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APÊNDICE E
PRODUTO FINAL

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ


FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
DIRETORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E SAÚDE NA AMAZÔNIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Ana Paula Figueiredo de Montalvão França

PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO

Belém-PA
2018
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SUMÁRIO

1 Finalidade...............................................................................................................................3
2 Justificativa.............................................................................................................................3
3 Abrangência...........................................................................................................................4
4 Definições................................................................................................................................4
4.1 Conceito de lesão por pressão...............................................................................................4
4.2 Classificação das lesões por pressão.....................................................................................4
4.3 Características dos tecidos e fluidos encontrados no leito da ferida....................................9
4.4 Desbridamento....................................................................................................................11
4.5 Processo de cicatrização da ferida..................................................................................14
4.6 Responsabilidades e competências da equipe multiprofissional...................................16
4.6.1 Enfermeiro.......................................................................................................................16
4.6.2 Médico.............................................................................................................................16
4.6.3 Nutricionista.....................................................................................................................17
4.6.4 Técnico de enfermagem...................................................................................................17
4.6.5 Fisioterapeuta...................................................................................................................17
4.6.6 Psicólogo..........................................................................................................................17
4.7 Avaliação do paciente com lesão por pressão.................................................................18
4.7.1Avaliação do leito da ferida..............................................................................................19
4.7.2 Avaliação da borda da ferida...........................................................................................20
4.7.3 Avaliação da área perilesional.........................................................................................21
4.7.4 Fluxograma da avaliação da lesão por pressão................................................................22
4.8 Avaliação nutricional.......................................................................................................23
4.9 Definição de um plano de tratamento.............................................................................24
4.9.1Curativos e Coberturas.....................................................................................................24
4.9.2 Técnicas e Condutas.......................................................................................................31
4.9.3 Plano assistencial.............................................................................................................32
4.9.4 Fluxograma de tratamento da lesão por pressão..............................................................33
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................35
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1 FINALIDADE

Promover uma Assistência de qualidade ao paciente internado na UTI Adulto, através da


padronização das ações dos enfermeiros em relação à avaliação da lesão por pressão e a escolha
adequada do tratamento.

2 JUSTIFICATIVA

O surgimento de lesões de pele é uma das ocorrências mais comuns resultantes do longo
período de internação hospitalar, aumentando o tempo de hospitalização do paciente, prejudicando seu
quadro clínico e elevando os custos de seu tratamento (BRASIL, 2013).

De acordo com Irion (2012), em pacientes de terapia intensiva, as LP têm uma prevalência de
41% e uma incidência de 33%. Nesse contexto, Costa (2010) e o Ministério da Saúde do Brasil (2013)
afirmam que as LP são consideradas um grave problema de saúde pública, pois se constituem como
importantes causas de morbimortalidade e que resultam em prejuízos para a qualidade de vida do
paciente e seus familiares, bem como para o próprio sistema de saúde, em virtude do prolongamento
do período de internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.

Nesse sentido, Pimenta et al (2015) destacam os enfermeiros como detentores de uma função
essencial no tratamento de lesões por pressão. Além disso, a implementação de protocolos assistenciais
tem se mostrado uma importante ferramenta para garantir maior segurança para pacientes e
profissionais, haja vista que proporciona melhorias na capacidade de tomada de decisão assistencial e
favorece o uso adequado dos recursos materiais disponíveis.

Desta forma, enquanto profissional que presta cuidados intensivos, é imprescindível que o
enfermeiro busque padronizar sua prática assistencial. Para tanto, é indispensável à elaboração de
protocolos que orientem a conduta de enfermagem como ferramenta facilitadora da prática assistencial
(MORAES, 2013).

3 ABRANGÊNCIA

O Protocolo de Tratamento de Lesões por Pressão deverá ser aplicado na UTI Adulto, pelo
profissional Enfermeiro, servindo como norteador para as condutas multiprofissionais.
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4 DEFINIÇÕES

4.1 CONCEITO DE LESÃO POR PRESSÃO

O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e o European Pressure Ulcer Advisory
Panel (EPUAP) (2016) definem Lesão por pressão (LP) como dano localizado na pele e/ou tecidos
moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo
médico ou a outro artefato

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR PRESSÃO

O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), European Pressure Ulcer Advisory
Panel (EPUAP) e Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) consideram os termos estágio, grau
ou categoria, desde que seja reconhecido como o mesmo nível do dano tecidual (DA ROSA, 2016).
Em
que esta expressão melhor descreve esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele ferida. Na
mesma ocasião, o órgão também atualizou a nomenclatura dos estágios do sistema de classificação
(NPUAP, 2016). A seguir, são descritos os estágios de classificação das Lesões por Pressão (LP)
segundo o Consenso NPUAP 2016.

4.2.1 Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece

Definido como pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode
parecer diferente em pele de cor escura. Ocorrências como um eritema que embranquece ou
alterações na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as
mudanças visuais. As modificações na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas
podem indicar dano tissular profundo (NPUAP, 2016).

Figura 1- Lesão por pressão estágio 1


108

Fonte: NPUAP, 2016

4.2.2 Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da
derme

Nesse estágio, há perda da espessura parcial da pele com exposição da derme. O leito da
ferida pode ter coloração rosa ou vermelha, ser úmido e também pode se apresentar como uma
bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. Não há exposição de tecido adiposo e
tecidos profundos, assim como não há presença de tecido de granulação, esfacelo e necrose. Essas
lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e
no calcâneo (NPUAP, 2016).

Figura 2- Lesão por pressão estágio 2

Fonte: NPUAP, 2016.

4.2.3 Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total

É entendida como perda da espessura total da pele, com exposição de tecido adiposo,
frequentemente, há presença de tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas), assim
como pode haver esfacelo e /ou escara. É possível ocorrer descolamento e tunelização. Estruturas
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como fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso não são visíveis. A profundidade do
dano tissular varia de acordo com a localização anatômica, sendo que as áreas com quantidade
expressiva de tecido adiposo podem desenvolver lesões mais profundas (NPUAP, 2016).

Figura 3- Lesão por pressão estágio 3

Fonte: NPUAP, 2016.

4.2.4 Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular

Consiste na perda total da espessura da pele e perda tissular com exposição ou palpação direta
da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. É possível visualizar esfacelo e /ou
escara, bem como epíbole, descolamento e/ou tunelização. A profundidade do dano tissular também
está condicionada a localização anatômica (NPUAP, 2016).

Figura 4- Lesão por pressão estágio 4

Fonte: NPUAP, 2016.

4.2.5 Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda
tissular não visível
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É caracterizada pela perda total da espessura da pele e perda tissular, não sendo possível
precisar a extensão do dano devido estar encoberta pelo esfacelo ou escara. Após a remoção destes,
Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará evidente (NPUAP, 2016).

Figura 5- Lesão por Pressão Não Classificável

Fonte: NPUAP, 2016.

4.2.6 Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escuro, marrom ou
púrpura, persistente e que não embranquece.

