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APÊNDICE E
PRODUTO FINAL
Belém-PA
2018
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SUMÁRIO
1 Finalidade...............................................................................................................................3
2 Justificativa.............................................................................................................................3
3 Abrangência...........................................................................................................................4
4 Definições................................................................................................................................4
4.1 Conceito de lesão por pressão...............................................................................................4
4.2 Classificação das lesões por pressão.....................................................................................4
4.3 Características dos tecidos e fluidos encontrados no leito da ferida....................................9
4.4 Desbridamento....................................................................................................................11
4.5 Processo de cicatrização da ferida..................................................................................14
4.6 Responsabilidades e competências da equipe multiprofissional...................................16
4.6.1 Enfermeiro.......................................................................................................................16
4.6.2 Médico.............................................................................................................................16
4.6.3 Nutricionista.....................................................................................................................17
4.6.4 Técnico de enfermagem...................................................................................................17
4.6.5 Fisioterapeuta...................................................................................................................17
4.6.6 Psicólogo..........................................................................................................................17
4.7 Avaliação do paciente com lesão por pressão.................................................................18
4.7.1Avaliação do leito da ferida..............................................................................................19
4.7.2 Avaliação da borda da ferida...........................................................................................20
4.7.3 Avaliação da área perilesional.........................................................................................21
4.7.4 Fluxograma da avaliação da lesão por pressão................................................................22
4.8 Avaliação nutricional.......................................................................................................23
4.9 Definição de um plano de tratamento.............................................................................24
4.9.1Curativos e Coberturas.....................................................................................................24
4.9.2 Técnicas e Condutas.......................................................................................................31
4.9.3 Plano assistencial.............................................................................................................32
4.9.4 Fluxograma de tratamento da lesão por pressão..............................................................33
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................35
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1 FINALIDADE
2 JUSTIFICATIVA
O surgimento de lesões de pele é uma das ocorrências mais comuns resultantes do longo
período de internação hospitalar, aumentando o tempo de hospitalização do paciente, prejudicando seu
quadro clínico e elevando os custos de seu tratamento (BRASIL, 2013).
De acordo com Irion (2012), em pacientes de terapia intensiva, as LP têm uma prevalência de
41% e uma incidência de 33%. Nesse contexto, Costa (2010) e o Ministério da Saúde do Brasil (2013)
afirmam que as LP são consideradas um grave problema de saúde pública, pois se constituem como
importantes causas de morbimortalidade e que resultam em prejuízos para a qualidade de vida do
paciente e seus familiares, bem como para o próprio sistema de saúde, em virtude do prolongamento
do período de internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.
Nesse sentido, Pimenta et al (2015) destacam os enfermeiros como detentores de uma função
essencial no tratamento de lesões por pressão. Além disso, a implementação de protocolos assistenciais
tem se mostrado uma importante ferramenta para garantir maior segurança para pacientes e
profissionais, haja vista que proporciona melhorias na capacidade de tomada de decisão assistencial e
favorece o uso adequado dos recursos materiais disponíveis.
Desta forma, enquanto profissional que presta cuidados intensivos, é imprescindível que o
enfermeiro busque padronizar sua prática assistencial. Para tanto, é indispensável à elaboração de
protocolos que orientem a conduta de enfermagem como ferramenta facilitadora da prática assistencial
(MORAES, 2013).
3 ABRANGÊNCIA
O Protocolo de Tratamento de Lesões por Pressão deverá ser aplicado na UTI Adulto, pelo
profissional Enfermeiro, servindo como norteador para as condutas multiprofissionais.
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4 DEFINIÇÕES
O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e o European Pressure Ulcer Advisory
Panel (EPUAP) (2016) definem Lesão por pressão (LP) como dano localizado na pele e/ou tecidos
moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo
médico ou a outro artefato
O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), European Pressure Ulcer Advisory
Panel (EPUAP) e Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) consideram os termos estágio, grau
ou categoria, desde que seja reconhecido como o mesmo nível do dano tecidual (DA ROSA, 2016).
