


projétil, maior a probabilidade de lesões dos parâmetros da ECG são:
graves e até letais;
* Pressão na extremidade dos dedos (leito ungueal);
 Cobrir a entrada e saída do projétil, até
* Pinçamento do trapézio;
o tratamento neurocirúrgico acontecer.
* Incisura supraorbitária.

- A escala SEM AVALIAÇÃO PUPILAR varia o seu


escore entre os valores de 3 a 15:

➜ AVALIAÇÃO DO TCE:

 História;

 Controle e manipulação de vias aéreas, - Alguns fatores podem interferir na ECG, como:
respiração e circulação
* Disfagia, hemiplegia;

* Sedação, paralisia e outros efeitos farmacológicos;


 AVALIAÇÃO DOS SSVV:
* Intubação, traqueostomia;
- Identificar e tratar o estado de choque;
* Perda auditiva, impedimento de fala, déficit
- Tríade de Cushing: intelectual ou neurológico.

o Hipertensão;
- A escala COM AVALIAÇÃO PUPILAR, varia o seu
o Bradicardia; escore entre valores de 1 a 15, pois o resultado da
avaliação pupilar é subtraído do total
o Diminuição da FR. encontrado:

NUNCA ATRIBUIR HIPOTENSÃO AO TCE!!

 Mini exame neurológico:

1. Avaliação do nível de consciência:

- Escala de Coma de Glasgow (ECG): permite


determinar o nível de consciência e detectar
precocemente alterações oculares, verbais e
motoras;

o Avaliação em sequência – 5min.


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Como identificar se a flexão é normal ou não?  Fratura com afundamento de crânio.

➜ AVALIAÇÃO PRIMÁRIA:

 ABC;

 Imobilização da coluna cervical;

Classificação do paciente na ECG:  Exame neurológico rápido;

 AVDI:
o A- alerta;
o V- resposta verbal;
o D- resposta à dor;
* Diretrizes padronizadas recomendam a intubação para escores
o I- irresponsivo.
menor ou igual a 8.
 Simetria motora de extremidades.
* A intubação no TCE, deve ser por via orotraqueal, via aérea
definitiva.

➜ ESCALA DE TRAUMA:
➜ TRATAMENTO TCE:

 Colar cervical;

 Estabilização respiratória;

 Estabilização circulatória;

 O2 – 10 a 12l/min;

 Curativo;

 Cabeceira 30° - se possível.

2. Avaliação das pupilas;

3. Avaliação da força muscular: sempre comparar


os dois lados – paresia, paralisia.

➜ SINAIS DE GRAVIDADE DO TCE:

 Anisocoria;

 Assimetria motora;

 Fratura de crânio com perda de LCR ou


exposição de tecido cerebral;

 Deterioração neurológica – queda de 2 ou


mais pontos na ECG, cefaleia intensa,
aumento do diâmetro de uma pupila ou
diminuição de força muscular em um lado do
corpo;

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