Definida como pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração
vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra
lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Ocorrências como dor e
alteração na temperatura geralmente precedem as modificações na coloração da pele, podendo
apresentar-se de modo diferente em pessoas com tonalidade de pele mais escura. A ferida pode
progredir rapidamente e evidenciar a real extensão da lesão tissular ou resolver sem perda tissular.
Se houver presença de tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou
outras estruturas subjacentes, há evidências de lesão por pressão com perda total de tecido (NPUAP,
2016).

Figura 6- Lesão por Pressão Tissular Profunda


111

Fonte: NPUAP, 2016.

Em abril de 2016, por ocasião do último encontro do NPUAP, foram discutidas e adicionadas
duas novas definições de lesões por pressão: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico
e Lesão por Pressão em Membranas Mucosas.

4.2.7 Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico

Essa definição se refere à etiologia da lesão, pois esta é resultante do uso de dispositivos
criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. Ela geralmente apresenta o padrão ou
forma do dispositivo. Este tipo de lesão será classificada conforme os estágios acima citados
(NPUAP, 2016).

4.2.8 Lesão por Pressão em Membranas e Mucosas

Esse tipo de lesão geralmente está associada ao uso de dispositivos médicos no local do dano
e em virtude da anatomia do tecido, não podem ser categorizadas (NPUAP, 2016).

4.3 CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS E FLUIDOS ENCONTRADOS NO LEITO DA


FERIDA

Os tecidos encontrados no leito da ferida são classificados em viáveis e inviáveis.


Os tecidos viáveis são a granulação e epitelização, conforme descrições e ilustrações a seguir.

4.3.1 TECIDO DE GRANULAÇÃO: Aspecto vermelho vivo, brilhante, úmido e ricamente


vascularizado. Em casos de pacientes com anemia essa tonalidade de vermelho pode evidenciar
palidez.
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Figura 7- Tecido de granulação.

Fonte: Arquivo pessoal

4.3.2 TECIDO DE EPITELIZAÇÃO: Revestimento novo, rosado e frágil.

Figura 8- Tecido de epitelização.

Fonte: Arquivo pessoal

Quanto aos tecidos inviáveis, estes envolvem a necrose de coagulação e de liquefação.

4.3.3 NECROSE DE COAGULAÇÃO: caracterizada pela presença de crosta e/ou bem escura.
Figura 9- Necrose de coagulação

Fonte: Arquivo pessoal

4.3.4 NECROSE DE LIQUEFAÇÃO: caracterizada pelo tecido amarelo/esverdeado, amolecido.


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Figura 10- Necrose de liquefação

Fonte: Arquivo pessoal

Quanto aos fluidos que podem ser observados no leito da ferida, destacam-se o
transudato e o exsudato. O transudato é uma substância fluida que passa através dos vasos,
possui baixo conteúdo de proteínas, células e derivados celulares. Já o exsudato é um líquido
fluido, constituído de células que escapam de um vaso sanguíneo e se depositam nos tecidos,
geralmente em decorrência de um processo inflamatório (CARVALHO, 2012).
Ressalta-se que a natureza do exsudato é ditada pela gravidade da reação e sua causa
específica, enquanto que sua coloração pode ser característica do pigmento específico de
algumas bactérias, sendo que as principais colorações são amareladas, esbranquiçadas,
avermelhadas, esverdeadas e achocolatadas (CARVALHO, 2012).

4.4 DESBRIDAMENTO

De acordo com Yamada; Santos (2009) o desbridamento consiste na remoção de


tecidos necrosados aderidos ou de corpos estranhos do leito da ferida, usando técnicas
mecânica e/ou química. O desbridamento de uma ferida é recomendado na maioria dos casos
pelo NPUAP.
A remoção de qualquer tecido necrótico da ferida, escolhendo criteriosamente o
método para a situação do paciente e considerando medidas de prevenção e controle da dor
são recomendações das diretrizes da Agency for Healthcare Research and Quality
(AHRQ2010).
O desbridamento pode ser realizado de vários modos (YAMADA, 2009; IRION,
2012; SANTOS; OLIVEIRA; SILVA, 2013) entre eles:
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Desbridamento Autolítico- utiliza os próprios leucócitos e enzimas para a degradação


do tecido necrótico no processo, é seletivo, confortável, porém lento, e para que ele ocorra é
necessária à manutenção do meio úmido;
Desbridamento Enzimático ou Químico- utiliza enzimas proteolíticas que estimulam
a degradação do tecido desvitalizado, é seletivo e pouco agressivo; é necessária a manutenção
do meio úmido;
Desbridamento Mecânico- consiste na remoção dos tecidos desvitalizados com o uso
da força física como na fricção com gazes ou esponja, ou remoção de gazes secas, porém
previamente aderidas na lesão e através da técnica de irrigação onde se utiliza jatos de solução
de limpeza com agulha de calibre 40X12 para a remoção de tecidos desvitalizados;
Desbridamento Instrumental- é realizado com tesoura ou lâmina de bisturi,
dependendo da lesão e condições do paciente, pode ser feito a beira do leito, ambulatório ou
centro cirúrgico. É considerado o método mais eficaz por remover extensas áreas em curto
tempo e pode ter complicações como dor ou sangramento.
O desbridamento instrumental pode ser dividido em: instrumental cirúrgico
conservador, que consiste em um método seletivo de remoção de tecido aderente não viável,
por instrumental cortante, que se limita até a fáscia, não havendo necessidade de anestesia,
podendo ser feito por enfermeiro e médico não cirurgião e; instrumental cirúrgico, que é um
método seletivo de remoção de grande área de tecido aderente não viável, por instrumental
cortante, que não se limita até a fáscia, com necessidade de anestesia e deve ser realizado
apenas por médico cirurgião.
As lesões de calcâneo possuem uma recomendação especial. Não se deve desbridar
lesões de calcâneos com lesão seca, estável (aderente, sem eritema ou flutuação) em membro
isquêmico ou no calcâneo quando não apresentam edema, eritema, flutuação e drenagem.
Devem ser examinadas todos os dias à procura destes sinais ou complicações que exijam o
desbridamento (AHRQ, 2010; IRION, 2012; NPUAP, 2016).
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Figura 12- Lesão de pressão em calcâneo

Fonte: Arquivo pessoal.

Um aspecto importante que não deve ser esquecido no momento do desbridamento é o


controle da dor (DA ROSA, 2016). As diretrizes da AHRQ (2010) recomendam medidas de
prevenção e controle da dor durante o desbridamento. Segundo Irion (2012) é importante se
considerar o tempo de efeito da medicação analgésica, administrando-se antecipadamente o
suficiente para que a medicação faça o seu efetivo controle da dor.

4.4.1 Técnicas para realização do desbridamento instrumental conservador

4.4.1.1 Técnica de Cover

Com uma lâmina ou bisturi, inicia-se o descolamento das bordas. Retira-se o tecido
necrosado paralelamente a pele. O tecido sai em forma de tampa.