Em
que esta expressão melhor descreve esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele ferida. Na
mesma ocasião, o órgão também atualizou a nomenclatura dos estágios do sistema de classificação
(NPUAP, 2016). A seguir, são descritos os estágios de classificação das Lesões por Pressão (LP)
segundo o Consenso NPUAP 2016.
4.2.1 Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece
Definido como pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode
parecer diferente em pele de cor escura. Ocorrências como um eritema que embranquece ou
alterações na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as
mudanças visuais. As modificações na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas
podem indicar dano tissular profundo (NPUAP, 2016).
4.2.2 Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da
derme
Nesse estágio, há perda da espessura parcial da pele com exposição da derme. O leito da
ferida pode ter coloração rosa ou vermelha, ser úmido e também pode se apresentar como uma
bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. Não há exposição de tecido adiposo e
tecidos profundos, assim como não há presença de tecido de granulação, esfacelo e necrose. Essas
lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e
no calcâneo (NPUAP, 2016).
4.2.3 Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total
É entendida como perda da espessura total da pele, com exposição de tecido adiposo,
frequentemente, há presença de tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas), assim
como pode haver esfacelo e /ou escara. É possível ocorrer descolamento e tunelização. Estruturas
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como fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso não são visíveis. A profundidade do
dano tissular varia de acordo com a localização anatômica, sendo que as áreas com quantidade
expressiva de tecido adiposo podem desenvolver lesões mais profundas (NPUAP, 2016).
4.2.4 Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular
Consiste na perda total da espessura da pele e perda tissular com exposição ou palpação direta
da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. É possível visualizar esfacelo e /ou
escara, bem como epíbole, descolamento e/ou tunelização. A profundidade do dano tissular também
está condicionada a localização anatômica (NPUAP, 2016).
4.2.5 Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda
tissular não visível
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É caracterizada pela perda total da espessura da pele e perda tissular, não sendo possível
precisar a extensão do dano devido estar encoberta pelo esfacelo ou escara. Após a remoção destes,
Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará evidente (NPUAP, 2016).
4.2.6 Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escuro, marrom ou
púrpura, persistente e que não embranquece.
Definida como pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração
vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra
lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Ocorrências como dor e
alteração na temperatura geralmente precedem as modificações na coloração da pele, podendo
apresentar-se de modo diferente em pessoas com tonalidade de pele mais escura. A ferida pode
progredir rapidamente e evidenciar a real extensão da lesão tissular ou resolver sem perda tissular.
Se houver presença de tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou
outras estruturas subjacentes, há evidências de lesão por pressão com perda total de tecido (NPUAP,
2016).
Em abril de 2016, por ocasião do último encontro do NPUAP, foram discutidas e adicionadas
duas novas definições de lesões por pressão: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico
e Lesão por Pressão em Membranas Mucosas.
Essa definição se refere à etiologia da lesão, pois esta é resultante do uso de dispositivos
criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. Ela geralmente apresenta o padrão ou
forma do dispositivo. Este tipo de lesão será classificada conforme os estágios acima citados
(NPUAP, 2016).
Esse tipo de lesão geralmente está associada ao uso de dispositivos médicos no local do dano
e em virtude da anatomia do tecido, não podem ser categorizadas (NPUAP, 2016).
4.3.3 NECROSE DE COAGULAÇÃO: caracterizada pela presença de crosta e/ou bem escura.
Figura 9- Necrose de coagulação
Quanto aos fluidos que podem ser observados no leito da ferida, destacam-se o
transudato e o exsudato. O transudato é uma substância fluida que passa através dos vasos,
possui baixo conteúdo de proteínas, células e derivados celulares. Já o exsudato é um líquido
fluido, constituído de células que escapam de um vaso sanguíneo e se depositam nos tecidos,
geralmente em decorrência de um processo inflamatório (CARVALHO, 2012).