Figura 13- Técnica de Cover para desbridamento instrumental

Fonte: Arquivo pessoal


116

4.4.1.2 Técnica de Square

Com uma lâmina de bisturi, fazem-se pequenos quadrados no tecido necrótico,


objetivando-se a penetração de substâncias desbridantes e favorecendo remoção posterior.

Figura 14- Técnica de Square para desbridamento instrumental

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.1.3 Técnica de Slice

Com uma lámina de bisturi ou tesoura, remove-se em fatias a necrose de coagulação


ou liquefação que estão presentes na ferida.

Figura 15- Técnica de Slice para desbridamento instrumental

Fonte: Arquivo pessoal

4.5 O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA FERIDA

A cicatrização pode ser definida em uma complexa sequência de eventos coordenados por um
processo fisiológico através do qual o organismo restaura e restabelece as funções do tecido
lesionado. Desta forma, está diretamente relacionada às condições do organismo (AFONSO et
al., 2014; IRION, 2012; SILVA, 2011a). Logo, há alguns fatores que interferem no processo de
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cicatrização, tais como: Idade, estado nutricional, patologias associadas, medicações sistêmicas
(corticoides, imunossupressores, anticoagulantes e alguns antibióticos), desidratação, localização
da lesão por pressão, estresse mecânico, presença de infecção local e ou sistêmica (SILVA,
2011b; AFONSO et al., 2014).
O processo de cicatrização compreende três fases que são descritas por Afonso et al (2014);
Irion (2012); Silva (2011b), conforme segue:

4.5.1 FASE HEMOSTÁTICA E INFLAMATÓRIA

Inicia quando há ruptura dos vasos sanguíneos e o extravasamento de constituintes


sanguíneos, cujo principal elemento é a plaqueta, capaz de reter outras células sanguíneas
formando um complexo processo denominado cascata de coagulação. Durante esse
processo ocorre a ativação de complementos como macrófagos e neutrófilos que resulta na
sequência de eventos da inflamação: liberação de histamina e outros mediadores,
vasodilatação dos vasos sanguíneos intactos, aumento do fluxo sanguíneo (calor e rubor),
aumento da permeabilidade capilar, edema, migração de polimorfos, mastócitos e macrófagos
em resposta aos agentes agressores.
Essa fase é vital para estimular as fases seguintes, se não houver inflamação a
cicatrização da ferida é retardada, por isso a dificuldade de cicatrização nos imunodeprimidos.

4.5.2 FASE PROLIFERATIVA OU FIBROBLÁSTICA

Estende-se até a epitelização total da lesão, caracteriza-


angiogênese que elimina os coágulos de fibrina e inicia a formação de uma neovascularização
de capilares, devido à presença de enzimas específicas. O colágeno e a neovascularização
resultam no tecido de granulação, sendo a vitamina C essencial para síntese desse colágeno;
com o avanço da idade essa fase torna-se mais lenta.

4.5.3 FASE DE REMODELAMENTO OU MATURAÇÃO

Inicia-se a partir da formação do tecido cicatricial e caracteriza-se pelas mudanças na


forma, tamanho e resistência da cicatriz. O leito da lesão torna-se pálido e menos
vascularizado, as células epiteliais migram sobre o tecido de granulação. Ponto de atenção: a
epitelização é três vezes mais rápida em ambiente úmido.
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Carvalho (2012) destaca algumas condições fundamentais no processo de cicatrização,


tais como:
Temperatura- a temperatura ideal, para que ocorram as reações químicas
(metabolismo, síntese de proteínas, fagocitose, mitose) é em torno de 36,4 a 37,2C. Portanto a
limpeza da lesão com soro fisiológico aquecido e cobertura adequada são fatores importantes
para a manutenção da temperatura ideal local.
Ph do tecido lesional- o pH do tecido de uma ferida é ligeiramente ácido (5,8-6,6)
para que as funções celulares ocorram adequadamente, desta forma esta homeostase pode ser
afetada por secreções como urina, fezes e certos antissépticos.
Níveis bacterianos na ferida: Contaminadas: presença de microrganismos, porém sem
proliferação; Colonizadas: presença e proliferação de microrganismos, sem provocar reação
ao hospedeiro; Infectadas: bactérias invadem o tecido sadio e desencadeiam resposta
imunológica do hospedeiro.
Umidade no leito da lesão- o tratamento adequado consiste na manutenção de um
meio úmido ótimo do leito da ferida e pela manutenção da umidade da área perilesão. A
impossibilidade de manter estas condições prejudica o processo de cicatrização, causando
ressecamento, hipergranulação e maceração.

4.6 RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

4.6.1 ENFERMEIRO

Identificar e classificar o cliente com LP e/ou com risco de desenvolvimento de novas lesões;
Supervisionar e garantir que as ações de prevenção sejam implementadas conforme protocolo
institucional existente de prevenção de lesões por pressão;
Prescrever a terapia tópica e o período de troa do curativo, conforme estabelecido neste
protocolo;
Realizar os curativos das LP;
Realizar desbridamento instrumental conservador se indicado;
Avaliar e evoluir a lesão a cada troca de curativo no prontuário;
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4.6.2 MÉDICO

Solicitar exames laboratoriais para avaliação bioquímica;


Monitorar e intervir nos fatores intrínsecos e sistêmicos do paciente portador de LP;
Realizar desbridamento cirúrgico (a cargo da cirurgia plástica);
Intervir em casos de LP estágio 4 , para investigação de osteomielite;
Intervir cirurgicamente nas LP que estejam com bordas enroladas, fibróticas e hipergranuladas (a
cargo da cirurgia plástica);
Solicitar cultura microbiológica da lesão, quando observado sinais sugestivos de infecção;
Prescrever terapia antimicrobiana se necessário.

4.6.3 NUTRICIONISTA

Realizar avaliação nutricional do paciente portador de LP e com risco para desenvolvê-la, na


admissão do paciente e quando solicitada pela equipe;
Adequar a prescrição dietética incluindo a suplementação de acordo com as necessidades do
cliente;
Acompanhar os exames laboratoriais para avaliação bioquímica e nutricional;
Realizar a evolução clínica e nutricional dos clientes com risco ou LPP instalada;

4.6.4 TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Implementar e checar o plano de intervenção e tratamento prescrito pelo enfermeiro;


Realizar medidas de prevenção de LP prescritas pelo enfermeiro;
Comunicar qualquer alteração e não conformidades observadas ao enfermeiro.

4.6.5 FISIOTERAPEUTA

Promover e participar do plano de trabalho para prevenção de LP referente à ações de


mobilização, de redução de sobrecarga tissular e de utilização de superfícies especiais de suporte.

4.6.6 PSICÓLOGO
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Realizar acolhimento e atendimento psicológico ao cliente portador de LP, familiares e


acompanhantes.