Ressalta-se que a natureza do exsudato é ditada pela gravidade da reação e sua causa
específica, enquanto que sua coloração pode ser característica do pigmento específico de
algumas bactérias, sendo que as principais colorações são amareladas, esbranquiçadas,
avermelhadas, esverdeadas e achocolatadas (CARVALHO, 2012).
4.4 DESBRIDAMENTO
Com uma lâmina ou bisturi, inicia-se o descolamento das bordas. Retira-se o tecido
necrosado paralelamente a pele. O tecido sai em forma de tampa.
A cicatrização pode ser definida em uma complexa sequência de eventos coordenados por um
processo fisiológico através do qual o organismo restaura e restabelece as funções do tecido
lesionado. Desta forma, está diretamente relacionada às condições do organismo (AFONSO et
al., 2014; IRION, 2012; SILVA, 2011a). Logo, há alguns fatores que interferem no processo de
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cicatrização, tais como: Idade, estado nutricional, patologias associadas, medicações sistêmicas
(corticoides, imunossupressores, anticoagulantes e alguns antibióticos), desidratação, localização
da lesão por pressão, estresse mecânico, presença de infecção local e ou sistêmica (SILVA,
2011b; AFONSO et al., 2014).
O processo de cicatrização compreende três fases que são descritas por Afonso et al (2014);
Irion (2012); Silva (2011b), conforme segue:
4.6.1 ENFERMEIRO
Identificar e classificar o cliente com LP e/ou com risco de desenvolvimento de novas lesões;
Supervisionar e garantir que as ações de prevenção sejam implementadas conforme protocolo
institucional existente de prevenção de lesões por pressão;
Prescrever a terapia tópica e o período de troa do curativo, conforme estabelecido neste
protocolo;
Realizar os curativos das LP;
Realizar desbridamento instrumental conservador se indicado;
Avaliar e evoluir a lesão a cada troca de curativo no prontuário;
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4.6.2 MÉDICO
4.6.3 NUTRICIONISTA
4.6.5 FISIOTERAPEUTA
4.6.6 PSICÓLOGO
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Segundo Dowsett et al. (2015) deve-se realizar uma avaliação inicial integral do
paciente com LP, registrando seu histórico clínico e buscando identificar fatores que podem
interferir no processo de cicatrização, tais como: perfusão tissular deficiente, sensibilidade
comprometida, infecção sistêmica; situação vascular em casos de lesões de extremidades;
estado nutricional e capacidade de adesão a um plano de tratamento.
Além disso, o enfermeiro deve examinar o paciente após a admissão, aplicar a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e determinar o risco para desenvolver
LP através da Escala de Braden em caso de paciente adulto. A partir daí, proceder então com
as condutas preconizadas para a prevenção e tratamento de LP.
Um aspecto essencial durante a avaliação de uma LP já estabelecida é a identificação de
sua etiologia, procurando diferencia-la de outras comorbidades como dermatites, fissuras de
pele, intertrigo, úlceras venosas e neuropáticas. Isto porque é fundamental que se conheça a
causa da lesão para que se possa estabelecer um plano de cuidados. Portanto, deve-se utilizar
o Sistema Internacional de Classificação NPUAP/EPUAP das LP.
Recomenda-se que a lesão seja avaliada desde a admissão do paciente e reavaliada a cada
sete dias ou de acordo com o período de troca de curativos. Tal avaliação deve ser minuciosa,
para que seja possível construir um plano assistencial que favoreça a cicatrização da ferida e
atenda as demandas gerais do paciente. Além disso, através da avaliação é possível monitorar
a evolução do tratamento e a resposta do paciente ao mesmo.
A abordagem da lesão deve ser feita baseada em três vértices, segundo Dowsett et al
(2015): Avaliação do Leito da Ferida; Avaliação da Borda da Ferida e Avaliação da Área
Perilesional.