4.7 AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM LESÃO POR PRESSÃO

Segundo Dowsett et al. (2015) deve-se realizar uma avaliação inicial integral do
paciente com LP, registrando seu histórico clínico e buscando identificar fatores que podem
interferir no processo de cicatrização, tais como: perfusão tissular deficiente, sensibilidade
comprometida, infecção sistêmica; situação vascular em casos de lesões de extremidades;
estado nutricional e capacidade de adesão a um plano de tratamento.
Além disso, o enfermeiro deve examinar o paciente após a admissão, aplicar a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e determinar o risco para desenvolver
LP através da Escala de Braden em caso de paciente adulto. A partir daí, proceder então com
as condutas preconizadas para a prevenção e tratamento de LP.
Um aspecto essencial durante a avaliação de uma LP já estabelecida é a identificação de
sua etiologia, procurando diferencia-la de outras comorbidades como dermatites, fissuras de
pele, intertrigo, úlceras venosas e neuropáticas. Isto porque é fundamental que se conheça a
causa da lesão para que se possa estabelecer um plano de cuidados. Portanto, deve-se utilizar
o Sistema Internacional de Classificação NPUAP/EPUAP das LP.
Recomenda-se que a lesão seja avaliada desde a admissão do paciente e reavaliada a cada
sete dias ou de acordo com o período de troca de curativos. Tal avaliação deve ser minuciosa,
para que seja possível construir um plano assistencial que favoreça a cicatrização da ferida e
atenda as demandas gerais do paciente. Além disso, através da avaliação é possível monitorar
a evolução do tratamento e a resposta do paciente ao mesmo.
A abordagem da lesão deve ser feita baseada em três vértices, segundo Dowsett et al
(2015): Avaliação do Leito da Ferida; Avaliação da Borda da Ferida e Avaliação da Área
Perilesional.
A área da borda da ferida fornece informações se o plano de tratamento está sendo eficaz.
esta compreende até 1cm da margem da ferida. Da mesma forma, problemas na área
perilesional (pele até 4 cm além da borda) retardam o processo de cicatrização, causando dor
e podendo aumentar o tamanho da ferida. A quantidade de exsudato é o principal fator
causador de problemas na área perilesional (DOWSETT, et al .,2015)
121

4.7.1 AVALIAÇÃO DO LEITO DA FERIDA

Tabela 1- Avaliação do leito da ferida segundo o tipo de tecido, exsudato e presença de infecção.
Fonte: Adaptado de Dowsett et al (2015).

TIPO DE TECIDO EXSUDATO INFECÇÃO


LOCAL
NÍVEL Dor
Seco Eritema
Baixo Edema
Necrótico Médio Calor local
Esfacelo Alta Aumento do Exsudato
Granulação (quantidade) Cicatrização demorada
Epitelização Sangramento/Tecido de granulação
friável
TIPO Mau cheiro
Fino/aquoso Tecido de granulação irregular
Espesso
Turvo SISTÊMICA
Purulento (amarelo/ Eritema
marrom/verde) Febre
Rosa/vermelho Abcesso/Pus
Ruptura da ferida
Celulite
Mal estar geral
Leucocitose
Linfangite
OBSERVAÇÃO
Registrar tipos de tecido e Registrar nível e tipo Registrar sinais e sintomas relacionados
estimar porcentagem (%)dos de exsudato. a lesão.
tecidos visíveis no leito da
ferida.

Registrar o comprimento, largura e profundidade iniciais da lesão. Reavaliar a cada 7 dias esse
parâmetros, a fim de monitorizar o tratamento e a resposta às intervenções utilizadas.
OBJETIVO
Remover o tecido não Tratar a causa e Identificar a infecção e gerenciar carga
viável, proteger e promover gerenciar o microbiana para tratar infecção/ controlar
o crescimento do tecido equilíbrio da odor.
novo. umidade.
122

4.7.2 AVALIAÇÃO DA BORDA DA FERIDA

No processo de cicatrização, as células epiteliais migram para cobrir o leito da ferida e


para que essa migração seja possível, as bordas da lesão devem estar íntegras, ligadas e
alinhadas. A avaliação da borda confere informações úteis sobre o processo de cicatrização da
lesão e se o plano de tratamento está sendo eficaz. Os problemas mais comuns que envolvem
a borda da lesão incluem maceração, desidratação, descolamento e enrolamento das bordas.

Tabela 2- Avaliação da borda da lesão segundo suas características.


CARACTERÍSTICAS DA BORDA DA LESÃO
Maceração Desidratação Descolamento Enrolamento das
bordas

OBSERVAÇÃO
Avaliar borda da Avaliar a borda da Usar posição de Avaliar quanto a
ferida quanto ao ferida quanto ao relógio para registrar presença de
nível de umidade nível de umidade localização (registrar enrolamento
para evitar extensão do
maceração. deslocamento em cm)

OBJETIVO
Estabelecer causa. Estabelecer a causa. Reduzir a quantidade Retornar as
Gerenciar o de descolamento da condições da borda
exsudato da lesão ou Promover equilíbrio borda preenchendo da ferida para as que
diminuir quantidade na hidratação. toda a área de permitam o avanço
de hidrogel utilizada descolamento com epitelial.
para tratamento. hidrofibra.
Acionar cirurgia
. plástica para
avaliação.
Fonte: Adaptado de Dowsett et al (2015).
123

4.7.3 AVALIAÇÃO DA ÁREA PERILESIONAL

Tabela 3- Avaliação da área perilesional segundo suas características


CARACTERÍSTICAS DA ÁREA PERILESIONAL
Maceração Escoriação Pele Hiperqueratose Calosidade Eczema
Ressecada
Gerenciar Utilizar produto Reidratar pele Proceder o Proceder Evitar alérgenos.
exsudato da atraumático, perilesional desbridamento desbridamento Comunicar a equipe
lesão creme de Instrumental instrumental médica.
barreira. conservador conservador
Avaliar a pele perilesional e registrar a extensão de quaisquer problemas.
OBJETIVO
Proteger área Proteger área Proteger área Remoção de placas de Remoção de Avaliar sintomas e
perilesional e perilesional e perilesional e hiperqueratose e calos e evitar alérgenos.
manter a pele manter a pele manter a pele reidratação. pressão/carga
saudável saudável intacta. saudável para evitar
intacta. intacta. recorrência.
Estabelecer causa
Estabelecer e corrigir. Estabelecer
causa diminuir causa e
umidade nas gerenciar
bordas. umidade na
área.
Fonte: Adaptado de Dowsett et al (2015).
124

4.7.4 FLUXOGRAMA DE AVALIAÇÃO DA LP


Enfermeiro avalia EQUIPE
holisticamente o paciente MULTIPROFISSIONAL
com LP quanto:

LEITO DA FERIDA BORDA DA FERIDA ÁREA


PERILESIONAL

TI EX M DE DE EN R H C E
M E
P S IN S I S RO E I A C
O A A S
U FE DR LO L C C S P L Z
D
D CÇ C AT CA A S E O E
E E O
A Ã E AÇ M M R R E R S M
T T O R Ã EN EN A I C Q I A
E O O TO TO A U D
A Ç A
CI
Ã Ç M E A
D Ç E R D
O
O Ã
à O N A E
% O T T
O O
S
E

Tipo Local Sistêmica

Granulação

Epitelização Dor Febre


Sanguinolento
Esfacelo Eritema Abscesso /Pus
Necrótico
Calor Local Celulite
Serossanguinolento
Aumento do Leucocitose
Exsudato
Linfangite
Seroso
Nível Mau Cheiro
Mal Estar Geral
Eritema

Purulento
Seco Baixo

Moderado Alto
125

4.8 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A nutrição é essencial para a manutenção da integridade celular e para o processo de


cicatrização. O paciente com lesão por pressão demanda uma maior quantidade de nutrientes,
em virtude da necessidade do corpo de matéria-prima para a formação tecidual. Logo, o
aporte de nutrientes é fundamental no processo de recuperação tecidual, sendo importante
tanto na prevenção quanto no tratamento das lesões (CARVALHO, 2012).
A desnutrição proteico-calórica e a deficiência de micronutrientes como vitamina C,
ferro, magnésio e zinco são fatores que prolongam a resposta inflamatória, reduzindo a
proliferação de fibroblastos, prejudicando a angiogênese e a síntese de colágeno
(PRAZERES, 2009).
A albumina é uma proteína presente em grande quantidade no plasma humano e seus
níveis séricos diminuídos contribuem para o retardamento do processo de cicatrização, pois
prejudicam a angiogênese; reduzem a proliferação de fibroblastos e consequentemente a
síntese e formação do colágeno (PAGGIARO; TEIXEIRA NETO; FERREIRA, 2010).
Em vista disso, é imprescindível que pacientes com alteração do estado nutricional
sejam identificados desde a admissão e sejam submetidos à intervenção de um nutricionista,
cuja avaliação deve ser repetida semanalmente (NPUAP, 2014). Além disso, deve-se
estabelecer um suporte nutricional que contemple as demandas do paciente e mantenha um
estado nutricional adequado que favoreça o processo de cicatrização (CEREDA et al., 2015).
Assim, na presença de LP a necessidade nutricional energética do paciente é estabelecida
em 35kcal/kg e proteica em 1,5g de proteína por kg, considerando peso atual ou estimado,
através de fórmula preditiva de bolso validada nos consensos de terapia nutricional
(ASPEN,2018; ESPEN, 2018; NPUAP,2016; EPUAP,2009).
A assistência nutricional diária tem como meta primordial o acompanhamento da
aceitação dietoterápica e em casos de pacientes que demandem tratamento da lesão por
pressão e tenham consumo dietoterápico abaixo de 70% das necessidades nutricionais, fica
indicada suplementação om terapia nutricional especializada para cicatrização, estabelecendo
01 a 02 unidades ao dia para lesões estágio 1 e 2 . Para LP estágio 3 e 4 ficam estabelecido 02
a 03 unidades ao dia (EPUAP, 2009).
126

4.9 DEFINIÇÃO DE UM PLANO DE TRATAMENTO

De acordo com Dowsett et al. (2015) a definição do tratamento deve visar o alívio da
pressão e gerenciamento do ambiente da ferida para promover sua cicatrização. Os principais
objetivos do tratamento devem ser:
Proteção dom tecido de granulação;
Desbridamento do tecido não viável (esfacelo ou necrótico) a fim de reduzir risco de
infecção;
Gerenciar equilíbrio da umidade (reidratar ou reduzir os níveis de exsudato)
Reduzir a carga microbiana (utilizar coberturas com prata, antissépticos locais como
gel de polihexamida, podendo estar combinado com antibioticoterapia sistêmica);
Proteção da pele circundante;
Melhorar o bem estar do paciente.
Os objetivos do tratamento mudam com o tempo, conforme a ferida progride para cura. A
cada troca do curativo a terapia utilizada deve ser reavaliada, de forma a garantir que o
tratamento (curativo) utilizado permaneça eficaz. Qualquer mudança de cor ou consistência
do exsudato ou aumento de odor demandam reavaliação do plano de tratamento (DOWSETT
et al., 2015).

4.9.1 CURATIVOS E COBERTURAS

Atualmente, há uma grande variedade de materiais disponíveis no mercado para


coberturas e curativos de diversos tipos de feridas, sendo atribuição do profissional escolher a
cobertura mais indicada para cada situação. Dentre os fatores que devem ser levados em
consideração na escolha do curativo adequado, destacam-se: a fisiopatologia da ferida, a
facilidade de utilização, o volume e as características do exsudato, a presença ou não de
infecção, a profundidade, o custo-benefício e as propriedades do curativo (DA ROSA, 2016).
Nesse contexto, Da Rosa (2016) refere que para facilitar a escolha do curativo mais
adequado, inicialmente o profissional deve conhecer suas finalidades, onde o curativo ideal
deve: promover proteção física da ferida, prevenção de contaminação e desbridamento
autolítico; manter calor, umidade, células, enzimas e fatores do crescimento no leito da ferida;
preencher o espaço morto para evitar a formação de hematomas, abscessos, túneis, fístulas e
realizar o controle do exsudato por absorção, evaporação ou oclusão.
127

Segundo Irion (2012) os curativos são classificados de acordo com sua capacidade de
controle do exsudato:
-Curativo seco-seco é aplicado e removido da lesão enquanto está seco, sendo utilizado para
absorver pequenas quantidades de secreção ou para homeostasia em feridas agudas, bem
como na cobertura de feridas cicatrizadas por primeira intenção.
-Curativo úmido é umedecido com solução fisiológica ou antisséptica no intuito de amolecer
o tecido desvitalizado ou tratar uma ferida infectada.
-Curativo úmido-seco é usado no tratamento de feridas que requerem o desbridamento mais
rápido da lesão ou de maior quantidade.
-Curativos microambientais (oclusivos e semioclusivos), os quais atuam na recuperação e
regeneração da área lesionada. Nos oclusivos não é possível a transmissão de nenhum
conteúdo, enquanto que nos semioclusivos há troca de vapor de água e outros gases .
Ainda na concepção de Irion (2012) os curativos oclusivos promovem o
desbridamento autolítico. Outra vantagem dessas coberturas é que em lesões pouco
exsudativas e com pouco tecido necrótico, eles podem permanecer por vários dias, o que
implica na diminuição do manuseio da lesão, diminuindo a possibilidade de reação
inflamatória e exsudação.
Ressalta-se que a cobertura ideal deve ser capaz de otimizar o ambiente da ferida e
favorecer a cicatrização, incluindo nível adequado de umidade e temperatura, manutenção de
agentes que promovem a cicatrização e proteção contra agentes nocivos externos. O ambiente
úmido promove efeitos benéficos ao tratamento da ferida, pois previne a desidratação do
tecido e morte celular; promove angiogênese acelerada e desbridamento autolítico, que retém
as enzimas e água que auxiliam na fibrinólise; e redução da dor, devido à proteção que o meio
úmido confere às terminações nervosas de ressecamento e exposição. Desta forma, essas
coberturas favorecem a vitalidade das células viáveis e possibilita assim a liberação de fatores
de crescimento, estimulando sua proliferação (IRION, 2012).
Diversas coberturas para curativos estão disponíveis no mercado atualmente e para a
escolha do produto mais adequado ao tratamento da lesão, a tomada de decisão deve ser
mediada pelo conhecimento científico do profissional, que deverá avaliar, entre outros
aspectos, as necessidades do paciente e a disponibilidade do material na instituição (DA
ROSA, 2016). A seguir, são descritas algumas destas opções de coberturas e curativos
utilizadas para o tratamento de LP.