A área da borda da ferida fornece informações se o plano de tratamento está sendo eficaz.
esta compreende até 1cm da margem da ferida. Da mesma forma, problemas na área
perilesional (pele até 4 cm além da borda) retardam o processo de cicatrização, causando dor
e podendo aumentar o tamanho da ferida. A quantidade de exsudato é o principal fator
causador de problemas na área perilesional (DOWSETT, et al .,2015)
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Tabela 1- Avaliação do leito da ferida segundo o tipo de tecido, exsudato e presença de infecção.
Fonte: Adaptado de Dowsett et al (2015).
Registrar o comprimento, largura e profundidade iniciais da lesão. Reavaliar a cada 7 dias esse
parâmetros, a fim de monitorizar o tratamento e a resposta às intervenções utilizadas.
OBJETIVO
Remover o tecido não Tratar a causa e Identificar a infecção e gerenciar carga
viável, proteger e promover gerenciar o microbiana para tratar infecção/ controlar
o crescimento do tecido equilíbrio da odor.
novo. umidade.
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OBSERVAÇÃO
Avaliar borda da Avaliar a borda da Usar posição de Avaliar quanto a
ferida quanto ao ferida quanto ao relógio para registrar presença de
nível de umidade nível de umidade localização (registrar enrolamento
para evitar extensão do
maceração. deslocamento em cm)
OBJETIVO
Estabelecer causa. Estabelecer a causa. Reduzir a quantidade Retornar as
Gerenciar o de descolamento da condições da borda
exsudato da lesão ou Promover equilíbrio borda preenchendo da ferida para as que
diminuir quantidade na hidratação. toda a área de permitam o avanço
de hidrogel utilizada descolamento com epitelial.
para tratamento. hidrofibra.
Acionar cirurgia
. plástica para
avaliação.
Fonte: Adaptado de Dowsett et al (2015).
123
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Granulação
Purulento
Seco Baixo
Moderado Alto
125
De acordo com Dowsett et al. (2015) a definição do tratamento deve visar o alívio da
pressão e gerenciamento do ambiente da ferida para promover sua cicatrização. Os principais
objetivos do tratamento devem ser:
Proteção dom tecido de granulação;
Desbridamento do tecido não viável (esfacelo ou necrótico) a fim de reduzir risco de
infecção;
Gerenciar equilíbrio da umidade (reidratar ou reduzir os níveis de exsudato)
Reduzir a carga microbiana (utilizar coberturas com prata, antissépticos locais como
gel de polihexamida, podendo estar combinado com antibioticoterapia sistêmica);
Proteção da pele circundante;
Melhorar o bem estar do paciente.
Os objetivos do tratamento mudam com o tempo, conforme a ferida progride para cura. A
cada troca do curativo a terapia utilizada deve ser reavaliada, de forma a garantir que o
tratamento (curativo) utilizado permaneça eficaz. Qualquer mudança de cor ou consistência
do exsudato ou aumento de odor demandam reavaliação do plano de tratamento (DOWSETT
et al., 2015).
Segundo Irion (2012) os curativos são classificados de acordo com sua capacidade de
controle do exsudato:
-Curativo seco-seco é aplicado e removido da lesão enquanto está seco, sendo utilizado para
absorver pequenas quantidades de secreção ou para homeostasia em feridas agudas, bem
como na cobertura de feridas cicatrizadas por primeira intenção.
-Curativo úmido é umedecido com solução fisiológica ou antisséptica no intuito de amolecer
o tecido desvitalizado ou tratar uma ferida infectada.
-Curativo úmido-seco é usado no tratamento de feridas que requerem o desbridamento mais
rápido da lesão ou de maior quantidade.
-Curativos microambientais (oclusivos e semioclusivos), os quais atuam na recuperação e
regeneração da área lesionada. Nos oclusivos não é possível a transmissão de nenhum
conteúdo, enquanto que nos semioclusivos há troca de vapor de água e outros gases .