4.9.1.1 Película semipermeável


128

Trata-se de uma película estéril constituída por filme de poliuretano transparente, com
uma média de espessura de 0,2mm impermeável a líquidos e bactérias e permeável a gases
como o oxigênio e dióxido de carbono e vapor de água, classificada como curativo
semioclusivo. Essa cobertura possibilita a observação e avaliação constante da ferida, adapta-
se facilmente às áreas de proeminências e contornos do corpo por ser elastomérica e
distensível. Possui um adesivo acrílico hipoalergênico que adere somente à pele íntegra e não
à superfície do leito úmido da ferida (IRION, 2012; SANTOS, 2011, BORGES, 2008).
Um cuidado a ser tomado durante sua aplicação é cobrir de 1 a 2 cm além da margem
da ferida. Por não conseguirem absorver o excesso de líquido, são indicadas para úlceras
pouco exsudativas, superficiais ou com espessura parcial. Podem ser utilizadas como
curativos secundários, devendo-se manter um material mais absorvente em contato com a
lesão. Também podem ser utilizadas para proteção do atrito em lesões em estágio 1, mas
devem ser bem avaliados, pois devido sua boa aderência à pele uma retirada frequente poderia
lesioná-la. Desta forma, um procedimento que requer atenção especial é a remoção dessas
películas, onde deve ser adotada uma técnica especial na qual a pele deve ser estabilizada, em
seguida levanta-se um canto da película e traciona-se no sentido tangencial à ferida, fazendo
que a película se estique e solte da pele (IRION, 2012).

4.9.1.2 Espuma de poliuretano

São curativos estéreis, compostos por espuma de poliuretano hidrofílica, revestida por
filme de poliuretano semipermeável (CURATEC, 2010). São muito absorventes e disponíveis
em várias formas. Podem ser usadas como cobertura primária ou secundária e ser associadas
na composição, a produtos como surfactantes, detergentes e carvão (IRION, 2012).
É indicada para lesões com perda tecidual superficial, profunda parcial até 2 cm de
profundidade. As espumas não aderem ao leito da lesão e não maceram a pele íntegra,
podendo permanecer aplicadas por até cinco dias no leito da lesão, dependendo do nível de
exsudação (BORGES, 2008).
Esse produto mantém a umidade das feridas retendo o líquido e absorvendo a secreção
excessiva. Promovem a temperatura adequada através do isolamento térmico, propiciando o
crescimento de fibroblastos e de células epiteliais, além de se amoldarem às proeminências
ósseas, diminuindo a pressão (IRION, 2012).
129

4.9.1.3 Hidrogel

Consiste em um gel transparente, constituído por redes tridimensionais de polímeros e


copolímeros hidrofílicos compostos de 78 a 96% de água, uretanos, polivinilpirrolidona
(PVP) e polietileno glicol. Alguns contém Alginato (BORGES, 2008).
São geralmente encontradas sob a forma de placas/lâminas ou gel amorfo e são
indicados para o tratamento de feridas secas. Na forma de lâminas, propiciam oclusão,
absorção e evaporação, sendo que as lâminas podem ser usadas em lesões de espessura total
ou parcial. Já o gel amorfo é comumente usado na hidratação de lesões ressecadas,
protegendo nervos, ligamentos e vasos, proporcionando alívio da dor. Pode ser utilizado em
lesões cavitárias, onde deve ser aplicada uma fina camada que requer o uso de uma cobertura
secundária (IRION, 2012).
A umidade do ambiente favorece a remoção de tecidos desvitalizados através da
autólise que amolece e hidrata esses tecidos. Em feridas que não apresentam tecidos inviáveis,
o hidrogel proporciona um ambiente adequado para a regeneração tecidual. Esse produto não
deve ser usado em feridas altamente exsudativas e a recomendação é que sua permanência no
curativo seja de um a três dias (DA ROSA, 2016).

4.9.1.4 Hidrocolóide

São coberturas estéreis, constituídas por espuma externa ou filme de poliuretano


(permeável ao vapor) associado a um material interno (carboximetilcelulose, gelatina e
pectina). São os curativos microambientais mais oclusivos, têm uma coloração acastanhada e
são fabricados em vários tamanhos. O hidrocolóide oclui completamente a lesão, absorvendo
secreção leve a moderada que em contato com o leito da ferida, forma um gel que estimula a
síntese de colágeno, acelera o crescimento celular e evita a aderência, aliviando a dor (DA
ROSA, 2016; IRION, 2012).
A aplicação da placa de hidrocolóide deve ser realizada com margem de 2 a 3 cm de
pele íntegra sob ele pode permanecer por um período de até sete dias, mediante avaliação
diária e deve ser trocado em caso de saturação/extravasamento do gel ou descolamento das
bordas. Nesse caso, vale ressaltar que após a saturação o gel formado pelo produto pode
aparentar exsudação purulenta na ferida, não devendo ser confundido com infecção. Os
hidrocoloides são indicados para preenchimento de lesões cavitárias e altamente exsudativas
sob a forma de pastas, grânulos e placas cortados em espirais, porém requerem o uso de
130

coberturas secundárias para que sejam mantidos no leito da ferida (BORGES, 2008). Irion
(2012) recomenda que o hidrocolóide não seja utilizado em lesões infectadas, com fístulas ou
túneis.
Um estudo de revisão desenvolvido por Pinheiro; Borges; Donoso (2013) sobre as
ações da placa de hidrocolóide e do alginato de cálcio no tratamento de lesão cutânea
observou que a placa de hidrocolóide se mostrou superior às coberturas secas no tratamento
das lesões por pressão.

4.9.1.5 Hidrofibra

São produtos derivados do hidrocolóide, formados por fibras de carboximetilcelulose,


sob a forma de tecido branco, utilizados como cobertura primária, que é aplicada diretamente
sobre o leito da lesão e requer o uso de uma cobertura secundária e fixação. Pode ser
fracionada desde que sejam utilizadas técnicas estéreis para tal (BORGES, 2008).
São indicadas para feridas infectadas ou não; exsudativas em média ou grande
quantidade; profundas ou superficiais; com presença de necrose ou não e não recomendadas
em feridas pouco exsudativas. Utilizado também para preenchimento de cavidades e
deslocamento de bordas. O tempo de permanência é de até cinco dias, onde a frequência da
troca será determinada pela quantidade de exsudação e saturação da ferida (BORGES, 2008).