Ainda na concepção de Irion (2012) os curativos oclusivos promovem o
desbridamento autolítico. Outra vantagem dessas coberturas é que em lesões pouco
exsudativas e com pouco tecido necrótico, eles podem permanecer por vários dias, o que
implica na diminuição do manuseio da lesão, diminuindo a possibilidade de reação
inflamatória e exsudação.
Ressalta-se que a cobertura ideal deve ser capaz de otimizar o ambiente da ferida e
favorecer a cicatrização, incluindo nível adequado de umidade e temperatura, manutenção de
agentes que promovem a cicatrização e proteção contra agentes nocivos externos. O ambiente
úmido promove efeitos benéficos ao tratamento da ferida, pois previne a desidratação do
tecido e morte celular; promove angiogênese acelerada e desbridamento autolítico, que retém
as enzimas e água que auxiliam na fibrinólise; e redução da dor, devido à proteção que o meio
úmido confere às terminações nervosas de ressecamento e exposição. Desta forma, essas
coberturas favorecem a vitalidade das células viáveis e possibilita assim a liberação de fatores
de crescimento, estimulando sua proliferação (IRION, 2012).
Diversas coberturas para curativos estão disponíveis no mercado atualmente e para a
escolha do produto mais adequado ao tratamento da lesão, a tomada de decisão deve ser
mediada pelo conhecimento científico do profissional, que deverá avaliar, entre outros
aspectos, as necessidades do paciente e a disponibilidade do material na instituição (DA
ROSA, 2016). A seguir, são descritas algumas destas opções de coberturas e curativos
utilizadas para o tratamento de LP.
Trata-se de uma película estéril constituída por filme de poliuretano transparente, com
uma média de espessura de 0,2mm impermeável a líquidos e bactérias e permeável a gases
como o oxigênio e dióxido de carbono e vapor de água, classificada como curativo
semioclusivo. Essa cobertura possibilita a observação e avaliação constante da ferida, adapta-
se facilmente às áreas de proeminências e contornos do corpo por ser elastomérica e
distensível. Possui um adesivo acrílico hipoalergênico que adere somente à pele íntegra e não
à superfície do leito úmido da ferida (IRION, 2012; SANTOS, 2011, BORGES, 2008).
Um cuidado a ser tomado durante sua aplicação é cobrir de 1 a 2 cm além da margem
da ferida. Por não conseguirem absorver o excesso de líquido, são indicadas para úlceras
pouco exsudativas, superficiais ou com espessura parcial. Podem ser utilizadas como
curativos secundários, devendo-se manter um material mais absorvente em contato com a
lesão. Também podem ser utilizadas para proteção do atrito em lesões em estágio 1, mas
devem ser bem avaliados, pois devido sua boa aderência à pele uma retirada frequente poderia
lesioná-la. Desta forma, um procedimento que requer atenção especial é a remoção dessas
películas, onde deve ser adotada uma técnica especial na qual a pele deve ser estabilizada, em
seguida levanta-se um canto da película e traciona-se no sentido tangencial à ferida, fazendo
que a película se estique e solte da pele (IRION, 2012).
São curativos estéreis, compostos por espuma de poliuretano hidrofílica, revestida por
filme de poliuretano semipermeável (CURATEC, 2010). São muito absorventes e disponíveis
em várias formas. Podem ser usadas como cobertura primária ou secundária e ser associadas
na composição, a produtos como surfactantes, detergentes e carvão (IRION, 2012).
É indicada para lesões com perda tecidual superficial, profunda parcial até 2 cm de
profundidade. As espumas não aderem ao leito da lesão e não maceram a pele íntegra,
podendo permanecer aplicadas por até cinco dias no leito da lesão, dependendo do nível de
exsudação (BORGES, 2008).