4.9.1.6 Alginatos

São polissacarídeos derivados do ácido algínico, obtidos a partir de algas marinhas da


espécie Laminaria. A troca iônica que ocorre entre o sódio do exsudato e o cálcio do alginato
origina um gel solúvel e não aderente, onde o alginato de sódio e os íons livres de cálcio
potencializam a cascata de coagulação, o que o torna hemostático (DA ROSA, 2016).
Os alginatos podem ser encontrados sob a forma de placa ou fita, seu uso é versátil,
pois é possível seu fracionamento para se moldar à ferida. No entanto, seu custo é elevado.
São indicados para lesões altamente exsudativas e requerem o uso de uma cobertura
secundária. Ressalta-se que os alginatos possuem a capacidade de absorver até 20 vezes seu
peso em água e por isso acabam ressecando lesões com pouca exsudação. Portanto, caso seja
observado durante o tratamento, que o leito da LP esteja ficando ressecado, deve-se
interromper o uso e substituir por outra cobertura menos absorvente (IRION 2012).
131

A troca do curativo deverá ser feita em caso de saturação e não se deve confundir o gel
produzido pelo alginato com infecção, pois este possui um odor forte e tem aspecto purulento
(DA ROSA, 2016).

4.9.1.7 Ácidos Graxos Essenciais (AGE)

São derivados de óleos vegetais polissaturados, formados por ácidos graxos essenciais
como: ácido linoleico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E, e a lecitina de soja.
Atuam como uma barreira hídrica e auxiliam na manutenção da integridade. Aplicado na pele
íntegra, o AGE forma uma barreira de proteção, por suas caraterísticas de alto grau de
hidratação e nutrição celular. Já na lesão, realiza quimiotaxia e angiogênese, contribuindo
para a manutenção da umidade, para o crescimento celular e para granulação tecidual (DA
ROSA, 2016).

4.9.1.8 Gel de Polihexanida

É um antiséptico de amplo espectro, com excelente tolerância e baixo risco. Ela


dificulta o desenvolvimento de bactérias resistentes e seu uso é indicado na limpeza de feridas
crônicas contra bactérias multirresistentes formadoras de biofilme. Pode ser encontrada na
forma de gel, tiras e placas (KAEHN, 2010).

4.9.1.9 Colagenase

Trata-se de uma preparação enzimática obtida a partir de filtrados Da bactéria


Clostridium hystoliticum, cujo componente principal é a enzima Clostridiopeptidase A. Essa
substância degrada o colágeno em sua estrutura natural ou desnaturado, facilitando assim, a
remoção (MILLER et al., 2015; SILVA; ALMEIDA; ROCHA, 2014). Apresenta-se
comercialmente sob a forma de pomada ou creme que tem por função a remoção de restos
celulares do tecido necrosado, estimulando a granulação e a reepitelização
(VASCONCELOS; CALIRI, 2017).
Em vista disso, é classificada como desbridante enzimático ou químico, pois apresenta
enzimas específicas que degradam a fibra de colágeno, proporcionando uma limpeza da lesão
através da retirada dos tecidos desvitalizados (SANTOS; OLIVEIRA; SILVA, 2013).
132

A colagenase não é ativa contra a queratina, gordura ou fibrina. É indicada para


desbridamento químico, atuando efetivamente na remoção de detritos. O pH ideal da ferida
para seu uso é de 6 a 8 (SILVA, ROGENSKI, 2010; RANGEL; CALIRI, 2009). Segundo
Ferreira et al.(2018) a colagenase não é bem absorvida em lesões com necrose acentuada,
sendo inclusive inativada e digerida na própria área.

4.9.1.10 Creme Barreira

É composto de água, parafina líquida, petrolato, cera microcristalina, oleato de glicerol,


álcool de lanolila e glicerina. Apresenta o pH da pele hidratando e funcionando como barreira
para fluidos corporais. Seu uso é indicado para o cuidado da área perilesional. Oferece
proteção contra irritações de pele decorrentes de incontinência urinária e fecal, e danos
causados pelos adesivos em curativos repetitivos. Indicado também para proteção da pele ao
redor de ostomias e dermatites (DA ROSA, 2016).
133

4.9.2 TÉCNICAS E CONDUTAS

HIGIENIZAÇÃO DESBRIDAMENTO CURATIVO CUIDADOS

Limpeza da pele Se necessário, na presença de A escolha da cobertura Administrar analgésicos e


circundante e irrigação do tecido desvitalizado, deve se embasar na: antibióticos se necessário e
leito com solução biofilme bacteriano ou nas Sua capacidade conforme prescrição médica;
fisiológica morna em jato margens da LP, minimizando de manter o leito da LP
médio com agulha calibre traumas ao tecido sadio. úmido; Manter medidas de
12, sem comprometer o prevenção conforme
tecido sadio. Avaliar perfusão da ferida e Necessidade de protocolo institucional ,
selecionar o método mais tratar a biocarga utilizando avaliação do risco
Deve ser feita diariamente adequado. bacteriana; de desenvolver novas lesões
após o banho, a cada troca por pressão, através da
de curativo, com técnica Optar pelos desbridamentos Natureza e escala de Braden.
asséptica. instrumental, mecânico, volume do exsudado da
autolítico e/ ou enzimático LP; Proteger a pele perilesional
Considerar uso de soluções em caso de necessidade com creme barreira, durante a
de limpeza em caso de clínica de drenagem de Estado do tecido aplicação das coberturas;
infecção. exsudato ou remoção de no leito da LP;
(solução de PHMB) tecido desvitalizado. Supervisionar e registrar após
Condição da cada troca de curativo
Optar pelo debridamento pele perilesional;
cirúrgico em caso de necrose Cicatrização;
extensa, celulite, crepitação, Tamanho, Evolução;
flutuação ou sepse decorrente profundidade e Resposta ao
de infecção na LP, localização da LP; tratamento.
considerando as condições do
paciente. Presença de
tunelizações e/ou
cavitações.

Fonte: NPUAP/EPUAP/PPIA, 2016.


134

4.9.3 PLANO ASSISTENCIAL

ASPECTO DA LP/ CARACTERÍSTICAS ATIVIDADE/ COBERTURA AÇÃO/ MODO DE U


CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO FINALIDADE INDICAÇÃO
Pele íntegra com rubor
não branqueável em Reduz pressão local e Aplicar com margem de 2 a 3 cm além d
área localizada, sobre Espuma favorece avaliação
proeminência óssea. Proteção absorvente com diária. Trocar a cada 7 dias.
borda
Pode ser dolorosa, dura, Hidratação da pele semipermeável Atua como barreira a Em caso de espuma sem borda aderen
mole, quente ou fria. íntegra de silicone contaminantes cobertura filme transparente de poliureta
externos, é permeável
Estágio 1- Em pacientes de pele a O2 e vapor de H2O,
Eritema não branqueável negra não avaliar pelo favorece a
branqueamento do Ou cicatrização e permite .
rubor à pressão. a visualização da LP.