Esse produto mantém a umidade das feridas retendo o líquido e absorvendo a secreção
excessiva. Promovem a temperatura adequada através do isolamento térmico, propiciando o
crescimento de fibroblastos e de células epiteliais, além de se amoldarem às proeminências
ósseas, diminuindo a pressão (IRION, 2012).
129
4.9.1.3 Hidrogel
4.9.1.4 Hidrocolóide
coberturas secundárias para que sejam mantidos no leito da ferida (BORGES, 2008). Irion
(2012) recomenda que o hidrocolóide não seja utilizado em lesões infectadas, com fístulas ou
túneis.
Um estudo de revisão desenvolvido por Pinheiro; Borges; Donoso (2013) sobre as
ações da placa de hidrocolóide e do alginato de cálcio no tratamento de lesão cutânea
observou que a placa de hidrocolóide se mostrou superior às coberturas secas no tratamento
das lesões por pressão.
4.9.1.5 Hidrofibra
4.9.1.6 Alginatos
A troca do curativo deverá ser feita em caso de saturação e não se deve confundir o gel
produzido pelo alginato com infecção, pois este possui um odor forte e tem aspecto purulento
(DA ROSA, 2016).
São derivados de óleos vegetais polissaturados, formados por ácidos graxos essenciais
como: ácido linoleico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E, e a lecitina de soja.
Atuam como uma barreira hídrica e auxiliam na manutenção da integridade. Aplicado na pele
íntegra, o AGE forma uma barreira de proteção, por suas caraterísticas de alto grau de
hidratação e nutrição celular. Já na lesão, realiza quimiotaxia e angiogênese, contribuindo
para a manutenção da umidade, para o crescimento celular e para granulação tecidual (DA
ROSA, 2016).
4.9.1.9 Colagenase
Gel de PHMB
É indicado pela sua
ação em lesões
crônicas e infectadas,
tendo ação
fibrinolítica agindo
Desbridamento favorecendo a
Cirúrgico ou destruição do
cirúrgico biofilme.
conservador
Remoção parcial ou
total de tecidos
inviáveis.
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Perda da pele em sua Remover tecidos Desbridamento Remoção parcial de Após realizar técnica de Square ou Co
espessura total e perda desvitalizados. instrumental tecido inviável ou fisiológica 0,9% morna e aplicar cam
tissular na qual a conservador, realizando fendas no bordas para que não ocorra maceração d
extensão do dano não Hidratar leito da utilizando tecido desvitalizado
pode ser confirmada ferida inicialmente a favorecendo o Aplicar cobertura secundária e trocar a c
porque está encoberta técnica de desbridamento
pelo esfacelo ou escara. Square ou autolítico e ou
Cover. posterior remoção do
mesmo através de Realizar troa a cada 24 hs. Utilizar em c
desbridamento
Lesão por Pressão não Hidrogel instrumental.
estadiável
Colagenase Realizar
desbridamento
enzimático
Pele intacta ou não, Retirar a pressão Esponja de Retirar a pressão, Trocar cobertura a cada sete dias, poré
com área localizada e local e deixar poliuretano com para que ocorra a dias para registrar evolução da mesma.
persistente de delimitar área de bordas de delimitação da área de
descoloração vermelha isquemia silicone. isquemia. Em caso de esponja sem bordas de s
escura, marrom ou poliuretano para fixação.
púrpura que não Manter área
embranquece ou perilesão hidratada Aplicar na área perilesional e retirar o e
separação epidérmica Creme barreira Manter área perilesão fixação adequada da cobertura (esponja
que mostra lesão com sadia.
leito escurecido ou
bolha com exsudato
Lesão por Pressão sanguinolento.
Tissular Profunda
Lesão por Pressão de Associada a um Promover alívio da Creme barreira Reposicionar ou Avaliar diariamente e registrar
membranas mucosas histórico de uso de pressão no local. retirar agente
dispositivos médicos no causador da lesão.
local do dano. Manter hidratação da
área lesionada
137
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