Trocar a cada 7 dias.

Manter medidas de prevenção, para


Hidrocolóide protocolo de prevenção de LP da institu
em placa (2ª Atua como barreira a
opção) contaminantes
externos, reduz a
pressão local. Porém
sua remoção pode
causar lesões em peles
frágeis.

Ferida superficial rasa, Usar em LP com pouca exsudação, plan


brilhante ou seca, com Espuma Visualização
leito vermelho-rosa sem Proteção absorvente facilitada da lesão e Aplicar após a limpeza, com a pele peri
tecido desvitalizado ou recoberta por proteção da área margens da LP.
equimose. película perilesão através da
Hidratação da pele semipermeável película de silicone. Pode permanecer até 7 dias, trocando em
Pode ser aberta ou íntegra de silicone
fechada (flictema) com Em caso da necessidade de segunda cob
Estágio 2- líquido seroso. Epitelização Ou poliuretano como em pacientes com
Perda parcial da silicone, utilizar filme transparente de p
espessura da pele Hidrocolóide
em placa ( 2ª O hidrocolóide
opção) promove meio úmido
que favorece
crescimento tecidual;
absorve exsudato;
forma barreira
protetora contra
bactérias; alivia a dor
e a pressão local
135

O hidrogel promove o Aplicar direto na LP após a limpeza, c


Tecido adiposo visível, Hidratação da pele Hidrogel desbridamento umidade. Proteger as bordas para evitar
sem exposição de ossos, Íntegra autolítico, favorece a
tendões e músculos. granulação e Trocar quando saturado, podendo perma
Proteção epitelização em
Pode haver algum ou feridas secas, com Aplicar sobre a lesão deixando 1 cm de
tecido desvitalizado, Manutenção do esfacelo e em fase de feridas cavitárias deixar 2,5 cm para fo
cavitações e fístulas. meio ótimo para cicatrização. cobertura secundária. Na espuma não pr
epitelização Hidrofibra com Em caso da necessidade de cobertura se
Estágio 3- Ag com poliuretano.
Perda total da espessura Desbridamento de absorção Em feridas
da pele tecidos inviáveis vertical exsudativas a
hidrofibra e a espuma
Gerenciamento de ou absorvem o exsudato
exsudatos do leito da ferida
promovendo
desbridamento
Espuma com Ag autolitíco e com ação
bacteriostática pela
ação da prata sobre
este exsudato.

Hidrogel Promove o Aplicar no leito da LP após a limpeza c


Exposição de ossos, Hidratação da pele desbridamento da irrigação com agulha 40x12. Usar um
tendões e músculos. íntegra e estruturas autolítico, mantém o
como ossos, tendões meio úmido, Trocar a cada 24hs.
Pode haver tecido ou preservando os
desvitalizado (úmido) tecidos viáveis e Preencher o leito da ferida e cavidades,
ou necrose (seco), hidratação das 0,9% a uma temperatura de 37ºC atra
cavitações e fístulas. estruturas como ossos deixando 1 cm da borda da LP para for
Estágio 4- Espuma om Ag e tendões.
Perda total da espessura ou Utilizar cobertura secundária.
dos tecidos Gerenciamento do Utilizado em feridas
Exsudato exsudativas e Trocar sempre que saturado ou em até 7
Hidrofibra com cavitárias, favorece a
Ag cicatrização através Realizar controle microbiano através d
do desbridamento do leito da ferida sempre que houver si
autolítico, de cicatrização.
gerenciando a
umidade do leito da Aplicar camada delgada sobre o leito d
ferida e tendo a ação fisiológica. Cobrir com cobertura de esc
bacteriostática da
prata iônica. Em caso da necessidade de segunda co
poliuretano.
Controle e
tratamento de Deve ser realizado por profissional
biofilme Cirurgião sempre que houver necessidad

Gel de PHMB
É indicado pela sua
ação em lesões
crônicas e infectadas,
tendo ação
fibrinolítica agindo
Desbridamento favorecendo a
Cirúrgico ou destruição do
cirúrgico biofilme.
conservador

Remoção parcial ou
total de tecidos
inviáveis.
136

Perda da pele em sua Remover tecidos Desbridamento Remoção parcial de Após realizar técnica de Square ou Co
espessura total e perda desvitalizados. instrumental tecido inviável ou fisiológica 0,9% morna e aplicar cam
tissular na qual a conservador, realizando fendas no bordas para que não ocorra maceração d
extensão do dano não Hidratar leito da utilizando tecido desvitalizado
pode ser confirmada ferida inicialmente a favorecendo o Aplicar cobertura secundária e trocar a c
porque está encoberta técnica de desbridamento
pelo esfacelo ou escara. Square ou autolítico e ou
Cover. posterior remoção do
mesmo através de Realizar troa a cada 24 hs. Utilizar em c
desbridamento
Lesão por Pressão não Hidrogel instrumental.
estadiável

Colagenase Realizar
desbridamento
enzimático

Pele intacta ou não, Retirar a pressão Esponja de Retirar a pressão, Trocar cobertura a cada sete dias, poré
com área localizada e local e deixar poliuretano com para que ocorra a dias para registrar evolução da mesma.
persistente de delimitar área de bordas de delimitação da área de
descoloração vermelha isquemia silicone. isquemia. Em caso de esponja sem bordas de s
escura, marrom ou poliuretano para fixação.
púrpura que não Manter área
embranquece ou perilesão hidratada Aplicar na área perilesional e retirar o e
separação epidérmica Creme barreira Manter área perilesão fixação adequada da cobertura (esponja
que mostra lesão com sadia.
leito escurecido ou
bolha com exsudato
Lesão por Pressão sanguinolento.
Tissular Profunda

A lesão por pressão Este tipo de lesão Vide recomendação ao lado.


resultante geralmente Proteção para Esponja de deve ser categorizada
apresenta o padrão ou aliviar a pressão poliuretano com conforme
forma do dispositivo. exercida pelo borda de classificação da
dispositivo sobre a silicone NPUAP e aplicar
pele cobertura ideal para
cada tipo de lesão.
Lesão por pressão Ofertar umidade a Hidrofibra com
associada a um lesão Ag
dispositivo médico
Hidrogel

Lesão por Pressão de Associada a um Promover alívio da Creme barreira Reposicionar ou Avaliar diariamente e registrar
membranas mucosas histórico de uso de pressão no local. retirar agente
dispositivos médicos no causador da lesão.
local do dano. Manter hidratação da
área lesionada
137

4.9.4 FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO DA LP


138

REFERÊNCIAS

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